Acordei meio cedo de mais, cinco e meia da manhã. Mas sem conseguir dormir, levantei, prendi meu cabelo e liguei o Note. Fui até o banheiro lavei meu rosto, escovei meus dentes e fiquei me encarando no espelho. Ultimamente eu tinha feito muito disso, tentando encontrar algum erro em mim, tentando ver o que mudou. Mas sempre sem sucesso.

Fui até a cozinha passar um café e comer alguma coisa. Fiquei ali sentada na mesa pensando, pensando em muitas coisas. E às vezes ficar tão sozinha assim era triste demais. – Sai de mim desânimo. – Eu disse levando e rindo do meu ataque.

“FOREVER YOUNG I WANT TO BE, FOREVER YOUNG, DO YOU REALLY WANT TO BE FOREVER, FOREVER, OR NEVER”

Fui cantarolando para o quarto dançando no ritmo da música, que eu tava cantando naquele silêncio. No mínimo meus vizinhos acordaram e me xingaram porque só pra mim mesmo, gritar nem seis da manhã... Ou então pensaram que tem uma vizinha louca, e chamaram o manicômio.

Entrei no meu twitter, e vi um tweet do Louis. “Almoço com alguém especial amanhã :D” - Own será que era de mim que ele estava falando? – Falei para mim mesma. Coloquei uma música para tocar, e comecei mexer em algumas fotos, e salvar no PC. Depois disso fui limpar a casa, já que a diarista só viria amanhã. Quando olhei no relógio era dez e vinte, fui tomar um banho, e vestir uma roupa. Meu Deus eu estava indo almoçar na casa de Louis, eu iria conhecer seus pais, uma intrusa. Coloquei uma camiseta branca maior que eu sobre meu corpo molhado, meus cabelos logo encharcaram a camiseta. A campainha tocou, só podia ser Louis que chegou. Coloquei o roupão e fui atender a porta.

– Harry? – Fiquei surpresa. E sorri para ele, pedindo para que entrasse com um sinal manual.

– É desculpe vir assim sem avisar. – Ele ficou parado na porta.

– Tudo bem. Vai ficar aí parado? – O chamei para entrar mais uma vez.

– Não... – Ele entrou e fechou a porta, e eu fui para o quarto. Ele me seguiu e sentou-se na cama, enquanto eu procurava o que vestir no guarda-roupa. – Vai sair?

– É vou sim... Ontem de noite o Lou me ligou convidando para almoçar na casa dele. – Ele fez um bico e levantou as sobrancelhas murmurando um “Hum”

– Eu vim fazer o mesmo. – Vir-me-ei para ele e fiquei com cara de “Hã” e ele riu. – Mas não para almoçar, e não hoje também.

– Como assim? – Peguei as peças de roupas que escolhi e joguei na cama.

– Ah, eu queria te convidar para jantar lá na casa dos meus pais amanhã, eles vão comemorar aniversário de casamento sabe... – Ele se virou e fechou os olhos. – Não estou vendo nada. – Nós dois rimos.

– Seu bobo. – Joguei meu roupão nas costas dele, e coloquei as peças íntimas, e calça. – Que legal Harry, quantos anos de casamento?

– Sabe que nem eu sei... – Ele riu e abriu os olhos. – Já posso olhar?

– Pode, estou de calça e sutiã. – Nós rimos. Ele virou e ficou me encarando, sentei-me do lado dele.

– Eu fiquei pensando no que ouvi você dizer no shopping para a sua amiga Eleanor. E pensei que... – Eu coloquei meu dedo indicador nos lábios dele e um “shiu”.

– Harry, tudo bem... O importante é que você está aqui agora. – Demos um abraço, e mais uma vez a campainha tocou, dessa vez só podia ser o Lou... – Abre pra mim enquanto termino de trocar de roupa? – Ele assentiu com a cabeça e foi abrir a porta enquanto eu terminei de me trocar.

Vesti minha roupa e fui para sala, eles estavam sentados e rindo, do que conversavam.

– Arrá, peguei vocês dois no flagra falando mal de mim. – Eu ri e me joguei no sofá no meio deles. – E então?

Os dois ficaram me encarando, eu me senti um pouco desconfortável com a situação. E também fiquei sem saber pra quem olhar, pro Harry ou pro Lou. Então decidi olhar para minhas unhas.

“Não sei se eu falei me amarro no rei, adoro ler biografias, viciada em café, cabelos em pé, tenho uma guitarra verde limão. Eu vou cantar no meio da rua eu quero acordar os vizinhos, os dois no sofá, um pouco pra lá, eu curiosíssima.”

Cantarolei a música em português, e eles sem entender ficaram me encarando mais ainda.

– O que você cantou? – Harry perguntou quase rindo.

– Uma música do Brasil, que tem tudo haver comigo e esse... Deixa pra lá. – Os dois ainda sem entender nada. – Então, melhor irmos né Lou?

– Levantei-me do sofá, Lou e Harry em seguida. – É vou indo na frente... Então está combinado Sun? – Harry perguntou parado na minha frente.

– Claro... – Sorri ele também, ele me beijou a testa. – Eu passo te buscar pequena. –Ele virou para Lou e acenou com a mão. – Falou Cara, até mais tarde.

– Até. Mas nem sei se vou pro AP, acho que vou ficar lá em casa mesmo. – Lou disse devolvendo o aceno. E Harry saiu. – Vamos?

– Só vou pegar minha bolsa.

Eu ri e fui até o quarto buscar a bolsa e comecei rir da situação estranha que acabou de acontecer. Encarei-me mais uma vez no espelho e senti meu coração palpitar de felicidade. O que deu na minha cabeça cantar Chalala da Bluebell na frente do Harry e do Lou. Tudo bem que eles não entenderam nada, mas sei lá. Sempre disse que essa música era a minha música, que falava quem eu sou.

E do nada me vejo em uma situação idêntica a da música, não resisti e cantei. Eu e Louis fomos para a casa dos pais dele, já era onze e quarenta. Chegamos lá cumprimentei o Senhor Tomlinson e as irmãs de Lou, e a senhora Tomlinson que estava na cozinha preparando uma lasanha, perguntei se a mesma queria ajuda, e logo estava lá ajudando ela fazer o almoço enquanto Louis olhava e ria dos assuntos bobos que nós duas conversamos.

Legal mesmo foi quando ela começou fazer o que toda mãe faz, e começou contar as travessuras de Louis quando era criança, eu me acabava de rir e Lou ficava tipo “Mãe, não faz isso.” E depois do jantar com toda a família e a intrusa “eu”, ela me mostrou fotos de Lou quando era criança, e ele era a coisa mais fofa do mundo. Eu e Lou sentamos na beira da piscina e colocamos nossos pés dentro da água.

– Espero que tenha gostado de ter vindo aqui em casa, apesar de a minha mãe ficar te enchendo de coisas. – Nós rimos.

– Foi divertido! Sua mãe é uma graça de mulher. – Falei rindo. – Mas confesso que foi muito estranho. Senti-me uma intrusa aqui na sua casa, ainda mais com ela falando de toda sua infância e me mostrando suas fotos. –Ele ficava mexendo os pés na água. – Foi muito legal.

– Quem não sabe de nada até pensaria que você é da família Sunny. – Veio o Senhor Tomlinson e sentou-se em uma cadeira. Senti meu rosto corar.

– Pai, o senhor está deixando a Sun com vergonha. – Foi engraçado, porque Lou ficou completamente vermelho, eu não agüentei e comecei rir. – Do que você está rindo? –Ele olhou para mim sério.

– Você parece uma pimenta. – Coloquei minhas mãos na boca tentando conter o riso.

– Aé? – Ele levantou da piscina, me puxou e me pegou no colo. – Agora você vai ver. – Ele ficou de frente da piscina, só o que me faltava ele me jogar lá dentro daquela água fria.

– Lou, não... Não faz isso. – Eu disse desesperada. E soltei um grito. – Não LOUIS.

Tarde demais, lá estávamos nós dois dentro daquela piscina gelada encharcados, e algumas risadas de fundo, que provavelmente eram das meninas que também estavam ali. Voltei para a superfície da água sentindo um frio tremendo. –Louis você me paga. – Eu disse rindo nadando até ele e empurrando ele para dentro da água. Ficamos brincando ali um tempo até que eu não agüentava mais de frio então saí espirrando. A senhora Tomlinson me trouxe uma toalha e eu me embolei nela.

– Louis William Tomlinson, você fez com que a menina ficasse resfriada filho. –Eu e ele começamos rir. – Leve ela até em cima e pegue uma roupa seca para ela.

– Mas as roupas da mana não servem nela. – Ele disse rindo. – Em Sun, se importa de vestir algo meu?

– Não, tudo bem Lou... – Ficamos rindo, então subimos até o quarto dele. Ele me deu uma peça de roupa, eu fui ao banheiro me sequei e vesti a roupa. Saí do banheiro rindo. – Oi eu sou Louis. – Ele começou rir.

– Nossa! Você ficou muita linda na minha roupa. Super sexy. – Ele começou rir.

– Ah claro, super sexy, vou sair arrasando pelas ruas de Londres. – Rimos. A voz da senhora Tomlinson gritando lá de baixo – Venham tomar um chá meninos. – Ai, um chá... Com o frio que eu to sentindo, vai super bem.

– Frio? Vem aqui que eu te esquento. – Ele se aproximou de mim. E me envolveu em um beijo, macio e suave. Ele colocou suas mãos em volta da minha cintura, fazendo nossos corpos se chocar. Eu interrompi nosso beijo à procura de ar.

– É melhor agente descer. – Eu disse para ele, sem saber que reação ter.

Nós descemos, tomamos o chá da tarde e depois Lou me levou em casa, o convidei para subir e assim ele o fez. Sentou-se no sofá enquanto eu fui trocar de roupa. Voltei para a sala e ele estava ali pensativo. Sentei ao seu lado no sofá, e fiquei meio sem jeito.

– Desculpa Lou... – Agarrei meus joelhos em cima do sofá.

– Tudo bem... – Ele olhou para mim. – Quer falar sobre isso?

– Só não é certo... – Eu senti culpa por ter beijado o melhor amigo do Harry, que idiota isso. Mas me senti culpada. Não sei por quê.

– Por quê? – Eu estava sentindo um clima estranho ali.

– Ah, nós somos melhores amigos do Harry, eu só... Acho estranho ficar com o melhor amigo, do meu melhor amigo. – Não tinha nada haver essa explicação, mas não sabia o que dizer.

– Acha estranho ficar com o melhor amigo do seu melhor amigo, ou então acha estranho ficar com o melhor amigo do cara que você está afim? – Ele falou assim na lata, tipo, tava tão na cara assim? Nem eu sabia o que eu estava sentindo direito. Então eu fiquei olhando para ele confusa, e acho que ele percebeu que eu estava tão confusa a ponto de não conseguir nem se quer dizer “Não”. – Tudo bem Sunny, eu já sabia. Na verdade... Eu sempre desconfiei, desde o dia no aeroporto. Quando eu vi que a Paparazzi era a Sunny, eu sabia que eu nem ia ter chances de conhecer a garota que me encantou aquele dia no parque. Mas eu tive essa chance e... Conhecendo você de verdade, o encanto aumentou.

– Perfeito, ele dizendo isso me deixou mais confusa do que eu já estava. – Eu também me encantei por você, e agora mais ainda.

– Então... Ainda acha algo errado nisso? – Neguei com a cabeça, e mais uma vez, fui envolvida em seu beijo suave.