Is Anybody Out There? escrita por Manu Gayoso


Capítulo 3
No dad, no!


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo do dia, que milagre não é mesmo? haha
Juro que quase chorei nesse capítulo, espqero que gostem.
Quero reviews em? haha
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:)) xx



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Entrei na minha rua e me deparei com algo, algo que não poderia estar acontecendo, não mesmo.

Eu já estava acostumada com a minha privacidade, com a minha paz. Nunca recebia visitas, também quem iria me visitar? Ninguém sabia sobre o meu pai, nós não tínhamos família, ninguém. Então não havia problema. Ninguém para incomodar, sem reclamações. Olhei para frente ainda parada esperando que aquilo fosse uma brincadeira ou apenas uma ilusão dos meus olhos, pisquei uma, duas, três vezes, mas a imagem não borrava e nem saia. Era real. Eu tinha um novo vizinho, ou pelo menos do que eu podia ver . Eu já tive um vizinho sabe? Eu tinha 10 quando ele se mudou para outra cidade. Mas eu me lembro perfeitamente dele. Na época ele era um pouco mais baixo que eu, seus cabelos eram negros e seus olhos eram mel, que as vezes ficava mais escuro e as vezes mais claro. Eu adorava esse garoto, nós ríamos de tudo, fazíamos torta de lama e jogávamos um no outro só para implicar com nossos pais. Ele foi a única pessoa que algum dia eu pude chamar de amigo. Seu nome? Zayn, Zayn Malik. Mas depois ele se mudou e nunca mais soube dele, não diretamente. Algum tempo depois eu estava vendo um programa na TV, se chamava ‘The X Factor’ e foi quando Zayn entrou no palco e começou a cantar, eu não podia acreditar no que estava vendo, não podia acreditar que era mesmo o Zayn. Ele finalmente tinha seguido os seus sonhos. Sou dois anos mais nova que ele, mas isso nunca nos impediu de contar tudo um para o outro, seu sonho desde pequeno era ser cantor., bastava ele comentar sobre isso que seus pequenos olhinhos brilhavam.

Só de ver ele feliz eu já me sentia feliz. Quando ele foi embora foi como se meu mundo se despedaça-se, nada mais foi o mesmo, mas os anos foram passando e eu tive que superar. Após sua audição e de terem juntado ele com os outros garotos para formar o One Direction eu desisti de procurar sobre ele, claro, eu sabia que ele estava fazendo sucesso pelo mundo, sabia que haviam milhares de garotas gritando seu nome e como ele era gostosa, não que eu saiba, porque eu não o vejo faz muito tempo, nem por foto. Mas é melhor esquecer sobre isso, sei que não importa onde ele esteja eu tenho certeza absoluta que ele já se esqueceu de mim. Suspirei e continuei andando em direção a minha casa. O garoto que tinha visto na frente da casa já havia entrado e deixado as luzes de fora acesas. Entrei em minha casa e me deparei com a mesma cena de sempre: Meu pai escancarado no sofá, dormindo em seu próprio vômito, sério, isso é muito nojento, eu mal agüento dormir aqui por causa do cheiro. Peguei as garrafas espalhadas pelo chão e a que ele mantia presa em sua mão e fui despejar no jardim. Olhei para as garrafas com ódio, será que meu pai não percebe que isso faz mal? Será que ele não percebe que ele tem uma filha? Que ele tem que seguir em frente? Se eu posso fazer isso, porque ele não pode? Estava despejando o resto do conteúdo da quarta guarrafa quando ouço a porta da minha casa bater. Merda. Era meu pai, ele saiu cambaleando e procurando por algo, tinha certeza de que esse algo era eu, ou as suas garrafas. Assim que me viu arregalou seus grandes olhos e apontou seu dedo gordo para mim.

- VOCÊ! SUA VADIAZINHA, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO COM ESSAS GARRAFAS?- Gritou cambaleando em minha direção.

- Eu estou fazendo o que é certo pai.- disse calmamente.

- O QUE É CERTO? EU RESOLVO O QUE É CERTO E O QUE É ERRADO AQUI.

- Pai, por favor, para de gritar.

- AGORA RESOLVEU FINGIR QUE É ALGUÉM? AGORA NÃO TEM MAIS VOLTA NÃO SUA PUTA, TODO MUNDO SABE QUE VOCÊ DÁ PRO PRIMEIRO QUE APARECE.

- Pai, por favor...- A essas horas os meus novos vizinhos já devem ter ouvido o pequeno show do meu pai, não queria chamar a atenção deles, não queria ser a nova vizinha estranha que tinha um pai que a chamava de vadia na frente dela.

- PORFAVOR O QUE? QUER DAR PRA MIM TAMBÉM? EU NÃO QUERO, EU SINTO NOJO DE VOCÊ, AGORA ME DÁ ESSA GARRAFA.- Meu pai tentou puxar a garrafa de minhas mãos, mas eu fui mais rápido e desviei.

- Não pai, eu não vou te devolver a garrafa, é para o seu próprio bem.

- MEU PRÓPRIO BEM? É SUA CULPA A SUA MÃE TER MORRIDO, AQUELE PUTA TAMBÉM, TAL MÃE TAL FILHA.

- NÃO FALA DA MINHA MÃE, DE MIM VOCÊ PODE FALAR O QUE VOCÊ QUISER, MAS NÃO DÁ MINHA MÃE.- Agora eu também estava gritando, não estava mais me importando com os vizinhos, que se dane os vizinhos, esse cara estava falando da minha mãe, ninguém fala da minha mãe, nem mesmo meu pai, ou o resto dele.

- NÃO GRITA COMIGO. ME DÁ ESSA PORCARIA AQUI.- Tentou mais uma vez pegar a garrafa e acabou por me fazer cair no chão, o que não foi bom porque ele caiu em cima de mim. Aquele bafo de vômito e bebida estava em minha face e seu corpo cobrindo o meu, esse não era o meu pai, eu não sei mais quem essa pessoa é.

- Pai, sai.

- ME DÁ A GARRAFA.

- NÃO.

- ME DÁ ESSA MERDA.- Me enrolei com a garrafa tentando impedi-lo de pegar, mas dessa vez eu falhei, meu pai começou a dar socos em minha face e vendo que não estava dando resultados começou a dar socos em minhas costelas, e aquilo estava doendo como um inferno.

- EI, SOLTA ELA.- Alguém gritou. Tentei levantar minha cabeça para ver quem foi, mas meu pai me impedia.

- SAI DAQUI MOLEQUE, NÃO SE METE, ISSO É AJUDA DE FAMÍLIA.

- ELE DISSE PARA SOLTAR ELA.- Outra voz gritou. Novamente, não consegui identificar o dono da voz. Ouvi passos e logo senti alguém tirando meu pai de cima de mim.

- QUEM VOCÊS PENSAM QUE SÃO?- Meu pai gritava.

- Niall ligue para a polícia.- Uma voz disse. Abri meus olhos aos poucos, minha vista estava vermelha, mas logo foi ficando normal. Minha cabeça latejava e minha mão foi parar onde doía, voltando com sangue. Merda, eu estava sangrando, isso não pode ser bom.

- Ei, você está bem?- Alguém perguntava em cima de mim.

- Minha cabeça.- O garoto se postou ao meu lado me ajudando a levantar, minhas costelas também doíam.

- É melhor te levar para um hospital.

- O que? Hospital não, por favor, tudo menos hospital.- Não agüentava entrar em um hospital, desde que minha mãe morreu aquilo é como um hospício para mim.

- Ei, calma, tudo bem, nada de hospitais. Vamos para a minha casa.- Me levou para a casa vizinha e reparei que haviam mais três garotos com ele.

- Cara, pega o kit de primeiros socorros lá.- falou com alguém.- Vamos, vou te botar no sofá ok?- Assenti.

- Obrigada.- Tentei dar um sorriso, mas acho que não deu muito certo.

- Eu sou Liam.- Disse.- Esses são Niall, Harry e Louis.- Espera, isso não pode estar acontecendo, era o One Direction, a banda do Zayn, o que eles estavam fazendo aqui? Eles não eram para estar em alguma turnê ou algo do tipo? Isso é brincadeira certo?

- E você é?- Niall perguntou.

- Já...

- Jade?! – Olhei para o lado e o vi. Era Zayn, os mesmos olhos, o mesmo cabelo. Era ele, havia crescido, agora não mais baixo que eu, agora estava alto, bonito, mas do que era.

- Z-zayn...- Mal conseguia pronunciar seu nome, o choque era maior.

- Espera, vocês se conhecem?- Alguém perguntou, mas não olhei para ver quem era.

- Lembra que eu disse que morei nessa casa antes? Eu era vizinho da Jade.- Zayn disse ainda olhando para mim.

- Ah sim.

- Vamos Zayn, me dê essa caixa, tenho que ver os machucados da Jade.- Liam disse.

- Deixa que eu a ajudo Liam, não tem problema.

- Tudo bem então, a polícia deve estar chegando, o cara ta desmaiado lá fora, provavelmente vão prender ele.

- O que? Vão prender o meu pai?- Perguntei alarmada, se forem prende-lo o que será de mim? Ainda sou menor de idade, vou me botar em um internato ou pior em alguma instituição para filhos de pais drogados e bêbados.

- Ele é seu pai?- Os cinco perguntaram surpresos.

- É, ele não pode ser preso, o que vai ser de mim se ele for preso, isso não pode acontecer...- Eu sabia que estava mostrando desespero para os garotos, mas essa era a verdade, eu estava desesperada.

- Fica calma Jade, nós vamos resolver isso, Tem três maiores de idade aqui, fica calma.- Zyan disse sentando ao meu lado.

- Tem certeza? Eu...

- Tenho certeza, fica calma.

- Tudo bem então.- Suspirei fechando os olhos.

- Agora vamos cuidar desses machucados. Vou te levar para o meu quarto ok? Lá tem um banheiro.


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Notas finais do capítulo

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