Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 34
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

E novo capítulo agendado. Beijos, flores.

E para quem não viu, postei um spin off no ponto de vista de Jack.

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“Se concentre, Alexa”, Nathan repetiu pela décima vez.

Eu apertei ainda mais meus olhos, tentando me concentrar , mas nada acontecia. Estávamos sentados naquele tapete vermelho a horas e não tivemos nenhum progresso. Sam estava ao meu lado, tentando tanto quanto eu, mas tento o mesmo avanço.

Nenhum.

Fleur bocejou.

“É melhor tentarmos de novo amanhã”, ela ofereceu.

“Não, eu tenho uma ideia melhor”, ele se levantou do chão. “Se na teoria não está funcionando, vamos colocar tudo na prática”, ele me encarou, sério. “Vamos”.

Não ofereceu uma mão, nem nada. Apenas um gesto com a cabeça e começou a caminhar para a porta. Fleur o seguiu quase grudada em seu calcanhar. Eu apenas troquei um olhar rápido com Sam (onde eu podia claramente ver a sua recusa) e me levantei andando atrás dele até o lado de fora da cabana.

Ele continuou, sem olhar para trás, como se eu, simplesmente, não estivesse ali. Marchava escada abaixo, até que parou a algum metros em frente a casa e me encarou. Seu rosto ainda estava frustado. Eu dei um sorriso amarelo, ainda parada na porta.

“Sabe, é melhor a gente tentar outro dia”, eu tentei dizer, mas fui interrompida por seu olhar cortante. Tive que dar um passo involuntário para trás.

“Você vai vir aqui por bem, ou vou ter que ir aí te buscar”, ele disse e cruzou os braços.

Por um momento fiquei tentada a dizer que ele viesse me buscar, só para ver o que faria, mas seria brincar muito com a sorte que eu não tinha. Então, desci a escada, olhando com interesse cada degrau. Até que meu pé pisou na terra úmida. Engoli a seco e dei um passo para mais perto de Nathan.

Ele exalava uma masculinidade quase palpável. Minha vontade era de me aproximar e sentir seu cheiro floral e apimentado, mas seu olhar duro me fazia recuar. Por isso continuei parada onde eu estava , apenas esperando para ver o que ele faria. Seu olhar se suavizou um pouco e ficou meio, melancólico.

“Me desculpe”, ele disse.

Por um momento não entendi o porque dele estar se desculpando, mas soube no segundo seguinte. Porque Fleur, sua linda loba negra de olhos cinzas escuros, me atacou.

Bati minhas costas com força na terra e reclamei. Sam estava se preparando para atacar Nathan, quando Fleur aparecer na sua frente e começou a rosnar. Nathan continuava com o seu olhar melancólico, me encarando. Fiquei confusa por um momento, então fiquei com raiva.

O que diabos ele estava fazendo?

Me preparei para levantar e dar uma surra nele, mas fui parada no meio do caminho. Parecia que tinha sido amarrada a alguma coisa forte, pois eu puxava meu corpo para cima e ele era parado e puxado de volta para a terra. Olhei para os lados e me vi presa por raízes.

Meu olhar voou para Nathan, mas antes que eu dissesse alguma coisa, escutei o lamento de Sam. Ele , assim como eu , estava amarrado por raízes. Sendo que as dele tinham espinhos e ele também estava sendo atacado por Fleur e não tinha como se defender.

“Se concentre, Alexa”, Nathan disse.

“Seu desgraçado, me solte”, eu disse e me remexi de novo.

Senti as raízes começando a machucar a minha pele, cortando-a. Nathan também viu e fechou os olhos, como se sentisse dor. Aquilo era tão confuso. O que ele estava fazendo, afinal de contas?

“Se concentre, Alexa”, ele repetiu ainda de olhos fechados. “Sam está sofrendo”

Como confirmação, escutei novamente o lamento de Sam. Me remexi de novo. Tentei colocar fogo nas raízes, mas não estava funcionando. Mágica do fogo versus mágica da terra em seu território natural. Eu estava mesmo ferrada.

“O que você quer que eu faça?”, eu gritei desesperada.

Isso fez com que Nathan abrisse seus olhos.

Eu arfei.

Eles tinham um tom de azulado em volta da escuridão que eram seus olhos. Mas, foi rápido demais para confirmar. Ele piscou e seus olhos assumiram o negro natural e incomum. Ele descruzou os braços e chegou perto de mim.

“Diga a Sam o que fazer”, ele disse olhando para baixo, para mim.

Nunca me senti tão inferior e fraca , como naquele momento.

Eu abri a boca para gritar para Sam correr, mas fui interrompida por um aperto nas raízes em torno de meus braços. Reclamei, mas não tirei os olhos de Sam. Ele estava deitado no chão. Raízes espinhosas seguravam-no pelas patas superior e inferiores. E (eu não havia notado antes), tinha uma enrolada em seu pescoço.

Ele parecia tão fraco e machucado. Pensei em recolhê-lo, mas não sabia o que Nathan faria. Não sabia do que ele era capaz. Fleur parceria um cão de guarda em torno de Sam. A cada pequeno movimento que ele fazia, ela rosnava e ameaçava avançar.

“Não roube, Alexa”, Nathan disse. Sua voz parecia estar a quilômetros e quilômetros de distância. “Sabe do que eu estou falando.”, ele persistia. “Se concentre e diga a Sam o que fazer. Seu tempo está acabando”

“Eu não consigo”, eu disse.

Nesse momento encontrei o olhar se Sam. O mesmos olhos que rolavam e pareciam desinteressados a qualquer , estavam sofridos e gorjeteados em sangue. E , naquele momento, foi como se a dor dele , passasse a ser a minha.

Meus olhos se encheram de lágrimas e, com as mãos presas, eu não conseguia detê-las de descer. Com certeza, Nathan me acharia uma fraca. Fleur diria a ele que foi um erro. Eu sabia disso, mas tudo o que eu queria era que Sam fosse livre.

“Nathan, por favor.”, eu pedi e levantei minha cabeça para encará-lo. Seus olhos estavam grandes, de surpresa em me ver chorando. Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas eu o interrompi com mais lágrimas. “Você é um doente. Não está vendo o que está fazendo a mim e a Sam.”, eu fechei os olhos e balancei a cabeça. “Pare, por favor, se você ainda tem humanidade aí dentro.”, eu tremi. “Isso dói”.

O silêncio se instalou. Fleur parou de rosnar e Nathan, pelo silêncio, tinha parado até de respirar. Eu continuei de olhos fechados, até que sentir as raízes se frouxarem a minha volta, até que desapareceram. Abri meus olhos e os levantei para encontrar os de Nathan, com raiva, mas ele estava de costas para mim, com Fleur ao seu lado.

Eu não perdi mais nenhum segundo e fui ver como Sam estava. Corri até a pequena raposa vermelha que estava deitada e mal respirava no chão. Eu toquei-o e ele gemeu.

“Meu Deus, o que eu vou fazer?”, eu disse em voz alta.

“É só recolhê-lo e ele se recupera, mas você tará que sentir a sua dor”, Nathan disse ainda distante. Não levantei meu olhar para ele. Minha mente estava concentrada apenas em Sam.

Toquei-o novamente.

“Sam, fala comigo , pelo menos”, eu pedi.

Ele abriu um olho vermelho.

“Eu disse que vir aqui seria uma má ideia”, ele disse e sua boca se moveu em uma sugestão de sorriso dolorido. Minha vontade era de dar um soco em Sam por me fazer ficar tão preocupada, mas não fiz.

Apenas o ajudei a se levantar e se colocar ao meu lado. Nem se quer dei um segundo olhar a Nathan e fui embora com Sam mancando ao meu lado. Seu pelo branco estava tingido de vermelho, mas isso não o fazia ignorar o orgulho e me deixar levá-lo ou recolhê-lo.

Quando saímos de vez da floresta e a brisa fria tocou-lhe, ele tremeu.

“Sam, deixe...”

“Não, Alexa. Eu sei me virar”, ele me interrompeu e continuou seu passo lento e manco.

Tudo o que eu poderia fazer era observar e me culpar por ser tão burra em acreditar em Nathan. Eu era uma idiota completa agora. Idiota e coberta de machucados.

Você se culpa muito.

“Mas a culpa foi minha por acreditar que ele nos ajudaria, Sam”, eu balancei a minha cabeça. “Ler a mente dos animais elementares, que doideira”

Talvez não. Talvez, apenas não tenha funcionado conosco.

“Claro, porque nós somos tão diferentes que a menor ideia de lermos a mente um do outro, é repugnante”, eu disse sarcasticamente e joguei meus braços para o ar. “Está óbvio que ele só fez isso para jogar conosco, Sam. Pensei que você seria o primeiro a perceber”

“Por que você acha isso?”, ele me encarou.

Porque eu estava muito ocupada sendo uma idiota apaixonada.

“Você não é uma idiota apaixonada”, Sam disse. “Eu acho, pelo menos”

Eu parei e virei para encará-lo.

Sam, se eu não fosse, nós não estaríamos nessa confusão. Você não estaria machucado. E Nathan não se mostraria esse mostro que ele foi hoje.

Você não entende mesmo, não é, bobinha?

O que teria para mim entender?

Eu estava confusa agora.

Sam rolou os olhos.

Quando Nathan me torturou, abriu uma parte de você que nenhum de nós sabíamos que estava adormecida. Essa compaixão, fez com que nos ligássemos mais do que antes. Talvez mais do que deveríamos.

Eu estava totalmente confusa agora.

Mas do que diabos você está falando, Sam...?

Então , eu entendi.

Por que, nenhum de nós estava falando. Quer dizer, estávamos falando, mas não do modo tradicional. E, sim, pela mente. Passei a mão pelo cabelo e voltei a olhar para Sam. Ele estava novamente com aquela sugestão de sorriso no rosto.

A quanto tempo você percebeu isso?

Desde que a gente se olhou e você começou a chorar. Eu quase senti seu coração destruído e traído. Eu senti o que sente por Nathan. E se você se esforçar um pouco pode saber o que eu sinto por Frances.

Ele conseguiu. Puta merda, Nathan conseguiu.

A uma hora dessa eu já estava andando de um lado para o outro ainda passando a mão pelo meu cabeço, descontroladamente.

É, odeio admitir isso, mas você tem razão. Ele conseguiu.

O que vamos fazer agora?

Ele levantou uma sobrancelha para mim.

Agradecer?

**********

Você realmente tem que parar de me escutar.

Sam não tinha calado a boca, quer dizer, calado a mente desde que entramos novamente na floresta. Mesmo sem eu tê-lo recolhido, ele parecia bem melhor. Algumas marcas tinham sumido e ele não tremia muito como antes.

Chegamos a cabana de Nathan mais rápido do que antes. Eu meio que dependia de Sam, para me guiar. Soltei o ar, aliviada, quando vi as luzes acesas. Sorte que não tinha ido embora.

Você vai entrar ou quer que eu lata para saberem que voltamos.

“Você vai calar a boca ou vou ter que chamar Fleur para te dar mais uma surra?”, eu retruqui. Ele estreitou os olhos.

“Não tinha valido. Eu estava preso”, ele reclamou pela boca.

“Não é desculpa, Sam.”, eu ri e fui em direção a cabana.

Parei por um segundo para contemplar as rosas dos arbustos que enfeitavam a entrada. Sorri. Só Nathan mesmo poderia fazer algo tão feminino parecer sexual até para ele. Subi os degrau e mesmo um pouco longe da porta, conseguia escutar o rock tocando do lado de dentro. Quando bati na porta, o solo de guitarra começou acompanhado pela bateria. Fiquei um pouco temorosa que ele não tivesse escutado e tivesse que bater de novo.

Meus temores só acabaram quando Nathan abriu a porta com Fleur em seu calcanhar. Ele ainda estava com a mesma roupa, mas sua expressão era diferente. Tinha um sorriso em sua boca e seus olhos brilhavam em um negro misterioso e hipnotizante.

“Voltou cedo”, ele disse.

Meu coração parecia ter tomado um choque de um milhão de volts. Ele começou a bater como nunca tinha batido. Minha garganta ficou seca e por um minuto desejei que Nathan pudesse ler a minha mente para que eu o dissesse tudo o que eu tinha que colocar para fora com esforço. Engoli a seco.

Ele me deu espaço para passar e eu entrei novamente na pequena e aconchegante cabana.

“Você sabia que eu voltaria”, eu sorri.


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Notas finais do capítulo

Olhem o spin off, flores.

Beijos



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