Maus Costumes escrita por OlgAusten


Capítulo 3
Capítulo III: Ser fraco à bebida




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Penélope e Jack estavam de volta ao Pérola. Ela ia à frente guiando os passos do capitão cambaleante, seus bolsos tintilhavam cheios de moedas. A cabeça de Sparrow girava cheia de rum. Por fim, o capitão descobrira que à moça tinha uma grande resistência à bebida, ao contrário dele.

Ela já o deixara no convés, próximo à cabine e seguia a caminho do porão quando o ouviu chamá-la.

— Penny- - — Ela não respondeu, havia conseguido uns cem xelins apenas entornando àquela bebida pirata e ouvindo histórias do mar. Aquilo já bastava. — - -Lady

Jack foi ao chão. Penélope hesitou por um instante, mas logo correu ao socorro do homem. A garota passou um braço dele em volta do seu pescoço e seguiu a caminho da cabine.

— Sparrow, onde estão os seus imediatos?

— Eu - - — O capitão só cheirava à bebida — Eu só tenho um imedialto!

— Imediato! — ela o corrigiu. — E onde ele está?

Lane se arrependeu por ter perguntado. Jack voltou-se a ela com aquele bafo nauseante.

— O Sr. Gibbs - - — ele dizia a poucos centímetros da moça — - - Deve estar no quinto sono! E, agarrado a uma garrafa de rum!

Lane jogou Sparrow sobre uma das cadeiras em volta de uma grande mesa, no centro de sua cabine. Havia mapas de navegação por toda extremidade dela.

— É claro que está. Eu também deveria estar dormindo, não?

Jack não respondeu, e como de costume, olhou atravessado para a garota tentando balbuciar alguma palavra.

— Fique - -

Penélope repetiu, confusa.

— Eu ficar?

— Aqui. Aquele porão está cheio de piratas pinguços

— Ó, piratas pinguços? — ela repetiu sarcástica — E o que é que eu tenho aqui?

Jack sorriu, estava bastante alto, mas sorriu.

— Eu sou - - Silencioso.

Lane custou a acreditar naquelas palavras. Jack Sparrow a estava convidando para ficar ali, com ele, a noite toda?

— Não é por questão de barulho que eu hesito em ficar aqui, senhor Sparrow.

— Shiu! — debruçando-se sobre a mesa, o homem fez menção para que ela se calasse. — Pare de - - Falar tão rápido, La-la.

— La-la? — ela repetiu, exigindo mais atenção.

Jack entendeu, e, se corrigiu:

— Lane! Conte-me sobre a sua vida; a vida naquela imensa ilha- -

— Inglaterra? — ela sugeriu, achando graça.

— Isso! — ele exclamou — Me diga o que a fez vir pra cá? — o capitão perguntou, mas não esperando pela resposta: — Só veio por essas jóias?

— Eu não vim pelas jóias. Existe um motivo bem maior por trás delas, Sr. Sparrow.

— E - - Quais seriam? — ele quis saber

Penélope ensaiou sentar-se ao lado dele, mas antes recolheu alguns dos mapas à mesa, organizou-os em cima de um criado-mudo próximo à porta, e, por mim descansou ao lado de Sparrow. A moça ficou calada. Por onde começaria?

— Pode dizer, eu estou acordado.

Ela hesitou.

Apesar de Jack estar bêbado e de que ele não se lembraria de nada na manhã seguinte, o orgulho Lane era bem maior que a curiosidade pirata.

— Não. — ela se arrependeu, se levantando — Se depender de mim, o senhor nunca saberá da história da minha família.

Sparrow a seguiu também se levantando. Não entendeu por que fez aquilo, mas apenas fez. Porem, estando bêbado, o capitão sucumbiu. Ela o amparou, afinal, não queria ver um homem daquele tamanho ir novamente ao chão.

No calor do momento, Jack passou seus braços ao redor do pescoço dela.

Aquela era uma situação engraçada. Mais parecia que ele era a dama, e que, Lane, como um bom cavalheiro não se desvencilharia daquela aproximação e tentaria trazer o equilíbrio de volta ao capitão.

Mas, Sparrow era pesado demais para a força inexistente da garota e o seu hálito a havia deixado um pouco tonta. Em poucos segundos, os braços de Sparrow a puxaram e os dois foram à lona. O corpo de Lane caiu por cima do de Jack. A moça tentou se levantar, mas os reflexos do homem não a deixaram.

A ultima coisa que ela pôde sentir, antes dos lábios de Jack tomarem os seus, foi aquele áspero bigode roçar contra a sua pele. A boca do capitão era igualmente ríspida, porem bastante convidativa. Um entorpecente gosto de álcool lhe invadiu a boca quando Jack arriscou uma maior intimidade com a língua, mas, a moça não ficaria ali por muito tempo.

Não ficaria ali sendo usada. Lane esperneou um pouco até conseguir se soltar de Jack, e, num salto, se pôs de pé. Mas, ele continuou no chão, sem conseguir se levantar. Sem conseguir trazê-la de volta. O capitão estava completamente inconsciente, e isso ficou claro quando, de uma hora pra outra, desfaleceu ali mesmo no assoalho da cabine.

Afinal; quem havia se aproveitado de quem?

Sem ser percebida, Lane saiu daquele recinto ao encontro da sua cela tão segura. Na manhã seguinte fingiria que nada havia acontecido. O capitão acordaria no mesmo lugar em que adormecera e nem se lembraria daquele beijo.

O Sol havia nascido há umas três horas, Lane se recusou a sair daquela cela.

E se Jack não estivesse bêbado? E, se ele se lembrar de tudo? E, se ele quiser mais do que um beijo?

Se ela não saísse daquele porão sujo e úmido jamais teria as respostas para as suas perguntas. Mais cedo ou mais tarde Penélope estava certa de que deixaria aquele chiqueiro. E faria isso nem que fosse só pra ir atrás do seu café da manhã.

XXXContinuaXXX


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!!! O próximo capítulo chamar-se-á Sempre compartilhar suas descobertas
OlgAusten



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