Things Ill Never Say escrita por Lady Dark Moon


Capítulo 14
Cap. 14 - Estou atrapalhando alguma coisa?


Notas iniciais do capítulo

Aqui as coisas começam a tomar um rumo diferente...
Enjoy it!
E não esqueçam do review
^^
PS: a carta citada faz referência ao bilhete de David para Amy, no final do capítulo 11 (aquele que ela encontra embaixo do travesseiro).



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[AMY’S POV]

O clima estava um pouco tenso no chalé depois das brigas, mas decidimos ficar ali até o domingo pois tudo iria melhorar, e por incrível que pareça melhorou. Já era quinta-feira e nem parecia, nos divertimos tanto que o tempo havia passado muito rápido. Eu e Roxy ficamos rindo muito após o episódio da briga dela com a Lachelle, pois bem que a Lachelle mereceu. E o diário da Avril? Bem, ele estava bem guardado. Primeiro: porque eu tinha quase certeza de que Avril não era mais virgem depois do que eu tinha visto no quarto do David, tá certo que ela não estava nos finalmentes, mas tava quase. Segundo: Eu preferi esperar um pouco para ver o que estava escrito nele, para ter certeza absoluta... Acho que ainda não era hora. Eu já estava me dando bem com a Avril, pois ela me explicou bem o que aconteceu... Que foi tudo culpa do David... Já o David, veio falar comigo depois do bilhete que ele deixou em meu travesseiro, uma conversa amistosa e que acabou da forma que nós dois mais temíamos.

[Flashback On]

Vi David parado na porta de meu quarto me olhando com uma cara de “Posso entrar?”, eu parei estática. “Podemos conversar?” ele sussurrou tão baixo que se eu não visse seus lábios mexendo-se não teria percebido que ele havia falado. A minha maior vontade era mandá-lo sair dali, dizer que ele não tinha o direito de vir falar comigo depois do que aconteceu sexta, mas eu apenas o fiz sinal de positivo com a cabeça e fechei a porta logo após ele passar por ela. Sentei-me ao seu lado na cama e ambos ficamos em silêncio por longos minutos sem nem ao menos nos mexermos. Queria tanto abraçá-lo e beijá-lo, vontades bem contrárias das sentidas anteriormente, sentia meu coração bater descompassado por causa de sua presença, mas meu corpo não reagia a nenhuma de minhas vontades, o que eu agradecia pois se fizesse isso seria sinal de que eu o perdoava (ou não, dependendo de qual das vontades eu atendesse) e isso eu não estava disposta a fazer tão cedo.

- Você leu?

Eu disse que sim só mexendo a boca, sem sair som nenhum, o que não era a minha intenção, mas foi o que aconteceu. Ele continuou olhando-me com olhos curiosos esperando que eu dissesse algo sobre a sua carta, mas eu não queria falar nada. Eu sabia que minha voz iria me trair quando eu falasse. Eu estava a ponto de explodir, mas não de raiva, mas explodir em lágrimas.

- É melhor eu ir.

- Não David. Espera. – disse por final fazendo voltar-se de frente para mim novamente

- Eu li a sua carta e ela é realmente linda – comecei a despejar dezenas de palavras sem ao menos pensar no que estava dizendo – eu entendo que você lembra do que passamos, que você adorava passar o tempo comigo, é muito lindo tudo aquilo que você escreveu, mas na prática parece ser diferente. Eu estava realmente disposta a conversar contigo para resolvermos a situação, pois eu sei e tu também sabe, que aquilo que aconteceu na minha casa no Brasil com o Seb foi apenas um mal entendido. Depois daquilo, nunca mais tivemos a real chance de conversarmos, pois tu se negava a falar comigo, nem ao menos me olhava. Cortava-me muito o coração e me machucou mais ainda quando vi que... – eu hesitei um pouco nesta parte – Bem, tu sabe o que eu vi. Foi como se eu não fosse nada e que todo meu tempo contigo foi perdido. Foi como se apenas eu me dedicasse a ti o tempo todo e tu não esperava a hora de terminar comigo para cair nos braços de outra. – disse em meio as lágrimas – Já não demos certo uma vez, nos separamos, ironicamente nesse meio tempo tu namorou com a Avril. Voltamos e quando terminamos, tu volta novamente para os braços dela? Tu quer que eu pense o que? A gente nunca vai dar certo.

- Tudo que acontece uma vez, pode acontecer uma segunda vez.

- Desculpa David, mas eu acho que com nós não. Não terá segunda, não terá terceira. É o fim! Sempre que a gente tenta se acertar, parece que o plano é mudado.

- Eu não quero deixar tudo isso pra trás e ter que esquecer tudo que passamos Amy.

- Não precisa esquecer, apenas faça dos nossos momentos uma lembrança. A partir de agora vai ter que ser assim. Vai ser melhor pra gente, eu tenho certeza que tu vai ficar bem.

- E como a gente fica nessa? E como fica tudo que nós fomos juntos?
  - Vai ficar pra trás.

- E como fica a confiança? Voce sabe que eu nunca quis te machucar... – ele disse pegando minhas mãos - O que eu devo fazer? – ele insistiu

- Você? Eu não sei... Desculpa David, mas eu não consigo mais. Não vai mais ser a mesma coisa. Foi você que sempre disse que confiança é igual a cristal... Então...

Ele soltou minhas mãos e baixou a cabeça sabendo que não havia mais o que argumentar. Eu amava muito ele, mas não estava preparada para sofrer mais. Sei que ele devia estar tão mal quanto eu, pois foram muitos anos que estivemos juntos... Nossa adolescência, o início da nossa vida adulta... Ai David... Vai ser difícil, mas eu vou conseguir te esquecer!

[Flashback Off]

Depois desse dia as coisas melhoraram. Passamos a nos falar, civilizadamente, ou seja, apenas quando necessário.

Estávamos todos sentados na sala tomando chocolate quente para nos esquentarmos, pela janela podia ver a neve caindo e uma grande camada cobria o que restava de grama do lado de fora. Como eu disse, estava tudo bem... Mas hoje foi o dia que tudo de repente ficou melhor ainda... Em partes.
   - Jeff, aqui nesse chalé tem linha telefônica? – Pierre disse quebrando o silêncio
  – Não! A gente usa o telefone por telepatia!
  – Ah, é. Nem me dei conta. – ele riu corando suas bochechas - Amy?
  – Fala, Pieh!
  – Me empresta teu notebook? Eu tenho que atualiza o meu Facebook.
  – Sem problemas. Só um minuto. - Fui buscar o notebook, entreguei para o Pierre e fui conversar com Seb que estava sentado sozinho no sofá. – Oi, Seb! Tá tudo bem contigo?
  – Sim, por que pergunta? – ele perguntou sobressaltando-se um pouco assustado quando falei com ele
 – Te assustei? – ele afirmou com a cabeça, eu sorri – Bem, é que sei lá, tu tá tão quietinho... Aconteceu alguma coisa? Conta pra mim...
 – Sei lá. Só estou um pouco entediado, é que eu não estou acostumado a ficar em um lugar tão isolado como esse aqui.
 Fiquei olhando curiosa para Sebastien, ele sempre me pareceu ser tão calmo, e olha que conheço a ele há muito tempo, eu nunca imaginei que ele se entediaria em um lugar tão lindo como esse. Sebastien não estava bem... Ele só não queria me contar, mas com certeza eu descobriria o que estava deixando ele assim.

– Já sei. Que tal se a gente for lá fora dar uma volta? Pode ser que tu melhore um pouco. – disse levantando-me e estendendo-lhe a mão.
 – Ah não tô com preguiça...
 – Nada de preguiça! Vamos lá!
 Peguei Sebastien pela mão e o arrastei para fora do chalé. Havia saído sol, com todo aquele frio, mas mesmo assim pequenos flocos de neve continuavam a cair, desta vez sobre nós. Sentamos sob uma árvore no jardim e ficamos observando a natureza que estava ao nosso redor. Sentei mais perto de Sebastien e me acomodei em seus braços para me aquecer. Sentia um calor gostoso e aconchegante enquanto estava ali, um lugar onde por mim eu permaneceria eternamente, foi quando ele tocou num assunto que me despertou de meu devaneio.
 – Amy, por acaso tu ainda gosta do David?
 – Por que tá perguntando isso, Seb – disse olhando em seus olhos enquanto me afastava dele
 – Não sei. Depois do que ele te fez... – ele hesitou - Mudou alguma coisa?
 – Ah, mudar, mudou. Eu confiava nele e ele jogou tudo isso fora... sei lá, não é mais a mesma coisa. – preferi não dizer para ele que havíamos conversado. Eu já estava melhor e não queria ficar relembrando tais momentos.
 – Sei...
 – Mas eu não vou negar que ainda sinto alguma coisa por ele. – eu continuei - Sentir, eu sinto... Mas acho que por enquanto é mais carinho do que amor... Mas por que tu quer saber?

– Sei lá. Acho que depois do que aconteceu tu poderia dar chance para outras pessoas que realmente gostam de ti e que te dêem valor.
 – Como quem? – disse estreitando os olhos olhando-o curiosa
 – Ah, eu não sei quem gosta de ti. Eu não sou vidente.
 – Sabe sim, senão tu não teria perguntado, nem teria ficado vermelho como tu tá ficando agora.
 – Ahn – ele resmungou passando as mãos nas bochechas -  Estão vermelhas por causa do frio.
 – Humpf, sei...
 – Tá insinuando que eu gosto de ti, Amy?
 - Não estou insinuando nada Sebastien Lefebvre, apenas te digo uma coisa...

- O que Srta. Amy?

– Prá um bom entendedor, meia palavra basta!
 Ficamos alguns minutos em silêncio nos olhando, até que não agüentamos e começamos a rir. Eu havia dito aquilo de brincadeira, pois sei que Seb como meu melhor amigo jamais pensaria em mim dessa forma. Ele me respeitava muito e era completamente normal ele me fazer esse tipo de pergunta e dar esse tipo de conselho, pois sei que ele se preocupava verdadeiramente comigo.
 – Vamos dar uma volta?
 – Sim, mas onde? – perguntei
 – Já sei!

– Aiiiiiii, que você tá fazendo? – gritei quando ele de repente me pegou no colo e saiu correndo.
 – Vou te levar pra dar uma volta!

Comecei a rir sem parar. E pensar que eu havia trazido Sebastien aqui para fora para diverti-lo e os papéis haviam de invertido. Ele ficou dando voltas pelo jardim comigo nos braços até que se cansou e me largou na neve. Deitamos lado a lado, eu observava seu peito subir e descer por causa do cansaço de tanto correr. Fechei os olhos para sentir o sol fraco que batia em meu rosto, foi quando senti a mão de Sebastien acariciando meu rosto. Afastei-me por reflexo e o olhei sem graça.

- Desculpa – eu disse sem graça - eu me assustei.

– Você está linda. – ele disse me olhando seriamente
 - Não fala assim que tu me deixa envergonhada. Sabe que...

Não consegui terminar a frase. Fui interrompida pelos lábios de Sebastien que se uniam aos meus. Mesmo pega de surpresa, retribui o beijo. Um beijo gostoso, delicado... Não pensava em mais nada além de seus lábios. De repente escuto passos vindo em nossa direção e o afastei rapidamente, me dando conta do que estávamos fazendo. O que era aquilo? Seb era meu melhor amigo, eu não deveria beijá-lo. Abri os olhos para ver que estava ali e vi que era Chuck, hesitando um pouco enquanto caminhava em nossa direção.  

– Ãhn... Tô atrapalhando alguma coisa? – ele disse sem graça
 Eu e Sebastien nos olhamos e não falamos nada. Será que tinha algo a atrapalhar ali? Sinceramente, eu não sei.
 – Eu não queria estragar esse momento lindo de vocês dois, mas é que a gente vai ter que sair daqui. AGORA!
 – Por que? – Seb perguntou
 – A gente não ia ficar até domingo? – eu quis saber
 – Falou certo, íamos... Mas tem um problema. Hoje é quinta-feira, são cinco horas da tarde. Bem, a gente leva três horas pra chegar não cidade, ou seja, a gente vai chegar lá aí pelas oito e meia, contando a meia hora que a gente vai levar pra arrumar tudo...

– Fala de uma vez, Chuck! – Seb e eu falamos impacientes
 – Tá, mas não se apavorem. A gente tem o show do Especial de Natal. HOJE! E todo mundo tinha esquecido. Sorte do Pierre que resolveu ver o Facebook dele.
 – Ah, sim. Mas não se preocupa, o show deve ser aí pelas dez, então dá tempo da gente chegar lá e se arrumar.
 – O show é as nove e o nosso empresário já ligou dizendo que se a gente não tiver lá até as oito horas é pra gente esquecer que um dia fez parte do Simple Plan.
 – MEU DEUS!
 Fiquei sentada na grama rindo e observando Chuck e Sebastien saírem correndo em direção ao chalé pra arrumar as coisas pra voltar pra cidade. Eu sabia que as coisas iriam melhorar, mas não dessa maneira. Eu estava um pouco confusa quanto ao “beijo”, era muito estranho imaginar eu Seb, digamos que, juntos. Eu teria tempo pra pensar nisso. Levantei-me e corri em direção a porta do chalé também para ajudar todos a arrumarem as coisas pra voltarmos para a cidade, afinal teríamos um show pra curtir hoje à noite. 


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