– O que? – meu coração acelerou

– Porque você fez isso? – Christian estava vermelho de raiva.

– Eu tive que fazer! – Josh fez uma pausa - Melanie quer vê-la...

– A Melanie? – os dois se olharam assustados me deixando preocupada.

– Quem é ela? – perguntei, mas nenhum dos dois me respondeu – Quem é Melanie! – gritei ordenando uma resposta.

– Sophie... – Christian se aproximou segurando minhas mãos – A Melanie tem o controle de tudo isso, ela raramente chama um de nós...

– E quando ela chama é porque alguma coisa horrível aconteceu, ou porque ela quer te matar. – completou Josh sorrindo.

– Cala a boca Josh! – Christian gritou – Ela não vai te matar Sophie eu vou com você vai ficar tu...

– Pode parar Christian! - o interrompi - Eu não quero as suas palavras doces para cima de mim! – abri a porta da entrada da casa – Os dois, pra fora! Não quero mais vocês aqui!

– Sophie espera deixa eu te explicar... – Christian segurou minha mão novamente, mas dessa vez eu não permiti, puxei minha mão virando o rosto para o lado.

– Para fora os dois... – minha voz saia fraca agora. Os dois obedeceram e escutaram a batida da minha porta como despedida.

Minha lagrimas saíram sem controle, eu estava com medo, não sabia o que ia acontecer comigo. Arrastei as costas na parede caindo no chão, abracei meus joelhos e deixei as lagrimas caírem sem me importar. Como eu podia decidir o que era certo? Como eu podia decidir o que fazer agora? Eu estava completamente perdida sem saber para onde ir ou em quem confiar.

Levantei-me do chão com um pouco de dificuldade, enxuguei meu rosto com a barra da blusa e subi para o meu quarto. No caminho encontrei Richard e Elisabeth no corredor encarando um quadro, andei para mais perto e seus rostos estavam vidrados naquela pintura, eles estavam hipnotizados, pelo jeito o Joshua pensa em todos os detalhes para uma invasão.

Entrei no quarto fechando a porta atrás de mim, corri para o banheiro e liguei a torneira da banheira com agua quente. Despi-me e entrei na banheira esperando ela encher, em seguida fechei a agua. Deitei a cabeça apoiando na beirada da banheira, fechei meus olhos e tentei relaxar.

– Sabe, eu adoro deitar na banheira para relaxar... – abri os olhos rapidamente devido ao susto, empurrei meu corpo para traz e encarei a mulher que estava sentada na ponta da banheira.

– Quem... Quem... – meu corpo tremia de uma maneira que não me deixava falar, o medo havia tomada conta do meu corpo.

– Melanie Jones, é um prazer Sophie – a mulher esticou a mão para me cumprimentar, suas unhas eram enormes e brancas. Meu corpo estava paralisado eu não conseguia estender a mão. – Eu vou te esperar no quarto, não demore – sua voz doce me causava arrepios, assenti com a cabeça e observei ela se retirar do banheiro fechando a porta.

Puxei o ralo da banheira e continuei imóvel esperando a agua abaixar. Eu estava gelada, com os músculos todos contraídos, não conseguia raciocinar. Levantei colocando um roupão, e ainda molhada abri a porta do banheiro devagar olhando para baixo, eu tinha medo de encarar aqueles olhos azuis. Vi seus pés, ela estava sentada na minha cama de frente para mim. Subi os olhos devagar e ela sorriu.

– Você sabe por que eu estou aqui? – neguei com a cabeça – Bom vamos ver... Roubou uma lanchonete e um carro, tirou um preso da cadeia, que por sinal tive que interferir para a confusão não se espalhar – ela me olhava com raiva o que me fazia tremer mais – Foi expulsa de um colégio...

– Eu já entendi... – a interrompi e me arrependi por isso.

– CALA A BOCA! – Melanie gritou se levantando da cama e correndo para a minha direção, eu não consegui recuar, eu estava apavorada – Se a mocinha não controlar o seu poder, eu serei obrigada a interferir... – ele colocou a mão perto da minha garganta e de repente parecia que o ar naquele quarto havia acabado, era como se alguma coisa apertasse meu pescoço me impedindo de respirar.

– Me desculpe... – eu forçava a voz. Melanie virou a mão devagar e eu senti meu pescoço ser pressionado com mais força, meus pés levitaram por alguns segundos até que ela me soltou. Cai no chão com força.

– Eu passei muitos anos escondendo a nossa identidade e não é uma novata que vai acabar com isso. – ela se afastou - Até que para uma novata você aprendeu rápido... – eu puxava o ar com força agora, ele entrava em meus pulmões me aliviando.

– Isso não vai... Se repetir... – ainda sentia dificuldades para falar.

– Ótimo. – a mulher abriu a porta do quarto ameaçando sair – Mais uma coisa... Se eu fosse você, esqueceria o Mr.Brown – sorriu e fechou a porta.

Não pude controlar o medo que eu estava sentido, gritei alto, minhas veias do pescoço saltaram como se fossem explodir. Apoiei a cabeça no chão do quarto e chorei, eu senti a vontade dela de me matar, eu podia ver em seus olhos.

– Sophie! – escutei a voz do Christian pela janela do quarto, voltei a gritar ainda com o rosto no chão. Escutei a porta da entrada da casa se abrindo, depois passos na escada e finalmente Chris abriu a porta do meu quarto indo diretamente me abraçar no chão.

– Eu fiquei com tanto medo... – Chris havia encaixado suas pernas envolta de mim e me envolvia em seus braços com força.

– O que ela fez com você? – abafei minha respiração em seu pescoço encolhendo minhas pernas, eu não conseguia falar. – Calma, eu estou aqui, ela não vai voltar...

Eu precisei de alguns minutos para me acalmar, Christian permaneceu em silencio por esse tempo inteiro. O garoto sentou-se na cama cobrindo os olhos com um travesseiro para que eu me trocasse. Acabei de me vestir e sentei na cama junto com ele.

– O que ela fez com você? – Christian voltou a perguntar.

– Eu não sei direito, ela apertou meu pescoço sem usar as mãos...

– E o que ela falou? – Chris acariciava minhas mãos e me olhava preocupado.

– Que eu precisava me controlar... Em relação aos meus poderes. Mas Chris... – chamei sua atenção – Tem uma coisa que ela falo que eu não entendi.

– O que foi?

– Ela disse para eu te esquecer... –Christian me olhou confuso – O que ela quis dizer com isso?

– Ela te falou isso? – perguntou.

– Sim e eu não entendi...

– Eu também não sei o que quis dizer... – concluiu Christian.

Um barulho na minha barriga chamou minha atenção, pressionei com força e senti ela queimar, a dor subiu devagar para a minha garganta e eu corri para o banheiro. Apoiei-me na pia e não aguentei, vomitei um liquido preto. Christian correu atrás de mim e colocou a mão na minha testa na tentativa de me ajudar, vomitei novamente, o garoto abriu a torneira para deixar aquele liquido ir embora.

– O que foi isso? – perguntou assustado.

– Eu não faço ideia... – fechei os olhos respirando ofegante.