Caliel. escrita por Wana


Capítulo 8
Assédio!


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas!
Como estão?
Dessa vez eu consegui escrever.
O capitulo não saiu lá essas coisas, de novo, mas foi o que deu pra fazer.
Bom vamos lá.



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Assédio

— Você costuma atropelar pessoas e depois oferecer carona? - perguntei brincalhona. Eu não conseguia tirar os olhos do rosto dele, enquanto ele dirigia atentamente. Ele parou o carro em frente à casa de Alice. Droga foi tudo tão rápido!

— Não, isso é exclusivamente para você - falou sorrindo para mim. Eu gargalhei baixinho. — E você costuma ser atropelada muitas vezes? - tentou manter uma conversa antes que eu saísse do carro.

— Não costumava. - falei olhando em seus olhos. — Mas agora parece que a morte está tramando contra mim. - falei tentando ser brincalhona. Ele abaixou os olhos e eu lamentei por ter perdido a vista daquelas duas lagoas.

— Magoou. - ele disse colocando a mão em seu peito. — Sério, me desculpe por aquilo. - ele disse depois de gargalhar um pouco.

— Você estuda há quanto tempo naquele colégio? - Eu queria entender por quanto tempo eu havia desperdiçado a enorme chance de admirar um anjo de perto.

— Sou o que você pode chamar de “novato” - ele disse sorrindo e eu me senti muito melhor.

— Eu já vou indo. - falei abrindo a porta.

— Te vejo na escola segunda. - ele disse antes que eu fechasse a porta.

— Isso é uma promessa?

— Claro. - ele disse e me deu um ultimo sorriso.

Eu fechei a porta do carro e me virei para bater na porta da casa de Alice, ouvi um vidro sendo abaixado.

— Caliel - Nate gritou atrás de mim e eu me virei. — Não durma por pelo menos duas horas certo? Você bateu a cabeça. - ele ordenou como um médico e meu Deus, que médico lindo.

— Claro doutor. - brinquei e ele se foi. Eu poderia gritar um “Awnnnn” por ele ter se preocupado comigo ali mesmo, mas eu estranhamente senti que havia alguém me observando.

Eu olhei para a casa a frente à de Alice, onde uma vizinha muito fofoqueira morava, mas aparentemente ela não estava por ali, olhei para os dois lados da rua, mas não vi nada, além do carro de Nate se distanciando, até que ele desapareceu da minha vista. Não havia nada, nem ao menos pessoas na rua, talvez por conta do horário. Meu estomago roncou, sentia que se ele pudesse falar gritaria bem alto comigo, deveria estar raivoso por eu ainda não ter me alimentado.

 Virei-me e subi a soleira da casa de Alice, já tinha até me esquecido por que estava ali, mas ai eu soltei um espirro alto, automaticamente me lembrei-me do idiota do Lucas e de minha mãe que provavelmente me mataria mais cedo ou mais tarde, eu preferi o mais tarde.

Eu ainda precisava me vingar de Lucas, precisava ideia de uma boa! E não vamos nos esquecer do Vincent boboca e influenciável, eu não queria me vingar dele tanto quanto queria me vingar do Lucas, mas eu precisava manter minhas promessas, eu não podia simplesmente amenizar para um dos dois, teria que ser um castigo para ambos, para que eles aprendessem a não se meter comigo mais.

Gargalhei alto, ainda na porta da frente, eu estava falando como uma chefona do crime.

Balancei a cabeça ainda gargalhando e toquei a campainha. Enquanto esperava, olhei para a janela de vidro da sala e vi um par de olhos de avelã me analisando. AHÁ! Agora eu já sabia quem era a bisbilhoteira. Alice sempre fofoqueira.

— Veio me visitar? - Lucas falou sarcasticamente. Veja só, eu nem havia falado nada e ele já estava me tratando mal!

— Não... mesmo. - falei contendo um espirro, mas assim que eu terminei a frase não aguentei. —Alice está? - eu falei enrugando o nariz contendo outro espirro.

Lucas gargalhou alto. — Não, ela não está. - falou ainda impedindo minha passagem. Epa! Se os olhos de avelã não eram de Alice... Eram do cretino!

— O que você... - comecei a falar com voz raivosa, mas fui interrompida.

— Quem é na porta Lucas? - Tia Vivian apareceu atrás de Lucas. — Oh querida, como vai? - ela disse abrindo os braços me esperando para um abraço, mas Lucas ainda estava escorado na porta de modo que eu não podia passar. — A deixe passar garoto. - Ele disse brava fazendo uma carranca para o filho e eu sorri provando-o. Ele abriu caminho para que passasse e eu abracei tia Vivian.

Eu gostava muito da mãe de Alice, ela ere meio avoada, como a filha, com uma mania de viver fazendo festa e sempre arrumada como se alguém importante fosse chegar a qualquer momento, talvez tenha sido dai que Alice pegou seu modo impecável de se vestir. Vivian parecia gostar de mim tanto quanto eu gostava dela.

— Alice não está, mas espere-a ai que ela já está chegando. - Ela me disse amavelmente. — Eu preciso sair agora. - ela beijou minha testa e tentou dar um beijo na bochecha de Lucas, que se esquivava de todas as formas, mas ela o pegou em cheio marcando sua bochecha com batom vermelho. Ele resmungou alguma coisa e ela lançou um olhar ameaçador em sua direção, enquanto ele passava a mão na bochecha para tirar a marca do batom. — Não maltrate essa garota ouviu Lucas? - ela falou intimidadoramente e eu ri baixinho. — Se ele fizer algo de ruim com você me avise querida. - falou amavelmente para mim.

— Sim senhora. - falei tentando conter o riso.

— Estamos conversados mocinho. - ela falou séria para Lucas e saiu fechando a porta atrás de si.

Eu me joguei em um dos sofás da sala sem vergonha nenhuma e comecei a gargalhar alto.

— Que intimidade é essa na minha casa? - ele falou me encarando jogada ali confortavelmente.

— Meu querido, eu já passei mais horas do que você nessa casa. - falei entre uma gargalhada e espirrei alto. — Você não teria um remédio para alergia ai, teria? - falei irritada.

— Fique calada. - ele disse sem responder minha pergunta e se jogou em outro sofá e fechando  os olhos.

— Ora seu idiota, não me mande ficar calada, cale a boca você! - falei carrancuda.

— Vem calar. -ele disse sorrindo maliciosamente para mim.

— Rá! Eu não caio nessa. -falei gargalhando. — Acha mesmo que eu vou te calar com um beijo? - falei rindo com vontade.

— Sendo assim... - ele se levantou do sofá rapidamente. — Eu te calo então. - começou a avançar em minha direção com um sorriso zombeteiro no rosto. Eu arregalei os olhos sem saber o que fazer. Eu seria vitima de assédio ali na casa da minha melhor amiga?

—Oh e agora quem poderá me defender? - resmunguei baixinho. Olhei para todos os cantos da casa com esperança. — Ok, não deu certo. Chapolin deve estar de férias. - falei pensativa e enquanto o maníaco do Lucas ainda se aproximava de mim. — Nem pense nisso, vou contar isso para sua mãe. - falei e ri de como aquilo pareceu uma frase de criança. Peguei o controle da Televisão e apontei para ele quando ele colocou os joelhos em cima do sofá e veio ao meu encontro. — Eu tenho um controle e sei muito bem usa-lo. - ameacei tentando fazer a minha melhor voz sombria, mas ele continuou avançando assim mesmo. — Eu não gosto de clichês! - eu gritei com raiva. Isso o fez parar e me olhar curioso.

— E o quê isso tem haver? - ele falou sorrindo e deu mais um passo a frente.

— Só estou avisando, porque isso significa que se você me beijar eu não vou ficar embasbacada como em filmes clichês. - falei autoritária — Na verdade, se você ousar tocar seus lábios imundos... - e sedutores. Ora Caliel você está louca? Pare de acrescentar coisas mentalmente. —... Eu vou quebrar sua cara. - fiz uma carranca para ele

— Vamos ver se você é imune então. - ele disse andando mais rápido e foi de joelhos se aproximando de mim. Encolhi-me em um cantinho, segurando o controle na mão tentando intimida-lo. Ora, eu estava sofrendo assédio! Cadê todo o povo daquela casa nesse momento?

Ele veio andando mais e mais para perto, até que ele já estava com a cabeça bem próxima a minha. Eu tinha que fazer algo, não podia cometer mais um deslize. Já disse alguém muito muito velho “ Cometer um erro uma vez é humano, duas vezes já é burrice.”

—Bem, eu avisei você. - falei e comecei a bater com toda minha força com o controle em sua cabeça.

— AI! - ele gemeu rindo e continuou a se aproximar de mim. Como ele podia rir da dor?  Isso pedia medidas drásticas...

Querido Deus, me perdoe pelo que vou fazer agora, só estou tentando proteger minha pureza e inocência que o filho do capeta quer pegar. - fiz uma oração mentalmente bem rápida. Ok, talvez eu tenha exagerado um pouco.

Eu gargalhei alto. Não estava acreditando que iria fazer isso. Fechei os olhos e levantei minha perna direita com toda minha forma, que resultou em um chute lá... Isso, bem ai onde você está pensando. Eu sei, foi golpe baixo, mas o que queriam que eu fizesse? Esperasse ele me atacar? Não, obrigada, mas não. Perdão ai Deus.

Ele caiu de costas no chão, se encolhendo em posição fetal, talvez eu tenha exagerado um pouquinho na intensidade do chute.

— Ops! - falei colocando a mão na boca em um falso arrependimento. Lucas gemia e rolava de um lado para o outro no chão. — Me desculpe por isso Lulu.  - provoquei com um sorriso vitorioso. — Perna mal! Perna muito mal! - fiz uma voz brava e fingi castigar minha perna com tapinhas. — Tsc, Tsc, Tsc... Eu e essa minha perna rebelde, não  sei o que fazer com ela, ela tem vida própria agora! - lamentei teatralmente. — Bom, eu acho melhor deixar você se recuperar, vou esperar Alice no quarto. - falei subindo as escadas e o deixando se contorcendo de dor no chão da sala. Entrei no quarto de Alice e tranquei a porta, só no caso de ele querer se vingar. Joguei-me na confortável cama de casa dela e peguei um dos livros que estava no criado mudo. “Como conquistar o amor da sua vida em 20 passos” era o nome do livro. Gargalhei alto, que tosco aquele livro! Bem cara de Alice aquilo. Joguei o livro para o lado.

O rosto de Nate não saia da minha cabeça. O cara era simplesmente perfeito! O que mais me intrigou foi o fato de ele saber meu nome quando, segundo Lucas, sou a senhorita-invisível daquele colégio. Era tão perfeito e estimulante imaginar que ele havia se apaixonado por mim desde o primeiro dia que me viu, como amor a primeira vista, como o imprinting que aqueles cachorros do crepúsculo tinham. Seria perfeito... Se fosse possível acontecer. Volte para terra Caliel, aqui as coisas são diferentes e ele possivelmente descobriu meu nome quando lhe contaram algum fato constrangedor sobre mim, como da vez que eu rolei escada a baixo, ou quando eu caí com o rosto bem em cima de uma torta no refeitório ou quando... Ah esquece, são muitos micos para contar.

— Caliel, você pode me deixar entrar no meu quarto. - ouvi Alice falar de um jeito brincalhão do lado de fora do quarto, bem perto da porta.

— Ah certo. - falei me levantando da cama e correndo para abrir a porta. — Prontinho. - falei e ela jogou um monte de sacolas para que eu segurasse. Eu não conseguia a enxergar por culpa daquele tanto de sacolas em meus braços. — Você não estava doente? - a questionei jogando as sacolas em cima da cama dela.

— Ah, só um jeito de me livrar do colégio. Eu precisava fazer compras e de manhã é o melhor horário. - deu de ombros como se aquilo fosse o melhor de todos os motivos.

— Que deprimente Alice! - a repreendi de brincadeira. — E sua mãe?

— Disse pra ela que iria a um hospital. - deu de ombros de novo.

— Que pessoa cruel.  - falei e dei um longo espirro.

— Alergia?

— Não, meu nariz está tentando lhe dar oi. - falei irônica.

— O que aconteceu? - ela ignorou minha resposta mal educada.

— Longa história... -falei revirando os olhos.

— Então vamos descer e você me conta enquanto estivermos comendo uma deliciosa lasanha. - ela falou me puxando escada a baixo e só de ouvir a palavra comer meu estomago reagiu.

Descemos as escadas e Lucas já estava, aparentemente, recuperado do incidentei de mais cedo. Ele estava sentado no sofá com os olhos vidrados na TV ligada vendo algum filme sangrento.

Quando ele ouviu nossos passos escada a baixo, virou sua cabeça em nossa direção para me encarrar, me lançou um olhar mortal e virou-a novamente para a televisão.

Eu agradeci quando Alice me deu um prato de lasanha quentinha e deliciosa junto com um remédio para alergia que sua mãe tinha ali. Nós comemos lentamente, enquanto contava-lhe tudo o que tinha acontecido no colégio e porque estava evitando ir para casa, pulando a parte vergonhosa do deslize claro, ela assentia e ria com tudo que eu dizia e em como eu descrevia a cara da professora de química quando viu nosso “projeto”.

Lucas entrou na cozinha quando nós estávamos lavando nossas louças e limpando a bagunça que fizemos, ela passou ao meu lado, sem nenhuma palavra, abriu um armário e pegou um pacote de batatinhas e saiu sem olhar na minha cara. Eu ri baixinho, parecia que eu tinha descoberto como fazê-lo ficar sem falar comigo então. Ótimo, eu poderia usar isso para tira-lo do meu pé.

—Parem os dois! - Alice gritou quando Lucas saia pela porta da cozinha e eu ia em direção a pia lavar uns pratos Eu e Lucas empacamos em nosso lugar no mesmo instante. . Eu conhecia aquele tom de voz e sabia que ela estava achando algo muito errado ali. — Agora virem-se. -falou autoritária e nós nos viramos automaticamente, como dois adolescentes que foram pegos por seus pais enquanto tentavam fugir para uma festa. Alice sabia que havia algo de ali e eu sabia que ela só descansaria quando soubesse de tudo.

 A questão é: Eu queria contar tudo?


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Notas finais do capítulo

E ai?
Mandem um review para mim coisas fofas.
Se não estiverem gostando de algo me avisem que eu melhoro ok?
E me avisem caso ocorra erros ortográficos!
Beijos



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