Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 35
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando.



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Eu e Nathan programamos os treinamentos para todos os dias depois do toque de recolher. Quando cheguei no quarto e deitei na cama, parecia que o mundo tinha caído em cima de mim. A dor era tanta. Tudo porque eu tinha recolhido Sam.

Me remexi em silêncio na cama, para que não acordasse Luen e ela começasse com o interrogatório noturno. Só consegui ficar confortável de bruços. Mas, o sorriso de satisfação não saía do meu rosto por nada nesse mundo.

Bem, eu , pelo menos, esperava isso.

Na aula de mágica, me senti um pouco solitária. Suzy tinha se oferecido para se sentar comigo, mas eu tinha recusado. Não deixaria que Ryan sentasse sozinho por causa de mim. E se Nick fosse ficar longe por tempo indeterminado, eu estaria quase que roubando Suzy para mim.

Me sentei na janela com a esperança de sentir a essência de Nick, mas não deu certo. Coloquei o caderno em cima da mesa e suspirei. Realmente estava sozinha.

“Quer companhia?”

Levantei o olhar para encontrar Nathan em pé ao lado da minha antiga cadeira. Um sorriso torto estava em seu rosto, mostrando segurança, contrariando sua mão que mexia-se nervosamente na alça de sua mochila. Um sorriso involuntário cresceu em meu rosto.

“Claro”, eu respondi.

Ele soltou o ar e se sentou ao meu lado. Eu desviei meu olhar pra frente. A presença masculina de Nathan me afetava de um jeito quase incomodo. Me remexi na cadeira e fingir olhar as anotações no caderno. O cheiro picante de Nate invadiu meu nariz e eu tremi.

“O que houve?”, ele perguntou.

Eu levantei meu olhar para ele e sorri.

Hora de ser sincera.

“Você”, eu respondi e sorri.

Pensei por um momento que ele acharia que era ruim, mas essa possibilidade se evaporou quando um sorriso sugestivo apareceu em seu lábios. Meus olhos captaram os meus amigos ao fundo. Ryan sorrindo, Suzy confusa, Daemen um pouco frustado e Lien rolando os olhos. Nathan notou que meu olhar mudou de direção e olhou por cima dos ombros.

Bufou.

“Seus amigos não gostam muito de mim, não é?”, ele voltou a me encarar. Seus olhos eram de um profundo negro. O sorriso tinha desaparecido. O meu se dissolveu aos poucos.

“Eles não te conhecem.”, eu disse.

Seu olhar ficou duro.

“Você também não”, ele disse e olhou para frente.

Eu fiquei o encarando de lado, enquanto ele tirava suas coisas para a aula da mochila. Era tão fácil acabar o clima entre a gente. Uma palavra errada e pronto. Limpei minha garganta e tentei novamente.

“Ryan gosta de você”, eu disse.

Isso fez com que um sorriso aparecesse em seu rosto, mas não que ele voltasse a me olhar.

Mas, pelo menos, já era um começo.

“É, eu sei. Ele é um ótimo amigo.”, ele me olhou de canto. “Um amigo que eu nunca tive”.

Eu sorri.

“Ele quer juntar a gente.”, eu levantei minha sobrancelha. “Você sabe, não é?”

“É um país livre. Ele pode fazer o que quiser”, ele sorriu torto.

É claro que ele sabia!

Eu estava pronta para acusá-lo quando o professor chegou. Nathan riu, sabendo que eu não poderia fazer nada pra me defender. Ele era um rato mesmo. Balancei minha cabeça enquanto preparava minha caneta para anotar o dia mais longo de toda a minha vida.

*********

Foi na hora do almoço que o interrogatório começou. Eu já sabia que isso aconteceria, mas apenas tinha sido atrasado. Nathan tinha ficado a primeira aula inteira ao meu lado, depois me acompanhou até a segunda. Na terceira, eu fingi estar tão concentrada que não podia dar atenção as minhas amigas.

Mas ali estava eu.

Lien foi a primeira a se pronunciar. Claro que eu imaginava que seria ela.

“Então, onde está seu novo segurança?”, ela perguntou colocando seus pálidos e magros braços em cima da mesa e se inclinando para frente. Ryan e Suzy foram os primeiros a me encarar de um lado. Luen e Daemen me encararam do outro lado. Daemen estava com a sobrancelha levantada.

Eu, como sempre, me fiz de desentendida.

“Do que você está falando , Lien?”, eu fiz a minha melhor cara de confusa.

Isso só fez com que Lien rolasse seus olhos azuis e estalasse a língua para mim.

“Você sabe muito bem de quem eu estou falando.”, ela disparou. “Nathan Castille, o francês fajuto que sentou do seu lado hoje”

Mesmo eu tentando demostrar indiferença no olhar, sentia meu rosto corar. Aquilo estava totalmente fora dos meus planos. Abri minha boca para responder, mas nada saiu. Sentia o olhar dos meus amigos queimando em meu rosto. Fui salva quando o olhar de Lien se desviou e ela se endireitou na cadeira.

“Acho que vamos saber a resposta direto da fonte”, ela disse.

Não soube do que ela estava falando de imediato, apenas quando senti uma presença atrás de mim e vi os olhares dos meus amigos também mudar de direção. Ryan sorria. Daemen ficou carrancudo. Eu levantei meu olhar para encontrar os olhos negros de Nathan e seu meio sorriso de Bad Boy.

Ele estava com uma bandeja na mão e , eu via, o seu sorriso não durara muito em seu rosto com esse momento tenso. Então, eu tomei partido disso.

“Hey, Nathan”, eu disse. Seu sorriso se ampliou.

“Sente-se , Nate. Antes que acabe derrubando isso”, Ryan disse e se levantou para pegar uma cadeira para o amigo. Colocou-a entre mim e ele.

Jurava que tinha escutado Daemen rosnando.

“Obrigada”, Nathan agradeceu e se sentou.

Não sei o porque, mas senti que ele não estava agradecendo pelo lugar.

Ryan fez um sinal de desinteresse com a mão e voltou a se sentar. Lien ficou encarando a mim e a Nathan com a sobrancelha levantada. Eu comecei a encher a boca de macarronada e suco, sem me importa com o que Nathan pensaria de mim. Eu só queria saber o motivo para isso tudo. Por que ele estava sentado ali, comigo e meus amigos?

Ele era corajoso, isso era fato.

Luen estava mais pálida do que o normal e seu olhar, ora ia para para Nathan e se desviavam. Daemen continuava carrancudo, mas logo pôs um sorriso amigável no rosto e suspirou balançando a cabeça. Suzy me encarava com os olhos interrogativos. Eu apenas dei de ombros para ela. Lien cruzou seus braços e encarou Nathan, sem que ligasse para o que ele falaria. Não preciso dizer que Ryan estava sorrindo como nunca.

Eu estava pronta para dizer alguma coisa que quebrasse o gelo. Mas, algo me chamou a atenção no fundo do refeitório.

Um grupo de garotas que passavam. Um grupo conhecido, mas com novos integrantes. Ele passou do nosso lado e eu pude estudá-lo melhor. Eram as Lanetes. Mas sem a Lana.

Quem estava a frente era Jennifer. Isso mesmo, a doce Jennifer era a nova comandante das Lanetes. Era quase impossível não reconhecer seus cabelos vermelhos alaranjados , só que eles não estavam cacheados e rebeldes. Estavam perfeitamente lisos, deixando a mostra seus olhos verdes escuros e seu rosto sardento.

Quando ela passou por nós, me lançou um olhar mortal e jogou seus cabelos laranjas. Uma mini – Lana. Paola e Paloma estavam uma em cada flanco de Jennifer. E tinha mais uma menina, que eu meio me impressionei por estar ali.

Ela estava um pouco mais atrás, mas qualquer um que olhasse veria que ela fazia parte do grupo. Uma das coisas que a fazia totalmente incomum naquele grupo era a sua expressão. Enquanto as Lanetes estavam felizes e animadas, ela meio que se arrastava atrás do grupo, como uma guarda-costa. Outra coisa, que também chamou a atenção, eram as suas roupas.

Jennifer estava com uma mini saia branca, blusa pólo rosa e um suéter branco em seus ombros. Paola e Paloma imitavam sua roupa, sendo que suas blusas era azul e verde. A roupa da garota era uma calça preta e um top preto. Seus cabelos eram ondulados e até a cintura. Os olhos eram tão escuros que quase rivalizavam com os de Nathan.

“Parece que Lana realmente perdeu seu posto de rainha”, Lien disse.

Nathan se remexeu ao meu lado. Parecia que o assunto sobre Lana ainda o afetava. Aquilo meio que me deixou com ciúmes, mas deixei-o de lado e dei meu melhor sorriso solidário.

“Ainda estão sem pista de Lana?”, eu perguntei.

Nathan abaixou seu olhar e suspirou. Meu estômago se revirou. Ele realmente gosta dela.

“Não”, ele respondeu, mas foi tão baixo que saiu como um sussurro.

Eu fiquei em silêncio.

“Quem é ela?”, Suzy perguntou e apontou para a garota de preto.

Todos os meus amigos e eu demos de ombros.

“Essa é Anastácia Rayleigh”, disse Drake aparecendo ao lado de Lien.

“Ela é aluna nova do terceiro ano. É o seu primeiro dia”, Connor apareceu do outro lado de Lien. Dois vampiros e estava faltando um.

“E é uma lobisomem”, Eron respondeu aparecendo do lado de Drake.

Eu realmente odiava quando eles faziam isso. Uma hora eles estavam ali e no outro não. E vice versa. Mas, o bom, é que como eles eram antigos, tinham boas informações.

“Hum, aluna nova na minha sala”, Luen disse, pensativa. “Por que ela não estava no primeiro tempo de aula? E por que eu não previ a chegada dela?”

“Percebeu como isso está meio Crepúsculo?”, Nathan disse para Ryan.

“Como assim?”, Ryan disse , mas tinha um sorriso que eu adoraria arrancar no rosto.

“Sabe, toda essa coisa de vampiros aparecendo do nada. A pequena vidente não consegue ver a lobisomem chegando. Essas coisas”, Nathan explicou. Então olhou os três vampiros. “Vocês não gostam de lobisomens?”

Os três se remexeram e olharam para outros lugares. Agora a nossa atenção era toda deles. Eles se entreolharam e deram de ombros. Isso tudo em cinco segundos.

“Não é que não gostamos.”, Drake disse.

“Apenas não deveríamos ficar no mesmo lugar”, Connor continuou.

“É o instinto”, Eron completou. E os três deram , novamente, de ombros.

“E também eles não morrem no sol, ou brilham”, Suzy disse.

“Mas os deixam fracos”, Daemen disse.

Nathan olhou para mim, pedindo minha opinião, mas eu continuei quieta. Era incrível o modo como ele conseguia se socializar. Logo todos estavam absorvidos no assunto dos pontos fortes e fracos de ser um vampiro.

“O que aconteceria se um bruxo fosse transformado em vampiro?”, Ryan perguntou.

Um silêncio quase constrangedor se instalou.

É claro que esse assunto não era um dos favoritos, ainda mais dizer isso na frente de bruxos novatos. Quer dizer, de Ryan. Drake coçou seu cabelo escuro. Eron fingiu interesse pela blusa pólo. Connor começou a chutar uma pedrinha.

Tinha certeza que nenhum dos meus amigos responderiam. Nem mesmo Suzy e Nathan.

Eu limpei minha garganta.

“Ele passaria uma semana e meia, aproximadamente em agonia, perdendo os poderes e , talvez, a sanidade.”, eu respondi e levantei minha sobrancelha. “Isso se, ele não morresse no meio da transformação”

“Oh!”, foi tudo o que Ryan disse e abaixou o olhar.

O clima pesado tinha voltado. Minha comida já tinha esfriado. E mesmo que não, eu já tina perdido a fome a muito tempo. Foi a vez de Lien limpar a garganta.

“E Dylan?”, ela perguntou.

Essa pergunta meio que surpreendeu a todos nós. Não era nenhum mistério que Lien odiava Dylan com todas as forças. Todos nós a encaramos e ficamos confusos.

“Bem, Dylan ainda está de castigo.”, Eron respondeu. “Mas ele sai para se alimentar, mas com a supervisão de Luke”

“Bom.”, ela disse.

O sinal tocou.

Todos nós nos levantamos. Eu, na pressa de ir rápido para a aula e sair desse clima tenso, quase dei um encontrão com Nathan que também se levantava junto comigo. Seu tórax raspou de leve em meus peitos. Nós ficamos parados , nos encarando.

Passei a língua pelos meus lábios secos. Nathan, incrivelmente, não se afastou. Engoli a seco e me perdi completamente em seus olhos escuros. Eles pareciam bem mais escuros que antes. Jurava que tinha visto sua mão se levantado para me tocar. Eu fiquei ansiosa.

Mas, como sempre o que é bom, dura pouco.

“Alexa, você não vem?”, Daemen me chamou.

Todo o momento mágico se dissolveu e desapareceu. Eu me virei para Daemen com um sorriso amarelo e sai correndo em sua direção. O gênio estava observando cada passo errado meu com perfeição. Se eu suspirasse alto demais, estaria ferrada.

A quem eu estava tentando enganar?

Eu já estava ferrada de qualquer jeito.


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