POV James

A semana passou bem rápida. Com o meio de janeiro, mais e mais matéria era dada, e aquele papo de "estudem muito que vai cair nos NOM's já tava me enchendo... Afinal, o que não vai cair nos NOM's?!

O pior é que parece que Remo e a Lily realmente os obedecem: não largam os livros por nada! Ontem, eu e Sirius tivemos que acordar Remo com um balde d'água, já que ele não acordava porque ficou a madrugada quase toda estudando! Estudando! Ele nem parece um Maroto mais...

E a Lily? Se disseram que não larga um livro, só come, dorme e estuda, acertaram em cheio! Durante as aulas, nem pisca! A única coisa fora estudar, comer e dormir que eles fazem são as obrigações de monitor. A grande surpresa era que eu não tinha levado muitas detenções esse ano. A professora Minerva disse que estamos sossegando por conta do estudo, mas é mentira. Eu só tenho muita coisa - Lily - na cabeça ultimamente.

Conclusão: eu preciso urgentemente de alguma coisa que tirasse esse clima tenso constante, alguma coisa pra distrair. Falei com Almofadinhas e ele, é claro, concordou.

- Sabe, eu to com saudades dos sonsos... - ele começou. Sonsos era como chamamos os Sonserinos - mas não podemos tocar no Ranhoso, senão a Lily vai ficar deprimida de novo e puta com a gente.

- Você se esqueceu de um detalhe: ela ainda tá puta comigo. - respondi. Sim, é verdade. Já se passou uma semana e eu já pedi desculpas milhões de vezes, mas ela não me desculpa. Se eu soubesse que ele fosse falar aquilo, eu nunca tinha olhado pra cara dele! Mas ela não acredita... Não que ele não tivesse tentado se desculpar. Ele tentou quase tanto quanto eu. Outro dia ele até ameaçou dormir na porta do Salão Comunal se ela não o desculpasse, mas ela deu um fora nele que, se ele não fosse o Ranhoso e não tivesse feito o que fez, teria dado até pena! A Lily tá agindo como se eu não existisse! Já estou quase me jogando da Torre de Astronomia antes que eu morra de aperto no coração, sabe, doeria mais...

- Já sei! - exclamei, tendo uma ideia brilhante. Eu contei o plano pro Sirius e logo depois do almoço o colocamos em prática. Sirius subiu ao dormitório buscar a minha capa da invisibilidade e procurar nas coisas do Remo a senha do banheiro dos monitores. Quando ele desceu as escadas, tinha um papelzinho na mão e a minha capa da invisibilidade, e estampado no rosto,, um sorriso maroto e malicioso que logo me contagiou.

- Achei! - ele disse.

- Então vamos logo antes que ele saia! - eu o apressei. Nos cobrimos com a minha capa e  fomos até a porta do banheiro, onde Sirius ficou com o Mapa vigiando e eu entrei no banheiro com a capa.

Lucio Malfoy, o monitor da Sonserina, estava tomando banho cantando alguma música trouxa bem boba. Tomei cuidado pra não ver mais do que queria, se é que você me entende, peguei suas vestes e coloquei as escolhidas onde estavam as outras. Peguei também sua varinha e diminuí a toalha, pra não ter o perigo dele dispensar as roupas e sair enrolado nela. Ele estava tão... hum... concentrado que nem percebeu.

Quando ele acabou o banho, me encolhi em um canto da sala, tomando cuidado pra não aparecer, e abracei suas roupas e varinha de modo que ele também não os visse, e fechei os olhos. Só ouvi uns xingamentos baixinhos e o riso dos sereianos no vitral das janelas, que na verdade gargalhavam, e os passos pra lá e pra cá. Presumi que ele estivesse procurando seus pertences.

Assim que ouvi a porta sendo fechada, recoloquei suas roupas no lugar que as tinha pego e saí no encontro de Sirius, que estava no corredor do lado disfarçando sua passagem, estirado no chão e chorando de tanto rir.

- E aí pra onde ele foi? - perguntei quando Sirius se recompôs. Ele olhou no mapa e seu rosto se iluminou.

- Ah não, ele não vai direto pro dormitório antes de dar uma voltinha! - ele disse, me estendendo o Mapa e apontando pro nome que ia direto para as Masmorras: Lucio Malfoy.

Pegamos alguns atalhos e, correndo, chegamos lá rapidinho. Pegamos as bombas de bosta que sempre carregávamos nas vestes, que se resumiam em três, o que ia fazer um estrago, e soltamos-as de modo que tampassem a entrada pro Salão Comunal da Sonserina.

Corremos em direção ao jardim, naquela hora do dia cheio de alunos fazendo guerra de bolas de neve, estudando, ... e esperamos uns cinco minutos até que um Lucio com botas de borracha brancas de salto plataforma, uma minissaia também branca de borracha e uma blusa rosa bebê onde se lia I S2 em glitter e um desenho de um unicórnio.

Uma multidão de alunos riam, outros assobiavam, batiam palmas, até os Sonserinos gargalhavam.

A Minerva chegou e o perguntou o que, pelas calças de Merlin, significava tudo aquilo, e ele respondeu:

- Eu não sei! Estava tomando banho no banheiro dos monitores e quando terminei, não achei minhas vestes, só essas aqui! - ele apontou pras roupas que usava.

- Talvez o senhor já tenha ouvido falar num feitiço convocatório! - disse Minerva, com um olhar frio.

- É óbvio que já, mas não achei minha varinha também! - ele disse, devolvendo o olhar frio. Sirius estendeu a mão e eu bati num Hi-5 não notado pela Minerva nem pelo Malfoy, mas notado pelos alunos que, mais uma vez, voltaram a gargalhar depois de assistir a discussão professora-idiota como um jogo de tênis.

Eles se dirigiram ao banheiro seguidos da multidão de alunos e, é claro, eu e os Marotos. Chegando lá, seus pertences estavam "como ele os havia deixado".

- Se explique, Sr Malfoy! - disse a professora.

- Eu juro que eles não estavam ali! - ele se desesperou, enquanto os alunos voltavam a gargalhar mais uma vez.

- Menos 20 pontos pelo estardalhaço, Sr Malfoy! E, à propósito, vá se trocar! - e ela saiu pisando firme, mas eu tenho quase certeza que ela deu um sorriso fraco quando passou por nós. Enquanto isso, eu vi Filch correndo para as Masmorras, provavelmente pra limpar as bombas de bosta.

O assunto "Malfoy vs Xuxa" seria o principal por muito tempo, tenho certeza.

Mas agora a minha preocupação se voltava pra uma área mais delicada: o aniversário da Lily.