Estava sentada no telhado da minha casa uma vez mais a observar a lua e todo o seu esplendor. Vivo numa vivenda e o meu quarto tem a janela mesmo no telhado e dá pra eu ficar lá sentada fazendo o que quiser... É, normalmente eu só subia lá à noite pra poder observar a lua e falar com as estrelas...

Mas que rude, nem me apresentei! Eu sou a Danika... na verdade meu nome é Daniela, Danika é apenas como eu gosto que me chamem. É um nome bonito... significa "estrela da manhã" e eu amo-o porque eu amo as estrelas e a lua... bem, continuando... acabei de completar os meus 17 anos e tenho o sonho de ser cantora. Tenho treinado a minha voz desde os 14 anos e tem vindo a melhorar bastante. Tenho poucas amigas porque não confio em ninguém... acho que isso se deve tanto aos meus erros como aos erros dos outros para comigo... mas isso não interessa nada.

Mais uma vez, a lua e as estrelas eram as minhas únicas companheiras. Eu confiava nas amigas que tinha, sim, mas sentia que elas não podiam compreender-me, como se eu tivesse uma mente muito diferente das mentes delas. Mas eu sei que elas me amavam e lutavam por compreender e ajudar, e eu ficar-lhes-ei eternamente grata por isso. Mas que importa? Eu podia desabafar à vontade mas elas nunca compreenderiam o quanto eu estava quebrada.

- Oh Deusa da lua e da noite, quem me dera conseguir tirar este peso do coração e esta confusão da minha mente. - Sussurrei para a lua.

Desde os meus 14 anos que eu estava assim, quebrada. Apaixonei-me por um rapaz que parecia ser uma coisa e no final era outra e acabei por sair magoada. Desde então mudara imenso e... bem, errei imenso, por assim dizer... Os meus erros não interessam, só interessa o peso que estava no meu coração e na minha mente, porque apesar de tudo eu ainda amava o tal rapaz. Graças a esse amor, eu acabava sempre por adiar o meu sonho: ir para londres concorrer no X-Factor e, quem sabe, chegar longe o suficiente pra poder fazer carreira como cantora. Esse, acima de tudo, era o meu grande sonho mas eu acabava sempre adiando-o por causa daquele amor idiota que já durava havia 3 anos. Mas porquê?! Não, eu preciso de mudar algo. Não posso continuar assim, eu preciso MESMO de seguir em frente. Amanhã vou falar com a minha mãe, está decidido.

Peguei no meu telemóvel e fui ao Music Player. Coloquei os fones nos ouvidos e meti "More Than This" dos One Direction a tocar bem alto. Era a minha música preferida de todas as músicas que eles já tinham feito desde 2010. Quem diria que os meninos já tinham 4 anos de carreira? Ninguém. Era directioner apenas há 3 anos - sim, pouco depois de ter ficado de coração quebrado por causa do tal rapaz, descobri os 1D e eles, basicamente, salvaram a minha vida - e, apesar de não ter acompanhado os rapazes desde o X-Factor, eu amava-os com todas as minhas forças. Nunca na minha vida pensei ser possível amar uma boyband assim com tanta intensidade mas a verdade era que eu me apaixonara por eles todos e eles eram a minha inspiração e quem me dava força para ir ao X-Factor, mesmo que eles não soubessem da minha existência ou que eu ainda não tivesse ido ao X-Factor por medo e por falta de dinheiro.

É, eu vivo em Portugal, ainda. Estou a pensar pedir à minha mãe pra me deixar ir passar uns tempos com a minha madrinha em Londres e, assim, concorrer ao X-Factor. Claro, vou precisar de imenso apoio da minha mãe pra conseguir lá ir sequer e vai-me custar se ela não poder ir comigo para Inglaterra, mas pode ser que eu tenha sorte e ela possa... que isso? Sorte? Eu? Desde quando? Sou a menina mais azarada deste mundo, caraças!

Quando a música "Born to Die" da Lana Del Rey começou a tocar no meu Music Player (é, eu tenho sempre o Leitor de Músicas com a tocagem aleatória), entrei de novo no meu quarto e deitei-me na cama, dando voltas até adormecer. Já tocava o "Moments" dos 1D quando finalmente me entreguei à escuridão da inconsciência.

- DANIELA, ACORDAAAAAAA! - Gritou alguém pulando em cima de mim logo pela manhã.

- Que é que foi, caralho? Deixa-me dormir! - Resmunguei, ao reconhecer a voz de uma das minhas amigas, a Ariadne - é, nome meio estranho, vá-se lá saber o que ia na cabeça dos pais dela quando escolheram o nome dela.

- A tua mãe esteve a falar comigo agora e diz que vais pra Londres passar uns tempos. - Disse ela.

Eu levantei-me de um salto, quase deitando a Aria ao chão.

- EU VOU PRA ONDE, ARIA?! - Gritei, sentindo as lágrimas de felicidade a formarem-se nos meus olhos.