Twelve – Am I Sick?

S e o y a n g

Ser a maknae de uma banda é a melhor coisa do mundo. Além de receber muita atenção das minhas unnies (N/A: não sei se o certo é unnie ou unni, então deixei assim mesmo), todas elas são muito carinhosas comigo e também estão sempre dispostas a me ajudar no que quer que fosse.

E o que eu precisava naquele momento era exatamente aquilo.

Afinal eu estava um tanto confusa ao final daquele dia.

Vamos por partes, para vocês não se perderem nos acontecimentos.

Para começar acordamos cedo e fomos para o estúdio, terminar de gravar nossas músicas. Até então tudo bem, afinal, qual seria a dificuldade? Era só irmos lá e gravarmos a música com os garotos do NU’EST e pronto.

A dificuldade para mim era parar de prestar atenção em Aron.

Quer dizer, como eu já havia dito recentemente, o moreno havia chamado muito minha atenção e eu queria saber mais sobre ele, o que acabava por me deixar meio distraida durante o dia.

Suspirei quando quase errei minha parte na música, talvez pela milésima vez, mas por pouco havia conseguido me recuperar, cantando sem problemas.

Lin era a vocalista principal de nosso grupo e eu muitas vezes me perguntava como ela não ficava sem ar rapidamente com os gritos que tinha que dar. A voz dela era, em poucas palavras, maravilhosa, quase estonteante de se ouvir.

Ela era a mais divertida entre nós e também a que mais conseguia me acalmar quando ficava nervosa.

Me lembro que antes de nosso debut eu não conseguira dormir por quase dois dias, de modo que nos ensaios eu quase caía de sono, mas quando voltavamos para casa e eu tentava dormir, não conseguia.

Eu me levantava constantemente da cama, rodeando o apartamento, esperando cair de tanto sono, mas nada acontecia.

Ela então me puxou para seu quarto e me abraçou dizendo que eu devia me acalmar, pois  nós haviamos ensaiado muito para aquilo funcionar e que se eu estivesse com sono no dia, poderia estragar tudo.

Depois disso, ela deitou comigo na cama e me abraçou, fazendo meu rosto ficar escondido na curva de seu pescoço, enquanto cantarolava uma canção, apenas soltando leves sons, sem nenhuma letra.

Depois de dias sem dormir, peguei no sono rapidamente e acordei um pouco mais tranquila no dia anterior.

A voz de Lin era milagrosa.

Voltando para a situação anterior, finalmente conseguimos gravar a tal música e a comemoração foi geral, pois haviamos aliviado um peso de nossas costas.

Finalmente teriamos nosso tão merecido descanço.

Suspirei aliviada, me jogando na poltrona da sala de espera, onde haviamos conhecido os garotos, apenas aguardando para sermos liberados.

E tal foi minha surpresa quando Aron, Lin e EM começaram a conversar animadamente. E a mesma coisa aconteceu com Ren e Victory ao meu lado, que rapidamente me colocou na conversa também.

De uma hora para a outra, a sala se tornou um ambiente um pouco mais confortavel para todos nós, pois os “focos de briga” estavam separados.

Até mesmo algumas risadas eram ouvidas, de modo que eu cheguei a pensar que não brigariamos tão facilmente agora.

Ah, como eu estava enganada.

Ainda bem que naquele momento não baixou o santo em ninguém, mas quando estavamos saindo, Vicky conseguiu um motivo para brigar com JR. Na verdade, ela tinha um motivo MUITO bom, pois JR realmente estava provocando. Se fosse comigo eu mataria ele, mas como não é...

O que aconteceu foi o seguinte:

O rapaz do dia anterior, Jin, cruzou conosco e parou olhando para Vicky, parecendo meio sem graça.

Eu, ela, EM, Aron e JR haviamos andado um pouco mais rapido que o resto, apenas por estarmos entretidos na conversa. Na verdade, os que conversavam era EM, Vicky e Aron e eu e JR ficavamos em silêncio, apenas os acompanhando.

JongHyun ergueu uma sobrancelha ao olhar o rapaz, mas este o ignorou, voltando-se para Vicky.

- Sinto muito por ontem Victory... Espero que não tenha tido nenhum problema. Eu não podia imaginar que seu namorado pegaria o celular e-

- OPA! Meu o que?! – a loira arregalou os olhos e Jin a olhou, confuso.

- Ué, seu namorado que respondeu a mensagem que eu te mandei... – respondeu ele, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

Vicky abriu a boca varias vezes, sem saber bem o que responder para o rapaz a sua frente.

Depois fez exatamente o que eu temia.

Virou-se lentamente para JR, que segurava o riso diante da situação e esticou o dedo indicador em sua direção, tocando no peito do mais alto, que agora soltava leves risadas, fazendo cara de inocente.

Hunf, de inocente só a cara mesmo... Santo do pau oco...

- VOCÊ! Ah, mas eu devia... – antes que ela terminasse, JR passou um braço por sua cintura, puxando-a contra seu peito e passando depois outro braço pelo ombro de Victory, abraçando-a de forma... Possessiva...

- Ah, o que é isso, amor? Foi apenas uma brincadeirinha, eu não estava tão bravo assim... E eu não disse nada demais, não é? – sorriu na direção de Jin, que apenas observava, confuso.

Kim JongHyun definitivamente queria morrer.

EM havia aberto uma janela de vidro para tomar ar depois de tanto rir da situação, enquanto Aron observava tudo com uma sobrancelha erguida e os braços cruzados, como o amigo do cara louco e bebado da noite pensando: “O que eu vou fazer com esse mala depois?”.

Enquanto isso, Vicky permanecia parada, de olhos arregalados para o nada, já que JR havia feito-a ficar com a cara pressionada contra seu peito, de modo que Jin não via a expressão confusa no rosto dela.

- Ah, claro que não! – sorriu meio amarelo de volta para o líder de NU’EST – Eu só fico imaginando como a mídia ainda não sabe desse namoro...

Victory recuperou a conciencia, colocando as mãos no peito do mais alto e tentando empurra-lo, em vão.

Ia começar a falar, porém JR a interrompeu, tapando sua boca com a mão enquanto a arrastava para longe, dizendo:

- Ainda não assumimos publicamente, mas logo mais todos estarão sabendo de tudo... – quando ele se afastou mais um pouco, eu acordei de meus devaneios e tentei os seguir, começando a correr e pedindo desculpas a Jin pelo que havia acontecido.

Dobrei o primeiro corredor quando senti uma mão em meu pulso, me virando e deparando-me com Aron.

- Em primeiro lugar, acho melhor você deixar eles se entenderem sozinhos e em segundo lugar, soltar você por ai não é uma boa ideia, certo? – arqueou as sobrancelhas grossas, fazendo-me corar um pouco.

Bufei e cruzei os braços, virando meu rosto para o outro lado.

- Tanto faz... Só queria saber porque os outros estão demorando tanto... – respondi, inflando uma das bochechas, como tinha mania de fazer de vez enquanto, principalmente quando estava sem graça.

Aron riu e gesticulou para que eu o seguisse.

Hesitei, olhando um pouco para trás, esperando ver Vicky voltando e pisando forte, arrastando um cadaver pelos cabelos, mas não foi o que aconteceu.

- Você vem? EM disse que ia procurar os outros e nos encontrar na lanchonete lá embaixo... E claro, dar satisfações ao Jin...

Assenti e ele começou a andar na direção do elevador, apertando o botão e depois recostando-se na parede, olhando para mim.

- Algum problema? – perguntei, erguendo uma sobrancelha, mas ainda sem olhar em seus olhos.

Aron riu e sacudiu a cabeça, gesticulando para que eu entrasse primeiro no elevador.

Assim o fiz e naquele momento o silêncio se instalou entre nós, mas diferente do que eu esperava não era um silêncio constrangedor, em que você busca desesperadamente um assunto para a pessoa a seu lado. Era um silêncio acolhedor, que me deixava tranquila.

Nos sentamos em uma mesa da lanchonete no andar de baixo, esperando os outros chegarem, quando a pergunta que eu havia feito para minhas unnies antes me veio em mente ao ver um casal trocando caricias.

Olhei para ele, sem saber se deveria ou não perguntar.

E meu olhar não pareceu ser discreto, já que Aron tombou a cabeça um pouco para o lado, com uma expressão de duvida, dizendo:

- Minha vez de perguntar, algum problema?

Corei levemente.

- Ah... É só que eu... Estava me perguntando... – desviei o olhar, colocando uma mecha atras da orelha novamente – Ah, deixa para lá... Não era nada demais...

- É mais uma daquelas suas perguntas, é? – sorriu ele, curvando-se sobre a mesa e apoiando o queixo na mão, enquanto com a outra batucava na superficie de madeira.

Inflei as bochechas, aborrecida.

- E se for?

- Pode fazer, ué... Não tem nada demais nisso... Você ainda tem muito a aprender e é natural que esteja curiosa (N/A: nossa, ele sooou como um cara beeeeeeeeeeeeem velho, mas eu gosti então vou deixar assim –q) – deu de ombros – Pergunte o que quiser...

Mordi o lábio inferior, mas depois decidi perguntar.

- Bem... É que eu perguntei para minhas unnies, se... Beijar é tão bom quanto todos falam... – eu achei que ele ia desatar a rir como da ultima vez, mas ao inves disso, deu apenas um pequeno sorriso, erguendo a mão e afagando meu cabelo.

- Bobinha, você realmente ve as coisas pelo lado mais pratico, não é?

- Ahn?

- Você não vê as coisas pelo lado mais sentimental, digamos assim. Quer saber como é, como se a reação fosse a mesma para todos, como piscar. Para você é algo que acontece e pronto, nada demais, certo? Lamento muito, mas se tem uma coisa que eu garanto é que se você estiver com a pessoa certa, é a melhor coisa do mundo...

Meu coração quase saiu por minha boca quando senti a mão dele escorregar de minha cabeça, separando uma mecha de meu cabelo no caminho e enrolando-a em seu dedo, divertindo-se com ela.

Sera que eu estava com algum problema? Afinal, não é normal isso acontecer.

Coloquei a mão sobre meu peito, preocupada. (N/A: não resisto em comentar como eu imagino ela fofa e inocente, gente ‘-‘)

Aish, não parecia ter nada errado comigo, apenas a temperatura meio anormal de meu corpo, mas isso era o de menos. Acontecia de vez enquando, do nada.

- Ah, finalmente... – disse Aron, soltando meu cabelo e estendendo os braços.

Olhei para o grupinho que se aproximava e encontrei Victory emburrada, com os braços cruzados e pisando duro, mas para minha surpresa, JR estava vivo e inteiro, sem nenhuma marca ou machucado grave que poderia ter causado a sua morte.

Vicky sentou-se ao meu lado, cruzando as pernas e não disse uma unica palavra.

A coisa estava feia...