- Mas não falou o que achou...de mim... – ele falou com um sorriso malicioso. Então eu me inclinei e lhe dei um beijo delicado na bochecha; depois me afastei alguns passos em direção à porta.

                - Até amanhã Harry, boa noite. – eu sorri e entrei em casa. Pelo canto do olho eu percebi que ele ficou com uma cara de “como assim boa noite?”, então eu sorri pra mim mesma.

                Flashback off

                - Mas que maravilha – o Niall falou sorrindo.

                Eu me perdi em pensamentos enquanto contava a história. Até tinha esquecido que estava falando com ele ainda. Eu fiquei pensando se fiz certo. Se dar um gelo nele era a melhor escolha. Mas não adianta, eu sei como as coisas são e no final talvez eu acabe até na cama com ele. É, dar um gelo foi a melhor escolha sim. É melhor assim, as coisas vão mais devagar.

                - Então – ele continuou, já fazendo uma cara de desconfiado. O que eu fiz? – Como... – ele pausou por alguns segundos enquando eu esperava pacientemente. – Você... gosta dele? – ele perguntou abrindo um sorriso murcho.

                - Ah, pois é. Um pouco...eu acho. Eu ainda não sei, mas eu acho que sim. – depois que eu falei isso ele mudou de assunto, já falando novamente de como as coisas estavam lá, o que eu havia perdido...E de uma garota. Era uma tal de Duda. Ela veio da França pra passar um mês na Irlanda na casa de um familiar, há quatro anos. Agora parece que ela havia voltado para lá. Para morar.

                Eu nunca fui com a cara dela. Não sei por quê. Ela parece ser uma menina legal, simpática e tal; mas depois que o Niall deu seu primeiro beijo...com ela... Eu não sei, só não fui com a cara dela.

                Depois de bastante tempo conversando, o assunto terminou e eu falei que iria dormir. Era verdade que eu estava cansada, mas o principal motivo era porque eu não queria mais ouvir falar naquela francesinha. Eu acho que estava com...ciúmes. EMMA? É VOCÊ? O Niall é meu melhor amigo, é normal ter ciúmes, mas tenho que deixar ele namorar quem ele quiser. É, ele deu o troco. Eu falei do Harry e ele falou da Duda. Tudo bem, amanhã vou conversar com ele melhor.

                Escovei os dentes, tomei meu banho, coloquei um pijama qualquer (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=54109472), peguei meu ipod e fui deitar. Essa noite eu fiquei ouvindo as músicas da Katy Perry (http://www.youtube.com/watch?v=RVGIzjwhjMs&feature=bf_prev&list=UU-8Q-hLdECwQmaWNwXitYDw).

                **

                - Bom dia sol! Bom dia Ipod! Bom dia pantufa de coelhinhos! – hoje eu acordei de bom humor! Não sei por quê, mas estava muito feliz. Fiz minha higiêne matinal e desci as escadas de pijama ainda. – Bom dia Bárbara! – eu gritei quando cheguei na sala, mas... – Ops... – A Bárbara estava dormindo no sofá, deitada em cima do colo de um menino que imaginei ser o Sam, aquele namorado que ela contou. Ele estava acordado e me viu de pijamas e toda escabelada. Quando eu gritei ela pulou do sofá, apertando aquele local do Sam. Eu já tinha saído correndo, então só ouvi ele gritando.

                Corri para o quarto, coloquei a primeira roupa que vi (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=54112645) e saí para ajudar o Sam. Não sei por que eu estava praticamente toda de preto hoje né, mas enfim. Eu coloquei uma roupa mais arrumadinha pois iria sair hoje. E ver o Harry. Coloquei brinco e colar, mas só penteei um pouco o cabelo e deixei solto; nem passei maquiagem e peguei uma bolsa – é claro, colocando meus documentos e meu Iphone dentro.

                Quando eu cheguei na sala, vi uma cena não muito agradável: o Sam deitado no sofá da sala praticamente só de cuecas, gemendo de dor e com o saco de gelo em cima do "amiguinho”; e a Bárbara com os olhos bem arregalados de preocupação acabando de tirar a calça dele. E eu não tenho certeza se ela iria parar na calça.

                - Precisa de alguma ajuda? – eu perguntei olhando para o outro lado.

                - Não, obrigada. – ela disse com voz de preocupação. Eu olhei pelo canto do olho e ela já estava com as mãos na cueca dele. OMG. Saindo agora. Eu peguei a chave, murmurei um “desculpa por gritar” e saí da casa bem rápido.

                - Tá tudo bem? – ouvi alguém perguntar e me virei.

                - O que está fazendo aqui? Tá tudo bem? Precisa de ajuda? – eu perguntei preocupada. O que ele estaria fazendo na frente da casa as nove horas da manhã?

                - Desculpa. Não. Na verdade sim... Sim e não. – ele disse confuso com aquela voz rouca pela qual me apaixonei.

                - D-do que você precisa Harry? – eu gaguejei.

                - Já tomou o café da manhã? – ele perguntou olhando bem no fundo dos meus olhos.

                - Harry, o que você quer? – eu falei com mais firmeza agora.

                - Que você venha tomar café comigo... Lá eu te explico melhor. Eu prometo. – ele disse desviando o olhar para baixo.

                - Hm. Veio essa hora aqui em casa pra tomar café comigo? – eu perguntei franzindo a sombrancelha.

                - É. – ele disse devagar e calmamente enquanto sorria para mim.

                - Tudo bem. – eu disse enfim derrotada. – Onde está seu carro? – eu perguntei olhando em volta.

                - Vamos a pé. Tem algum problema? É que é bem pertinho, daí eu pensei que... – ele olhou para baixo enquanto falava.

                - Não, não tem problema – eu o interrompi. – mas como você chegou aqui?      

                - Na verdade eu moro há uma quadra daqui. – ele disse voltando o olhar para mim com um sorriso envergonhado.

                - Ah. Bom...b-bom saber – eu gaguejei e ele sorriu aparentemente bem feliz com o meu comentário (http://2.bp.blogspot.com/-DItNRNK6z-A/T8vvEZgXDmI/AAAAAAAAAb0/ubNAiaXsFOI/s640/hhhh.jpg).

                - Vamos? – ele perguntou oferecendo sua mão esquerda enquanto me olhava com um olhar penetrante (https://encrypted-tbn1.google.com/images?q=tbn:ANd9GcTF16jYjl35677IvUuKeUjk6iQlEivuY2pwryHkht8PL7O0-AoV).

                - Vamos. – eu sorri e peguei sua mão.

                A caminhada durou cerca de quinze minutos, mas pareceu ter meia hora. Foi bem tranquila. Fomos o caminho todo sem falar nada. Logo que cruzamos a primeira rua, sua mão direita passou a segurar a minha e a sua esquerda – que era a que estava segurando minha mão antes – envolveu minha cintura, fazendo meu corpo se colar no dele. Quando percebi o que ele estava fazendo, soltei minha mão direita da dele e envolvi sua cintura igualmente.

                Harry’s POV:

                Quando chegamos ao Starbucks nós parecíamos um casal de namorados. Quem sabe eu quisesse isso mesmo. Pra falar a verdade, eu não sei por que fiz isso. Não sei por que saí de casa, nem por que fui até a casa dela e a levei até o Starbucks. Muito menos por que eu a abracei daquele jeito. E o que eu iria falar para ela? Que estava apaixonado? Que a desejei todos os minutos desde que a vi sentada sozinha no McDonald’s? Não!

                Ela com certeza me odeia. Talvez estivesse carente e por isso veio tomar café da manhã comigo hoje. Ou só queria uma explicação por ter aparecido daquele jeito. Bom, eu também queria.

                Quando cruzamos a porta, ela se separou de mim, mantendo apenas nossas mãos conectadas. Eu estava a guiando até a mesa mais reservada, qual eu geralmente preferia para levar as meninas. Mudei de curso quando percebi isso. “Eu mudei” pensei comigo mesmo. Nos sentamos numa mesa ao lado da janela.

                - O que vai querer? – eu perguntei sorrindo para ela com meu sorriso bobo. Precisa deixar isso na cara Harry Styles?

                - Hm. O você quiser. – ela disse brincando com os meus dedos entrelaçados aos dela.

                - Tudo bem. – eu acenei para o garçon. – Dois capuccinos. – eu nunca tomava capuccino. Mas eu mudei. Eu sorri para mim mesmo quando pensei isso, e ela sorriu de volta.

                - Então, o que você queria me “explicar melhor”? – ela perguntou com um sorriso difícil de descrever no rosto.