Pov. Marina

 -Engraçado, eu já ouvi esse nome em algum lugar. Você não apareceu num filme ou alguma coisa do tipo? (Ana Thaís)

 Ele sorriu.

 -Não que eu saiba. (Luke)

 -Espera! Então o lance da carta... É verdade? (Raíssa)

 -Yep. (Luke)

 Raíssa levanta da cadeira num salto.

 -Rá! Eu te disse, Éllyda! Eu te disse! Rá rá rá! Tá me devendo dez reais! Otária! (Raíssa)

 Raíssa começou a fazer uma dancinha da vitória.

 Luke arqueou a sobrancelha.

 -Elas são sempre assim? (Luke)

 -Não. Elas tão calminhas hoje. (Flávia)

 -Deixa eu adivinhar, vocês não acreditaram na carta, né? (Luke)

 -Ér... (Éllyda)

 -♫ (Flávia)

 -Bem... (Marina)

 -Eu disse que era real. Mas alguém escuta a loirinha? Não! Ninguém escuta a loirinha! X3 (Ana Thaís)

 -Gente, a conversa tá ótima, mas... O nosso vôo sai em 1h. (Luke)

 -Vôo?! (todas)

 -É. Ou vocês achavam que a Escola Morada da Magia ficava aqui? (Luke)

 Nos entreolhamos.

 -Ér... E onde fica? (Marina)

 -Em Brasília. (Luke)

 *U*

 -Mas... Os nossos pais... Nossas coisas... Não podemos simplesmente... (Flávia)

 Ele revirou os olhos e estalou os dedos.

 O meu telefone, o da Ana (ela tinha comprado um novo), o da Éllyda, o da Flávia e o da Raíssa tocaram ao mesmo tempo.

 Atendi.

 -Alô? Mãe? (Marina)

 “Oi filha. Não se esqueceu do vôo, não é? Ainda não acredito que o meu bebezinho foi aceito numa escola tão prestigiada!”

 -Não. Claro que não. (Marina)

 HEIN????!!!!!!

 “Ótimo. Sabe aquele seu amigo? O Luke? Ele já deu uma passada aqui e já pegou sua bagagem, viu? Queria me despedir de você pessoalmente, mas tenho uma audiência agora. Tenha um bom vôo, amor.”

 -Obrigada, mãe. Tchau. (Marina)

 Desliguei.

 -What The Hell aconteceu? (Marina)

 Luke deu os ombros.

 -É um feitiço simples, pra falar a verdade. Só manipulei as lembranças dos pais de vocês para eles pensarem que vocês foram aceitas num colégio interno em Brasília. As malas de vocês já estão no meu carro. Vamos. (Luke)

 -Ainda não! (Ana Thaís)

 -Porque não? (Luke, confuso)

 -O Nino! Não posso ir sem ele! (Ana Thaís)

 -¬¬ (todos)

Ele revirou os olhos e estalou os dedos de novo.

 Nino se materializou nos braços de Ana.

 -Bebê! (Ana Thaís)

 Ela abraçou o Nino.

 -Miau. (Nino)

 Ela se levantou.

 -Vamos! (Marina)

 Admito. Estou louquinha pra ir pra Escola de Magia. Estou louquinha pra voar de novo (me chame de louca. A única acrofobica da história que gosta de voar de avião!). E estou louquinha pra ir pra Brasília!

 -E os milkshakes? (Flávia)

 -Danem-se os milkshakes! Vamos logo, cambada! (Raíssa)

 Ela saiu da Bobs.

 Fomos atrás dela.

 Luke tomou a dianteira e nos levou até o carro dele.

 -Luke? Não sei se você reparou, mas não cabe todo mundo aí. (Éllyda)

 O carro dele era um lamborghinni.

 Ele sorriu de canto.

 -Novatas... Entrem. Tenho certeza de que vão se surpreender. (Luke)

 Entramos no carro.

 Por dentro, ele era praticamente uma limosine. Enoooooooorme!

 -Uau! (Marina)

 -Como se você nunca tivesse visto nada assim. (Raíssa)

 Eu ri.

 -Verdade. (Marina)

 Luke se sentou com a gente na parte de trás.

 -Luke? O que você está fazendo aqui? (Flávia)

 -Relaxa, gata. O carro se vira. Sasha, aeroporto. (Luke)

Sim, senhor Luke. – Soou pelo carro uma voz robótica.

 O carro acelerou.

Não é muito longe, então não vamos demorar. Nem nos preocupamos com a bagagem. Aparentemente, Luke pode resolver tudo apenas estalando os dedos.

 -Sasha?! (Éllyda, prendendo o riso)

 -É. Sasha. Eu batizei o meu carro com o nome da filha da Xuxa, e daí? (Luke)

 Ui. Parece que a Éllyda pisou no calo dele.

 Éllyda riu.

 -Nada não. (Éllyda)

 Luke fuzilou Éllyda com os olhos.

 -Vem cá, por que você não... Estala os dedos e faz a gente aparecer na tal Casa Mágica? (Ana Thaís)

 -Morada da Magia. Fica muito longe. Eu podia até morrer na tentativa. (Luke)

 -Ui. (Ana Thaís)

 -O que? (Luke)

 -Nada não. É que eu me arrepiei. (Ana Thaís)

 -Olha! Tem uma geladeirinha! (Raíssa)

 Raíssa abriu a geladeirinha e pegou uma lata de Kuat.

 As meninas atacaram a geladeirinha do Luke. Éllyda pegou uma lata de guaraná antártica, Flávia pegou uma coca e Ana Thaís pegou uma fanta laranja.

 E eu? Estava tentando ficar o mais quieta possível pra ver se não começava a espi... espi... espi... aaaaaaaa...

 -ATCHIM! (Marina)

 Eu mereço!

 Nino me olhou, com seus grandes olhos azuis pidões.

 -Miau? (Nino)

 Como eu não falo “gatês”, esse miado poderia ser qualquer coisa. Desde “tem um peixinho aí?”, até “Não gosta de mim? Então fuuu, pra você!”.

 Revirei os olhos com o pensamento. Dormi pouco. Deve ser isso.

 Empurrei ele com o pé até o ponto mais longe possível (sem jogar ele pela janela). [Pov. Ana: Você não faria isso, né?] [Pov. Marina: ...]

 Chegamos no aeroporto, fizemos o check-in, entregamos nossas bagagens (incluindo o gato da Ana) e entramos no avião. Eu me sentei na janela (A-1), ao meu lado a Éllyda (B-1) e no corredor a Ana (C-1). Na fileira de trás, Flávia na janela (A-2), Raíssa no meio (B-2) e Luke no corredor (B-3).

 O vôo foi tranquilo, fiquei olhando as nuvens pela janela (mas sem olhar pro chão. Acredite. Você não quer que eu olhe pro chão. Seria nojento). Éllyda ficou dando “patadas” na Ana com tudo o que ela dizia. Raíssa e Luke falavam sobre feitiços e Flávia estava calada.

 Olhei pra ela e percebi que a mão dela estava numa posição que parecia que ela estava segurando uma vela. Ri com o pensamento. De repente, a voz de uma aeromoça soa.

 -Senhores passageiros do vôo 2647, com destino a Brasília. Mantenham-se sentados e com os cintos atados. Estamos passando por uma área de turbulência. (aeromoça)

 Apertei mais os cintos.

 Ouvi a Flávia choramingar.

 -Isso é normal? (Flávia)

 Me lembrei de que era a primeira vez que ela voava de avião.

 Tentei sorrir tranquilizadora, espero que não tenha saído uma careta. [Pov. Flávia: Sinto muito. Mas eu vi uma careta.] [Pov. Marina: Ninguém perguntou sua opinião! ò.ó] [Pov. Flávia: #Medo!]

 -Fica tranquila. É só uma turbulência. É normal. (Marina)

 Ela suspirou, como se eu tivesse convencido ela. Mas acho que era fingimento. Ela estava segurando o braço da cadeira com tanta força que os nós dos seus dedos ficaram brancos!

 Fechei a janela.

 O avião começou a sacudir e eu notei algo estranho. Os sacolejos eram mais bruscos que o normal. E isso não era bom.

 -Socorro! (Flávia, choramingando)

 E então...

 Caem as mascaras de oxigênio.

 Fuu...!

 Coloquei rápido uma das mascaras.

 -Normal, é? (Flávia)

 -AAAAAAHHHHH! VAMOS TODOS MORREEEEER! (Ana Thaís)

 O avião balançou ainda mais e eu tive a leve impressão de que estávamos caindo. [Pov. Flávia: NÃO TINHA NADA DE LEVE, POR*A! A GENTE TÁ CAINDO!]

 -FLÁVIA!! (Ana Thaís)

 -QUE É????!!!! (Flávia)

 -FUI EU QUE QUEBREI O SEU I-POD! (Ana Thaís)

 -COMO É QUE É?????!!!!! (Flávia)

 -OS BOTÕES ERAM MUITO PEQUENOS! (Ana Thaís)

 -RAÍSSA!! VOCÊ É A MELHOR AMIGA QUE EU PODERIA PEDIR! (Éllyda)

 -RONC! (Raíssa)

 -¬¬ (todas)

 Tirei a mascara.

 -MEU BOM DEUS! POR FAVOR! PERDOE MEUS PECADOS, POR FAVOR! TODAS AS VEZES QUE EU COLEI NA PROVA DE FILOSOFIA! QUANDO EU PEGUEI O RESUMO SOBRE O LIVRO DO TOM SAWER DA INTERNET E ENTREGUEI PRA PROFESSORA SEM NEM MESMO TER LIDO O LIVRO E POR FAVOR, ME PERDOE POR TER TROCADO O SHAMPOO DA ANA POR COLA NA SEXTA SÉRIE! (Marina)

 O que? Eu vou morrer!

 Todas me encararam.

 -Sério que esses são todos os seus pecados? (Éllyda)

 -Mesmo? Tipo, mesmo mesmo? (Flávia)

 -AAAAAAHHHH! FOI VOCÊ! MEU CABELINHO NUNCA MAIS FOI O MESMO DEPOIS DAQUELE DIA! (Ana Thaís)

 Ela pulou por cima da Éllyda e tentou me esganar.

 -SOCORRO! ESSA DOIDA VAI ME MATAR! AAAAAAHHHH! (Marina)

 Éllyda e Flávia tentaram tirar ela de cima de mim.

 Vem cá... Cadê o Luke?

 Olhei para trás e...

 Ele tava lá.

 Rolando de rir.

Rolando de rir?!

Quem ri quando está prestes a morrer?

 -Vem cá... Quem em sua total sanidade mental ri quando está prestes a morrer? (Marina)

 -? (Ana Thaís, Flávia e Éllyda)

 -O Luke tá pra morrer de rir ali. (Marina)

 Elas olharam pra ele, que parou de rir quando percebeu.

 -Mals aí, gente. Esse foi o trote mais engraçado de todos os tempos! (Luke)

 -Trote? (todas)

 -Hum-rum. (Luke)

 Ele estalou os dedos e aparecemos numa sala de estar.

 -Mas que diabos... (Raíssa, acordando)

 -Vocês tiveram sorte, na verdade. Me jogaram de um penhasco na vez do meu trote. (Luke)

 -P-penhasco? (Marina)

 -É. Mas me levitaram de volta pouco antes de eu atingir o solo. (Luke)

 -Espera... Então o avião... Não estava caindo? (Flávia)

 -Nope. Na verdade, nem sequer chegamos a fazer o check-in. Eu teleportei a gente e criei uma ilusão pra vocês. Sério. A cara de vocês era hilária! “OMG! Eu vou morrer! Meu DEUS, perdoe meus pecados!” Hahahahaha! (Luke)

 -ò.ó (todas)

 -Mas bola pra frente, né meninas? (Luke)

 -Onde a gente tá? (Raíssa)

 -Na casa dos meus padrinhos. Como a gente... Esquece. (Marina)

 Ele sorriu.

 Minha madrinha entrou na sala.

 Uma palavrinha sobre ela: Ela é uma senhora baixinha, de cabelo aloirado e muito superprotetora.

 -Marina! Porque não me ligou do aeroporto? Eu teria ido te buscar, pequechuca! (madrinha)

 -Não me chama de pequechuca! (Marina)

 -Tá bom, pequechuca. (madrinha)

 -Nhé... Esquece. (Marina)

 -Oi tia. (Ana Thaís)

 -Oi crianças. Vocês vão ficar aqui até as aulas começarem, certo? (madrinha)

 -É. (Ana Thaís)

 -¬¬ Crianças?! (Éllyda)

 Luke pigarreia.

 -Com licença, tia. Mas as meninas vão ter que comprar o material delas agora. (Luke)

 -Claro, claro. Aqui, pequechuca, meu cartão de crédito. Tente não estourar o limite na Saraiva de novo, ok? (madrinha)

 Corei e peguei o cartão.

 -Certo. Tchau dinda. (Marina)

 Saímos da casa.

 E lá fora...

 -Como é que a Sasha chegou aqui?! (Éllyda)

 Luke deu os ombros.

 -Magia. (Luke)

 Entramos no carro.

 ...

 [dia 1º de Fevereiro de 2012]

 Certo, hoje é o grande dia. Primeiro dia de aula!

 Ficamos eu, a Flávia, a Éllyda, a Ana Thaís, a Raíssa e o Luke hospedados na casa dos meus padrinhos. E hoje, finalmente, mesmo com macumbas, um quase afogamento na banheira (só sendo a Ana, né?), patadas, pegadinhas e um quase assassinato com uma espátula (Não pergunte!) sobrevivemos! Estamos indo na Sasha (que descobrimos que foi batizada com esse nome em homenagem a um capitulo de “As visões da Raven”, está ficando cada vez melhor! Kkk...) para a Escola Morada da Magia (que aliás, fica longe pra caramba da casa dos meus padrinhos nas margens do lago Paranoá).

 Chegamos na Escola Morada da Magia. É um lugar bem grande.

(link: http://3.bp.blogspot.com/_qS8YczRuwno/TQPnR9KnrPI/AAAAAAAAABI/nrLcROgvOSk/s1600/Universidade+Rural+do+Rio+de+Janeiro.jpg)

 Entramos lá, Luke nos conduziu até uma sala, onde tinha um monte de pessoas mais ou menos da nossa idade.

 -Mas porque estamos aqui mesmo, hein? (Flávia)

 -É a seleção das casas, né Luke? Vamos descobrir se vamos ficar na Grifinória, na Sonserina, na Lufa-lufa ou em Corvinal. (Ana Thaís)

 -Sim... E não. É a seleção, mas o sistema aqui é um pouco diferente. Pra inicio de conversa, temos doze casas aqui, Zeus, Poseidon, Hades, Atena, Ares, Apolo, Ártemis, Dionisio, Afrodite, Hermes, Héstia e Nemesis. Sugiro que se enturmem, tenho que ir. (Luke)

 E saiu.

 É, estamos por conta própria.

 Uma menina do meu lado me cutucou.

 -Is it your first year? (menina)

 -Yep. Why are you speaking English? (Marina)

 -Estou? Desculpe. Morei nove anos nos EUA e as vezes quando fico nervosa, acabo me confundindo. Meu nome é Nara, e o seu? (Nara)

 -Eu sou a Marina. (Marina)

 -It’s a pretty name. E quem são essas? (Nara, apontando para Ana, Éllyda, Raíssa e Flávia)

 -São minhas amigas. Ana Thaís, Éllyda, Raíssa e Flávia. (Marina)

 -Vocês tiveram sorte de pegar esse cara so handsome! A veterana que nos trouxe foi a Anna Lívia, ela é legal, desde que não esteja tendo um treco por causa do cabelo. (Nara)

 -Tem algum problema com o cabelo dela? (Marina)

 -Nope. E isso é o pior. (Nara)

 -Se você diz... (Marina)

 Nesse momento, as portas se abriram, revelando um aposento enorme e lotado de gente.

 -Boa sorte. (Marina)

 -Good luck for you too. (Nara)

 ...