Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oiieee pessoal! Desculpem pela demora enorme,é que esse negócio de fim de ano e tal sempre é uma loucura né. Ah, estão voltando a comentar a fic e fico muuuuuuuuito feliz mesmo *-* adoro vocês pessoal *---* brigada mesmo.
Por último gostaria desejar a vocês muuuuuuuuuuitas boas festas nesse fim de ano pessoal. Eu sei que já acabou e agora só falta o ano novo, mas é que eu não pude entrar semana passada e etc. Bem feliz ano novo também e que você consigam tudo de bom e leiam muuchoooooooooo. Bjinhos.



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                           Abro os olhos lentamente e dou de cara com a luz forte do sol. Levanto-me bruscamente com os olhos arregalados e olhando para todas as direções. Toco em meu rosto, coço os olhos e respiro fundo. Sinto o quanto está calor, mas não cai suor já que não tenho água nem para isso. Tiro meu casaco e ponho-o ao meu lado. Algo me impede de lembrar quaisquer coisas que eu fiz ontem.

                            Olho em volta. Estou numa clareira, e as árvores em volta se juntam de uma maneira que se forma uma parede natural. Uma leve brisa sopra, mas não é o suficiente para tirar o clima abafado.

                            Olho para minha jaqueta novamente, e embaixo dela há uma pequena embalagem. Era uma barrinha de cereal. Ela está comida pela metade e foi aí que começo a me lembrar de muita coisa. Fico com uma vontade ridícula de chorar. Talvez seja porque estou com uma desvantagem enorme nesse Jogo, mas aí penso em como Rodney salvou minha vida diminuindo essa grande desvantagem. Eu queria tanto agradecê-lo: olho para o céu, esperando que alguma câmera pegue um bom ângulo, e digo:

                           -Obrigada. – Fico apontando para minha cabeça e dou um sorriso falso.

                           Olho para minha mochila que está jogada num canto da clareira. Fico com tanta raiva. Perdi um bom tempo na arena por conta daquelas plantas venenosas. Pego minha mochila e abro-a. Vejo três amoras enroladas numas tiras de tecido no bolso da frente. Tem pedras grandes e cascalho espelhados dentro do bolso também. Lembro-me do filtro natural. No bolso principal está meu saco de dormir, as cordas e fios, um recipiente com um furo no meio que é o filtro, o saco de biscoito, o kit de socorros, e por fim as duas garrafas... Vazias. No meu cinto estão presos duas facas e o estilingue.

                             Respiro fundo com um olhar cansado. Quanto tempo será que eu dormira? Sinto-me tão sozinha, angustiada e cansada. Já não sei se sou forte suficiente para continuar. Imagino como está a capital: gritando por seus candidatos, apostando fortunas em tributos, provavelmente só os amantes desafortunados e os carreiristas, que são os únicos com um parceiro.

                            Eventualmente isso me lembra de Ethan. Fico tentando fugir desse pensamento, mas não consigo. Seria bem melhor se ele estivesse aqui. Talvez ele não fosse muito útil em sobrevivência, mas ele me animaria. Ele pensa positivo quando é necessário. Acho que esse é o meu problema, ás vezes sou tão negativa que me priva de algumas coisas. Começo a pensar em meu irmão. Não gostaria que Ed fosse assim, então isso me motiva a levantar dali e resolver como botar o pé fora dali.

                            Vou até o lago e examino-o. Infelizmente a notícia não é boa: Mesmo que eu o filtrasse não poderia beber a água, pois ela está contaminada. Isso só se tira com pílulas especiais de purificação, o que no caso eu não possuo nenhuma. Sei que está contaminada, pois há centenas de caramujos submersos rastejando para lá e para cá. Aquilo é uma bomba de doença com sintomas que talvez nem eu saiba quais são. Além de ter uma espécie de alga venenosa nas extremidades do leito, elas são meio amarronzadas na forma de uma folha de bananeira, mas menor. São perigosíssimas e raramente alguém consegue sobreviver das infecções. No distrito 5 são apelidadas de Algas-cadáver.

                             Não sei se aquilo seria muito útil para mim, mas gostaria que os carreiristas encontrassem esse lago e as algas exercessem seu poder. Mesmo que não bebessem, o simples toque com a planta lhes traria uma série de irritação na pele.

                             Uma ideia me veio á cabeça. Seria muita sorte se eu pudesse usá-la em alguma ocasião, mas não custava tentar: peguei um graveto do tamanho do meu braço, e amarrei minha faca a ele com um de meus fios. Com o cuidado de não me molhar, fui movimentando a faca embaixo da água para que cortasse algumas das algas. Depois que cortei umas quatro, elas caíram no fundo e passando a faca por debaixo delas, trouxe-as á superfície. Peguei o paraquedas com o pote das barrinhas amarrado a ele e joguei as algas úmidas lá dentro. Enrolei o paraquedas e coloquei na mochila verificando se estava fechado corretamente. Poderia usar isso mais tarde.

                             Limpei a faca com umas das tiras de tecido que foi descartada no leito do rio. Prendi a faca ao cinto e guardei o resto. A barrinha ficou no bolso da frente para que se algo do tipo me acontecesse de novo, eu a mordesse rapidamente. Por fim comi as últimas três amoras. O pouco suco da amora me deu pelo menos mais um dia de vida. Agora com a mente recuperada junto com a sanidade preciso voltar e descobrir exatamente onde estou.

                           Eu queria também um pouco de carne, mas com essa água venenosa por aqui, os animais que bebem dessas águas e sobreviveram estão totalmente contaminados. Comecei a andar lutando contra minhas pernas que estão fracas, ásperas e com manchas devido ao sol e a desidratação. Aliás, está tão quente que guardo minha jaqueta na mochila, subo as calças e seguro a vontade de tirar as botas. Minha garganta está dolorida pela desidratação, se respiro fundo pela boca já começa a rasgá-la. Alguns cortes no braço e na perna ainda estão cicatrizando e só agora começo a sentir suas dores. Agora que a loucura se foi, tenho inteligência suficiente para sentir as dores.

                           Andei durante duas horas e ainda não percebi alguma mudança na vegetação fechada e escura. Torço por uma pequena brisa, mas fui ignorada. Ouço alguns farfalhares nas árvores e no chão coberto de folhas e percebo que os animais começam a aparecer.

                           Lembro-me do dia em que fiz aquela arapuca: um pequeno buraco com a armação de arames embaixo, que falhou com o esquilo, mas lhe fizera alguns cortes. E se aquilo tudo caísse em cima do animal? Começo a fazer mais três armações com os fios, fazendo pontas saírem de alguns locais e afiando-os mais com a faca. Finco as armações levemente no solo com uma pedra em cima equilibrada perfeitamente. Amarro uma corda pequena á arapuca e cubro-a com as folhas, quando eu puxar a armação, ela cai cortando o animal fazendo-o enfraquecer e depois a pedra cai, matando-o.  Ando por aí procurando frutinhas, flores e folhas com cheiro e outros alimentos diversos, coloco um punhado disso e espero algo.

                            Passa um bom tempo e quase caio no sono quando ouço algo levemente tocar ao chão. Discretamente começo a olhar o ser vivo. Era um tipo de pássaro estranho: ele era grande, possuía penas de cores mais opacas e escuras como marrom, cinza e preto. Ele olha para os lados e vai dando pulinhos até a armadilha, cerro meus olhos e concentro-me no que ele irá fazer, foi bem rápido: no momento em que ele bicava a frutinha eu puxei o fio, a armação caiu sobre ele e o pássaro deu um pio forte e tortuoso a pedra caiu e ele calou-se de uma vez. Vi algumas gotas de sangue espirradas na pedra. Sua cabeça estava totalmente amassada. Desvio o olhar, mas forço-me a encarar o pássaro morto. A cena era bem desagradável. Não gosto de fazer isso com animais, mas é preciso.

                             Agora só tem um problema: O pássaro tem que ir ao fogo. Nessa altura dos jogos, uma fogueira irá exaltar a atenção dos tributos e isso me trará problemas. Penso em algo e a única opção é usar pedras quentes. Tenho que procurar algumas por aí em clareiras, pois elas estarão quase em chamas por conta do calor e isso pode cozinhar pelo menos um pouquinho da carne. Ando para lá e para cá, procurando um mísero feixe de luz, ou uma brisa a mais. Ando um bom tempo até achar uma clareira. Fico aliviada. Procuro algumas pedras e acho algumas grandes e várias pequenas. Junto algumas aos chutes e jogo a carne em cima. Pressiono os pedaços com a lateral da minha faca e eles vão ficando quente.

                            Não ficou algo bem cozido e gostoso, mas a vermelhidão que indicava que a comida estava crua diminuiu. Na verdade eu não ligava muito, contanto que eu comesse um pouco de carne.

                          Mordi um pedaço da coxa do pássaro. Fechei os olhos e senti um gosto muito diferente do habitual. Forcei-me a engolir tudo e terminei a coxa. O sofrimento do gosto horrível compensou muito o final. Senti algo ótimo por comer carne, até força encontrei. Enrolei as outras tiras nos tecidos e guardei no bolso da frente. Como mais um biscoito do pacote e respiro fundo para conter minha sede.

                          Agora começava a parte ruim, relembrar todo o caminho. Enquanto estava na clareira, uma brisa batia lá. Vi sua direção e comecei a andar contra ela. Talvez esse seja o caminho para um lugar mais alto que seria a cornucópia onde posso me localizar bem através dela. Além disso, as correntezas dos rios seguem o vento e suas nascentes estão em lugares altos.

                         Começo a andar com uma energia renovada. Pelo resto da tarde fico andando e é no finalzinho, quando minhas pernas começam a ficar trêmulas , que percebo uma diferença na mata. As árvores vão se afastando aos poucos e as brisas começam a bater mais forte. As folhas caídas no chão vão virando gramas rasteiras bem esverdeadas que reluziam á luz do sol poente. Isso me lembrava dos morros do distrito 5, antes da capital ter mandando construir mais indústrias de energia.  

                       Eu já ia começar a escolher uma árvore para descansar á noite quando ouço uma voz chamando atenção pela arena. Mais um aviso para nós. Respiro fundo num tom lamentoso. Era a voz de Claudius Templesmith:

                      - Atenção tributos, atenção. Nessa altura dos Jogos sabemos que cada um de vocês precisa de algo desesperadamente. Ao amanhecer do dia seguinte haverá um... Banquete. Estejam na cornucópia para aproveitar. Que a sorte esteja sempre ao seu favor.

                       Minhas pílulas.   


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Notas finais do capítulo

E aí mereço reviews? Mande se você gostou ou não, pois me motiva a escrever e corrigir meus erros. Obrigada ;) Ah se você gosta muito da fic por favor recomende-a, assim você me ajuda a promovê-la e me dá um sorriso no rosto. Bjinhos!



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