Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!! Estão voltando a mandar reviews e eu estou ficando muito feliz e motivada *-----* Muito obrigado gente , sério mesmo. Bjinhos e boa leitura.



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                                  Eu fico encarando o chão atrás de respostas. O que eram aquelas plantas? Sinto-me atordoada e cansada. Mas é aí que tive certeza que a Capital criou aquilo. Aquela planta não era algo natural, foi geneticamente modificada. Os sintomas de lucidez vão e voltam e isso será um problema.

                                 Mas eu também preciso de outra solução. Que basicamente é carne. Estou farta de fome e comer biscoitos com amoras não está me ajudando. No distrito 5 não comíamos muita carne, nós não temos acessos as florestas ‘’graças’’ as armadilhas elétricas. E os rios estão todos ocupados com usinas geradoras de energia e geralmente contaminados. Os peixes de lá são de alto risco. E mesmo com essas incapacidades não sentíamos tanta falta de carne. Mas agora com tanto esforço que faço, preciso consumir uma.

                                  Começo a andar olhando para todos os cantos. Não por medo, mas por curiosidade. Estava tudo tão quieto e eu queria subir em todas as árvores e ver tudo lá em cima. Sentir o vento. Além disso, as árvores tinham colorações lindas. Laranjas!  Tinham outras folhas rosa e alguns troncos quase amarelos! Aquilo era tão admirador.

                                 Ah não... Os sintomas...

                                 Tudo girava e as cores se fundiam e parecia que eu andava pelo arco-íris. Do que eu estava reclamando? Tudo parece ser tão feliz aqui. E eu andava tanto porque cada vez que eu avançava eu via uma cor nova. Eu ria muito, aquilo era tão estranhamente engraçado.

                                 Mas além da felicidade das cores eu sentia muito suor caindo de minha testa, braços, pernas e tudo. Estava realmente muito quente. Levantei as calças até os joelhos, amarrei a jaqueta na cintura e senti o vento batendo nos pingos de suor e secando-os. Eu até achei estranho, pois á noite estava extremamente frio e agora tão quente... Eu não ligava, dei uma risada e continuei andando.

                                Andei durante duas horas sem parar. Eu tinha esquecido o cansaço e a fome, até que isso me ajudou a, eu acho, distanciar-me um pouco do suposto lugar que os carreiristas estão.  Mas tudo isso não durou tempo o bastante para eu achar água. Aos poucos as coloridas árvores e folhas foram pegando sua coloração normal e eu percebi onde eu estava e minha verdadeira situação. Fui ficando desanimada e o sentimento da preocupação voltou. Eu me senti pior do que estava fisicamente, pois a fome, a sede e o cansaço tocaram-me grossamente.

                                 Eu não conseguia mais andar de um jeito normal, era sempre tropeçando ou mancando. Eu não havia comido nada, então parei um pouco e consumi o resto das amoras e um biscoito. Voltei a andar e segurei-me para não beber água. Tiro a conclusão que os idealizadores estão dando uma grande modificada no clima.

                                 Uma raiva, do nada, começa a consumir meu corpo. Seu eu vesse algum tributo agora eu provavelmente sem pensar, espancaria ele ou ela até que eu morra. Isso me faz pensar que qualquer um poderia me matar facilmente. Eu paro do nada e fico olhando para frente. Estou com tantos pensamentos na cabeça que começo a ficar com dor de cabeça e vejo que não faço ideia de onde estou, nem o que estou fazendo ou o que tenho de fazer. Eu só estou andando e não encontro nada além de mato e árvore. E assim dou um grito, suficientemente alto para ser considerada forma de suicídio: algum tributo irá me ouvir. Às vezes penso que é isso que eu quero. Quero somente morrer, mas repentinamente uma voz diz que eu só estou preocupada e novamente meu desejo de ser morta volta. Minha respiração fica ofegante, o suor vem com mais intensidade e boto minhas mãos nos meus ouvidos, como se eu quisesse esmagar minha cabeça e sussurro para as vozes da minha cabeça. Por favor, parem... Por favor, parem... Está muito calor... Eu não quero... Morrer...

                              Sem pensar abro minha mochila com violência, pego minha garrafa com pouca água e esvazio-a. Mas não quer dizer que eu bebi, eu simplesmente começo a jogar tudo em meu rosto e ombros. Por alguns segundos ela me refresca, mas o calor volta. Guardo a garrafa e vejo o chão. Água caiu no chão e deixou a terra úmida. Eu começo a pegar na terra e me desespero:

                               - O que foi que eu fiz?! É minha única chance de vida! Ah não... Eu vou morrer... Perdoa-me Ed, me perdoa... – Lágrimas caem de meus olhos e me sinto culpada por minha própria morte. Não suporto mais a fome e a sede deito ali mesmo, sem nenhuma proteção e fecho os olhos.  – Me perdoa...

                                Abrir os olhos foi o mais difícil. Minhas pálpebras pesavam muito. E quando finalmente consegui sentei-me no chão vi que estava á noite. E estava muito frio. Vesti meu casaco e coloquei as mãos no bolso. Eu não estava me lembrando do que eu estava fazendo naquele lugar sentado sem nenhuma proteção. Aliás, que lugar era esse? Tinha tantas árvores que formavam uma mata fechada e o frio fazia-me tremer até os ossos.

                          Vi-me subindo um palco no distrito 5. Vi-me falando com um homem estranho que comia barrinhas de cereais. Vestia roupas estranhas e falava com um garoto. Depois uma mulher horrível. E depois dava uma entrevista. Vi-me correndo de um bando de pessoas, depois sendo enforcada por um garoto enorme, depois deitada num lago ótimo. Uma garota me encarava e por fim me vi pedindo perdão. Ah, sim. Agora eu lembro.

                          Continuo nos Jogos. E estou lúcida.

                           Pergunto-me quanto tempo eu dormi. Será que eu perdi algo, será que alguém morreu? Será que eu dormi mais que um dia? Será que os idealizadores estejam me matando aos poucos por meio de plantas? Oh, sim...

                            Minha cabeça latejava e eu não podia nem tomar um comprimido já que eu não tinha água. Nem em meu próprio corpo. Minha língua está seca, já não urino faz quase três dias e amanhã não serei mais capaz de suar. Esfreguei a mão no meu rosto e me encolhi recostando-me numa árvore.

                             Os sintomas da planta são basicamente a loucura. Isso significa que eu vou ficar vendo paisagens anormais, escutando vozes, sentimentos misturados e mudando constantemente. E isso está me custando a vida. Depois de dormir a tarde toda (Pensado se eu dormi somente um dia) já estou sem sono. Pode até ser escuro demais, mas simplesmente algo me faz andar e querer procurar ajuda. Talvez seja porque se eu morrer eu irei me culpar e ainda não tentarei nem consertar isso. Morreria em vão.

                              Foi aí que depois de vinte minutos andando como se fosse cega, avistei uma pequena clareira. E lá possuía um lago muito pequeno, ele já estava secando, pois o seu diâmetro tinha aproximadamente minha altura. Mas ando tão desconfiada de mim mesma que achei que aquilo fosse somente alguma miragem. Eu cheguei perto e sentei. Estava muito real aquele lago... Mas continuava com medo de aquilo ser uma armadilha de mais infecção e que eu, num momento de loucura, pegaria a água e bebesse tudo. Ainda fraca e tremendo-me de frio, com a cabeça latejando, deitei a beira do lago que deveria cobrir somente os pés e ia deixar minha mão submersa, só para sentir a água por ali e hidratá-la. Já não importava se aquela água poderia me congelar naquele ambiente frio.

                            Mas antes que eu colocasse qualquer extremidade do meu corpo na água ouço um Bip. Olho para o céu já que foi de lá que o som veio. Bip. O pequeno ruído se aproxima e começo a ficar preocupada, seria alguma crise minha novamente?

                             Minha boca se abre num grande O. Começo a tremer-me agora de alegria. Uma lágrima de felicidade, tristeza e humilhação cai do meu rosto. Um paraquedas está caindo do céu. Ele cai exatamente em cima de meus braços que já estavam abertos para receber a dádiva e eu observo aquilo. Era o objeto que salvaria minha vida. Não importa o que fosse eu sei que me faria algum bem.

                              A minha felicidade volta, e assim vejo a cor das árvores todas rosas. Deixo o paraquedas cair no chão e me vejo caída junto. Dou um sorriso e o céu clareia de repente. Um pássaro passa, dois pássaros rosas passam. Agora cinco pássaros rosa passam. Dou uma risada baixa e abafada. Começo a esticar o braço e agarro o paraquedas. Lentamente fui arrastando-o para perto de mim. Eu lutava contra minha fraqueza, que me impossibilita de fazer qualquer coisa. Até mesmo abrir um paraquedas. Respiro fundo. Essa planta atinge meus músculos de uma forma horrível. Ponho o paraquedas em cima de mim e respiro novamente. Vou encontrando forças, abro o paraquedas e enfio a mão lá dentro. Retiro algo que é familiar.

                            A ironia é tão grande que dou um sorriso, abro a dádiva e mordo um pedaço. Minha cabeça vai parando de latejar, meus sentimentos vão se acalmando, me sinto mais dispostas e tudo volta ás suas cores e formas normalizadas. Tudo fica mais claro em minha cabeça. Era como se alguém me desse um peteleco e tudo se organizasse, comecei a pensar tanta coisa que me questionei nesses dias, vi o quanto andei e situações que agora saberia exatamente o que fazer. Havia um bilhete na dádiva:

                           ''Fui mais rápido que o mentor passado, e antes que se dominasse por sua própria insanidade, parei-a. Só não peguei do meu estoque.''

                            Rodney me mandara barrinhas de cereais.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Odiaram? Amaram? Algum erro? Por favor mande reviews, pois elas me motivam e me ajuda a consertar meus erros. Muito obrigaada por ler e não custa nada mandar uma review né? Brigada!



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