Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo programado. Beijos.

E tem novidade. Fiz um grupo no fb, que vai ter spoiler, fotos dos personagens e etc. Link: https://www.facebook.com/groups/875072755907024/



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Sim!

Essa foi a minha resposta a Nathan. Nós marcamos de nos encontrar na floresta, depois do toque de recolher. Ele disse que , caso eu me perdesse, o que realmente iria acontecer, mandasse Sam seguir o cheiro de Fleur pela floresta.

Mas, naquele momento, eu não estava pensando nisso. Estava tentando pensar com que cara apareceria na aula de arco e flecha depois do meu quase beijo com Fox. Eu estava tão distraída pensando nisso que nem percebi quando Suzy pegou minha mão e começou a ver o que tinha acontecido ontem. Soltei antes que ela visse Nathan.

“OMG! Você e Fox?”, ela perguntou.

Nós duas estávamos na porta da sala do senhor Nage. Eu me encostei na parede e fiquei observando a multidão de alunos que passavam por nós. Suzy não se contentou com o meu silêncio e começou a sacudir o meu braço. Me afastei e cruzei os braços, mas um sorriso brotou em meus lábios.

“Foi quase”, eu respondi.

“Nossa!”, ela fingiu se abanar. “Eu amo muito Ryan, mas Fox é um pedaço de mal caminho. Eu gostaria de tê-lo como meu professor. Seria a minha inspiração.”, ela suspirou. Então, como em uma súbita troca de humor, arfou. “E Nick? Ele foi embora ontem, Aly”

“Eu sei”, eu disse e balancei a cabeça. “Você acha que eu fui até o campo de arco e flecha por que?” , passei a mão pelo meu cabelo. “Sinto muita falta dele , de verdade, mas tinha algo intrigante em Fox que...”, antes que eu percebesse, comecei a falar de Nathan, em nome de Fox. “Ele mexe comigo desde o primeiro dia. O modo como ele me olha, como sorri, como anda.”, eu suspirei e balancei a cabeça, de novo. “Mas é errado, eu sei. Por isso estou tentando me afastar e ....”, minha frase foi subitamente interrompida.

Porque eu fui jogada com força de costas na parede por Dylan.

Suas presas pararam a poucos centímetros do meu rosto, enquanto ele rosnava feito louco. Suzy arfou e começou a pedir ajuda. A multidão que passava no corredor parou e começou a nos encarar. Enquanto a mim? Eu estava me remexendo feito louca, tentando me livrar do seu aperto na gola da minha blusa.

“Onde está Lana? O que você fez com ela?”, ele perguntou. Quer dizer, rosnou.

Eu abri a boca para xingá-lo, mas Drake, Eron, Connor e Jason foram mais rápidos e nos afastaram. Drake ficou ao meu lado, enquanto os outros arrastavam Dylan para longe de mim.

Foram os trinta segundos mais tensos da minha vida.

“Você está bem?”, Drake perguntou.

Lien, Daemen e Ryan já estavam ali também.

Eu assenti e levantei minha cabeça, encarando seus olhos verdes acinzentados.

“Lana sumiu?”, eu perguntei.

“Sim”, ele respondeu.

Mesmo sem olhar para os meus amigos, sabia que eles estavam pensando a mesma coisa que eu. Lana tinha sido mais uma vítima do Assassino Mágico. E se antes eu suspeitava de Dylan, as suspeitas acabaram naquele momento, porque eu sabia que, mesmo ele sendo frio e malvado, Dylan amava Lana. De modo que mataria qualquer um para protegê-la.

Inclusive a mim.

**********

“Não acredito que você está me obrigando a isso”, Sam reclamou pela vigésima vez naquela noite. Eu apenas o ignorei, como sempre.

Fiquei imaginando como seria quando eu começasse a escutar o que ele pensava e não pudesse mais ignorá-lo. Seria o inferno na terra , com certeza. E Sam aproveitaria.

A notícia do sumiço de Lana se espalhou naquela manhã, junto com a fofoca do barraco de Dylan comigo. Um olhar para Nathan no almoço, me mostrou o quando ele se sentia culpado por aquilo. Querendo ou não, eles meio que estavam saindo.

Por um segundo me perguntei, porque Dylan não atacava Nathan, que estava saindo com a garota que ele amava, e vivia tentando me matar, que sempre ficava no meu canto.

Vai entender os vampiros.

Eu desisti a dois anos.

Mas, lá estava eu, no meio da floresta, onde , como comentário pessoal, eu tinha sido atacada várias vezes. Com Sam reclamando no meu ouvido, como sempre. E , para completar, perdida.

“Nathan disse para seguir o cheiro de Fleur”, eu disse a Sam.

Eu já tinha desistido de tentar achar o caminho certo. Na verdade, eu nem sabia para onde estava indo. Sam revirou os olhos e grudou seu focinho no chão. Na mesma hora, recuou.

“Cheiro de animal elementar da terra em seu elemento natural é muito forte”, ele reclamou e começou a passar a sua pata avermelhada pelo rosto. “Queima”, ele disse.

“Oh, para de reclamar e encaixe esse focinho ai”, eu disse.

Ele levantou os olhos vermelhos para mim e me encarou sério. Mesmo não gostando de Nathan, os dois tinham a mesma mania de olhar no fundo dos olhos e fazer as pessoas darem um passo inconscientemente para trás.

“Estou vendo se te deixo aqui no meio da floresta ou se sinto orgulho dessa resposta pronta”, ele disse e revirou os olhos. Então, encaixou o focinho no chão, mesmo recuando um pouco, e começou a seguir o rastro de Fleur.

Será que o cheiro da loba era tão picante quando o do dono?

Ignorei esse pensamento e continuei meu caminho. Seguindo Sam, é claro. Ele ficou sentindo o cheiro de Fleur por uns vinte minutos, e nós dois estávamos cada vez mais adentrando na floresta. Eu olhava freneticamente para os lados , parecendo pronta para qualquer um que saltasse do meio das árvores ou arbustos.

Balancei minha cabeça.

Estava começando a ficar paranóica. Coloquei minha mente para trabalhar. Lana havia sumido. Por um lado, poderia ser apenas mais uma escapada de fim de semana. Mas, por outro lado, porque ela não avisaria a Dylan? Ou será que ela avisou e ele só usou aquilo para me jogar na parede e terminar o que tinha começado antes?

E Fox? O que tinha sido aquilo lá no campo? Ele nunca tinha passado da relação aluno-professor. Mesmo eu querendo muito. O máximo de contado que tinha acontecido, foram estritamente profissionais. Um pé fora do lugar. O ombro baixo demais. Um tapinha nas costas de agradecimento. Coisas do tipo.

E, por fim, o que diabos eu estava pensando quando aceitei a oferta de Nathan? Minhocas devem estar na minha cabeça ao envés de um cérebro. É, com certeza deve ser. Nathan estava apenas me usando. Isso era claro. Quando Lana voltasse, ele iria atrás dela e me esqueceria. Ou até me ignoraria.

Mas, porque, mesmo sabendo disso, eu ainda estava andando naquela floresta imunda atrás dele?

Claro que nosso assunto era estritamente profissional.

Bem, foi ele quem disse.

Mas, de repente, presa no meio de uma floresta onde eu não sei andar, com um cara que mexia comigo de um jeito que deveria ser proibido, não era lá uma boa ideia. Eu estava quase dizendo isso a Sam, quando a sua voz me parou.

“Bem, acho que chegamos”, ele disse e olhava para frente.

Eu levantei meus olhos do chão para encarar uma linda cabana feito no meio da floresta. Uma grande e fofa varanda feita estritamente de madeira, nos esperava. Na verdade, a casa toda parecia ter sido feita de madeira. Desde os degraus da entrada, até a porta e as paredes. Ela nem parecia ser grande, mas era bonita. Um pequeno arbusto ocupado por inúmeras rosas estava a direita dos degraus de entrada.

E, em cima de um pequeno tapete escrito BEM VINDO, estava Fleur. Elegantemente sentada, nos encarando. Eu nem ao menos tinha notado a sua presença. Minha atenção estava na construção bem feita da cabana.

E também no fato de , em três anos estudando na Spell the Most, nunca tê-la notado.

“Até que fim chegaram”, Fleur disse e se virou, empurrando a porta com o focinho.

Sam e eu trocamos olhares.

Eu dei de ombros.

Ele continuava com a sua cara de desconfiado.

“Vamos”, eu o incentivei.

Subi os primeiros degrau devagar, aproveitando a vista e o cheiro doce das rosas. Empurrei delicadamente a porta e arfei.

As paredes eram pintadas de um branco quase perfeito. Na parede ao lado da porta estavam um cavalete encostado e coberto, mais além estava uma janela aberta e abaixo da parede estava um rec com um grande som. Ele estava ligado e tocava alguma canção de rock que eu não conhecia.

Em frente a essa janela, ficava uma cama de casal bem forrada com lenções branco e travesseiros bem colocados. Ao lado estava o criado mudo com um abajur, um livro e um par de óculos em cima dele. Ao final da cama ficava um tipo de baú verde e fechado. Por um momento me perguntei se tinha alguma coisa ali, ou se era apenas para enfeite. O armário ficava ao lado do criado mudo, mas um pouco afastado. Quando eu olhei mais um pouco para o lado, vi o pequeno corredor que levava a uma porta. Esta porta estava entreaberta e eu pude ver o pequeno banheiro de azulejos brancos.

A única cor viva ali era um tapete redondo e vermelho que ficava entre a cama e o som. Ele tinha a aparência de ser bem fofo. Fleur estava deitada nele, com a expressão entediada.

Nisso de ficar estudando a casa, acabei encontrando Nathan. Ele estava em pé, de costas para mim, mexendo no armário.

E sem camisa.

Mesmo ele estando de costas para mim, eu sabia que ele sabia que eu estava ali. Fleur deveria tê-lo dito, no momento em que cruzamos no seu caminho. Mas não era nisso que eu estava interessada. Oh, não.

As costas de Nathan pareciam ter sido desenhadas a dedo. Cada linha, cada músculo. Tudo perfeito. Ainda com o contraste de sua pele bronzeada e as pontas do cabelo caindo nela. E quando eu digo NELA não estou me referindo as suas incrivelmente sensuais costas.

Estava falando de sua tatuagem.

Nathan tinha um enorme dragão nas costas. Ele começava em seu ombro e terminava em sua cintura, escondendo o final no cós de sua calça. Era uma mistura de cores. Vermelho, verde, até mesmo azul. Eu fiquei impressionada por ele ter uma tatuagem. Na verdade, eu não deveria. Mas ela era tão sensual. Parecia completar a perfeição que eram as suas costas. E se as costas eram assim, eu estava imaginando a frente.

Mas não tive a oportunidade de ver. Nathan colocou a blusa ainda de costas para mim e fechou o armário. Não precisava dizer que a camisa era preta, não é? Pois era.

Quando ele se virou e me olhou, sorriu. Não aquele sorriso arrogante. Mas um sorriso inteiro, realmente feliz. Quando olhei dentro de seus olhos, vi um deslumbre de dança de cores. Algo misturado com o seu habitual preto. Parecia roxo, anil. Algo do tipo, mas logo desapareceu.

“Você veio”, ele disse , feliz.

O mundo ao meu redor pareceu sumir. Só aquela felicidade se esbanjando dele me fez querer desabar no chão. Se eu caísse no tapete fofo seria um bônus.

Mas, como sempre, Sam tinha que estragar maus momentos.

“Claro que ela veio. Se ela está parada aqui bem na sua frente, não é?”, Sam disse ,se colocando ao meu lado. Eu, como tinha feito por todo o caminho, o ignorei.

“Sua cabana é totalmente diferente do que eu esperava”, eu disse, mas o solo de guitarra que saiu do som me atrapalhou. Me corrigi. “Quase totalmente”

Um sorriso travesso apareceu um seu rosto.

“O que você esperava? Uma escuridão, com tenhas penduradas, uma mesa de macumba e caveiras reluzentes?”, ele perguntou e se sentou no baú.

“Não, mesa de macumba, não”, eu respondi.

Nathan riu.

“Muito obrigada pelo voto de confiança”, ele disse.

“Eu ainda não confio em você.”, eu disse.

Seu sorriso se apagou.

“Vou fazer isso mudar”, ele olhou no fundo dos meus olhos.

Ficamos assim por pouco tempo. Eu desviei meus olhos para o tapete e vi Fleur de olhos fechados. Sam estava se preparando para pular na cama , mas meu olhar o parou no último segundo.

“Bem”, Nathan se levantou e limpou a mão em sua calça jeans. “Estamos aqui para tratar de assuntos PROFISSIONAIS”, ele enfatizou a palavra. “Não vamos perder tempo”, nessa hora, Fleur abriu os olhos cinzas e se pôs ao lado de Nathan.

“Não vamos perder tempo”, eu repeti e Sam se pôs ao meu lado.

Que o treinamento comece.


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