by Percy

Não sabia o que Teresa queria dizer em não ser normal, mas o simples fato de ser meu filho já tornaria essa criança anormal. Ainda assim a afirmação dela me soou diferente.

—Eu entendo por que não acredita em mim e também entendo por que não gosta de mim. Mas acredite em mim, se essa criança nascer ou não as chances de Annabeth morrer são quase absolutas. -Teresa disse isso em um tom que parecia até culpa.

—Impossível, você tá inventando.

Teresa pareceu encolher na cadeira, como se quisesse sumir.

—Não é mentira Percy, infelizmente não é mentira. Só tem um meio de tentar evitar... -Poseidon se calou de repente como se não pudesse continuar.

—Que meio de evitar é esse? Me fala pai.

Certo, eu sou um idiota. Esqueci que Rachel estava perto de nós e a situação não era a melhor com tantos deuses ao nosso redor. Então aconteceu: Rachel fez uma profecia. E não foi uma profecia qualquer.

—“Seis filhos do Amor verdadeiro virão

Os três imortais aos céus acenderão

Uma nova era irá brilhar

E sob seu comando os deuses caminhar.”

—Ótimo isso confirma nossas suspeitas. -Teresa murmurou chateada.

—“Para em segurança o segundo nascer

Seis devem sua mãe proteger

Os mortos vão levantar e o mar avançar

Para que uma nova luz possa o mundo alcançar.”

A palavras da profecia me vizeram sentir o maior medo da minha vida, nem mesmo todo o problema com Cronos me deu tanto medo.

Zeus, Poseidon e Hades se levantaram convocando seus objetos de poder fazendo um grande clarão surgir. Quando a luz cessou senti as costas da minha mão queimar, ao olhar vi três coroas marcadas em fila.

—Todos marcados com as três coroas em suas mãos são os protetores da profecia! -Zeus anunciou

—Não existe exceção! -Poseidon

—Nem mesmo para os deuses! -Hades

Me levantei e mostrei a marca em minha mão para o conselho olimpiano.

Atrás de mim Nico, Rigardo e Galatea se aproximaram mostrando a mesma marca.

Vi Thalia falar com Ártemis para logo em seguida se juntar a nós mostrando a marca na mão e um sorriso amarelo.

—Dissemos sem exceção. Além disso disse para você interfirir. -Hades parecia alheio aos demais.

—Sim, eu vou. Até por que da última vez minha recusa foi a razão da tragédia. Sem dizer que talvez eu consiga ajudar a garota. -Para meu terror quem respondeu foi Teresa se levantando.

—Afinal quem é você? -Perguntei já com medo da resposta

Teresa sorriu de forma melancólica. Uma das coroas começou a queimar em nossas mãos.

Uma coroa negra de espinhos surgiu em sua cabeça e uma luva couraçada negra cobriu seu punho direito.

—Eu sou a primeira criança da profecia. Eu sou a próxima dos três grandes. Sou uma das Coroas.

Vi todos os deuses fazerem uma pequena reverência.

Mesmo Zeus não parecia chateado ou contráriado com aquilo.

Aquilo sim me pareceu uma péssima noticia.

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by Galatea

Certamente eu era o cúmulo do azar, ou algo muito próximo a isso.

No mínimo eu devia estar perto de quebrar um recorde de coisas absurdas que acontecem em um dia da vida de um meio-sangue naquele acampamento.

Afinal eu fui atacada por meu professor-monstro, que era um monstro de verdade. Descobri ser uma meio-sangue, filha de um deus Olimpiano e uma humana. Depois descobri que sou filha de Poseidon e o Rigardo de Hades (somos primos).

Então no jantar os deuses nos fizeram uma visita, descobri que Annabeth, minha cunhadinha, está grávida de um dos próximos três grandes e eu seria uma de suas protetoras. Ah. Quase esqueci que a Teresa se revelou como a primeira da próxima geração dos três grandes.

Agora estavamos em um jantar com os deuses, cada um nas suas mesas com seus filhos.

Assim conheci meu pai.

—Téa! Olha só, esse é o nosso pai. Poseidon, o senhor de todos os mares!

Quando virei para ver de quem Percy falava vi ele acompanhado de um homem de uns 40 anos, de olhos verdes, cabelos negros degrenhados assim como sua barba, a pele bronzeada e aquele sorrisso maroto que me dá problema com todos os professores.

Se ele não fosse meu pai acho que não seria mais ninguém, além disso era como ver Percy com 40 anos ou algo muito próximo a isso.

Pra dizer a verdade também fiquei sem reação.

Ver meu pai na minha frente me fez ter tantos sentimentos estranhos que quase esqueci como respirar. Queria abraçar, bater, gritar, correr. Nada realmente fazia sentido. Não conseguia falar e minhas mãos suavam de nervosismo.

Vi Rigardo com uma cara meio apreensiva tentando se manter calmo perante Hades, até o pai dele acariciar sua cabeça e ele abraça-lo. Acho que eu estava pensando demais pelo fato dele ser um deus e tudo que Percy e Quirón tinham me falado. Mas eu não tava mais nem ai.

Corri até Poseidon e lhe dei o abraço mais forte que consegui. Concerteza estava chorando como uma criança desamparada.

Então quando Poseidon falou me senti envolvida por uma sensação nostálgica. A voz dele era como o mar calmo depois da tempestade.

—Calma Téa, calma. Desculpa por só aparecer agora, sua mãe se culpa tanto por ter te deixado naquele orfanato.

Soltei o abraço e encarei-o.

—Minha mãe está viva? Onde eu encontro ela? -Estava confusa, mas se ela não estivesse viva ele não diria “sente”.

—Sim, ela está viva e louca para te ver. -Ele sorriu como se não pudesse evitar lembrar de algo ao me olhar. -Seus olhos assim confusos como uma tempestade marinha são iguais aos dela. Mas não fique brava com ela apenas espere eu resolver um...

—Poseidon!!! -Me virei e vi a mãe de Annabeth, Atena, vindo em nossa direção com minha cunhada e Thalia, uma filha de Zeus.

—Em que posso ajuda-la minha sobrinha? -Pelo tom de Poseidon pensei que ambos fossem se atracar.

—Já que irá levar a menina para ver a mãe... eu... gostaria que... permitisse... que eu fosse junto.

—Você a exílou. Conseguiu que ela não pudesse por os pés na terra novamente, disse que não queria mais ver a cara dela e a amaldiçoou por 50 gerações. -Poseidon

—Estou ciente de tudo que falei naquela ocassião. Mas isso não muda o fato de que sou a mãe dela. -Atena pareceu contrariada.

—QUE?! -Percy, Annabeth e Thalia quase me deixaram surda.

—Juro que não foi de propósito. Mas aquela garota ama tanto a vida marinha que dei todas as bençãos que podia. -Poseidon confessou

—Você seduziu-a se aproveitando do amor dela pela vida marinha. Seduziu ela e a fez me desonrar.

Poseidon tentou revidar mas um trovão ecoou pelo pavilhão. Um grito de Zeus:

—HADES!!!

—Não grite assim irmão. -Hades

—Como ousa dizer isso? Você escondeu ela e o garoto por mais tempo que os irmãos Di Angelo.

—Ela concordou.

—Isis é minha filha.

—Quanto drama. Só disse que vou levar Rigardo para ver a mãe. Levei ela para o Hades a dois anos e Perséfone já concordou com tudo.

Zeus e Hades olharam para a deusa das flores.

—Sim. Acho que é fato que o Hades inteiro adora aquela garota, Cerberos falta pouco ir comprar chessburguers para ela. Fora que ela é uma companhia adorável. -Perséfone sorriu

A discusão terminou com aquele breve sorrisso da deusa, mas algo me deixou incomodada.

Algo sobre minha mãe e a do Rigardo.

Continua...