Quando Parentes Idiotas Brigam Por Coisas Idiotas

Galatea

Eu fiquei curiosa que tipo de pessoa era a mãe do Rigardo.

Que tipo de pessoa era minha mãe.

E por que exatamente o fato delas terem se envolvido com outros deuses irritava tanto seus pais.

Sem perceber me aproximei de Perséfone.

—Senhora, é normal deuses se envolverem com filhos de outros deuses.

—Não é exatamente normal, mas acontece. Se bem que elas foram casos especiais até demais. Uma é tão apaixonada pelo mar que nem a raiva de Atena impediu Poseidon de se apaixonar por ela. Já a filha de Zeus assim que nasceu ao invés de causar um instinto assassino nos monstros do Hades cativou a todos a ponto deles a protegerem. Nem eu consigo ter raiva dela.

—Então foi isso. Obrigada moça.

—Que raro uma meio-sangue filha dos três grandes ser tão educada. Aliás, gostei do “moça”. Enfim, eu adoraria que todos os meio-sangues fossem como você e Rigardo.

—Também falei isso. -Dinisio passou atrás de mim e deu dois tapinhas leves na minha cabeça.

Diante daquilo senti meu rosto queimar e com certeza devo ter ficado roxa quando Rigardo me abraçou pelos ombros.

—Mas a Téa realmente é uma boa garota, minha madrasta.

Aquele imbecil. Que vontade eu tinha de dar um belo soco na cara dele.

Não queria que ele solta-se aquele abraço.

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Percy

Certo, coisas estranhas sempre acontecem comigo.

Tudo bem que naquele dia essas coisas já estavam passando dos limites, mas saber que a mãe da Téa era uma filha de Atena e a do Rigardo era uma filha de Zeus foi o cúmulo.

Ah! Sim, eu também quase tive um treco quando minha mais nova irmã foi falar com Perséfone. Tudo bem que a rainha dos mortos não parecia alguém ruim, até por que normalmente uma esposa traída não cuidaria tão bem da filha orfã de dois anos do marido (Mellisa, a irmã caçula do Nico).

Por que Hera, por exemplo não fazia uma cara muito boa para Thalia e seus irmãos Alicia e Alphonse (ambos tem seis anos) ou para meu irmão Edward, de cinco anos (aliás aquele pestinha colocou taxinhas nos meus tênis de novo).

Mas realmente o pior veio depois do Rigardo falar com a madrasta.

Teresa chegou por trás dos dois e abraçou eles falando muito alto.

—Eles são educados e também umas gracinhas. Dá até vontade de morder.

Fosse impressão minha ou não, aquela deusa parecia estar um tanto bêbada e realmente me surpreendeu ver o momento em que Heféstos se aproximou dela.

—Vamos lá garota, temos um assunto pendente a mais de cinquenta anos. -Heféstos disse já segurando a mão de Teresa

—Foi mal irmão, mas essa gatinha aqui me deve um pedido de desculpas. -Apolo apareceu atrás de Teresa abraçando-a pela cintura

Enquanto Heféstos parecia ficar extremamente nervoso Apolo sorria despreocupado. Teresa se soltou dos dois e bateu palmas duas vezes. Três rapazes ruivos apareceram das sombras: um lembrava muito um Heféstos jovem, com as pernas boas e sem as cicatrizes, os outros dois eram como copias de Apolo, só que fortemente bronzeado.

—Ryuu e Yue, levem o Apolo para a mesa dele. Easley faça o mesmo com o seu pai.

Os três rapazes assentiram e rapidamente perdi o que estava acontecendo, por que foi muito pra mim.

—Vamos lá meu pai. Você fez a mamãe esperar por todo esse tempo, pode esperar mais um pouco. -O de nome Easley consolou Heféstos

—Vamos lá meu velho. Você conhece o gênio da fera.

—Exatamente Yue. Mamãe é uma incógnita. -Aquele que devia se chamar Ryuu completou

—Ei! Eu não sou velho. -Apolo protestou

Teresa alcançou a mesa de Poseidon e abraçou Annabeth.

—Eu não mereço.

Afrodite se juntou a ela como se aquilo fosse rotina.

—Bom se o cabeça de bigorna fosse menos orgulhoso vocês não teriam brigado e você não teria acabado por ficar com o Apolo.

—Não me lembre. Aliás será que o Dionísio me dá mais uma garrafa daquele vinho dele? -Teresa

—Vamos com calma garota, apesar de não ficar bêbada ninguém quer te ver sem controle. -Poseidon

—Ok chefia. Então a Miria está bem? -Poseidon assentiu. -E a Isis, Hades?!

—Otima!

Teresa levantou e disse um tanto distraida:

—Vou dormir um pouco. Até mais.

Seu corpo irrompeu em chamas negras e ela sumiu.

—Tenho pena dessa garota. -Poseidon parecia realmente triste

—Só você? -Atena

—Todos nós temos. -Afrodite

Não sabia ao certo o que pensar, mas também não sabia se dava para discordar.

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Teresa

Eu estava na floresta.

OK. Eu disse que iria dormir, mas não é exatamente fácil ou tranquilo que eu faça isso nesse acampamento.

Então eu estava olhando as fornalhas do chalé de Heféstos.

Obivo que naquela noite isso era obra daquele cabeça de ferro.

Sim. Era isso.

Heféstos era um grande imbecil.

—Pensei que fosse dormir.

Virei para trás e vi Apolo parado com um sorriso bobo.

—Não vou conseguir dormir.

Apolo sentou ao meu lado e me puxou para sí. Normalmente eu teria me soltado, mas não tinha forças para discutir.

—Descanse. Eu cuido do seu sono.

—Te devo mais uma.

—Acho dificil me dever mais do que já deve.

Beijei os lábios de Apolo e em seguida apoiei minha cabeça em seu peito.

—Te adoro, sabia.

—Sim, mas preferia ouvir um “eu te amo”.

Apolo começou a cantar uma canção muito antiga e sem o menor esforço eu dormi.

Infelizmente minha paz não durou muito.

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Annabeth

Percy havia saido para patrulhar o acampamento com Clarisse e Chris.

E eu fiquei aos cuidados do grupo mais eclético do século.

Depois do jantar Hera, Hermes, Ares e Afrodite voltaram para o Olimpo. Sr D voltou para a casa grande.

Agora naquele pequeno chalé na praia estava eu com três deuses, quatro deusas e quatro meio-sangues. Claro que Poseidon e Atena eram muito bem vindos, mas a presença de Zeus, Hades, Perséfone, Deméter e Ártemis meio que me assustou.

No caso de Ártemis queria acreditar que era pelo fato dela também ter carregado o céu assim como eu e Percy. Também tinha Thalia, Nico, Rigardo e Galatea. Esses dois últimos fosse para bem ou para mal estavam muitos animados com a presença de tantos deuses.

—Creio que muitos dos melhores genes que poderia dar para meus filhos estão com você e Percy. Essa é a minha garota. -Poseidon abraçou Galatea e ela sorriu tão radiante que ficou dificil não sorrir também.

—Do que você gosta menina? -Estranhei um pouco o fato de minha mãe perguntar aquilo.

—Do mar, de nadar, gosto de navios e queria aprender mais sobre eles. Gosto de comida italiana e... -Galatea ficou vermelha. -Por favor esquece que eu ia falar algo mais.

—Você não sabe o quanto foi dificil esconder você, nem mesmo seus irmãos que escondi por sessenta anos foram tão complicados, mas poder ver você tão bem agora é gratificante. -Hades

Vi Galatea fazer uma careta ao ouvir quando Nico podia tinha nascido e com isso ter uma ideia de que época Rigardo tinha nascido.

—No que você é bom? Aliás o que pretende fazer futuramente? -Zeus realmente estava de mal-humor.

—Sou muito bom em lutas corpo-a-corpo, talvez seja bom com espadas ou lanças por que dificilmente a Téa ganha de mim com os cabos de vasoura. Mas futuramente eu quero trabalhar pra caramba e casar com a Galatea.

A pobre ficou roxa e depois de alguns segundos disse baixinho:

—Essa proposta você fez na época em que pensamos que só um seria adotado, então pare de brincadeira. Se não parar vou te socar.

—Mas não é brincadeira, falei sério antes e falei sério agora. -Rigardo pensou por um momento e então foi até Poseidon. -Senhor Poseidon, será que eu posso ser noivo da sua filha? Claro que se ela não quiser não vou insistir, mas realmente quero proteger a Téa.

Vi Galatea chutar a parte de trás do joelho de Rigardo. Sabe-se lá porque eu interferi.

—Téa não faz isso. Se você machucar o Rig vai ser um problema para os dois. -Ela estava com a cabeça baixa, o que não era um bom sinal. -Peça desculpas, ele só disse que quer te proteger.

—E EU COM ISSO?! SE ELE SÓ QUER QUE ME CASE COM ELE PARA ME PROTEGER QUE VÁ PARA O INFERNO! NÃO QUERIA OUVIR ISSO! NÃO QUERIA OUVIR QUE É SÓ POR ISSO SENDO QUE GOSTO TANTO DELE!!!

Ela se virou como uma tempestade em direção as escadas e subiu para o andar superior fazendo muito barulho.

—Agora sim ela pareceu uma meio-sangue comum. -Deméter

—Mãe! -Perséfone cesurou a mãe

—Pelo menos já sabemos o que ela ia falar aquela hora quando resolveu se calar. -Atena

—Você fez de próposito, não foi? -Ártemis

—Mais ou menos. É que ela nunca fala nada a respeito e isso meio que me intimida, é como se fosse um assunto meio proibido. Mas eu realmente queria ter ouvido ela dizer que gosta de mim sem essa provocação.

Rigardo sorriu envergonhado enquanto os deuses se entreolhavam significativamente.

Então tudo pareceu ruir.

Do lado de fora, em algum lugar do acampamento uma explosão assustou todo mundo.

Até os deuses.

Continua...