Caliel. escrita por Wana


Capítulo 7
Sendo atropelada, de novo.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, eu demorei para postar né?
Parte da culpa é da Queen( se você estiver lendo isso, se sinta culpada dona Queen) porque ela me fez viciar na fic dela e eu não consigo parar de ler.
A culpa também é da preguiça e da criatividade que está passeando.
Ok, vamos ao capitulo.



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Nós nos separamos ofegantes, ele sorrindo um sorriso torto, enquanto tentava fazer sua respiração voltar ao normal e eu fitando a parede, por cima do seu ombro, completamente atordoada.

— Isso foi... - BUM! Eu acertei-lhe um soco certeiro antes que ele concluísse sua frase. - Wow! Você tem mesmo que me dar socos frequentemente? - ele falou fazendo uma careta meio de dor e meio de revolta.

— Eu disse que você não deveria fazer isso. – falei revoltada.

Isso o que? - ele imitou meu tom de voz contrariada.

Isso! - eu disse fazendo gestos com a mão para tentar explicar.

— Você pareceu gostar disso. – ele falou com uma risada.

— Eu definitivamente não gostei disso. - falei carrancuda.

— O exatamente é isso? - uma terceira voz falou e ambos olhamos para cima.

Era Vincent, nos observando ali, sentados no chão discutindo. Ele estava com uma bermuda cinza e uma camisa de flanela xadrez, com o cabelo no mesmo penteado “bagunçado” de sempre, com uma sobrancelha arqueada e uma expressão brincalhona no rosto. Eu fui tomada por uma alegria engraçada e estranha. Estava claro que Vincent era o motivo e que eu estava me afeiçoando por ela cada vez mais.

Isso é o fato... - Luke começou.

—... De que eu acabei de socar seu amiguinho pela segunda vez ao dia. - eu completei rapidamente, não queria que Vince soubesse sobre meu vergonhoso deslize. Eu me levantei para dar um abraço em Vince e senti seu perfume que me deixou um pouco zonza.

— Gosta de brincar com o perigo foguinho? - ele disse brincalhão.

— Não é como se essa coisa fosse um criminoso perigoso não é? - eu falei rindo.

— Falando em perigo... - ele fingiu tentar se lembrar de algo — Quando você vai dar uma volta de moto comigo? Sabe mudar suas concepções sobre velocidade. - ele disse sorrindo largamente.

— Isso é convite para um encontro? - eu disse brincalhona.

— Se você quiser que seja... - ele falou relaxado.

— Eu vou pensar no seu caso. - falei gargalhado.

— Vocês poderiam parar de flertar como se eu não estivesse aqui? - Lucas falou carrancudo.

— Com ciúmes Lulu? - provoquei.

— Claro! Você não sabe que eu e o Vincent sempre tivemos um relacionamento as escondidas? - ele disse sarcástico.

Eu coloquei minha mão no queixo, fingindo pensar em algo. — Na verdade, eu sempre te achei meio gay sabe? - disse olhando para ele e fingindo analisa-lo. — Mas você Vincent? Acho que estou um pouco decepcionada! - disse com um falso desapontamento. — Só porque eu tinha planos para você... - falei baixinho e Lucas me fuzilou com os olhos quando eu insinuei que ele fosse gay.

— Cara, acho melhor você parar de falar coisas desse tipo, sabe-se lá o que as garotas podem entender... - Vince se fez de ofendido e começou a rir. De repente eu consegui identificar parte da felicidade que eu tinha quando Vincent aparecia. Ele me fazia sentir o mesmo que Alice! É claro que era mais fácil compreender assim, sem que ela estivesse por perto. Eu havia pulado minha dose de Alice diária então pude entender a sensação de alívio quando Vincent chegou. Ele tinha algo de Alice em si, algo como uma versão masculina da minha melhor amiga, minha melhor amiga com músculos e um p... Vocês entenderam! Ele tinha o mesmo dom de me passar tranquilidade com um sorriso, de me deixar animada, uma amizade fácil.

— E então cara, o que você veio fazer por aqui? - Lucas perguntou para Vince me tirando de meus devaneios.

— Só trazendo uns papéis para a transferência. - ele deu de ombros.

— Sério? - eu falei animada e me levantei para abraça-lo. Eu estava animada com o fato de que Vince poderia ser um bom amigo! Ele seria minha Alice com p... Enfim, seria extremamente legal tê-lo na mesma escola. Então seriam duas doses de felicidade e uma da estupidez de Lucas, eu sairia ganhando, no final.

— As garotas não reagiam assim na minha outra escola, acho que vou gostar de estudar aqui. - ele disse brincalhão.

— Não seja convencido bad boy. - eu disse rindo.

— Não são todas as garotas, é apenas Caliel! - Lucas se intrometeu.

— O que você quis dizer com apenas Caliel? - imitei seu tom de voz no final pronta para começar uma bela discussão.

— Então, eu vou indo. - Vince beijou meu rosto.

— Passa lá em casa hoje. - Lucas disse quando e ele assentiu.

— Hm... Safadenhos. - eu falei maliciosa, tentando conter o riso. Os dois me encararam e cai na risada. — Brincadeira crianças. - falei e dei tapinhas com uma mão no ombro de Vince e a ou no de Lucas, como se estivesse os confortando e virei de costas para eles para ir embora. — Ou não! - conclui minha frase e comecei a andar. Senti duas mãos me carregarem cada uma de um lado dos meus braços e tirarem meus pés do chão.

— Hey! Soltem-me! - falei balançando os pés tentando me soltar. Eles gargalharam alto e continuaram andando. — Me soltem gays idiotas. - eu falei brava e eles trocaram um olhar cheio de significado. — Ops! -falei quando ambos sorriram maliciosamente. — Vocês poderiam esquecer sabe? - falei quando eles me carregaram e me colocaram em um dos armários que ficavam no corredor e trancaram a porta. — Ei me tirem daqui! - eu gritei e eles gargalharam. Eu senti uma vassoura me cutucando e depois um forte cheiro de desinfetante e detergente. — Eu sou alérgica a sabão. - gritei quando percebi que eles haviam me trancado com o material de limpeza. Ouvi-os gargalharem alto. — Vocês vão me pagar muito cara por isso. - gritei. — Seus filhos da...

—Você só está piorando as coisas Calizinha. - Lucas falou cantando.

— Vou piorar essa sua cara de bocó. - rosnei. — Mas posso esperar por isso. - ri sem humor.

Eles gargalharam alto. Eu espirrei alto. Droga, esteva começando minha droga de alergia.

— Vocês que pediram! -falei e peguei um martelo que esta bem em baixo de minha mão. Atchin! Mais um espirro, meu nariz ardeu quando o cheiro de água sanitária se intensificou. Senti algo molhando meus pés e o horrível cheiro impregnou aquela caixa de fósforos, vulgarmente chamada de armário. Tentei levantar meus braços e acomoda-los de um jeito que conseguisse sentir firmeza e comecei a bater o martelo sobre o armário de ferro. Um barulho infernal se concentrou na caixinha de fósforos e eu tentei ignorar o calafrio que barulho do martelo batendo em ferro me dava.

— Você está louca? - ouvi Lucas gritar, mas o ignorei e continuei com o barulho insuportável.

Lucas destrancou a porta rápido demais e eu não pude evitar o golpe do martelo que já tinha sido lançado. O martelo bateu na porta de ferro que foi com toda a força bater na cara de Lucas e então lá estava ele, jogado no chão com a mão na testa. Eu sai tranquilamente do armário e passei por cima de seu corpo estirado no chão com muita leveza.

— Meu Deus, você é uma maníaca! - ele disse massageando a testa. — Não faz nem uma semana que estou aqui e você já jogou uma lata na minha cabeça, me deu dois socos e bateu uma porta na minha cara! Eu acho que vou prestar queixa. - ele disse carrancudo enquanto se levantava.

— Cadê o Vince? - falei olhando para os lados. — Preciso dar uma liçãozinha naquele idiota! - falei rodando o martelo nas mãos.

— Largue isso! Tudo se torna uma arma mortal em suas mãos. - ele disse e arrancou o martelo das minhas mãos. — Vincent foi embora. -ele deu de ombros.

— Atchin! - eu espirei. — Você me paga por isso Lieske! - eu falei amaçando meu nariz na tentativa de acalma-lo. Lucas riu alto.

— Eu não sabia disso. - ele levantou a mãos se rendendo.

— Mesmo assim... Atchin! ... Você vai me pagar! - eu disse indo embora.

Eu queria ir para casa, queria mesmo! Estava com o nariz irritado, precisava de um antialérgico, estava com sono e com fome. No entanto, minha mãe há essas horas já teria recebido um telefonema de uma diretora muito brava. Oh certo, morrer de alergia ou morrer de esganada? Oh, acho que por enquanto prefiro a primeira opção.

Agora eu só precisava de um lugar para ir... Um lugar tipo... A casa de Alice, claro.

Abri minha mochila atrás de algum dinheiro para ir de táxi, mas eu tinha esquecido meu dinheiro em algum lugar... Pernas para que te quero, então.

Coloquei os fones de ouvido e passei a andar.

O sol estava escondido em algum lugar e estava um tanto frio, eu observava as casinhas por onde passava. As casas todas tinham praticamente o mesmo padrão. Todas eram de dois andares, pintadas com cores suaves, com um lindo jardim na frente, janelas nos andares de cima.

Coloquei as mãos nos bolsos do meu casaco quando o frio tornou-se um tanto incomodo. Apressei o passo, frio e alergia definitivamente não era uma boa combinação.

Atravessei a rua para dobrar na esquina que levava para a casa de Alice e tirei meu celular do bolso para trocar a música que tocava, mas como eu sou uma completa desastrada ele de alguma forma encontrou o chão, se desmontando em vários pedaços. Abaixe-me no chão para pega-lo, o fone havia saído dos meus ouvidos.

— Ora sua idiota, viu o que fez?. - eu resmungava comigo mesmo tentando montar o celular novamente no meio da rua.

A partir daí, as coisas não aconteceram em câmera lenta como todos os filmes insistem em dizer, foi tudo rápido demais; no entanto meu cérebro pareceu trabalhar mais rápido para registrar tudo.

Eu me levantei quando finalmente arrumei o celular suicida que havia sentido vontade de abraçar o chão e assim que fiquei ereta o som de buzina ecoou pelo espaço, um som desesperado como se a pessoa dentro do carro tivesse sido pega de surpresa. Eu olhei atordoada para um lado da rua e não consegui ver nada, então meu rosto instintivamente se virou para o lado oposto e eu vi um carro vindo em minha direção a poucos metros de mim.

Uma sensação de deja vu percorreu por minha mente, eu estava sendo quase atropelada novamente, enquanto ia para a casa de Alice.

O carro tentou frear, no entanto ele não conseguiu fazer isso até que me acertasse.

Eu caí, batendo forte com a cabeça no chão, o impacto com o carro não havia sido forte, mas havia sido o bastante para me derrubar.

Ouvi uma porta ser batida com força e então o rosto apareceu em minha visão. Um anjo me encarava assustado, seus cachos loiros balançando, seus olhos azuis apreensivos, sua bochecha corada. A questão era: Por que um anjo havia me atropelado? Eu não conseguia imaginar o que poderia ter feito de tão horrível para que Deus tomasse medidas tão exageradas... E dolorosas, conclui quando senti minha cabeça latejar.

O anjo se abaixou sobre os calcanhares e começou a me chamar.

— Caliel, você está bem? - ele me perguntava, mas eu não queria responder, meu nariz ainda me incomodava e aquele chão frio me fazia sentir vontade de dormir. — Oh não, por favor, não feche os olhos. -ele gritou desesperado afundando as mãos nos cabelos. Será que ele não poderia parar de gritar um pouquinho para que eu dormisse? Eu estava realmente com sono.

— Você pode parar de gritar, por favor? - eu disse irritada. Como um anjo poderia não perceber que alguém ali queria dormir? Eu iria me queixar com o superior dele essa noite.

— Você quebrou algum osso? - ele falou e começou a me ajudar a levantar. OK, então vamos deixar a soneca para depois.

— Não, quer dizer, minha cabeça dói um pouco, mas minha mãe sempre diz que sou cabeça dura. - falei massageando o lugar batido, eu ganharia um belo galo ali.

— E-Eu não vi você ali, me perdoe. - ele falou me ajudando a sentar em uma calçada.

— Tudo bem. -falei. Eu não era nem louca de brigar com um anjo.

— Você estava indo para algum lugar? - ele disse angustiado. — Eu posso levar você lá. -ele emendou rápido.

— Eu não conheço você? - falei cerrando os olhos como se aquilo pudesse me ajudar a pensar, minha cabeça estava latejando agora. — Você chamou meu nome! Eu sei que conheço você... Só preciso lembrar-me de onde. - falei eufórica.

— Caliel nós nunca nos falamos, mas eu estudo na mesma escola que você se isso lhe ajuda a ficar calma. - ele disse sorridente e meu coração se transformou em manteiga.

— Ah certo. - sorri envergonhada. Como era possível que meu cérebro não tivesse guardado a imagem daquele anjo?

— Você não quer que eu te leve em um hospital? - ele disse se levantando e eu me apoiei em suas mãos para ficar de pé. Meu mundo girou um pouco e eu não sabia se era por causa do acidente ou pela textura macia de sua pele.

— Eu... Não, eu não quero ir a um hospital. - falei tentando formular uma frase coerente. — Mas... Você poderia me levar para a casa da minha amiga Alice. - falei ainda com a mão sobre a sua.

—A maluquinha que anda com você? - ele disse sorrindo amavelmente.

— Por que todos a descrevem como maluca? - falei pensativa. — Ah certo, porque ela é maluca. - conclui e ele gargalhou.

— Tem certeza que não quer ir a um hospital? -ele insistiu.

— Tenho. - falei. — E você ainda tem que me explicar porque sabe coisas sobre mim. Aliás, qual o seu nome mesmo?

— Nate. - ele disse e sorriu constrangido.

— Nate de Nathaniel? - perguntei.

— Sim. Tem certeza que vai aceitar carona de um estranho?

— Bem... EU gosto de perigo Nate. - disse e entrei no carro e antes que fechasse a porta o ouvi gargalhando harmoniosamente.






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Notas finais do capítulo

Eu escrevi esse capitulo por dias, escrevendo e reescrevendo e ainda assim acabou saindo chatinho :S
Eu sei é tenso.
Quem gostou do Nate? Ele vai ser um personagem bastante importante na história, pelo menos essa é minha idéia até agora.
Qualquer erro ortográfico me avisem ok?
Deixem suas opiniões para que eu saiba o que vocês gostam e esperam da fic :)
Até mais prometo não demorar para postar outro e prometo ainda mais trazer algo que preste haha
Adios.