Era estranho estar abraçada a Sasuke, nem em todos os anos em que dedicou o seu amor ao rapaz ela imaginou-se sendo abraçada por ele. Levando um choque de realidade, ela percebeu que estava ao lado de um ninja procurado e também o rapaz que partiu seu coração fazendo com que ela desacreditasse no amor. Empurrou o rapaz e começou a andar em círculos, estava confusa. Porque ainda conseguia confiar ele?

- Alguma coisa não encaixa nessa historia... – Olhou para o Uchiha. – Porque está me ajudando?

- Eu não sei, só acho que você não merece morrer pelas mãos de Konoha. – Foi sincero, ou quase, a verdade era que nesses anos todos ele queria a destruição de Konoha, mas sem machucar os amigos. – As pessoas mudam Sakura, e eu mudei. No entanto eu quero te ajudar, mandei uma carta para um “amigo” que vai nos ajudar a sair dessa confusão o mais rápido possível.

Sakura não perguntou mais nada, olhou para o rapaz e observou enquanto ele indicava um lugar onde ela pudesse dormir. O lugar não parecia tão ruim, não até ela descobrir que ficaria o próximo mês enfiada naquele lugar. Os dias se passaram e aquele lugar começava a irrita-la, não saía do maldito quarto para qualquer outra coisa que não fosse comer ou fazer a sua higiene pessoal. Pouco se comunicava com Sasuke e o máximo que o rapaz falava consigo era: bom dia, boa tarde ou boa noite. No dia em questão Sakura estava deitada em sua cama olhando para o teto quando Sasuke adentrou o quarto e sentou-se na beira da cama.

- Precisamos conversar.

- Eu sei, mas antes poderíamos sair daqui? – Disse olhando ao redor. – Esse lugar esta começando a me irritar.

-Não, vamos conversar aqui mesmo. – Disse com o semblante serio. – Há duas semanas ocorreu o seu enterro em Konoha.

- O QUE? – Gritou incrédula. – Como assim meu enterro? Eu estou mais viva que qualquer ser humano na face da terra!

- Calma, foi um corpo falso. – Disse enquanto segurava os braços da garota para que ela não surtasse mais do que o necessário. – Precisei fazer isso para que você não fosse mais perseguida por ninguém. Combinei com um “amigo” e ele irá garantir a sua saída do país.

- Do país? Eu concordei em sair de Konoha, não do país! – Se colocou de pé e começou a andar em círculos pelo quarto.

- Vai ser preciso, se Tsunade não se conformou com o enterro então procurará por todo o país até te achar. – Levantou-se parando na frente de Sakura. – Vai ser melhor assim, um dia vai entender que se ficasse aqui as coisas seriam piores.

- Eu sei, e quem é esse amigo?

- O Kankurou, eu mandei uma carta ao Gaara e quem respondeu foi ele. – Começou vendo a garota abrir a boca em surpresa. – Tenho mantido contato com ele há alguns dias e decidimos o dia da sua viagem, será em dois dias.

Sakura tentou argumentar, mas Sasuke já havia se decidido. Era inútil discutir com ele quando o Uchiha possuía razão no que dizia, suspirou derrotada e dirigiu-se ao espelho. Em dois dias abandonaria Konoha e deixaria muita coisa para trás, isso incluía: seus amigos, sua família... Sua vida. Os dias se passaram muito rápido, logo Sakura estava preparando as malas para a viagem. Possuía poucas coisas já que metade de seus pertences ficou em sua casa, o que tinha eram apenas algumas roupas que Sasuke arranjou para si. Encontrava-se em seu quarto ajeitando os últimos detalhes e recebia a ajuda de Sasuke.

– Não precisa fazer isso Sasuke... – pediu mais uma vez. – Eu me viro sozinha. Você está mais machucado do que eu e se esforçar assim não é bom.

– Pare de falar besteiras. – Disse com dificuldade. – Eu vou viver o suficiente para ver os seus filhos nascerem... Eu prometo que nunca vou morrer se você prometer que nunca vai se meter em confusões. Promete?

– Eu prometo... – Sakura tinha que admitir que desde que se escondera no esconderijo de Sasuke, a presença do garoto não a irritava mais. Estavam dividindo o teto por mais ou menos um mês e o cerco estava se fechando, ela iria embora de Konoha no final da tarde e ele ficaria para apagar as pistas de sua localização. Iria se esconder em Nova Iorque por uns tempos e Kankurou iria lhe ajudar. Mas alem da promessa de não se meter em confusões, Sakura havia feito uma promessa para si mesma: iria voltar e agradecer a Sasuke por tudo o que ele lhe fez.

Depois de ficar tanto tempo agarrada com Neji, a garota pôde enfim respirar tranquila. Observou o rapaz se acalmar aos poucos e decidiu que era hora de contar a ele seu plano, porém foi impedida quando Shikamaru se mostrou presente e ciente de suas ideias.

- Queremos a sua ajuda, precisamos nos infiltrar nas empresas que Kakashi possui para descobrir algo de útil. – Disse com o semblante sério.

- Ele marcou uma reunião com os sócios, ela ocorrerá amanha pela manhã e eu estarei no meio desses sócios. – Disse sem tirar os olhos de Sakura. – Precisamos te colocar no prédio sem que você seja reconhecida por ninguém. Podemos colocar uma peruca em você e te colocar como a secretaria do Shino.

- Ei! Não me meta nessa historia! – Gritou Shino levantando os braços em sinal de defesa. – Ela pode parecer com uma secretária, mas não age como tal.

- Tá me julgando é palhaço? – Sakura estava visivelmente incomodada com o comentário do rapaz. – Posso te mostrar a minha eficiência como secretaria organizando essa sua cara horrorosa!

-Parem os dois! – Gritou Shikamaru. – O plano do Neji não parece de longe tão ruim, mas pode deixar brechas. Sakura não sabe muito sobre empresas, mas eu posso ajudá-la, e você Shino? Está disposto a ter essa louca como sua secretaria?

- É o jeito, o que eu não faço para te ajudar! – Disse dando uma tapinha nas costas da garota. – E quando o Kakashi perguntar sobre a experiência dela?

- Deixe isso comigo, Kakashi pode parecer esperto mais é fácil dobra-lo. – Disse a rosada abrindo um sorriso para os amigos. – Mas como vamos arranjar uma peruca que esconda esse cabelo rosa?

- Daremos um jeito Sakura. – Disse Shikamaru sentando no sofá da casa de Neji. – E você Hyuuga, vai à reunião?

- Eu não sei, não apareço lá a muito tempo e aparecer a essa altura do campeonato pode ser perigoso. – Disse sentando ao lado de Shikamaru. – Mas posso ajudar com o que me for viável, se tem uma coisa que pode ser possível acontecer será o aparecimento de Nagato.

- Como assim? O Nagato no mesmo local que todos e sem ninguém reclamar? – Falou Sakura um tanto quanto surpresa.

- Ele é da família do Naruto, querendo ou não ele tem uma porcentagem nas empresas Uzumaki. Eu sei que você odeia o Nagato, mas vai ter que aturar ficar na mesma sala que ele. – Disse Shino sem encarar Sakura.

Sakura bufou derrotada, iria ficar no mesmo local que o inimigo e não poderia agir ou falar nada. Olhou para os amigos e levou as mãos a cabeça ia ser difícil, mas para o seu bem e o bem de seus amigos iria fazer o ordenado pelo menos uma única vez.