Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal descuuuulpem a demora, é que eu estava viajando e lá não tinha internet e eu acabei esquecendo de avisar que eu estava fora. Mas eu voltei e o próximo cap está aí!
Boa leitura



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                      Sento perto do leito do rio. Estou com raiva e melancolia pelo fato de Ethan não estar aqui. Chego a querer jogar tudo no lago, sair gritando e dane-se o que acontecer comigo. Mas controlo-me.

                      Estava na hora de usar aquela faixa de areia, cascalho e pedras no meu plano: Como eu não tinha pílula eu usaria alguma alternativa. Sei que o que eu iria fazer não purifica a água totalmente, mas era o único jeito. Um filtrador natural de água. Talvez isso seja algo que me mate com alguma infecção, mas eu posso ter mais que três dias.

                       Primeiro tenho que ter uma garrafa, mas não tenho uma que possa ser cortada facilmente. Eu só possuo um recipiente de plástico onde guardo minhas amoras. Ele é quadrado, mas só tenho isso. Pego minha faca e perfuro fundo. Foi um pouco difícil de fazer, mas consegui um buraco de largura de três dedos. As amoras eu enrolei com tiras de tecido.

                        Teria que tampar o buraco com algo permeável... E de novo eu volto às tiras de tecido. Pego uma e coloco por dentro do recipiente e o seguro com pedras parcialmente pesada nas extremidades. Pego cascalho espalhado pelo leito do rio e jogo no recipiente, depois pedras um pouco maiores, uma areia mais grossa, e depois areia mais fina no topo. Estava pronto o filtro.

                      Hesito um pouco antes de encher a minha garrafa da água do rio e despejar no filtro. Depois que derramei água, a areia fina estava absorvendo-a aos poucos. Eu vi que isso demoraria o mesmo tempo que a pílula faz para purificar a água, então tinha que sair dali. Peguei uns fios sobrando e amarrei a garrafa ao buraco para que a água vá caindo diretamente dentro dela e eu possa ir andando carregando isso.

                        Eu estava indo para mesma direção que Katniss e Rue estavam antes da explosão. Na verdade, desde que elas destruíram os destroços dos carreiristas não as vi mais. Um pensamento repentino me veio à cabeça achando que os dois canhões de hoje de manhã tenham sido delas duas. Sei que se fosse um dos carreiristas seria bem improvável: A Clove ainda está viva. O seu par, o garoto loiro, também. Afinal ele é muito forte para morrer tão de repente com sua fúria enorme da explosão. O garoto do 1 eu não faço ideia. Mas podia ser ele se o canhão soasse depois do aviso dos dois campeões, afinal ele estava sem nenhum par e só daria mais trabalho a Clove e seu par leva-lo junto. O garoto do 11 eu não faço ideia, também. E o garoto do 12 não aparece já faz muito tempo. Katniss é esperta o suficiente, mas ela e Rue são as mais próximas de terem sido mortas.  

                       Depois de adentrar a floresta não posso mais fazer marquinhas, pois minhas mãos estão ocupadas. Isso me deixa atordoada com o medo de estar andando em círculos, uma vez que meu objetivo e me afastar dali. Felizmente por um tempo eu vejo minhas marquinhas que eu marcara quando estive ali, mas depois de quase uma hora caminhando elas desaparecem e eu vejo uma vegetação mais úmida e fechada. Tinha muita pedra no caminho e uma terra rica em adubo natural.

                        Só que tem um problema: eu andei muito rápido. Eu estou acostumada a andar rápido e beber um gole de água nas minhas paradas, pois o cansaço é grande. Mas agora quando vejo a garrafa, ela só está cheia dois dedos a mais que a metade da garrafa. Eu tenho que economizar radicalmente.

                        Sentei apoiando-me num tronco e fui desamarrando os fios da garrafa presa ao recipiente. Tampei a garrafa e sacudi-a um pouco. A cor estava bem melhor á do lago e os pequenos detritos desapareceram. De certo modo a experiência não falhou, mas a água ainda não está totalmente potável. Eu poderia fervê-la e depois só esperar esfriar, mas demoraria muito e acender uma fogueira nesse ponto do jogo é algo muito estúpido.

                        Confiando-me na sorte, bebi um gole da água. Ainda tinha um pouco de gosto de lago, mas não estava insuportável de se beber. Depois tudo que estava no bolso da frente da mochila guardei no bolso maior e joguei todas as pedras grandes e cascalho com a tira de tecido e o recipiente lá dentro. A areia eu tive que jogar no chão. Botei terra da área por cima para não perceberem nada e segui meu caminho.

                             Andei muito tempo e só dei dois goles na água. Eu estava farta e morrendo de fome. Comi duas maçãs que tinha para pegar o suco, e assim, água para me dar mais energia. Depois comi mais duas amoras.  Deixei o biscoito para mais a noite, já que isso me daria sede e se eu dormisse talvez eu enganasse a vontade de beber água.

                             Já era de tardezinha. O sol era fraco e deixava o céu com um mistura de laranja e rosa. O ar estava úmido e a vegetação do local deixava isso claro. Eu pensava muito. Principalmente na capital. As apostas e o final do jogo devem estar fervendo, principalmente com dois ganhadores. Os carreiristas do distrito 2 estão ricos de apostas e dádivas, isso eu tenho certeza. O garoto do 1 não é lá muito impressionante. Se Rue estiver viva o mais sensato seria ela se juntar com o garoto do 11. Katniss também deve estar ficando rica de dádivas, ou pelo menos deveria. Aquela história de amantes desafortunados fez a capital ficar aos seus pés. Basicamente somente eu e o garoto do 1 estamos sozinhos. Isso me deixa numa posição desfavorável.  Olho de relance para o céu e vejo o sol quase se pondo na linha do horizonte e junto uma pequena fumacinha subindo ao céu. Uma fogueira. Não posso acreditar. Ela estava alguns metros á minha frente e acabo pensando que tipo de pessoa vaia acender uma fogueira agora? Isso é bobagem e uma forma para morrer. Ou talvez... Fosse somente uma armadilha. Algo para atrasar os carreiristas. Bem, funcionou quando eles foram atraídos pela fogueira e deixaram seus alimentos com um mero garoto pequeno e fraco.

                      Começo a dar passos mais depressa, e a me distanciar mais da fumaça. A fome bate e me forço a pegar a última maçã. A sede fica me afetando em todos os sentidos. Até na vontade de comer. Do nada sinto algo no meio dos meus passos apertados tocarem meu rosto. Quando vejo são plantinhas da altura das minhas bochechas. São caules bem finos e a flor na ponta é toda fechada. Eu nunca havia visto uma planta assim. Nem mesmo ouvido falar na escola. Elas são bonitas. Examino-as mais de perto e vejo como são lisas e balançam ao vento. Devia ter umas duzentas, bem juntinhas se entrelaçando.

                       Sinto-me bem mais leve, mais calma. Uma paz invade o ar, mas depois de aproveitar os segundo gostosos que tive ali sigo meu caminho olhando para trás. Quando ainda dá para enxergar algumas coisas no escuro, armo a mesma armadilha que fiz anteriormente. Ainda vejo o quão idiota é aquela arapuca, mas o cansaço está muito grande. Subo numa árvore, o que é bem difícil já que elas são bem juntas umas ás outras. Escolho um galho forte e amarro-me nele. A escuridão tomou conta do lugar.

                         Engoli três biscoitos do pacote enorme e dei um gole pequeno na água. Ela não havia esvaziado muito então eu estava economizando direitinho. E assim como previsto veio o hino que ecoou em toda a arena e assim as imagens dos tributos: O primeiro que apareceu foi o garoto do distrito 1. Fiquei surpresa por ele ser morto antes do aviso. Vai ver isso sempre esteve no plano de Clove e o loiro mortífero. E em seguida apareceu Rue. Ela sorria na imagem e seu rosto dava um toque de leveza e inocência de uma criança. A mesma inocência que o Ethan tinha. Isso me levou um sorriso já que Ethan tinha quase a minha idade. Pensei se não foi Katniss que matara Rue e o garoto do 1. Talvez o garoto, mas Rue seria muita crueldade e o que ela sentia por aquela garota era forte.

                         As fotos somem e meu sorriso vai junto. Meus sentimentos foram enterrados no fundo da terra e minha cara se murchou. Como a capital consegue ter coragem de mata-lo.

                        Quando acordo, tudo está girando. Minha cabeça lateja. Coço os olhos, me espreguiço e respiro fundo. O ar continua muito úmido. E do nada dou uma gargalhada forte e alta, como eu dera nos destroços dos carreiristas:

                           -Eu estou muito, muito feliz. – Dou uma risada – Ahh que delícia de aroma. – É eu realmente estou feliz. Além disso, estou vendo perus assados correndo pelo solo. Eles estão com uma aparência deliciosa. Tudo volta a girar e eu começo a ficar tonta e antes que eu pudesse agarrar um dos perus saltitantes eu caio do galho e fico suspensa pela corda. Desamarro a corda rapidamente e caio de quatro no chão. A corda cai em cima de mim e tudo para de girar e os perus somem. Minha sanidade volta de repente e de olhos arregalados e respiração ofegante eu falo:

                              - Aquelas plantas eram venenosas.  


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Notas finais do capítulo

E aí mereço reviews? Se gostara ou não mande mesmo assim porque me ajuda a concertar meus erros e me motiva a escrever, se não eu fico triste D:
Obrigaaada!



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