I won't give up - Jason Mraz

‘’ – Tudo bem, eu falo com ela. Vou ter uma conversa com ela. - Eu já sabia sobre o que iria falar.’’

Jade POV

Minha cabeça estava latejando, meu corpo todo doía. Em um constante sacrifício consegui abrir os olhos. Olhei a minha volta, estava em um quarto branco, estranho... Minha vista clareava mais a cada piscada. Senti algo em meu braço, olhei. Uma agulha seguida por um soro. Eu estava em um hospital. Por quê? Eu não... eu não posso ficar em um hospital, eu não consigo. Tenho que sair daqui. Minha Nosocomefobia estava subindo pela minha espinha até meu braço. Minha garganta estava começando a se fechar com falta de ar. Em um simples gesto arranquei a agulha do meu braço e logo vi o sangue espirrar, se eu tivesse sorte não teria feito dano a minha veia. Levantei em um pulo e fui em direção a porta. Eu só preciso sair daqui e encontrar algum lugar seguro. Algum lugar longe dessas paredes brancas, longe dessas pessoas andando vestidas de branco ou de verde bebê. Conseguia ouvir o barulho dos soros caindo e indo direto para a veia das pessoas. O barulho que as maquinas faziam. O mesmo barulho que fazia quando minha mãe estava internada. Não conseguia suportar isso, não de novo. A todo lugar que olho eu a vejo, deitada, com dificuldade de respirar. Sem perceber, as lágrimas já derramavam pelo meu rosto. Meu desespero estampado para qualquer um ver. Suor escorria pelo meu corpo, estava com dificuldade de andar, minha vista estava turva.

– JADE?! – Uma voz me chamou, mas não dei atenção aquela voz. Continuei tentando fazer o meu caminho para fora daquele lugar. Senti mãos em torna da minha cintura, aquelas mãos estavam tentando me parar. Mas era como se eu mal conseguisse senti-las. Tentava andar novamente, mas as mãos não deixavam.

– Jade, o que você tem? – No fundo eu sabia de quem era aquela voz. Eu sabia que conhecia aquela voz. Mas não estava conseguindo identificá-la.

– Ho-hospita-tal... m-m-med-do.- Era a única coisa que eu conseguia pronunciar.

– MERDA!- A pessoa exclamou como se tivesse conseguido me entender. A pessoa me pegou em seu colo e apoiei minha cabeça em seu ombro. Inspirei fundo e... eu conheço esse cheiro, era o Z-zayn. Era ele quem estava me ajudando. - Fica calma Jade, vou te tirar daqui.

Como em um passe de mágica nós não estávamos mais dentro do hospital, e como se fosse o grande finale minha visão voltou a ficar normal e eu já conseguia respirar direito novamente. Reparei que Zayn estava procurando algo e como se tivesse encontrado começou a andar.

– Mas que merda você ta fazendo Zayn?- Uma voz perguntou, mas não tirei minha cabeça de seu ombro para ver quem foi.

– Ela tem medo de hospital. Não podia deixá-la lá.

– Mas... e o soro? Ela precisa do so...

– Ela já tomou o suficiente.

– Tem certeza?

– Absoluta.

– Tudo bem, vamos para casa. - Casa. Essa era uma palavra que a muito desconhecia, Não havia sentido real para mim. A muito não sei o que é uma casa. Não uma casa para se morar, mas uma casa no sentido família. Com seus pais, sorrisos, implicância, brigas... Zayn me levou para fora do carro novamente e entrou comigo pela casa ao meio de olhares deturpados dos meninos. Abriu alguma porta e me botou em cima de algo macio, sua cama. Em seguida saiu e dentro de três minutos voltou com um copo d’água me entregando o mesmo. O tomei e foi magistral como o toque da água fria fez a minha garganta se abrir.

– Melhor?- Perguntou me olhando.

– S-sim.

– Então já que está melhor, nós precisamos conversar.

Zayn POV

( n/a: Aconselho a botar a música para tocar nessa parte. )

– Conversar sobre o que? – Perguntou pálida. Só de vê-la assim meu coração se apertava como um nó na proa de um navio.

– Sobre a nossa situação Jade. - suspirei. Isso não vai ser fácil, mas já tinha a plena consciência disso quando concordei.

– Não existe nossa situação Za... - Antes que ela continuasse com o papo de ‘você não é nada para mim’ e ‘ você não é mais meu amigo’ eu a interrompi.

– Jade, por favor, acho que nenhum dos dois está com saco para um discussão agora. – A olhei sério. - Então só me deixe falar, quando eu terminar você pode falar. Assentiu com a cabeça, ótimo, agora por onde eu começo?

– Muita coisa aconteceu entre nós Jade, e não temos como negar isso. - Soltei um suspiro que nem ao menos sabia que estava prendendo. - Quando me mudei eu a prometi que ligaria todos os dias, ou mandaria cartas para você, prometi que acharia uma forma de me comunicar com você. Mas isso não aconteceu, e eu me arrependo disso até hoje, até agora. Você foi, é, e sempre será a minha melhor amiga. Não consegui manter contato com você, sei disso. Mas não quero que a nossa amizade acabe. Sei também que foram anos sem nos ver, sem nos falar, mas isso é importante para mim. Olha, eu passei anos querendo conversar com você, mas não conseguia, algo me parava toda vez que pegava o telefone para te ligar. Algo dentro de mim dizia que eu não era ninguém para te ligar, que provavelmente você já tinha outro melhor amigo, que você estava feliz sem me ter por perto.

‘’ E então eu entrei para o The X factor. Não havia um dia sequer que eu não lembrasse de você, do seu sorriso, do seu olhar. Mesmo que a minha lembrança fosse de quando você tinha apenas dez anos, mas era a minha lembrança. Tudo aconteceu rápido demais, eu não sabia como suportar toda aquela pressão. Os meninos tentavam me apoiar, mas aquilo não era o suficiente para mim. Eu precisava de mais, precisava de algo que me fizesse esquecer todo esse mundo paralelo que eu estava vivendo. Então eu acabei procurando esse ’mais’ nas drogas. Comecei a tomar todos os tipos de drogas imaginárias, comecei a injetá-las depois. Óbvio que ninguém sabe disso, só os meninos e o Simon. Mas eu estava em um estado deplorável Jade, aquilo estava acabando com a minha vida. Mas de alguma forma inexplicável eu consegui reverter isso, com a ajuda dos meninos e de uma boa psicóloga. Concentrei-me na música e consegui superar. Agora eu só fumo, o que estou tentando para aos poucos. ’’

– Aí aconteceu que nós tivemos que procurar privacidade por causa das fãs. Tive a idéia de voltar para minha antiga casa, a sua imagem não saia da minha cabeça, mas eu não tinha certeza se você continuava morando na casa ao lado. Quando chegamos e eu te vi foi como se algo explodisse dentro de mim, não sei explicar, foi algo irreal. E então você me contou tudo o que havia acontecido nesses seis anos que eu estive longe, aquilo acabou comigo. Você não era mais a menininha que era a minha melhor amiga, aquela garota doce, engraçada, gentil... você havia mudado, e para pior. Resolvi que iria tentar mudá-la, resolvi que iria trazer a minha melhor amiga de volta. Mas algo me parou, porque você não era mais ‘você’. Eu te queria, de um jeito que nunca quis ninguém. E foi quando comecei a investir em você, provocá-la. Mas você não dava espaço. Quando te vi hoje jogada naquela praia meu coração doeu, soube na hora que estava drogada. Isso foi o baque que minha mente precisava. Eu vou te ajudar Jade, não quero que você passe pelo mesmo que eu passei. Sei que foi demitida do seu trabalho, sei que sua mãe faleceu, e seu pai foi preso. Mas quer saber? O seu melhor amigo está de volta e pode ter certeza de que nunca mais vai sair de perto de você novamente.

Jade POV

Zayn terminou de falar me olhando com medo, dava para ver em seus olhos a incerteza. Tudo o que ele havia me falado agora estava rondando pelo meu cérebro. ‘Será que ele estava falando a verdade?’ ‘Mas ele foi tão sincero.’ ‘Mas te deixou por seis anos sem dar nenhuma notícia.’ ‘Será que dou uma segunda chance?’ Uma perfeita confusão de pensamentos estava armada.

– Zayn... eu não sei o que dizer.

– Não precisa dizer nada Jade, só diga que sim, diga que aceita. - Sussurrou.

– Eu... aceito. - Digo antes que mudasse de idéia. Afinal, que mal vai haver em deixá-lo me ajudar, certo?

– Obrigado Jade. - Me abraçou. Seus braços estavam em volta de minha cintura a apertando de leve enquanto seu rosto estava enterrado em meus cabelos, o que me fez arrepiar pela sua respiração.

– Amigos?- Perguntou ainda em meu pescoço.

– Sim.

– Mas Jade, eu não vou desistir de te conquistar. - Me olhou sério. Engoli em seco, sabia que ainda tinha alguma coisa.

– Ainda temos muito tempo para pensar nisso Zayn. - Sussurrei o fazendo sorrir ao mesmo tempo em que ficava preocupada com a situação em que me meti.

( n/a: Ah, a votação continua ok? Ainda vai acontecer muita coisa haha )