Coração De Mãe escrita por UnderworldKing


Capítulo 8
Capítulo 7 - Escola


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos neste novo ano de 2013!
Eu sei, um pouco atrasado, mas fazer o que? Aliás, minha beta-reader voltou (solta confetti)!
Depois deste capítulo as coisas começam a se mover um pouco mais rápidas.
Ah, e respondendo a alguns reviews:
Para aqueles que queriam ver a verdadeira mãe de Miku, me desculpe mas não está nos meus planos que ela aparecesse e, com isso, em nenhum dos capítulos que planejei sobra espaço pra incluir algo como isso (sendo que quando começo a postar uma história eu já tenho boa parte do enredo em mente).
De qualquer maneira, peço que continuem a dar seu apoio e a mandarem reviews.



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Capítulo 7 - Escola

Haku estava olhando panfletos e anúncios de diferentes escolas tentando calcular o custo das mensalidades com a sua renda. Muitas simplesmente não possuíam um custo acessível a ela ou não inspiravam confiança em Haku.

Miku ia fazer seis anos em cinco meses o que, legalmente, obrigava Haku a matriculá-la em uma escola, do contrário, ela teria problemas com os serviços de proteção infantil, ainda mais que Miku era adotada. Enquanto pesquisava mais um pouco, Haku ouviu a porta de seu apartamento se abrindo e Lily anunciando-se:

– Querida, cheguei! Agora me faça um sanduíche!

Lily riu de sua própria piada enquanto Haku a ignorava. A loira se aproximou e sentou-se na outra cadeira da mesa onde Haku estava, puxando esta para junto de sua amiga/interesse amoroso (?).

– Então? Está fazendo o quê? – Lily perguntou, colocando os cotovelos em cima da mesa e apoiando seu rosto nos punhos fechados, como se estivesse admirando Haku enquanto a mulher de cabelos prateados lia.

– Procurando uma escola para Miku. – Haku respondeu. – Ela completa seis anos nos próximos meses, então vou ter de matriculá-la em algum lugar.

– Escola... Urgh, eu odiei minhas primeiras escolas.

– Elas eram ruins? – Haku perguntou antes de conseguir dominar sua curiosidade.

– Deixa-me lhe contar sobre quando eu tinha 13 anos...


– Flashback –

– OI!!! Meu nome é Masuda Lily e eu gosto de garotos e garotas bonitas! – uma animada Lily criança disse, se apresentando para a turma.

Silêncio se seguiu a declaração da loira, que logo foi solicitada a encontrar um lugar. Ela olhou em volta e encontrou um do lado de uma garota de cabelos escuros com uma mexa azul e com olhos heterocromáticos; um vermelho e outro azul.

Lily praticamente desapareceu de sua posição na frente da classe e reapareceu próxima á garota que aparentava ser um pouco mais velha que ela.

– Olá. Qual seu nome? – Lily foi logo perguntando.

– Hum... Yokune. Yokune Ruko. – a garota disse com uma expressão um pouco retraída.

–Você é bonita. Quer ser minha namorada?

Dizer que a pequena Ruko havia ficado surpresa com o pedido, não faria juz ao que ela sentia naquele momento. Ninguém nunca havia mostrado tanto interesse nela que não fosse em sua família. Todos os seus colegas a achavam esquisita com seus olhos de cor diferente.

Lily sorria como o gato que apanhara o canário e Ruko, apesar de um pouco intimidada pelo jeito da loira, disse que sim com um sorriso.

E foi assim que Lily conhecerá sua primeira namorada...

– Fim do Flashback –

– E aquele foi o melhor dia do meu ensino fundamental. – Lily terminou, com um expressão nostálgica. Haku podia apenas erguer sua sobrancelha em confusão para aquilo.

– Hum... Lily-chan, o que você disse meio que contrasta com o que falou sobre odiar as suas escolas. – Haku apontou.

– Isso porque cada dia depois daquele foi um saco, exceto quando eu e Ruko passávamos tempo juntas. Mas ela acabou sendo transferida pra uma outra escola graças ás notas dela. Depois disso, todas as garotas me olhavam como se eu fosse uma aberração e os garotos não queriam nada comigo. – Lily disse em um tom carrancudo.

Haku podia simpatizar com sua amiga naquilo, sabendo o que era sofrer bullying por causa do jeito que se é. No entanto, ela tinha de admitir que Lily bem que podia ter pegado leve no primeiro dia. Afinal quantas crianças de doze ou treze anos chegavam em casa contando aos seus pais que tinham uma colega bissexual assumida?

Lily-chan nunca foi muito de medir as consequências. Haku pensou.

– Mesmo assim, eu tenho de arranjar uma escola pra Miku. Então a não ser que você tenha alguma sugestão...

– Ah, pra falar a verdade eu tenho. – Lily interrompeu a mulher de cabelos prateados com um sorriso no rosto.

– Você tem? – Haku indagou. – Mas você não disse... ?

– Que a minhas escolas do elemental eram um saco. Nunca disse nada sobre o ginasial. Cê tá me escutando? – Lily apontou. Uma gota escorreu atrás da cabeça de Haku. Lily começou a remexer nos panfletos que estavam na mesa. – Acho que deve ter um panfleto dela por... AQUI!!!

Lily tirou um pequeno anuncio da pilha e o entregou à Haku. A mulher de olhos vermelhos pegou o panfleto e olhou o nome da escola neste:

– Academia Musical Crypton... ?

– Pelo que eu ouvi eles expandiram no último ano pra incluir as séries iniciais. É uma escola como qualquer outra, mas tem um foco maior em promover talentos musicais. – Lily explicou.

– E você freqüentou-a?

Apesar de Lily se proclamar a melhor amiga (e candidata a namorada) de Haku, a verdade era que a loira jamais havia conversado com qualquer um do grupo sobre sua vida escolar. Haku nunca falara em voz alta, porém ela sempre tivera a impressão de que Lily era o tipo de pessoa que provavelmente matava aula e possivelmente abandonara a escola, porém, sendo a pessoa sensível que era, Haku não deixava que isso afetasse seu comportamento ao redor da loira.

Lily confirmou com a cabeça, com uma expressão de orgulho e fechando seus olhos enquanto falava:

– Claro! Ah, isso me lembra, você nunca me viu cantado, não é? – Haku sacudiu a cabeça. – Bem, eu não sou de me gabar, mas muitos já disseram que eu tenho uma voz maravilhosa. Aposto que você também canta bem. – Lily disse, olhando para Haku com um olhar de interesse.

Haku colocou uma mão fechada sobre seu queixo, pensando em quando fora a última vez que ela cantara. Não conseguindo se lembrar, a mãe de primeira viagem deu de ombros e voltou a olhar para o panfleto, considerando este.

No dia seguinte ao seu aniversário, Haku virá Miku recebendo presentes de seus amigos, dentre eles um CD player com músicas famosas da atualidade, dado por Lily. Miku costumava cantar as músicas enquanto ouvia e Haku não podia negar que sua filha tem uma boa voz, apesar de ser apenas a sua opinião.

– Acho que vou visitar essa academia. – Haku , por fim, falou.

– Não se preocupe que você não vai se decepcionar. Afinal... – Lily passou seu braço em volta dos ombros de Haku, sua voz se tornando mais suave e quase sedutora. – Quando foi que eu te deixei na mão?

Haku corou um tom rubro e engoliu em seco...


Academia Musical Crypton era um campus situado no outro lado da cidade; nas áreas urbanas. O local era grande, contendo prédios que abrigavam estudantes do primário e ginasial. O prédio do primário era o mais novo dos dois, batendo com o que Lily dissera sobre a academia ter expandido.

Enquanto andava em direção ao escritório do diretor, Haku olhava para os estudantes indo e vindo, todos com uniforme e alguns carregando os mais variados instrumentos musicais. Parecia que Lily não havia exagerado quando ela falara que a escola incentivava atividades musicais.

Quando ela chegou á porta do escritório do diretor, Haku se apresentou para a secretária, informando que ela tinha marcado um horário no dia anterior. Após verificar o nome da mulher de cabelos prateados, Haku foi liberada e entrou no gabinete.

– Bom dia. Você deve ser a Senhora Yowane, certo? – um homem moreno, usando óculos e com olhos castanhos cumprimentou Haku, apertando a mão desta. – Meu nome é Hiyama Kyoteru, diretor da Academia Musical Crypton. Sente-se.

Haku aceitou o convite e Kyoteru se sentou em seguida. Eles começaram a entrevista com Kyoteru perguntando no que ele poderia ser útil á Haku e a mulher respondendo que ela tinha uma filha pequena que logo iria entrar no primário e estava a procura de uma escola para ela.

– Entendo. Se importa se eu perguntar como você ficou sabendo sobre nós? – Kyoteru perguntou com curiosidade.

– Uma amiga minha estudou aqui no ginasial. O nome dela é Masuda Lily. – Kyoteru pareceu engasgar ao ouvir o nome, seus olhos se arregalando momentaneamente, o que não passou despercebido por Haku. – O senhor a conhece? – Haku perguntou.

– Digamos que eu e ela tínhamos uma... história juntos. Ela é meio difícil de esquecer, mas eu tenho certeza de que você sabe disso por experiência própria. – Haku podia apenas concordar com a cabeça. – De qualquer maneira, não há como negar que ela era talentosa como cantora. O Clube de Música praticamente a idolatrava.

Haku pode apenas erguer uma sobrancelha para aquilo. Ela não tinha idéia de que Lily fora tão popular no colégio. Kyoteru resolveu mudar o assunto e perguntou sobre Miku. Haku respondeu que sua filha gostava de música e até costumava repetir algumas canções que ouvia. Isso pareceu deixar Kyoteru satisfeito, pois ele sorriu e respondeu:

– É assim que a maioria começa. – vendo o olhar curioso de Haku, ele explicou. – Essa academia já recebeu muitos nomes famosos da indústria musical japonesa. Nem todos fizeram sucesso, claro, mas sempre nos apontavam como um marco para o seu início de carreira. A senhora é familiar com os Estúdios Crypton?

– A gravadora? Já ouvi falar.

Haku nunca tivera muito interesse em música, apesar de apreciar uma boa melodia vez e outra. Ela sempre ocupara seu tempo com seus estudos sobre medicina, mas até mesmo ela sabia sobre a gravadora mais bem-sucedida do país.

– São eles quem patrocinam a escola e, frequentemente, um ou outro caça-talentos nos visita a procura de novas vozes com potencial.

Aquilo surpreendeu Haku. Ela notara a semelhança de nomes, mas não dera muita bola para aquilo, pensando que era apenas uma estranha coincidência.

– Gostaria de conhecer as instalações? – Diretor Kyoteru perguntou à mulher de olhos vermelhos, que assentiu com a cabeça.


Após um breve tour pela Academia Crypton, Haku ficou familiar com as instalações, ginásios, salas de música e aula e até mesmo a cantina e os dois auditórios. Ela até mesmo falara com alguns professores e pode observar outros dando aula. O que ela viu e ouviu a satisfez.

Voltando para casa, Haku encontrou Miku e os gêmeos Kagamine brincando na sala. Lily estava conversando com SeeU, que mastigava uma sardinha que Haku havia comprado. A loira notou que Haku estava de volta e perguntou como havia sido a visita.

– Muito interessante. A academia parece boa e a mensalidade até que não é nada mal. Só estou preocupada com a distância. – Haku falou.

– Distância? – Lily indagou.

– É praticamente meia hora de carro daqui para lá. Eu não chegaria a tempo pro trabalho. Talvez isso signifique que eu tenha de já começar a procurar por uma casa.

– Espera. Você vai se mudar?

– Era um dos meus planos quando Miku começasse a estudar, mas estou vendo que é melhor que eu comece a procurar uma casa agora e... – ela parou de falar ao ver a expressão de Lily e SeeU. – Ah, não leve a mal. É que eu...

– Porque você nunca me disse que ia se mudar?! E quanto ao nosso grupo?! E quanto a mim?! – Lily falou com uma expressão de desespero, como se ela estivesse perdendo o amor de sua vida.

– Vocês podem me visitar e...

– Não é a mesma coisa! Como eu vou poder acordar de manhã sabendo que não vou poder encontrá-la?!

Lily começou a balançar seus braços e a fazer poses de uma amante de coração partido. Uma gota escorregou pela testa de Haku. Ela achava que Lily estava exagerando um pouco. Afinal, não era como se ela e Lily tivessem uma relação como aquela. A loira até andava namorando outras pessoas pelo o que a mulher de olhos vermelhos sabia.

– Lily se acalme. Se você está tão preocupada, então porque não procura uma casa pra você também? – aquilo fora dito como uma piada, Haku até mesmo sorrindo. Porém, a resposta e reação de Lily foram contrárias ao que Haku esperava.

– Tem razão!

– Hã?!

– Só que isso significa que eu vou ter de... bem, eles já estavam me pressionando de qualquer maneira... – o relógio de Lily então apitou e ela olhou para este. – Ih, olha a hora! Tenho de correr! Até mais!

Com isso, Lily deixou o apartamento dando um sorriso e abanando para Haku, que pode apenas observar sua amiga saindo, tentando compreender o que acabara de acontecer. SeeU, Miku e os gêmeos apenas observavam a cena. Foi então que Rin falou:

– Haku e Lily-nee-san amoradas?

– Não sei. – Miku disse. – Mamãe, você e a tia Lily vão se casar e morar juntas?

Haku corou um tom rubro ao ouvir aquela pergunta. Para completar, SeeU pareceu se animar com aquilo e perguntou:

– Ei, posso ser a madrinha então, nya?

Algumas vezes, Haku imaginava qual seria seu futuro se Lily continuasse a insistir em uma relação entre elas...


Após pedir um dia de licença do seu trabalho, Haku levou Miku para conhecer sua nova escola. A garotinha de cabelos azuis ficou admirada com o tamanho do campus e (como toda criança) um pouco intimidada quando conheceu alguns dos professores, porém após sua mão tranquilizá-la e dizer que qualquer coisa que Miku precisasse ela poderia falar com os professores e passar o recado a Haku, Miku pareceu ficar um pouco mais calma.

Na noite seguinte, Haku se reuniu com seus amigos no bar de costume e anunciou que iria se mudar e recomeçar a escola de enfermagem de onde ela havia parado. Agora que ela necessitaria de uma casa e considerando como as coisas iam mudar, Haku achava que era hora de retomar seu antigo sonho.

Meiko e Gakupo desejaram boa sorte a sua amiga. Dell também, a sua própria maneira, que basicamente se resumia em dar de ombros. Foi então que Haku olhou em volta e notou que Lily estava ausente. Perguntando pela loira, Meiko a respondeu:

– Não sei. Tentei ligar pra ela toda a semana, mas só dá ocupado. Também não encontrei-a no apartamento dela e nem os gêmeos vieram.

– Que estranho. Acha que ela foi falar com a família ou algo parecido? – Haku perguntou.

– Conhecendo ela, é provável que não. – Dell disse.

– Se bem que ela estava agindo meio estranho nos últimos dias. Sabe sobre alguma coisa Haku? – Meiko perguntou.

Antes que a mulher de olhos vermelhos pudesse responder, Kaito adentrou o bar correndo, sobressaltando o grupo. Ele parou diante da mesa deles, apoiando as mãos nas coxas enquanto recuperava o fôlego. Pelo visto o sorveteiro havia corrido até o bar.

Quando finalmente havia tomado ar o suficiente para falar, Kaito disse:

– Pessoal, vocês tem de ver isso!

Ele tirou uma revista do bolso de seu casaco branco e a colocou na mesa. Era uma revista de música chamada UTAU. Kaito a abriu e rapidamente pulou para a página dezoito, uma seção que mostrava as novas músicas lançadas.

Kaito apontou para um titulo em particular chamado Chloe. Ao lado desta estava uma foto do rosto da cantora. O grupo arregalou os olhos ao ver aquilo.

– HEIN?! – Meiko exclamou

– Essa é quem eu penso que é? – Haku murmurou.

– Lily?! – até mesmo o apático Dell estava surpreso.

Enquanto eles olhavam boquiabertos para a foto de sua amiga a mesma adentrara o bar naquela hora, usando um casaco preto com bordas amarelas e sorrindo, parecendo contente consigo mesma. Ela então os chamou, fazendo todas as atenções se viraram para ela:

– E aí pessoal?! Desculpe pelo atraso, eu tive de... hey. Essa aí é a nova edição da UTAU? – Lily pegou a revista, nem mesmo parecendo notar os olhares que seus amigos estavam lançando á ela. – Olha, eles já publicaram sobre o lançamento da música. Demais!

Ela sorriu de orelha a orelha. Foi então que Lily finalmente pareceu notar as expressões perplexas nos rostos de seus amigos e se virou para ver que todos eles apenas a estavam encarando. Lily apenas perguntou:

– O que foi? Tem alguma coisa no meu rosto?


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