Estávamos eu, Georg e Gustav em um carro, enquanto Tom e Bill iam atrás, as algemas já me apertavam.

-presos? Algemas - Gustav reclamava baixinho, olhei pra ele séria, não queria admitir, mas acho que isso é culpa minha.

Os carros pararam e o policial abriu a porta, Gustav saiu e o segui, Georg saiu do outro lado. Eu vim do futuro, isso não deveria ser permitido pra mim.

“você veio do futuro, mas continua sendo humana, ou metade disso” - nos levaram para dentro.

-calem-se e não digam nada - Georg começou a falar.

-eu já sei, não é minha primeira vez - girei os olhos enquanto era empurrada pelo idiota do policial.

-a sério? Porque isso não me surpreende? - Tom disse sério e, juro que se não tivesse algemada ele teria ficado sem aquele nariz dele.

-cala a boca - nos enfiaram em uma cela pequena, ok, eu estava na mesma cela que 4 rapazes, isso não é justo - hey! - gritei para o policial branquinho - eu sou uma menina, se ainda não percebeu, não posso ficar aqui.

“já percebemos, você é burra suficiente pra querer se separar deles”

-é temporário moça - sorriu e saiu de perto da cela, bufei me sentando ao lado de Georg que olhava para baixo.

-o que a gente vai fazer? - ri e ele fez o mesmo.

-a gente ‘tá preso, vamos aproveitar - sorrimos juntos.

“claro, querem brincar com quem, com os ratos ou os outros humanos na cela?”

-eu não acredito nisso! - Bill gritou colocando a mão na cabeça, ri e ele me fuzilou - Molly!? - mordi o lábio prendendo o riso e ele sorriu - fomos presos! - ele riu e todos começamos a rir menos Gustav.

-o que deu em vocês? - ele disse sério, paramos de rir e olhamos pra ele, voltamos a rir novamente, agora todos. Quando todos voltamos ao normal, coloquei minha cabeça no ombro de Georg soltando o ar.

-o que foi? - disse com sua voz rouca e sorri, senti falta disso.

-a gente ‘tá encrencado - ele riu e assentiu, passou um braço á volta da minha cintura, me abraçando de lado.

-temos direito á um telefonema, o que vamos fazer? - Tom perguntou sério, o engraçado é que ele era o mais sério nessa situação toda, estranho…

-não podemos ligar para o David, ele iria nos matar - Bill logo disse.

-Kristen não pode andar, se ela tentasse provavelmente iria cair das escadas e ficar em coma para o resto da vida - Gustav disse sério e fiz uma careta.

-credo gente - Georg riu juntamente com Tom e me apertou de repente, estranhei.

-tive uma ideia - me olhou sério e engoliu em seco.

-o que foi?

**

Depois de 4 toques, ele atendeu o telefone, respirei fundo.

-alô? - fechei os olhos com o telefone grudado no ouvido.

-Gheorge? - sua voz tinha saído sonolenta e me culpei mentalmente por tê-lo acordado.

-sim, Molly, é você? - disse um “ahum”baixo e ele continuou - nossa, que bom que ligou mas…são 2h da manhã - assenti pra mim mesma, porque eu ‘tou fazendo isso?

-sim eu sei mas é que… - olhei para o guarda - eu…estou com problemas…

**

O homem de azul me empurrou levemente, ironia alta, para dentro da cela, me sentei ao lado de Georg novamente.

-e aí? - Tom perguntou sentado do outro lado, dei e ombros e fechei os olhos.

-daqui 3h ele ‘tá aqui - Bill respirou fundo.

-se tivéssemos chamado a Kristen teria levado o mesmo tempo - Tom esticou as pernas e me apoiei em Georg novamente, que me abraçou de lado.

-é melhor dormir - não reclamei, estava com sono e ali era bom para dormir, eles estava quente.

Fechei os olhos e aos poucos as vozes iam ficando mais baixas, caí no sono.

-acordem! - um barulho irritante nas barras me acordaram, Georg me impediu de cair no chão e abri os olhos devagar, me sentei normalmente. Atrás do guarda vi ele, sorri tímida e senti minha cara ficar vermelha - estão livres - assenti  fui a última a sair da cela, ele me olhou sorrindo de lado com as mãos nos bolsos das calças.

-oi probleminha - ri envergonhada, não queria fazê-lo passar por isso.

-desculpa por tudo - ele negou com a cabeça ainda sorrindo.

-pelo menos ‘tou te vendo - abriu um sorriso lindo e abriu os braços, o abracei e me senti protegida, ali aninhada em seu peito, olhei para o lado de vi Georg de cabeça baixa, Bill sorrindo, Gustav e Tom o olhando para o lado. Nos separamos e olhei para os rapazes.

-hum…pessoal vocês já conhecem o Gheorge - acenaram com a cabeça e Georg se pronunciou sério.

-obrigado meu… - respirou fundo - se não fosse você estaríamos lá dentro ainda - coçou a testa e mordeu o lábio.

-quê isso. Quando Molly ligou eu vim logo - sorri e fomos buscar nossas coisas. Peguei meu casaco, meu celular, maço de cigarros e as chaves do meu carro.

-e mantenham-se longe daqui - assentimos e saímos daquele lugar.

-nunca mais quero voltar ali - Bill fez uma careta e rimos, fomos até o parque de estacionamento aonde estavam ambos os carros, olhei para os meninos e joguei as minhas chaves para Tom, que sorriu.

-cuidado, estamos atrás de vocês - assentiram e entraram no meu carro, enquanto fui com Gheorge. Me joguei no banco e ele riu - desculpa, não queria te…

-não faz mal Molly - ligou o carro e deu partida atrás de Tom - sempre gostei de dirigir á noite - ri de lado e respirei fundo. Chegamos em casa e puxei Gheorge comigo para dentro, não fazendo muito barulho, eram por volta das 6h e Kristen ainda dormia.

-cara - Bill começou - obrigado, a sério - todos os garotos assentiram e Gheorge sorriu.

-de nada, se são amigos da Molly também são meus - me abraçou por trás e todos sorriram, tentei não olhar para Georg e apenas sorri.

-você quer comer alguma coisa, pra falar verdade eu ‘to cheio de fome - Gustav começou e fomos todos para a cozinha, parei no meio do caminho e me virei de frente para o loiro.

-hey - ele sorriu e o puxei pela nuca selando nossos lábios com calma - obrigada, de novo - disse entre selinhos e ele sorriu.

-sempre que precisar - me deu um último selinho e fomos para a cozinha, apenas bebi um copo de vitamina e subimos para o quarto, tirei as botas, o casaco e joguei o celular juntamente com o maço de cigarro na mesinha. O sol começava a nascer, fechei as janelas e fui até Gheorge o abraçando e beijando seu pescoço.

-senti sua falta - estava me enganando, mas não fazia mal agora, eu iria aproveitar meu tempo com alguém e esse alguém seria ele.

-também senti a tua - me pegou no colo e entrelacei minhas pernas em sua cintura, nos beijávamos com calma, ele me deitou na cama devagar e com cuidado, sorrindo entre o beijo - Molly - me olhou com aquele sorriso e tive que sorrir.

-o que foi? - mordi o lábio e ele continuou.

-acho que ‘tou amando - senti meu coração acelerar, era suposto isso acontecer? Olhei em seus olhos e sorri de lado, não iria fazê-lo sofrer, mas mentir era certo, ou a melhor alternativa?

-eu também - foi o que disse antes de juntar nossos lábios novamente. Já magoei muitos, não iria magoar ninguém mentindo pra ele, afinal em alguns dias iria desaparecer e ele iria se esquecer de mim, assim como todos que me conhecem hoje - eu também - disse por último em um sussurro enquanto ele distribuia leves beijos em meu pescoço.

“você está amando outro.”