Um Par De Olhos Negros. escrita por Jéss mS


Capítulo 14
Descobrindo


Notas iniciais do capítulo

Bom, pensei em um nome que demonstrasse duas partes X do capítulo, mas, só pensei neste. Espero que curtam, beijones.



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Estávamos saindo pela porta de seu studio de mãos dadas, eu vestia o moletom de Patch já que minhas roupas eram curtas demais para o tempo lá fora – mesmo que eu não sentisse o frio absurdo. Patch trancou a porta e, nos levou por um obscuro corredor e, repentinamente ouvimos passos ao longe. Eram passadas leves e, divagares.

 “Não estou esperando ninguém” Sussurrou Patch nos devaneios de minha mente. Uma lágrima brotou de meu olhar e, ela rolou rapidamente por minha bochecha. O medo estava me consumindo. Meu 6º sentido dizia-me que aquelas passadas pertenciam a tal de Dabria. Eu segurei os dedos de Patch firmemente e, ele percebeu o medo em meu corpo. Ele nos levou em um corredor próximo. Me pressionou contra a parede e, selou nossas testas. “Nada vai te acontecer anjo” Sussurrou ele novamente em meus devaneios mentais. Eu acenei positivamente com a cabeça e, Patch apertou minha cintura com força enquanto colava seu corpo no meu. Eu levantei meu rosto descolando nossas testas e, Patch selou nossos lábios. Sim, um selinho. Na verdade vários. Patch ia espalhando o calor de seus lábios sob os meus e, a cada beijo ele passava mais tempo. Sua língua – por fim – pediu passagem e, sem hesitar eu cedi. Queria aquilo há muito tempo, até no dia em que eu o mordi. A língua de Patch brincava com a minha e, ele com certeza sabia o que fazer. Transferi minhas mãos para envolver seu pescoço e, ele me levantou do chão, deixando meus pés suspensos no ar e, pressionou ainda mais meu corpo. Ele parou o beijo e, mordeu e puxou meu lábio inferior. Mas, logo seus lábios voltaram com força contra os meus. Seus dedos passeavam com calma sob seu moletom em minha cintura e, pelo estremecimento de seu corpo eu sabia que ele desejava isso fazia muito tempo. Eu correspondi ao beijo abertamente e, a cada toque de nossas línguas Patch estremecia contra meu corpo. Ele parou o beijo e, eu continuei de olhos fechados.
“ Vá para seu quarto, Rixon está a caminho. Não deixe Vee sair e, muito menos você venha até aqui. Entendeu?” Acenei positivamente com a cabeça. Desgrudei nossos corpos e, lhe dei um selinho rápido. Apertei sua mão e, fiz uma prece para minha Deusa pedindo-lhe que ele ficasse em paz. Saí em disparada do corredor e, entrei em uma porta ao lado oposto do mesmo. Logo avistei um escritório, com armários marrons e, uma mesa comprida com uma lamparina e, papéis sobre a mesma. Havia outra porta, abri a mesma e, avistei a já conhecida sala de jogos com as mesas de sinucas. Percorri o restante do caminho a passos largos. Que Deusa me protegesse e, que também protegesse Patch. Logo avistei a escuridão da noite envolvendo a Morada. Havia alunos aqui e, ali conversando e, fui em direção a porta de entrada para ir ao meu dormitório. Chegando ao quarto; Vee estava digitando algo em seu notebook. Ela percebeu as lágrimas em meus olhos e,  correu em minha direção tropeçando em seu edredom.
- O que ele fez com você baby? – Perguntou Vee enquanto passava a mão pelos fios dos meus cabelos. Ela estava com um pijama enorme daqueles de pessoas preguiçosas aos domingos.
- Nada Vee. – Respondi imediatamente.
- Então porque está assim? – Perguntou ela enquanto nos sentávamos em nossa cama. Cogitei em contar para Vee sobre tudo, mas, assim que a olhei nos olhos soube que se contasse Laurel iria ler sua mente e, Patch seria descoberto. Preferi não contar, Vee era minha melhor amiga e, isto era para sua própria segurança.
- Por ter cogitado a idéia de ele ser um maníaco. Ele não tem nada de maníaco. – Disse sorrindo de um modo bobo e, apoiando minhas costas na parede atrás de nós. Logo vi um brilho travesso passar pelos olhos esmeraldas de Vee.
- Ah você beijou ele. – Disse ela batendo palminhas. Eu fiquei sem graça e acenei negativamente com a cabeça. Mas, Vee me conhecia desde nossos sete anos e, seria impossível esconder aquilo dela. Havíamos nos beijado, minhas lágrimas entre nossos lábios não atrapalharam nada. Meu medo esvaneceu quando ele me tomou em seus braços fortes. – Nem tente negar, seus lábios estão vermelhos danadinha! – Disse Vee empurrando-me de leve. Eu sorri.
Agora Patch estava sozinho no subterrâneo da sala de jogos Delphic enquanto Dabria a mais nova anja caída corria atrás de mim para me matar por pura vingança. Preocupei-me com ele e, quis ir ao seu encontro, mas, lembrei-me de seu pedido o que me fez ficar onde estava. Logo ouvimos batidas à porta.
- Entre. – Berrou Vee. Patch abriu a porta com os olhos agitados até me encontrar.
- Anjo, posso falar com você? – Perguntou ele. Levantei do lado de Vee e, fui em sua direção.
- O que foi? – Perguntei trancando a porta atrás de mim. Seus olhos estavam nos meus e, naquele instante parecia que ele conseguia enxergar-me internamente. – Onde está Dabria? – Perguntei.
- Fiz ela acreditar que você tinha saído da Morada por este final de semana, graças a ajuda de Rixon que jogou certas imagens em sua mente. Não posso te deixar anjo, ela está feito louca atrás de você. Preciso ter algo dela para poder fazê-la ficar longe e, com bastante medo. – Logo o olhar de Patch focou em nada atrás de mim e, um brilho passou em seus olhos.
- No que está pensando Patch? Ela já foi. – Disse passando a mão em seu braço. Ele acenou negativamente com a cabeça.
- Vou sair hoje, ninguém vai notar. Fique com seus amigos, vou colocar alguns anjos caídos de escolta aqui na Morada. – Disse ele ainda em tom pensativo.
- E porque anjos caídos ficariam aqui me protegendo? – Disse em tom pensativo. Isso não tinha lógica. Anjos caídos ficarem aqui para cuidar de minha segurança, Patch era resignado para tal, os outros não.
- Acredite. Eles me devem muitos favores e, com isso eles ficarão aqui numa boa. Todos adoram uma adrenalina. – Disse Patch arqueando a sobrancelha de leve. Ele encostou-se na parede e, puxou-me pela cintura colando-a junto à sua. Ele deu um leve beijo molhado em minha testa e, eu pousei meu rosto na curva de seu pescoço.
- Não vou deixar nada te acontecer anjo. – Disse ele enquanto eu sentia seu peito subir e descer com o compasso de sua respiração. Sua mão passava em minhas costas com suavidade.
- Eu confio em você Patch, mas se cuide. – Disse repentinamente. Não poderia mais imaginar meus dias sem sua presença ou seu abraço. Repentinamente Patch me puxou contra ele e, selou nossos lábios em um simples e revigorante selinho. Ele deu leves chupões nos mesmos e, sussurrou em minha mente.
“Fique em paz com sua Deusa, vou ir atrás de Dabria junto com Rixon.” Acenei positivamente com a cabeça e, dei-lhe um beijo longo como que dizendo adeus e que ele se cuidasse onde quer que fosse. Sua mão pressionou mais minhas costas colando nossos corpos. Seu beijo ficou intenso e desesperado e, sua língua passava com força sobre a minha. Logo tivemos de nos afastar para buscar fôlego e, ele me deu um beijo na testa indo corredor à dentro, para longe de minha vista. O cheiro dele de menta ainda estava em mim e, subitamente enxerguei o casaco negro de Patch sem zíper no tronco de meu corpo. Antes que pudesse entrar em meu quarto Vee abriu a porta com um solavanco, já trocada de roupa. Com um short e, camiseta rosa definindo suas curvas.
- Vamos? – Indagou Vee.
- Aonde? – Perguntei. Vee rolou os olhos e, já puxava-me pelo corredor.
- O pessoal conseguiu as velas e, querem tentar o ritual agora mesmo. – Disse Vee, subitamente lembrei-me de meus pontos e de ter qualificação com os cinco elementos.
- Agora? Mas, não estou com um ritual pronto. – Disse com os olhos levemente arregalados enquanto íamos para o gramado da Morada e, passávamos pelo templo de nossa Deusa Nyx.
- Não precisa Nora! Invoque os elementos e, faça uma oração. Estaremos lá segurando as velas. – Disse Vee, com voz animada.
Chegamos a um muro que eu nunca havia visto na morada que ficava próximo ao alçapão do lado esquerdo e, atrás deste muro havia uma densa mata. Havia uma árvore perpassando entre o muro o que era incrivelmente belo de se ver, as raízes sumiam chão adentro, o tronco provinha da própria parede e, os galhos caiam sobre a mesma fazendo ficar baixa e, provocar uma bela sombra para dias de sol. Avistei Damien, Shaunee e minha irmã Stevie Rae, ao longe. Todos usavam uma capa de seda negra com um capuz que deixava o rosto parcialmente a mostra. As velas estavam em um canto no chão: Amarela, Vermelha, Azul, Verde, Roxa e, a Branca para a Nyx.
- Damien traga as velas. – Disse Shaunee, enquanto colocava a capa negra em mim. – É só fazer Nora. – Disse ela.
Damien chegou com as velas e entregou a vermelha para Shaunee, a azul para Vee e, a verde para Stevie. Ficou com a amarela e, deixou a roxa no chão entregando-me a vela branca com um isqueiro. Eles se formaram em ordem. Damien à Leste; Shaunee ao Norte; Vee à Oeste e Stevie ao Sul. Fiquei no meio ao lado da vela roxa ao chão. Hesitei durante alguns instantes até que vi os olhos azuis de minha irmã reluzindo para mim acenando veemente com a cabeça impulsionando-me. Você sabe o que fazer Nora, sussurrei para mim mesma.
- Estamos aqui para preparar um simples ritual à nossa Deusa Nyx. – Disse em alto e, bom som. – Nyx peço que as preces aqui pronunciadas sejam atendidas por sua graça e, devoção, por favor. – Lembrei-me quando Damien disse que deveríamos ser completamente educados com a mesma.
Peguei o isqueiro e acendi a vela que estava em minha mão. Assim que o fiz deixei o isqueiro repousando no bolso do casaco de Patch e, logo seu cheiro atingiu minhas narinas dando-me mais forças para continuar. Fui em direção à Damien e, parei de frente para ele. O mesmo sorriu para mim e, emitiu um olhar de concentração contra a vela amarela em seus dedos firmes.
- Te invoco ar à este Círculo de qualificadores e, peço-te que traga a pureza de seu interior e, liberte-nos de todo mal que possamos possuir. – Acendi a vela de Damien com a minha e, assim uma leve brisa agitou o leve ponto de fogo que ali queimava. Damien arregalou os olhos e, olhou-me sorrindo abertamente. A surpresa me atingiu, então era verdade, eu podia dominar os elementos e, agora isto era certeza; isso me deu mais força para seguir em frente com o Ritual Simples. Fui em direção à Shaunee sorrindo resplandecentemente enquanto a mesma sorriu ao ver-me aproximando.
- Te invoco fogo à este Círculo de Qualificadores e, peço que nos aqueça com a brasa presente em ti. Peço que traga o calor familiar e carinhoso para este simples Ritual. – Acendi a vela de Shunee com a minha e, subitamente ambas sentimos um calor súbito. A pele de Shaunee estava úmida e, seus olhos levemente arregalados enquanto via o fogo queimar com mais vida na vela em suas mãos. Fui em direção à Vee minha melhor amiga e, parei em frente à dona dos olhos de esmeralda. Sorri para minha melhor amiga que também sorriu em minha direção.
- Te invoco água para que lave toda e, quaisquer impurezas deste Ritual Simples. Espero que com sua força e naturalidade consiga limpar as maldades presentes neste nosso novo Mundo. – Dito isto acendi a vela de Vee com a minha e, logo sentimos cheiro de mar ao longe. Vee sorriu abertamente com seus olhos esmeraldas levemente arregalados. Estávamos com a sensação de estar cercadas por um mar somente nosso e, pelos olhos de Vee ela estava satisfeita com isto. Fui em direção à minha irmã Stevie e, parei olhando em seus olhos azuis que me passavam tanta segurança; tanto quanto tempos atrás. Como eu sentia falta daquilo. Sorri para ela.
- Te invoco Terra à este Círculo de Qualificadores principiantes e, peço que plante a bondade e a resplandescência neste Ritual Simples. – Acendi a vela verde presa pelos dedos finos de minha irmã com a minha e, de súbito sentimos cheiro de grama recém cortada ao longe. Stevie não ficou espantada, apenas curtiu o momento. Pontas de campo de trigo passavam por nossos braços e, nós rimos juntas com a sensação. Me encaminhei ao centro do círculo e, peguei a vela roxa que estava repousada no chão e, segurei-a com força.
- E por último invoco ti espirito para que esteja presente neste simples Ritual e, consiga animar nossas almas com os momentos decorrentes. – Acendi minha vela roxa com a vela branca e, logo – pela reação nos olhos de cada um – sentimos nossas almas pulando dentro de nós. Saltitando com as leves batidas de nossos corações.
O círculo estava formando, uma luz amarela se ligava à vermelha que se ligava à azul e, que se ligava à verde que ia de encontro novamente à cor amarela, formando um círculo menor no centro de cor roxa, em torno de meu corpo.
Por fim fizemos preces breves, pedimos para que conseguimos completar a passagem e, agradecemos pela segurança que provinha de nossa Deusa e, por termos sido Marcados como Qualificadores. Eu agradeci por minha benção; Por poder não só invocar, mas também sentir os mesmos. Ao final, fui em cada uma das velas e as apaguei com leves sopros e, agradeci suas presenças em nosso Ritual. Sentimos uma última lufada de ar; Um último murmúrio de fogo em brasa; Um último odor de oceano; Um último cheiro de manga; E, um último doce saltitar de espírito. Todos estavam impressionados e, me parabenizaram. Laurel logo saberia disso eu sabia e, eu começaria a ser treinada como próxima Grande Sacerdotisa. A felicidade reinou em nós e, logo mais estaria treinando minhas qualificações. Tinha de contar à Patch, assim que ele voltasse de onde tinha ido. Precisava de seu calor e, de seu par de olhos negros comigo naquele exato instante.


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Notas finais do capítulo

Aí está comentem o que acharam e, o que pode ser melhorado e, estou sentindo falta de comentários de minhas fiéis leitoras, cadê vocês? ):