Um Par De Olhos Negros. escrita por Jéss mS


Capítulo 7
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam! Boa leitura (:



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Antes de abrir os olhos, senti o odor já conhecido de Patch, o odor de menta. Abri meus olhos e, acostumei-me com a iluminação. Dei um sorriso torto.
- Boa noite anjo. – Disse ele, sorrindo.
- Olá Patch. – Disse espreguiçando-me. Virei-me de lado e, apoiei minha cabeça em meu punho. – Desculpa pela noite passada.– cochichei.
- Imagina anjo. – Disse ele, me olhando ainda com olhos sonolentos.
- Que horas são? – Perguntei desviando o assunto. Sentei-me ereta na cama. Desde que recebi as marcas, acostumei-me a esta posição, pois sentia-me mais confortável.
- Seis e meia da tarde ainda. Vamos tomar café juntos? Te espero no refeitório masculino daqui a quinze minutos.
- Acha mesmo que vou vir? – Indaguei provocando-o e, arqueando as sobrancelhas.
- Acho. – Ele se levantou e, entrou no banheiro trancando a porta atrás de si. Sai de seu quarto e, corri até o meu. Tomei uma ducha rápida e, fiz minha higiene matinal. Coloquei o mesmo estilo de uniforme de ontem, passe rímel e gloss, peguei nossa redação e, fui à caminho do quarto 336 agora tão viciante para mim.
Ao chegar, entrei sem bater na porta e, logo avistei as costas nuas de Patch, um V de cabeça para baixo estava em suas costas como se fossem cicatrizes, estavam escuras e, elevadas pareciam recentes por estarem tão machucadas e, o ponto no centro das mesmas. Fui até ele de fininho em passos largos e delicados. Toquei seu único ponto e, fitei-o, não havia a luz cintilante nem os desenhos vindos deste orifício, como os das minhas costas. Mas de alguma forma, ele emitia uma energia, uma áurea como a de Patch, negra. Emitia poder, mais do que as marcas que já pesquisei na internet.

- Ele é diferente. É como o meu ponto. Na verdade meus cinco pontos – Sussurrei e, soltei uma pontada de um sorriso tímido. Seu corpo enrijeceu ao meu toque e, eu logo me arrepiei por sentir o calor de seu corpo na ponta de um dos meus dedos. Ele virou-se colocando a blusa simples até cobrir o cós da calça. Levantei meu rosto para fitar seu olhar negro.
- Cinco pontos? Então significa que tem mais de uma qualificação. Já parou para pensar nisso anjo? – Indagou ele.
- Já, mas, nunca me atrevi em ir mais a fundo com o assunto. – Sorri. – E o que são aquelas cicatrizes estranhas?
“ Um dia você entenderá “ A voz de Patch sussurrou em meu ouvido ou em minha mente, aquilo era confuso.
- Tem de parar de fazer isto. Sei que fez isto ontem à noite também. – Disse abaixando meu rosto.
- Isto o que anjo? – Perguntou ele, como se não soubesse do que eu falava.
- Falar em meus pensamentos, eu reconheço sua voz Patch e, não é a primeira vez em que ela está aqui.
- É o único jeito de conversar sem que ninguém nos ouça. – Disse ele, seus músculos estavam tensos e, seus lábios rígidos, pressionados em uma linha suave.
- Tem algo a esconder? – Indaguei, levantando meu rosto em direção ao seu. Encontrei o olhar negro de Patch, e meu coração deu um solavanco contra as costelas, acelerando-se.
- Tenho muitas coisas a esconder. – Disse ele, me olhando com curiosidade, esperando minha reação.
- Como o que, por exemplo? – Perguntei, arqueando as sobrancelhas.
- O modo como me sinto com você aqui trancada comigo neste quarto. – Os braços de Patch ficaram rígidos e, os músculos de seu peitoral também. Seus braços envolveram minha cintura e, ele pousou seus lábios em minha testa depositando um beijo suave ali. Seu maxilar ficou rígido e, ele fechou os olhos lentamente, logo os abrindo. Olhando-me diretamente nos olhos - Você não tem ideia do que faz comigo.
Ele me pegou pela mão arrastando-me pela porta. O simples toque de seus dedos contra os meus, fez com que meu corpo estremecesse, ele era muito perfeito para ser realidade. Eu dormi com ele e, em nenhum instante ele tentou algo comigo. O que era completamente incrível nos tempos atuais.
Percorremos o caminho até o refeitório masculino de mãos dadas. Havia vários garotos ainda sem camisa tomando café quando chegamos. Sentei-me em um banco e, esperei Patch com os olhares curiosos de vários rapazes sobre mim.
Logo, Patch chegou com um prato repleto de fatias de pera.
“ Sua fruta preferida” sussurrou de novo em meus pensamentos. Acenei positivamente com a cabeça, como ele poderia saber isto de mim? Como poderíamos estar tão próximos assim? E meu corpo ansiava por mais, por estar com ele e, por descobrir todos seus obscuros segredos. Ele sentou-se ao meu lado, comendo biscoitos.
Após terminarmos, corremos para a sala. Passei pela mesa de Laurel depositando nossa redação na mesma. Sentamo-nos em nossos lugares. A sala estava parcialmente cheia, com os alunos nos devido lugares, esperando a presença de Laurel, minha acompanhante.
- Acha que a redação ficou boa? – Indaguei puxando assunto. Queria distância, mas, também queria proximidade.
- Tenho certeza que sim. – Disse ele, virando-se e olhando-me nos olhos.
- Promete? – Indaguei, baixando olhar.
- O que quiser anjo.
- Que não vai contar para ninguém sobre ontem.
- Não posso contar que você dormiu comigo noite passada? – Disse ele, divertindo-se, mas, sabendo do que eu havia acabado de falar. Aquilo me deixou bem, me fez esquecer o acontecido e, não sei como, mas, ele conseguia fazer isto direitinho. Soltei uma gargalhada com o duplo sentido da frase e, dei um leve tapa em seu braço. Ele aproximou seu rosto do meu.
- Cuidado – Disse ele, fitando meus lábios -, podem achar que está rolando um clima.
Eu ri descontroladamente e, pousei minha mão em seu braço para me apoiar. Senti o músculo duro como mármore sob o tecido da blusa branca. E, quis me socar por fazer isto. Que ridículo. Controle-se.
- Tem que parar de fazer isso. – Disse, quando controlei as risadas. Eu olhava diretamente em seus olhos negros.
- Isso o que? – Perguntou, erguendo as sobrancelhas.
- Isso... me provocar. – E era totalmente verdade, ele sabia como me provocar, o que fazer e, o que dizer para isto acontecer. Ele tinha recebido meu manual de instruções antes de nos conhecermos, porque havia coisas que ele fazia, que me agradava mais do que eu imaginava.
- Diga provocar de novo. Sua boca fica sexy quando você diz isso anjo.
Eu corei e, antes que pudesse responder Laurel entrou na sala e, seus olhos foram diretamente para Patch, como se não quisesse ele na sala de aula naquele instante. Quando seu olhar alcançava Patch ficava rude.
Laurel encostou-se a mesa e, começou a ler redação por redação. Quando havia terminado, fitou a sala por completo.
- Ótimo! Qualificadores iniciantes. As redações estão prazerosas de se ler. Não esperava tudo isto desta turma, parabéns a cada um de vocês. Hoje iremos conversar um pouco sobre as possíveis qualificações e, nem precisaremos utilizar livros, ok?
E Laurel começou explicando que havia mais qualificações do que imaginávamos e, que ela iria falar sobre as mais conhecidas nas Moradas durante todos os tempos.
- Há quatro qualificações bastante conhecidas e, são as mais difíceis de ter. A primeira é a qualificação dos anjos e, todos os poderes adquiridos provêm dos mesmos. Tudo pode ser possível se bem utilizado e, com muita fé. É preciso orações com devoção para obter algo com sua qualificação e, as marcas após a qualificação completa são substituídas por asas brancas que só são soltas quando o próprio querer. A segunda é a qualificação dos cinco elementos, não recebemos nenhum novato com estas qualificações a milhares de anos. A última tornou-se Grande Sacerdotisa, mas, morreu em uma batalha. As qualificações dominam o ar, água, terra, fogo e espírito. Elas podem ser invocadas com orações, com movimentos ou pedidos mentais. E, nossa Deusa só dá estas marcas para aquele em que ela confia muito com o tempo. A terceira é a marca das trevas tipo um – dito isto, Patch enrijeceu-se ao meu lado -, ela provém de um ser nada agradável aos céus. São obtidos com esta marca os “poderes” de anjos caídos e, nossa Morada nunca recebeu um novato com tais. E a última é a marca das trevas tipo dois, também são seres nunca recebidos por nós, quando recebemos um rapaz com estes pontos à 3 anos, o mesmo não resistiu e, morreu antes de completar a passagem. Seus “poderes” vêm dos nefilins, seres que nascem de uma relação com anjos caídos e humanos. Os mesmos têm praticamente os mesmos poderes de um anjo caído, mas, é tudo muito mais intenso e, entre eles há a disputa de milhões de anos e que, perseguirá até o fim dos tempos. Há também a qualificações telepatas, de visões que prevê o futuro, e de elementos soltos, como só terra, ou só fogo e assim sucessivamente. Há também a invisibilidade e, apatia por gatos. Há o 6º sentido e, também a qualificação que provém de animais, mas, não se preocupem vocês não virarão os mesmos. – Todos riram quando isto foi dito.
- Hoje, teremos o ritual de Lua Cheia e, esperamos todos sem exceção alguma, em nosso templo que fica em frente ao templo de nossa Adorada Deusa Nyx. – Laurel disse e, como que por mágica o bip soou, levando-nos para a aula de Teatro com a professora Nolan.


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Beijones. Continuem comentando! Isso me dá gaz para continuar à escrever.