Minha deusa, não posso acreditar que vou pra Londres! E ainda por cima não preciso de ir pra casa da minha madrinha, vou ter uma casa só pra mim!

Mal a minha mãe confirmou que eu iria mesmo pra Londres e que ia logo no dia seguinte, a Ariadne saíu da minha casa e eu acabei de almoçar, corri pra fora da cozinha e comecei a fazer as malas, lançando montes de roupa pra cima da cama que nem uma doida. Escuzado será dizer que a cama em breve deixou de se ver com toda aquela confusão.

– Daniela, vamos jantar! - Gritou a minha mãe da cozinha.

Puta merda, raios me partam mais ao caralho que foda isto tudo, eu ainda não tinha nem metade da mala feita! E como raio é que o tempo tinha passado tão fucking depressa?

Desci e jantei o mais rápido que pude, subindo de novo para o meu quarto para acabar de fazer as malas. Puta merda, parecia que ia para lá um ano e não apenas um mês. Mas que importa? Era a minha oportunidade! E talvez conhecesse os meninos dos One Direction. Que parva, claro que não os ia conhecer.

– Querida, é melhor dormires, amanhã vais embora cedo... - Disse a minha mãe à porta.

– Não podes mesmo vir comigo? Imagina que eu vou mesmo ao X-Factor... - Choraminguei. Eu não era assim, não demonstrava o que sentia assim tão descaradamente mas era a minha mamã e eu precisava do apoio dela quando fosse cantar à frente daquele jurí...

– Não, querida... Mas se lá fores, a madrinha vai lá estar contigo e podes ligar pra mim quando de lá saíres a dizer o resultado... - Disse ela com um sorriso.

– Não é a mesma coisa... - Suspirei.

– Hey... - Disse ela, chegando perto de mim e agarrando-me as mãos. - És a minha filha. Tenho imenso orgulho em dizer que sou tua mãe mesmo que sejas mal-humorada a toda a hora. Se deres o teu melhor lá, vais ver que consegues. Tu andas a lutar por isto há 3 anos, Daniela. Vais ver que consegues... - Disse ela.

Com este discurso, uma lágrima caíu-me do olho. A minha mãe não costumava dizer estas coisas queridas. Talvez porque eu era fria com todos e dizia que o amor não existia mas eu sabia que a minha mãe me amava e eu amava-a a ela.

– Obrigada, mãe. - Disse eu e ela beijou-me a testa. - Boa noite...

– Boa noite, querida. Até amanhã.

Ela saíu do meu quarto e eu sentei-me na cama. O meu telemóvel vibrou com uma mensagem.

#Mensagens ON#

Tu vais pra Londres e não me contas nada, estúpida?! xx Ashley

Só soube hoje de manhã, tive a fazer as malas. Como soubeste? xx Danika

A Aria contou-me ahah xx

Essa miúda não sabe mesmo tar calada ahahah xx

Pois não, mas se não fosse ela, eu não sabia, né sua vaca? xx

Também te amo! xx

Morre longe, Nikky! xx

Morro, morro. Vocês têm de lá ir ter comigo depois. Vou participar no X-Factor e quero-vos lá xx

VAIS?! OMG! Vou falar com o meu pai e com a mãe da Ariadne e ver se nós as duas lá podemos ir depois! xx

Fixe. Tenho de ir dormir. Amanhã vou embora cedo. xx

Depois avisa-me quando chegares a Londres xx

Claro amor, boa noite, Ash! xx Danika.

Boa noite, Nikky xx Ashley

#Mensagens OFF#

Eu ia ter saudades delas... e queria mesmo que elas fossem a Londres quando eu fosse concorrer ao X-Factor. Se a minha mãe não ia lá estar, ia precisar das minhas duas melhores amigas... Quer dizer, já imaginaram estar a cantar em público pela primeira vez e ainda por cima em frente a uma plateia enorme? Só de pensar, sentia-me enjoada com os nervos.

Fui de novo para o telhado, despedir-me do meu sítio sossegado do qual eu iria sentir falta naquele mês em Londres. Só esperava que a minha casa fosse uma vivenda também...

Acho que me deixei dormir no telhado a ouvir 1D porque o meu telemóvel vibrou com mensagem por volta das duas da manhã e eu não me lembrava de nada até esse momento. Fui para a minha cama de novo e li a mensagem

"Hey, sei que deves estar a dormir mas preciso de falar contigo... Aconteceu uma coisa e... eu sei que não falamos há imenso tempo mas preciso de ti... Alex"

O meu corpo congelou. Sério, congelou mesmo. E quando voltou ao normal, as lágrimas corriam pelo meu rosto. Porque é que ele me mandara mensagem logo agora? Porquê?! O Alex era o tal rapaz por quem eu me tinha apaixonado... mas eu já estava habituada a não falar com ele, mesmo que passasse dias a pensar nele... porque é que ele teve de vir falar comigo logo agora?

#Mensagens ON#

É bom que seja importante xx Danika

Danika? o.o

Alcunha nova, longa história. Que queres?

Tenho saudades tuas...

É por isso que me estás a mandar mensagens às duas da manhã?

Sim...

Ok, então boa noite! :)

Hey...

Diz.

Eu estava a falar a sério.

Oh, claro, e é suposto eu ir a correr para os teus braços de novo e sermos amiguinhos forever? Não. Não te preocupaste comigo no passado, não me vou preocupar contigo agora.

A culpa foi tua de termos deixado de falar.

Alex, deixas-me dormir ou é preciso ser bruta?

Desculpa... fala comigo.

BOA NOITE CARALHO! -.- xx Danika

#Mensagens OFF#

Era preciso ter uma grande lata, honestamente... E merda pra isto, porque é que eu não parava de chorar?! Eu já sabia como ele era; tinha saudades durante uns minutos, no dia seguinte já tratava como se não me conhecesse. Não estava pra isso. Que se foda também, não me interessa. Idiota.

Acabei por adormecer já eram 3 da manhã. Dormi duas horas pois o avião era à cinco. Sim, eu estava um zombie autêntico. Estava mesmo a morrer. Sentia-me tão podre... minhas ricas 10 horas de sono. Vesti-me e fomos embora.

– Porta-te bem lá em Inglaterra, ouviste? Não dês trabalho à tua madrinha. - Disse o meu pai, quando já estávamos a despedir-nos no aeroporto.

– Sim, pai. - Respondi friamente.

A minha relação com o meu pai era uma bosta, mesmo. Qualquer palavra vinda dele me deixava irritada e, ugh, horrores. A sério. Não sei porquê mas era assim, passávamos a vida às turras. Claro, eu adorava-o, mas ele irritava-me tanto, minha deusa.

– Eu adoro-te, ouviste? Se concorreres lá ao programa, ligas-me a dizer como te saís-te, ok? - Disse-me a minha mãe.

– Sim, mommy. - Sorri-lhe, tentando engolir as lágrimas que teimavam em formar-se.

– Os passageiros do vôo 954 com destino a Londres podem embarcar. Obrigada. - Disse uma mulher no altifalante do aeroporto.

– Bem, parece que é agora... - Sorri nervosa.

– Sim... Vá, vai lá, porta-te bem e, se precisares de alguma coisa, liga-me. - Disse a minha mãe, beijando-me o rosto.

Despedi-me dos meus pais e fui para a porta de embarque. Odiava aviões. Quando era pequena andei e sentia-me como se os meus ouvidos fossem explodir por causa da pressão atmosférica e desde aí que detestava aquela porcaria...

Não me tinha despedido da minha irmã pessoalmente. Ela tinha imenso trabalho e não pôde dispensar nem uma hora pra me vir dizer adeus... mas não importa, não vou chorar por causa disso.

Tive de enviar uma mensagem para cada uma das meninas a avisar que já estava no avião, já que elas eram umas amigas galinhas do piorio.

"Hi there, sweetie. Já estou no avião. Vemo-nos à tarde na net. Adoro-te xx Danika" mensagem para a Ashley enviada.

"Oh cabra, já estou no avião, ahah. Vemo-nos à tarde na net, ok? Love you and keep dreaming about Niall. xx Danika" mensagem para a Ariadne enviada.

Um dos motivos para eu não ter ido sair com elas antes de fazer as malas era porque eu odiava despedidas, acabava sempre a chorar e eu odeio chorar à frente das pessoas. Vem gente até da cova preocupar-se comigo e é uma falsidade de todo o tamanho que eu preferia evitar.

Encostei-me na cadeira e deixei-me relaxar, em pouco tempo já dormitava.

– Menina... Menina, vamos aterrar em londres. - Disse um hospedeiro.. e que hospedeiro, bem gato!

– Hum? Ah, sim, está bem. Obrigada. - Disse atrapalhada.

O hospedeiro sorriu-me e afastou-se para tratar dos outros passageiros e em breve aterrámos. Ao sair, o hospedeiro enfiou-me um papel qualquer na mão e, quando olhei para ele confusa, ele piscou-me o olho. Forcei um sorriso e quando já estava de costas para ele, revirei os olhos. Que bonito, agora tinha "seduzido" o hospedeiro. Não é que me estivesse a queixar, né, afinal ele era muito gato. Mas eu só tenho 17 anos e ele devia ter o quê? 25? Nah, muito velho. O meu máximo era 21 anos - exatamente a idade do Zayn nesta altura eheh.

Depois de pegar nas malas, fui para a saída ver se via a minha madrinha. Uma mulher tinha um placar com "Welcome to London, Dannie!" e eu presumi logo ser a minha madrinha. Já lhe tinha dito mil vezes que detestava que me chamassem aquilo. Credo, eu odiava o meu nome, mil vezes Danika!

– Madrinha? - Perguntei ao chegar ao pé da mulher. Não via a minha madrinha há dois anos e ela já estava um bocado mudada...

– Daniela?! Ai, filha, estás tão crescida! - Exclamou ela. BONITO! Agora faz-me uma cena destas em pleno aeroporto. A sorte era que estava a falar português se não ai deusa que vergonha desgraçada.

– Pois... Então... A minha casa? - Perguntei constrangida.

– Ah, claro querida! Vamos lá, a madrinha vai-te mostrar a grande casa em que vais ficar. - Disse ela rindo.

Grande? Ai deusa, querem ver que eu vou morar num palácio?