Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo. Beijos.



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“Acho que por hoje, está bom, Alexa”, Nathan disse dando um final ao nosso treinamento por hoje. Já estávamos treinando a cinco dias, mas Nathan disse que eu tinha experiência de meses. Ele concordou em não contar sobre isso para os meus amigos (já desconfiados). Seria arriscar demais.

Sam suspirou e deitou no tapete fofo de Nathan, cansado. Eu sorri para ele e me ajoelhei ao seu lado para que pudesse tocar seu rosto. Ele logo se dissolveu em fumaça vermelha e entrou em mim.

Eu sorri. Sam tinha sido um cavalheiro esse últimos dias comigo. Estava até aturando mais Fleur e Nathan, mesmo que ele ainda não gostasse deles. E o que ele sentia por Frances...

Era tão forte que chegava a deixá-lo cego, mas, por mais incrível que pareça, isso parecia fumaça toda vez que ele olhava para Fleur. A elegante loba de olhos cinzas nebulosos tinha ganho o coração da minha raposa, mesmo ele não querendo admitir.

“Acho que vou ter que ser seu guia hoje, não é?” Nathan disse me tirando dos meus pensamentos. Levantei meu olhar para ele. Ele estava lindo, como sempre. Blusa preta colada perfeitamente ao seu corpo, destacando seus bíceps. Calça escuras com a maldita correntinha pendurada. E suas famosas botas de ataque.

Ele colocou as mãos no bolso, esperando minha resposta. Eu encarei seu rosto. Os olhos escuros, a boca bem desenhada, os dentes brancos em contraste com a pele morena, o nariz reto, mandíbula forte, e a barba por fazer. Ele me deixava louca, só de olhá-lo. Seus cabelos lisos e escuros estavam bagunçados, como sempre. E eu tinha uma vontade quase incontrolável de passar a mão neles para saber se eram tão macios quantos pareciam ser.

Mas eu não poderia fazer nada disso.

“Seria bom, já que tenho quase certeza que vou me perder nessa floresta”, eu disse e me levantei. Ele não me ajudou, apenas me seguia de perto, mas não perto demais.

Eu já tinha me acostumado com a regra de Nathan: Não nos tocarmos. Se aquilo, aquela ansiedade de estar ao seu lado e tê-lo para mim, aquela tensão quase palpável acontecia sem que a gente fizesse nada além de nos olhar, imagine o que aconteceria se nos tocássemos.

Entramos na escuridão da madrugada e começamos a seguir floresta a fora. Geralmente, no final do treinamento, ainda estávamos com nossos animais elementares. Mas hoje, Nathan meio que tinha exagerado no treinamento e tinha esgotado-os totalmente. Por um momento, pensei na possibilidade dele ter feito isso apenas que pudéssemos ir sozinhos para os dormitórios.

“Então, eu estava pensando...”, Nathan começou me tirando dos pensamentos de novo. Ele me olhou pelo canto e deu um meio sorriso. “quer fazer alguma coisa no sábado? Um cinema ou algo do tipo.”

Por um momento eu fiquei tentada a dizer que qualquer lugar que ele quisesse ir, eu estava junto, mas fiquei quieta. Ele estava me convidando para sair? Acho que parei de respirar, porque meu cérebro não estava trabalhando direito para pensar em uma resposta.

“Então?”, ele persistiu e parou ao meu lado, me encarando.

Eu engoli a seco e abri minha boca para dizer um enorme Claro que sim, mas bem nesse momento meu cérebro resolver voltar a funcionar. E a informação que saiu dele, não foi a melhor.

“Eu não posso”, eu respondi e olhei para baixo. Chutei uma pedrinha.

Escutei Nathan suspirando.

“Eu sei. Nem deveria ter tentado.”, ele disse e eu sabia que ele estava balançando a cabeça. “Você tem namorado, mesmo eu querendo que fosse diferente.”

Eu levantei minha cabeça tão rápido que minha visão ficou turva por uns segundos.

“Não é por causa de Nick”, eu disse. As palavras saindo da minha boca pareceram frias. “O aniversário da minha mãe é amanhã e ela disse que vai fazer um almoço lá em casa e que queria que eu fosse”

“Oh!”, Nathan disse. Acho que foi a primeira vez que o peguei de guarda baixa.

“Mas,”, eu emendei. “você pode ir comigo se quiser”

Minha cabeça tombou de lado , o estudando enquanto ele pensava nessa possibilidade. Então um belo sorriso de Bad Boy apareceu em seu rosto. Meus olhos brilharam.

“Seria uma honra”

******

Alexa,

Estou morrendo de saudades,mas isso não deve ser novidade. Gabbe está sendo tratada e logo, logo faremos a operação. Cada dia sem você é como um dia sem chuva. Eu sei que isso faz parte de uma música. Mas é a mais verdadeira.

Estou louco para tê-la em meus braços novamente e beijá-la até enjoar.

Tenha cuidado.

Nick.

Fechei o laptop depois de ler o e-mail de Nick pela terceira vez. Tinha quase uma semana que ele tinha ido embora? Pareciam anos. Pensei em responder, mas uma olhada no relógio tirou acabou com qualquer possibilidade.

Eu estava atrasada.

Eu estava atrasada para encontrar Nathan.

Eu estava atrasada para encontrar Nathan e levá-lo para conhecer a minha família.

Por mais incrível que parecesse, isso não me parecia estranho. Parecia até normal demais. Suspirei e me levantei da cama, passando a mão por meu vestido lilás e branco que minha mãe inha me dado de aniversário de dezessete.

Ele tinha um corpete e era sem alças, isso expunha minha marca elementar. Depois vinha uma saia com três babados que paravam um palmo acima do joelho.. Quando minha mãe me deu esse vestido, ano passado, eu não tinha gostado muito dele. Mas hoje eu agradecia por tê-lo em meu armário.

Luen tinha me emprestado salto preto. Para ela eu apenas iria almoçar com minha mãe. Mal sabia ela com quem eu iria. Para terminar, ela me maquiou, alisou meu cabelo e me deu uma caixa com lentes de contato castanhas. Não era como se eu pudesse sair com os olhos em vermelho vibrante.

Eu esperava estar bem. Luen, depois de me ajudar, tinha saído para o almoço e me deixado sozinha no quarto. Eu aproveitei para ver meus e-mail e vi a mensagem de Nick. E agora, lá estava eu, com uma culpa e uma sensação estranha pairando em mim.

Nick nunca tinha ido a minha casa antes.

Meus pais nem o conheciam. Eles sabiam que eu tinha tido uma atração elementar, mas não sabiam quem era. E eles nem fizeram muita questão de conhecer, também. Se eles sabiam que eu estava feliz, ficavam felizes também.

Eu sorri e abri a porta para sair. Tinha marcado com Nathan para nos encontrar no estacionamento. E eu estava dez minutos atrasada. Será que ele desistiu? Será que me deu cano? Passei a língua pelos lábios secos e fechei a porta.

Olhei para os corredores desertos e fui na direção das escadas.

Encontrando Nathan no caminho.

Claro que demorei uns dois segundos para reconhecê-lo. Ele estava com calça jeans escuras e sua famosa correntinha aparecendo, tênis (ao invés de botas de ataque), blusa branca gola V. Os cabelos ainda estavam bagunçados, mas estavam mais ordenados que sempre. Era como se ele tivesse tentado pentear, mas não conseguisse. E isso o deixava sexy.

“Uau.”, nós dissemos juntos, então rimos.

“Seus olhos”, ele notou.

Fiquei meia impressionada que ele tinha notado primeiro meus olhos para depois olhar minha roupa. Geralmente era ao contrário. Um grande sorriso apareceu em meus rosto.

“Seu cabelo”, eu disse.

Ele abaixou os olhos e passou a mão pelo cabelo, desarrumando-o mais ainda. Jurava que ele tinha ficado sem graça. Então voltou a me encarar e apontou para baixo.

“Vamos?”, ele perguntou.

Eu assenti e nós descemos.

No carro, a história foi meio diferente.

Ele foi para o seu canto, colocou seus fones de ouvido e colocou sua cabeça no recosto, fechando os olhos. Parecia que não queria papo. Eu, por outro lado, abri a janela e fiquei observando a paisagem passando por nós.

O caminho foi longo. Duas horas para ser mais exata.

Minha sorte foi que, quando eu ainda era humana, meu pai tinha se mudado para o Mississipi, para que pudesse ficar perto da escola. Claro que ele tinha feito isso pensando no bem estar de Lissa. Eu sorri comigo mesma.

Nathan até que parecia tranquilo em conhecer meus pais. Não que isso tivesse alguma coisa a ver. Nós éramos apenas amigos e ponto. Amigos que não se tocavam para não caírem na tentação.

Logo notei que estávamos chegando.

As sofisticadas casas mudaram para casas modestas, e disso para minha vila. Algumas pessoas estavam sentadas em cadeiras na portas de suas casas. Algumas crianças brincavam e corriam na rua. Algumas adolescentes conversavam sobre a vida alheia.

Tudo isso parou quando o carro da Spell the Most chegou.

Eu já estava acostumada com isso, mas parecia que, mesmo depois de três anos, eles não se acostumavam com um carro de luxo entrando na rua deles. O carro parou na porta da minha casa e o motorista saiu para abrir a porta para mim. Dei a volta no carro, enquanto Nathan saia e encarei a minha casa.

Ela era verde escuro e tinha dois andares, sendo que o primeiro andar eram apenas escadas. No segundo ficava a nossa casa. Na entrada tinha alguns degraus e um corrimão em cada lado. Nathan parecia intrigado com a casa, mas sua expressão era vazia.

Peguei a chave a abri a porta, ainda sentia os olhares queimando em mim, e com certeza Nathan também sentia. Assim que entramos , escutei-o suspirar. Começamos a subir as escadas em silêncio. O único barulho era o dos nossos passos.

Apertei a campainha e o encarei. Ele parecia ainda desconfortável, mas logo ficaria bem. Minha mãe atendeu dois segundos depois e me abraçou, como se a gente não se visse a anos. Fazia apenas uma semana.

“Oh, Alexa”, ela disse , me apertando mais ainda. “Pensei que eles não a deixariam sair. Estava tão preocupada”, ela me segurou pelos ombros e me analisou de cima a baixo. “Eu disse que você ficaria bem nesse vestido”, ela se calou quando notou que tinha alguém a mais comigo.

Eu limpei a garganta, mas sentia meu rosto corado por Nathan ver essa cena.

“Hum, mãe”, chamei sua atenção e ela me encarou com um ar interrogativo. “Esse é Nathan Castille, um amigo”, eu apresentei. “Nathan, essa é minha mãe, Loise Night”

Eu dei um passo para o lado e deixei que eles apertassem as mãos. Minha mãe olhou para mim por cima do ombro de Nathan e levantou a sobrancelha. Eu sabia o que ela estava perguntando, por isso neguei.

Ela olhou para Nathan e sorriu.

“Venha, vamos nos sentar.”, ela o guiou pela cozinha para a sala e o fez sentar no sofá. Quando eu estava ameaçando fazer a mesma coisa, minha mãe disse: “Nem pense, mocinha. Vá falar com seu pai primeiro, depois com sua irmã e os chame para conhecer Nathan”

Eu suspirei e me levantei.

Dei um olhar de desculpas a Nathan , antes e saí pelo corredor. Primeiro fui ao quarto dos meus pais. Eu realmente evitava entrar ali. Era o quarto deles. Toda vez que eu pisava ali, imagens do que eles faziam vinham a minha mente.

Eu tremi.

Bati na porta fechada e meu pai abriu com um grande sorriso no rosto, muito diferente de como ele estava a uma semana atrás. Ele me abraçou e me apertou.

“Querida, que bom que você veio.”, ele me encarou de cima a baixo e sorriu. “Está linda”

“Obrigada, pai”, eu corei. “Minha mãe está te chamando na sala”, ele assentiu e fez menção de ir, mas eu o segurei pelo braço. “Hum, pai. Eu trouxe um amigo, espero que não se incomode.”, meu rosto queimou mais ainda.

Claro que meu pai notou minha elevação de temperatura.

“É o que você teve atração elementar?”, ele perguntou sério.

“Não, mas é um bruxo.”, eu disse e ele levantou a sobrancelha. “Da terra”

“Oh!”, ele disse e olhou para o corredor, ainda tentado.

“Seja gentil, por favor”, eu pedi.

Ele levantou as mãos e sorriu.

“O tratarei como se fosse meu filho”, ele prometeu. “Posso ir?”

Eu o soltei e o observei sumindo pelo corredor. Antes que as vozes vindas da sala chegassem a mim, entrei em meu quarto. O som estava ligado e dele saía Rihanna. Lissa estava deitada na cama pintado as unhas do pé de branco. Seus olhos verdes se fixaram em mim e ela levantou uma sobrancelha.

“Mamãe está te chamando na sala.”, eu fui direta. “E temos um convidado”

Sua sobrancelha se arquearam mais ainda.

“Seu namoradinho?”, ela perguntou.

“Não, apenas um amigo”, eu respondi.

Ela bufou e voltou os olhos para as unhas.

Era incrível como Lissa ficava linda de qualquer jeito. Ela estava com os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, usando um blusão (que, com certeza era do seu namorado) e um short vermelho. Mas , do mesmo jeito, ela parecia uma princesa.

Lembrei-me da época em que eu gostava de imitá-la nas roupas e nas atitudes. Foi isso que me fez ganhar o posto de capitã das líderes de torcida. O que me fez ganhar meu namorado jogador de futebol. E minha mudança que me fez perder tudo isso.

Foi aí que eu percebi que, para ter tudo isso, eu tinha que ser uma pessoa que eu não era nem de longe. Eu tinha que ser Lissa.

“Tudo bem”, Lissa disse me tirando dos meus pensamentos. Seus olhos ainda estavam nas unhas quase prontas. “Diga a ela que eu já estou indo.”, ela me encarou de canto de olho. “E não se preocupe. Não darei em cima dele”

“Eu realmente espero que não”, eu disse e saí do quarto.

Quando cheguei na sala encontrei meu pai e Nathan conversando. Minha mãe estava na cozinha terminando o almoço, mas de onde eu estava conseguia ver o sorriso de satisfação pairando em seu rosto.

Eu entrei na sala e me sentei ao lado de Nathan no sofá. Ele parecia meio desconfortável, mas ficou melhor quando me viu. Ele me olhou e me deu um meio sorriso. Senti meu rosto esquentando e retribui o sorriso.

Escutei meu pai limpando a garganta e voltamos a prestar a atenção nele.

“Então, Nathan, como está Jean Paul?”, meu pai perguntou.

Eu fiquei confusa.

Nathan pareceu ficar frustado com esse assunto, mas se pôs a responder educadamente.

“Vai indo. Faz um tempo que eu não o visito”, ele respondeu.

Meu pai, não notando o tom frio que Nathan respondeu, continuou o assunto. Ele sorriu e seus olhos castanhos ficaram distantes, como se lembrassem de alguma coisa engraçada.

“Eu me lembro da época que estudamos juntos.”, ele disse. “Não éramos muito amigos, mas nos dávamos. Ele ainda tinha aquele sotaque francês forte. Ele ainda tem?”, meu pai perguntou.

“Nem tanto. Mas , ás vezes, quando fica frustado, diz umas palavras não muito bonitas em francês”, Nathan sorriu. “Ele gosta de dizer que eu o estresso”

“Impossível”, meu pai disse.

Lissa entrou na sala nesse momento, com a mesma roupa que estava no quarto. Encarou a mim e a Nathan e levantou uma sobrancelha. Ela tinha visto a mesma coisa que minha mãe, e , possivelmente, meu pai. Nathan, como meu namorado.

Nate encarou Lissa da cabeça aos pés e pareceu confuso.

“Ela é sua prima?”, ele perguntou.

“Não, irmã”, Lissa respondeu, se sentando no chão ao lado da poltrona do meu pai.

“Quantos anos você tem?”, ele perguntou.

Meu pai ficou quieto, e eu tensa. Tinha esquecido totalmente do fato de Lissa e eu termos os poderes trocados. Passei a língua pelos lábios e limpei a garganta. Lissa me ignorou totalmente, como sempre.

“Quase 20”, ela respondeu.

Vi a boca de Nathan se abrindo para perguntar mais alguma coisa, mas felizmente, minha mãe entrou na sala e , percebendo a tensão e a presença de Lissa ( e deduzindo tudo rápido), se pôs a melhorar a situação.

“O almoço vai sair daqui a pouco”, ela anunciou, então me encarou. “Alex, me ajude aqui”

Eu me levantei um pouco contrariada e fui para a cozinha. Minha mãe entrou logo em seguida. Os cabelos loiros presos em um coque e usando um avental branco. Ela me jogou um vermelho e veio para pia ao meu lado.

“Ele parece ser um bom menino”, ela disse cortando cenouras.

“Ele é”, eu disse e comecei a cortar as batatas.

“Também parece gostar muito de você”, ela disse , mas seus olhos não saíam das cenouras.

“Somos apenas amigos, mãe”, eu disse. “Eu tenho namorado”

Parecia que eu estava tentando mais me convencer do que a minha mãe.

“Eu não disse que vocês são amantes, meu amor”, ela me deu um olhar doce e sorriu olhando algo por cima dos meus ombros. “Estou apenas dizendo que ele não tira os olhos de você.”


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