Emma’s POV:

                - QUE SAUDADE!

                - EU TAMBÉM, ESTAVA MORRENDO DE SAUDADE DE TI! – ele disse gritando. Eu havia acabado de ligar o Skype com o Niall.

- Desculpa não ter entrado ontem, fiquei muito cansada da viagem.

- Tudo bem minha linda. Mas agora me conta tudo. Como é ai? – ele perguntou bem empolgado.

- Aqui é maravilhoso. Os pais da Bárbara quase nunca estão em casa, então nós temos que tomar conta. Mas é fácil. Tenho bem mais liberdade.

- Me conta o que já fez ai. – ele foi estimulando a conversa.

- Ok. Bom, basicamente arrumei um emprego, trabalhei, almocei no McDonald’s e visitei uma livraria do shopping. E conheci alguém.

- Hm. Me conta. Que emprego? E já trabalhou? Como foi teu almoço? Já comprou algum livro? – fui só eu que percebi que ele perguntou sobre todos os assuntos, menos o do Harry?

- Assim, eu estou trabalhando de atendente numa padaria. O Sr. Campbell me contratou hoje de manhã, depois eu fui no shopping almoçar e já passei numa livraria, mas não comprei nada; e comecei a trabalhar de tarde. E eu conheci um menino.

- Que legal. Esse Sr. Campbell parece ser simpático. Como ele é? E como é o shopping? – ele estava me provocando, então fui dar o troco na mesma moeda.

- O menino se chama Harry. Ele é bem legal. Eu conheci ele no McDonald’s, e depois descobri que ele também trabalha na padaria. Nós jantamos juntos hoje.

- Tu não quer falar de outra coisa né? Ok, fala sobre esse tal menino, fala. – ele revirou os olhos e eu sorri.

- Tu mesmo me disse que era pra te contar tudo. Literalmente. Me agradece por não te contar todos os detalhes, ou você quer saber que sutiã estou usando? Ou a cor da minha calcinha? – eu falei rindo.

- Ok, eu prefiro. – ele falou rindo, mas eu ignorei o comentário e comecei a contar como foi o jantar com Harry. Eu me sentia muito a vontade falando com Niall. Mesmo que ele dissesse que não queria ouvir, eu tinha vontade de contar tudo para ele; e eu sabia que ele estava interessado. Eu contava mais coisas pra ele do que para meu diário – isso que eu gosto de escrever.

Flashback on:

Nós entramos num restaurante não muito chique, mas também não era nada comum. Haviam velas em todo ele, e as mesas eram de uma madeira rústica, que combinavam com as cadeiras. Ele fez um sinal de “2” com os dedos para um garçon que nos guiou para uma mesa bem no fundo, ao lado de uma janela. Logo que sentamos chegaram os aperitivos e pedimos as bebidas. O prato principal chegou logo em seguida.

- Então, qual é a sua história? – eu perguntei sorrindo. – eu já contei a minha.

- Nada que seja do seu interesse. Não estou sendo grosso, mas é tão chata que não vai te interessar. – eu sorri.

- Como tu pode falar isso? Quero dizer, tu mora na Inglaterra. O meu país dos sonhos. É o vocalista de uma banda. Ganha teu próprio dinheiro...

- Não, tu não entende. – ele me interrompeu. – Eu sempre quis ir para o Brasil, pra mim aquele é o país dos sonhos. Quando tu nasce num lugar, ele não tem tanta graça. E ser vocalista... Ok, disso eu posso agradecer à Deus, pois esse é o maior dos meus sonhos: virar cantor. E qualquer um pode ganhar seu próprio dinheiro. É só ir pedir esmola na sinaleira. – ele disse, e então riu.

- Ok, então me fala o que tu faz. Não é possível que tu só estude, trabalhe e cante. O que tu faz pra te divertir?

- Ah, eu saio com a banda, as vezes com alguma menina.

- Hmmmm – eu dei um sorrisinho malicioso.

- Ah, vai dizer que tu nunca namorou. – ele olhou sério pra mim e depois revirou os olhos.

- Ééééé – eu afinei a voz. – namorar eu já namorei. Deixa eu ver – eu fingi contar nos dedos enquanto falava baixinho. – um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete...Sim, namorei duas vezes. – eu sorri e olhei para baixo.

- Namorou? – ele perguntou sorrindo de canto.

- Sim, mas já terminou tudo. Foi bem rápido para falar a verdade. Mas não era pra falar de mim. Fala tu de ti. – eu sorri pra ele.

- Ok, bom...Eu já namorei algumas vezes sim. Mas nenhuma durou muito tempo também. E também estou solteiro. – ele deu um sorriso bem aberto pra mim.

-Hm...Já acabou? Eu também já acabei, vamos embora? – ele levantou um dedo para mim esperar um minuto e foi pagar a conta.

Quando fui entrar no carro, ele novamente abriu a porta do carona para mim. Ele deu a volta e sentou ao volante. O caminho todo de volta fomos conversando, até que eu percebi que não tinha dito onde morava. Mas ele me levou em casa.

- Como tu sabia que eu morava aqui? – perguntei desconfiada. Ele me seguiu? Mas como? Eu não fui em casa depois de conhecê-lo.

- Bárbara – ele falou como se fosse óbvio.

- Ãhn? – eu perguntei confusa.

- A Bárbara. Você disse que estava morando com ela. – ele disse como se eu não tivesse escutado, e não percebeu que eu estava boiando total.

- Hm. Conhece ela? – eu perguntei tentando entender. Ah claro, agora eu lembrei do aviso dela. Eles namoraram. Lógico que ele conhece ela.

- E se conheço. – ele sorriu, mas como eu não sorri, ele deu uma disfarçada com uma tosse e passou a mão pelos cabelos totalmente cacheados, lindos e maravilhosos.

- Ah, vocês namoraram né? Acho que ela falou alguma coisa sobre isso. – era pra mim ter pensado isso, e não falado em voz alta. Emma, como tu é burra.

- Ahm, é, sim. Namoramos sim. Mas já é passado. – ele disse olhando pelo para-brisas.

- Hm, eu adorei o jantar hoje Harry, mas agora tenho que ir mesmo. – eu disse com um sorriso verdadeiramente triste no rosto.

- Ah, claro. Nós poderíamos repetir um dia desses né? – ele perguntou bem intusiasmado com a ideia.

- Claro. – eu respondi sorrindo. Dei meu número pra ele junto com um beijo em sua bochecha. – Tchau. Até amanhã – eu falei sorrindo.

Eu abri a porta do carro e saí. Até que ouvi ele me chamando.

- Espera. Peraí. – ele falou correndo dando a volta no carro.

- O quê? Algum problema, Harry? – eu perguntei já assustada.

- Não. – ele falou confuso. – Bom, na verdade tem um sim. – ele disse já sorrindo.

- E qual é? – eu perguntei.

- Você falou o que achou da noite... – ele se interrompeu.

- Sim...?

- Mas não falou o que achou... de mim...

[continua]