Love The Way You Lie escrita por Dileyrauhl


Capítulo 4
Capítulo 4




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Eu estava certa de duas coisas.

Primeiro, eu não viveria sem ele, o amor que eu tinha dentro de mim, me consumia e não agüentaria saber que ele não me ama mais.

Segundo, eu morria aos poucos, e não queria que meus filhos vissem isso.

Coloquei os três comprimidos na boca e engoli com um pouco de água. Eu sentia meu corpo doer, mas sabia que a dor física era apenas da minha cabeça, a dor mesmo estava no meu coração.

Ouvi a porta abrir e uma voz doce chamar meu nome. Continuei sentada na cama, rodeada dos meus remédios.

- Lilah – olhei pra porta onde Jasmine me olhava com uma expressão triste.

- Ele me deixou Jasmine.

.

- Mamãe – levantei o rosto e vi Julieta entrar no quarto. Ela carregava um balão de coração. Me sentei na cama e ela sentou ao meu lado.

- Pra você – sorri e peguei o coração de balão. Amarrei na cabeceira da cama e observei enquanto ele se mexia de acordo com o vento que entrava pela janela.

- Como foi a apresentação? – perguntei a abraçando.

- Foi lindo mamãe, tio Ry gravou, falou que era pra você assistir – sorri e a abracei – Mamãe... quando que você vai ficar boa?

- Não sei querida, não sei – a abracei e olhei pra cima, deixando algumas lagrimas caírem.

Respirei fundo e disquei os números. Eu não sabia como falaria, mas não podia ir sem sequer ter certeza que meus filhos ficariam bem.

Era com certeza um pouco egoísta da minha parte, mas eu não podia continuar assim. Meus filhos sofriam enquanto eu definhava, eu via nos olhos dos meus pequenos que o fato de eu morrer aos poucos os deixava mal.

Faziam apenas alguns dias, mas que pra mim foram como anos. Anos de angustia e dor, e principalmente de morte, morte interna.

Então eu tomei a decisão. Eles ficariam melhor com o pai, Pattie podia também os dar todo apoio possível. Eu só não poderia mais ver meus filhos sofrer, eu não podia mais ver tudo aquilo que eu mais amava sofrer.

- Alô

- Pattie?

- Delilah querida, como você se sente?

- Pattie, as crianças estão bem com você?

- Elas estão na piscina agora, com Scot. Mais tarde nós iremos ai, quero te ver.

- Pattie, você sabe que é a mãe que eu nunca tive não sabe?

- Claro, e você a nora que eu adotei como filha. Eu sinto tanto por tudo que esta acontecendo. Vocês são tão jovens, deveriam conversar, resolver isso.

- Você é uma avó maravilhosa Pattie. Jeremy e Scootter foram homens de sorte por ter tido uma mulher como você.

- O que esta acontecendo Delilah?

- Eles também são avôs maravilhosos. Eu amo tanto vocês.

- Esta me assustando minha filha.

- Não tem porque se assustar, tudo vai ficar bem. Cuida dos meus filhos, eles precisam de você.

- Estou indo ai. Não estou gostando nada disso.

- Não Pattie. Fique com as crianças, elas vão precisar de você. Eu te amo. E diga a eles que os amo muito.

Desliguei o telefone e engoli o choro que já rasgava minha garganta. Olhei pra porta do quarto que estava trancada. Peguei os diversos comprimidos e os engoli, junto de uma boa quantidade de vodka. Peguei a carta e a coloquei dentro da blusa, e abracei meu próprio corpo.

Era errado em termos, dependendo do ponto de vista. Pra alguns, eu estava abandonando minha família.

Pra outros eu estaria louca, por chorar por um homem, sem pensar nos meus filhos.

Pra mim, é realmente evitar que meus filhos sofram. Justin vai ser feliz, comigo fora da vida dele. Meus filhos sofreriam de inicio, mas depois eles se acostumariam com a idéia.

Eu sempre acreditei que os mortos não desaparecem da face da terra. E agora eu esperava poder acompanhar a vida dos meus filhos de longe. Mesmo sem poder abraça-os eu estaria do lado deles quando meu corpo fosse enterrado, estaria quando eles ficassem sozinhos na hora de dormir, e não deixaria que nada acontecesse com eles.

Eu protegeria Justin também, e não deixaria que a mulher por quem ele me trocou, fizesse mal a ele. Eu só queria o ver feliz, e se não me ter na vida dele, o deixava feliz, era isso que eu faria.

Deitei e fechei os olhos, deixando que a inconsciência me tomasse.

POV Justin

- O que você esta dizendo mãe?

- Ela vai fazer alguma coisa Justin. O jeito que ela falou parecia que...

- Que o que mãe?

- Que estava partindo.

- Ela não vai fazer isso mãe – tentei convencer mais a mim mesmo do que ela.

- Por favor, faça alguma coisa.

Desliguei o telefone e me levantei da cama, já vestindo minha roupa.

- Onde você ta indo?

- Preciso ver uma coisa?

- Você não vai la socorrer ela né?

- Eu preciso fazer isso.

- Não, você não precisa. Você sabe que ela só ta fazendo isso pra chamar sua atenção.

- Se for isso, ela vai esta conseguindo, porque minha mãe esta desesperada.

- Ah sua mãe é outra que quer que vocês voltem. É claro que elas estão mentindo pra te manipular.

- Não repita isso sobre a minha mãe.

- Você não entende? Elas querem nos separar. Começou com aquilo de colocar seus filhos contra mim, e agora isso. Sua mãe nem quer me conhecer.

- Eu ainda sou casado legalmente.

- E por isso vai voltar pra ela?

- Eu só vou verificar se esta tudo bem.

- Eu to cansada disso. Todo dia tem alguma coisa, ou é a filha pentelha chorando ou é a megera da sua mãe ligando pra falar da idiota da sua ex-mulher. – a segurei pelo braço, ela me olhava assustada.

- Você nunca mais repita isso. O único idiota nisso tudo sou eu, que deixei minha mulher, achando que você prestava. Desde quando uma mulher que seduz um homem casado presta?

- Você bem que gostou de ser seduzido.

- Eu não sei onde eu estava com a cabeça. – a soltei, jogando seu corpo nu na cama.

- Ah, eu sei. Ela estava bem no meio das minhas pernas e você me chupava loucamente. – ela falava raivosa.

- Cala a boca.

- Então agora você se arrependeu? Estava bem feliz enquanto me fodia loucamente né?

- Eu vou embora.

- Se você sair por essa porta pra ir atras da sua ex-mulher songa-monga nunca mais precisa me procurar.

- Não se preocupe, eu não voltaria a te procurar de qualquer forma.

Merda. Merda!

Onde eu estava com a cabeça? O que eu fiz com a minha família?

Eu havia deixado a mulher que eu amava, simplesmente por ter uma mulher que me satisfazia na cama. Eu larguei minha família, sai de casa, apenas por sexo.

E agora o que eu faria? Se ela tivesse mesmo ido embora?

Pisei no acelerador me repreendendo. Era tudo culpa minha, ela estava daquela forma por minha culpa, eu havia destruído a mulher que eu amava.

Ela vivia pra mim, vivia pra me amar, pra cuidar da nossa casa, da nossa família. E tudo que eu fiz foi sair fora sem me importar com sua dor.

Quando ela me implorou pra ficar, eu fiquei sem palavras. Eu sabia que ela sofreria, mas nunca imaginei que ela imploraria pra que eu ficasse.

Sai de casa um pouco angustiado, com medo do que ela poderia fazer, mas assim que cheguei ao apart e vi minha amante me esperando, esqueci tudo.

*Flash-back On

Minha cabeça estava a mil. Delilah já havia dormido e eu estava completamente angustiado depois da cena da cozinha.

Ela havia mesmo me implorado pra ficar? Isso era louco, mas era real. Ela havia se jogado aos meus pés e chorado pedindo que eu ficasse.

Eu já havia tomado a decisão do divórcio, mas nunca havia oportunidade, ela sempre fugia ou estava com as crianças. Eu sabia que isso afetaria meus filhos. Até porque, meus pais se divorciaram e eu sofri muito na época, mas eu não podia mais mentir. Eu não podia mais ser casado com uma e ter relações com outra. Era errado.

- E ai como foi? – perguntou enquanto já tirava minha gravata, com seu jeito sedutor de sempre.

- Não sei, ela ficou meio mal. Acho que eu não dei a noticia direito – bufei e me joguei no sofá.

- Esquece isso, agora somos só nós dois. Eu vou fazer você esquecer todos seus problemas – agarrei a sua cintura e ela rebolou sobre meu colo. Sim, eu já estava me esquecendo de tudo.

*Flash-back Off

Eu simplesmente ignorei todos os sinais de que ela estava sofrendo.

Minha filha sofria, dizendo todas as vezes que Delilah estava doente, que queria que sua mãe melhorasse. E eu simplesmente não sabia o que fazer.

Eu não queria acreditar que troquei uma vida, por um simples caso. E agora eu sentia medo, a porta do apartamento estava trancada, toquei a campainha e ninguém atendeu. Nenhum sinal dela. Soquei a porta e gritei seu nome, mas parecia inútil.

Dei um impulso e arrombei a porta, ela foi ao chão e eu corri pra dentro. Fui até nosso quarto e a porta também estava trancada. Chamei mais uma vez seu nome, mas não esperei muito tempo, e assim que a porta foi ao chão como a outra, eu corri em direção a cama e a segurei em meus braços.

O corpo mole e desacordado. Segurei suas mãos já desesperado, e seus dedos estavam gelados, coloquei o ouvido sobre seu peito e me desesperei em não conseguir ouvir direito seu coração.

Eu não podia perder a mulher que eu amo, não antes de dizer que eu a amo e que me arrependo por tudo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos reviews, estou feliz por vocês estarem gostando!
Mereço quantos por esse capitulo? =D
Foi pequeno, mas foi de coração haha'
kisses ;*



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