As Pétalas De Cerejeira escrita por Shin EunWan


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei mais ando meio sem tempo...
Esse cap vai girar mais em torno de um personagem só, então não me apedrejem.
---xx---
Só quero avisar que os caps anteriores e o de hoje serão revisados e editados para que a história seja melhor entendida, ok?
Espero que me compreendam!
---xx---
Boa leitura!



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Enquanto isso na delegacia, Sakura explicava de uma maneira calma e até assustadora como atirou nos homens que estavam no apartamento. O delegado ouvia tudo com curiosidade e perguntando-se como uma garota delicada e calma conseguia segurar uma arma e ainda conseguir atirar com a precisão de um atirador profissional. Era quase improvável que ela tivesse essa mira perfeita, até porque para se conseguir uma especialidade com tiros é necessário anos de treino duro¹. Então como ela atirou em dois caras, sem errar e em pontos não letais?

– Olha garota, eu não sei como conseguiu aquela arma e nem como aprendeu a atirar daquele jeito. – Começou o delegado sem tirar os olhos da rosada. – Mas seu histórico é bem sujo... Passou dois anos em um reformatório pouco depois de ser adotada, foi presa duas vezes quando ainda morava no orfanato e mais uma lista de delitos. Quer que eu acredite mesmo que atirou por pura e legitima defesa?

– Não estou pedindo nada, mas se não quiser acreditar o problema não será meu. – Levantou e dirigiu-se ao guarda que estava na sala com eles. – Mas como uma boa delinquente que fui, sei que não sairei daqui até que venham me buscar e paguem a minha fiança, certo?

– Certo. – O delegado se surpreendeu com a sinceridade que a garota falava. – Haruno?

– Sim delegado. – A garota falou sem se virar.

– O que houve depois que Takuya e Keiko morreram? – O delegado perguntou com tristeza na voz. – O que você fez com a sua vida Saky?

– Eu a deixei mais divertida. – Respondeu secamente virando-se para o delegado. – E você? O que fez da sua vida Jiraya?

– Nada. Apenas observei meu neto se tornar namorado de uma encrenqueira. – Disse de maneira rude.

– Que seja.

Jiraya observou a garota ser levada para uma cela separada das outras, mas não única. Sakura ficaria na companhia de outra delinquente que vinha causando estragos na cidade nos últimos dias. O que Jiraya não contava era que as duas se conheciam e eram parceiras de reformatório. A rosada não deixou de demonstrar a felicidade que sentiu ao ver a colega, e o mesmo pode ser dito da garota.

– Onde raios você se meteu nos últimos anos garota? – Perguntou a garota enquanto abraçava a amiga.

– Estive em Nova Jersey e vim para Konoha a trabalho. – Falou enquanto sentava em uma cadeira no canto da cela. Ela viu quando a garota lançou-lhe um olhar irônico e apressou-se em dizer o que realmente estava fazendo ali.

A garota ouviu tudo atentamente, era parceira de Sakura de anos atrás e era de inteira confiança, mas não gostou nem um pouco da historia de esconder todo o plano do foco principal: Neji. Ela opinou e tentou a todo custo mudar o ponto de vista da rosa, mas foi em vão, pois quando Sakura colocava uma coisa na cabeça não tinha santo que tirasse.

– Não adianta argumentar Temari, está decidido e assim vai ser. Se não queria ouvir essa “loucura” que não tivesse me pedido para explicar o que está acontecendo. – Falou a rosada com uma visível irritação.

– Não estou discordando do que você propôs... – Começou Temari. – Eu só acho que as partes envolvidas deveriam saber disso.

– Se eles souberem, cabeças vão rolar minha querida. – Sakura disse com um sorriso nos lábios. – E você? Porque foi presa?

– Tentei matar o Gaara, o Kankurou se meteu e eu o acertei. – Disse com indiferença.

– Porque queria matar o Gaara? – Perguntou à amiga.

– Porque ele me dedurou, disse para o cara que adotou a gente que eu tava me metendo em confusão. – Deitou-se na cama e olhou para Sakura, viu na mão da garota uma aliança dourada o que indicava que estava noiva. – Quem foi que te aceitou e pretende de dar uma vida boa?

– Não é assim que se parabeniza uma amiga, mas mesmo assim obrigada. – Disse com indiferença. – Ele cuida muito bem de mim.

– Sério? Então porque ele deixou que te prendessem? – Temari destilava o seu veneno, eram em horas como essas que Sakura odiava a loira.

– Ele me ajudou. A arma que pegaram de mim quando me prenderam não é minha... É dele. – Sakura falou enquanto abaixava a cabeça. – Ele tem uma arma registrada no nome dele desde que tentaram mata-lo, ele me entregou mesmo sabendo que iriam verificar o numero de série... Ele me protegeu sem que eu pedisse.

– Pelo amor de Deus casa com esse moleque antes que eu case com ele! – Disse a garota loira de maneira desesperada.

Conversaram sobre coisas aleatórias o restante da noite até o amanhecer. Sakura gostava de matar a saudade de amigos do tempo de reformatório, mas algo em especial fazia com que ela confiasse somente em Temari. Talvez porque as duas tiveram uma infância parecida, Temari perdera os pais muito nova e teve que cuidar dos irmãos sozinha, já Sakura não perdera os pais e sim os matou. Detalhes que as tornavam tão parecidas e ao mesmo tempo tão distantes. Perdida em pensamentos ela não percebeu que o guarda a cutucava.

– Ei garota! – Cutucou de uma maneira mais forte dessa vez. – Vieram te tirar daqui!

– Quem é? – Perguntou com a sobrancelha arqueada.

– Descubra por si só! – Puxou a garota enquanto ela dava um abraço de despedida na amiga.

Foi empurrada pelos corredores enquanto ouvia os presos soltarem “elogios” a sua pessoa. Uma veia saltou em sua testa no momento em que avistou quem viera lhe tirar daquele tormento. Poderia ser qualquer pessoa, mas porque diabos deveria ser ele? Torceu a face com o olhar reprovador de Kakashi, a viagem de volta para o apartamento de Neji seria repleta de sermões e reclamações das quais ela estava cansada de ouvir.

– Obrigado por trazê-la senhor guarda. – A voz de Kakashi irritava profundamente Sakura. Não por ser irritante, mas porque ela nunca sabia o que se passava em sua cabeça. Aquele maldito tom de voz enigmático nunca lhe dava pistas de como estava o seu humor. – Comece a se explicar antes que eu perca o pouco de paciência que ainda me resta.

– Legitima defesa. – Disse se dirigindo a porta, porém foi segurada no segundo seguinte e arrastada para a sala do delegado. – O que significa isso?

– Antes de sair daqui quero que me explique o que você faz com arma que eu dei ao Naruto? – Perguntou com uma raiva extrema.

– Pergunte a ele, só ele pode te responder isso. – Sakura se dirigiu a porta sem esperar por Kakashi.

–Acha que ela pegou a arma das coisas dele? – Falou o grisalho mais novo para Jiraya.

– Não, o Naruto é burro ao ponto de acreditar nela... – Olhou para Kakashi, era melhor medir as palavras antes de jogar qualquer coisa. Afinal Kakashi era pai adotivo da garota. – Mas não seria burro ao ponto de entregar a arma para ela sem saber dos riscos. Eles estão mais espertos que nós Kakashi, e eu espero que essa esperteza toda não nos atrapalhe.

– Não vai, nem que para isso eu tire a Sakura do nosso caminho. – Fez um sinal com a cabeça e se dirigiu para a entrada da delegacia onde uma Sakura muito irritada o esperava na porta do carro. – O que foi dessa vez?

– Nada! – Olhou para o homem com raiva. – Porque veio me buscar? Naruto, Sasuke ou Neji poderiam ter feito isso!

– Preciso falar com você. – Disse de maneira séria. – É sobre o seu crime de anos atrás... Hinata descobriu o seu passado e pretende negar o pedido de acordo.

– O QUE? – Gritou a plenos pulmões enquanto entrava no carro. – Aquela Hyuuga de merda não pode fazer isso! O Neji trabalhou muito nesse acordo para que ela jogue tudo pelos ares assim!

– Olha a boca garota! – Repreendeu Kakashi.

– Vai pro inferno Kakashi! – Disse sem um pingo de paciência. – Não se meta na minha vida como se ligasse para o que eu faço você me adotou e depois me abandonou a mercê da minha própria sorte! Fez comigo o que tem feito com todas as crianças que adotou! Me esquece, okay? – Gritou saindo do carro, mas poucos passos depois teve o seu braço segurado.

– Não diga que eu não me importo com você sem antes saber o que se passa em minha cabeça! – Começou com o tom de voz firme. – Nesses anos todos que esteve ao meu lado em momento algum para pensar em mim? Parou para pensar em como me sentia todas as vezes que você se metia em confusões e eu precisava te tirar delas?

Sakura abaixou a cabeça. Em momento algum parou para pensar em como o grisalho se sentia, mas também ele nunca demonstrou que realmente se importava com a garota. O que mais a irritava não eram as palavras do homem e sim como elas chegavam até si, levantou a cabeça e encarou o Hatake com certo pesar.

– Se eu nunca pensei em como você se sentia foi por culpa sua, você nunca me disse o que realmente quis quando me adotou. – Não segurava mais as lagrimas que teimosas escorriam pela sua face. – Porque nunca me falou o motivo de ter me adotado? Porque nunca me contou o nome da pessoa que te deu essa ideia? Quer que eu confie e acredite numa pessoa que vive mentindo pra mim?

Kakashi olhou para Sakura sem reação. Ela nunca havia colocado tanta dor para fora, nunca durante os quase cinco anos que passou ao lado da garota ele havia chorado daquela maneira. Nem mesmo quando levou uma surra dos colegas de reformatório. A garota era a força em pessoa, nunca em momento nenhum pensou em fraquejar e mostrar a sua verdadeira personalidade. Seu peito doía assim como a sua garganta, isso porque a um certo tempo o choro estava entalado em sua garganta, e não mais o segurou puxou a rosada para um abraço e deixou-se levar pelo momento. Choraram um nos braços do outro por período de tempo indeterminado, até que o Hatake se recompôs e ergueu o rosto da então filha.

– Nunca contei porque achei que não se importasse, você sempre se manteve distante de mim e não faria diferença alguma se eu contasse. – Enxugou uma lagrima que escorria pela face da garota. – A pessoa que me induziu a te adotar não tem importância alguma agora.

Afastou-se da garota e a puxou para o carro. Sakura foi sem protestar, até aquele exato momento ela nunca tivera um segundo de felicidade ao lado de Kakashi. Se ele queria fazer as pazes não seria a rosada que discutiria. O caminho até o apartamento de Neji fora feito em silêncio, apenas uma ou duas palavras eram trocadas. Já eram quase sete horas da manha, com certeza Naruto e Sasuke passaram a noite em claro. Chegando lá, a primeira pessoa que Sakura viu foi Asuma, o homem estava serio e usava um terno muito sofisticado. Franziu o cenho diante de tal cena, mas não iria comentar nada com Kakashi.

Saíram do carro e só nesse momento Sakura percebeu que Asuma não estava sozinho, Neji estava ao seu lado porem escondido por uma arvore. O sangue da rosada gelou, nunca imaginara que o Hyuuga descobriria sobre seu passado. Olhou para Kakashi e viu o mais velho encara-la com uma expressão derrotada, algo indicava que tudo ia depender do rumo que essa conversa iria ter.

– Oi Haruno? – Começou Asuma. – Quero lhe pedir um favor.

– Quer que eu conte o meu passado para ele, certo? – Disse sem olhar para o homem, encarava Neji e via o garoto responder ao olhar.

– Sim, enquanto isso eu e Kakashi teremos outra conversa. – Falou já saindo do local ao lado do Hatake.

– Então? O que quer saber? – Fechou a cara para Neji.

– Tudo.

Suspirou, conhecia o rapaz e esperava por essa resposta. Era tudo ou nada a partir de agora, só ela definiria o seu futuro e estava prestes a afastar pessoas importantes dele. Nunca gostara de seu passado, mas era a única escolha contá-lo já que queria que o amigo a entendesse.



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Notas finais do capítulo

1- Eu não faço a menor ideia de como é o treinamento de um atirador, tudo ai veio dessa minha cabeça oca!
----xx----
E ai? Reviews ou pedradas?
Comentem!!!



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