The Lost Godess escrita por elaineraissa


Capítulo 2
Capítulo 1 - No deserto com o Pégaso


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Está meio resumido, mas é que tem muita coisa pra acontecer, e eu não quero ficar enrolando vocês!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/244310/chapter/2

Estava escuro, o dia nem tinha amanhecido. Fazia frio no deserto de Lee Vining, na Califórnia, e no meio do nada, uma menina dormia.

Ela usava jeans e camisa polo listrada de roxo e laranja, uma combinação estranha. Ao seu lado, estavam os destroços do que provavelmente fora um vestido branco, mas estava sujo e rasgado demais para se ter certeza.

Seus cachos escuros e densos estavam sujos de areia e pequenos gravetos; e ela não usava sapatos.

Quando o sol começou a nascer, uma figura enorme apontou no céu. Era indistinguível à distância. A enorme forma pousou ao lado da menina adormecida e relinchou.

A menina piscou várias vezes e abriu os olhos. Eles eram azuis da cor da noite, e tinha um brilho que lembrava as estrelas.

Quando ela viu a forma que a acordara, gritou, e começou a se afastar.

- Cavalo... gigante! – ela gritou.

O cavalo começou a relinchar mais alto e a garota se levantou pronta para correr. Aquele cavalo não era nada parecido com os outros cavalos. Ele era tão branco que a fraca luz do nascer do sol refletia em seu pelo fazendo a vista da menina doer, e ele tinha pelo menos dois metros e meio de altura.

O cavalo parou, e bateu com os cascos no chão: um traço, um ponto, outro ponto, outro traço... O cavalo estava falando com ela em código Morse.

- Isso é Morse? – perguntou a menina assustada. – Como você conhece Morse? Como eu conheço Morse?

Ela tentou se lembrar, mas sua cabeça doeu.

O cavalo parou, olhou diretamente nos olhos da menina e fez uma pose. Ele levantou uma das patas dianteiras, ergueu a cabeça e abriu longas asas de seis metros cada uma. Um cavalo... com asas.

- Você é um Pégaso?

O Pégaso relinchou e balançou a cabeça em desaprovação.

Ele bateu com o casco no chão três vezes: três traços.

- O? Você é o Pégaso?

O Pégaso relinchou e bateu as asas contente.

A menina parou e hesitou.

- Você é o Pégaso. E... quem sou eu?

O Pégaso não respondeu, ele estava ocupado demais farejando o pedaço de pano rasgado no chão.

A menina tentou se lembrar de alguma coisa, qualquer coisa. Quem ela era? O que estava fazendo sozinha no meio do deserto? O que significava O Pégaso ali, com ela? Como ela foi parar ali?

Não adiantaria perguntar ao Pégaso, por mais que ele conhecesse Morse, ele não falava.

- Peg? Eu posso chamar você assim? – perguntou a menina indo em direção ao Pégaso.

O Pégaso fez um som na garganta que parecia aprovação. Ele gostara do apelido.

- Eu... posso?

Peg abaixou a cabeça e a garota a acariciou de leve.

- Anne! – ela ouviu alguém gritar.

Ela olhou em volta assustada. Será que estariam procurando por ela? Seu nome era Anne? Era angustiante não conseguir se lembrar.

Ela correu na direção da voz, com o Pégaso atrás dela.

- Oi! Tem alguém aí? – ela gritou.

- Anne! – gritou uma menina, agora já visível.

Seus cabelos loiros estavam bem presos em uma trança; ela aparentava ter uns dezesseis anos mais ou menos, e usava uma tiara caída na testa. Suas roupas pareciam roupas de expedição: uma camisa branca, calça jeans, botas de caminhada e uma jaqueta.

A garota loira parou ofegante.

- Eu sou Syrena – disse ela. – Vim aqui para te ajudar.

- Eu me apresentaria, mas não sei quem sou.

- Eu não tenho autorização para dizer muita coisa, eu nem deveria estar aqui.

- Eu me chamo Anne?

- Não... sim. É um apelido.

A cabeça de Anne doía. Ela tinha tantas perguntas para fazer a Syrena... “Por que eu não consigo me lembrar de nada?” “Quem eu sou?” “Será que isso está mesmo acontecendo?” “Eu estou mesmo no deserto com o Pégaso?”...

- Eu sei que você tem muitas perguntas Anne – disse Syrena. – E como eu disse, não posso te dizer. Você tem que descobrir isso por conta própria.

- Mas... como?

Syrena ignorou a pergunta, e observou o estado de Anne.

- Eu realmente não sei o que eles pretendem colocando essa roupa em você... uma guerra? Tome, troque essa blusa.

Syrena jogou uma blusa branca para Anne, que vestiu sem questionar.

- Olhe, meu tempo está acabando, eu preciso ir.

- Não, eu... preciso perguntar tanta coisa!

- Você terá suas respostas! Tome essa mochila, aqui tem tudo o que você precisa: água, comida, e... algumas coisas a mais.

Anne pegou a mochila e olhou dentro dela. Não tinha muita coisa lá dentro. Além de água e comida, havia um saco com maçãs, um estojo com objetos de higiene e um pedaço de papel.

- Você não me disse pra onde eu tenho que ir.

Ela levantou os olhos, mas Syrena não estava mais lá.

- Legal – murmurou. – Agora eu tenho um Pégaso e uma amiga que pode desaparecer no ar.

Peg pareceu não gostar muito do comentário, e relinchou.

Anne jogou a mochila no chão e se deixou cair sentada, angustiada. O Pégaso relinchou contente e pegou as maçãs que estavam lá.

Enquanto Peg comia, Anne teve uma ideia. Se O Pégaso estava lá, ele devia conhecê-la de algum lugar. E se ele soubesse...

- Peg, você pode me levar para casa? – Anne perguntou ficando de pé.

O Pégaso relinchou como quem concorda, e dobrou as patas dianteiras para que Anne pudesse subir.

Ela mal percebera que estava descalça, a areia começava a ficar quente sob seus pés. Ela pegou a mochila, colocou nas costas e subiu nas costas do Pégaso, logo atrás da articulação das asas. Ela agarrou seu pescoço enquanto ele alcançava voo, e os dois saíram voando.

A viagem foi longa, mas Peg pareceu não se importar, como se estivesse acostumado a fazer viagens de grande porte.

Eles saíram da Califórnia, passaram por Nevada – a movimentada Las Vegas abaixo deles – depois passaram por um pequeno pedaço do Arizona... Peg tomava cuidado para não ser visto, voava por cima das nuvens em lugares movimentados, e Anne pensou que se alguém visse um Pégaso enorme, ela teria problemas.

Enquanto eles sobrevoavam o Novo México, Anne adormeceu – certificando-se em ficar muito bem presa ao Pégaso – e sonhou com um rosto angelical cantando para ela em uma língua que parecia latim. A memória era embaçada, desfocada, mas a lembrança daquela cantiga de ninar fez com que ela sorrisse dormindo.

Quando ela acordou, era tarde, e Peg sobrevoava em círculos um prédio. Assim que Anne despertou totalmente, o reconheceu: o Empire States.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu posto o próximo capítulo com 5 reviews ok? *-*
Deixem seu comentário, é importante pra mim saber a opinião de vocês, seja ela positiva ou negativa!