Odeio Amar Você escrita por Narcissa


Capítulo 8
Huit


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, boa leitura o/
Decidi colocar os nomes em inglês tipo Prince Charming ou Snow White, porque soam melhor :D



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O que restou foi ficar em silêncio, pensando em como fora descuidada. Seus pais nunca a perdoariam. Isso se saísse viva de lá, o que era pouco provável.

Depois de tudo que eles haviam feito por era, ela acabaria assim, morta por uma idiotice.

Ouviu uma porta ser fechada a suas costas. Foi posta brutalmente no chão, ainda amarrada. Conseguiu ficar de joelhos, ainda com o capuz.

- Vossa majestade, achamos essa aqui na floresta, tentando espionar.

E tirou o capuz.

 P.O.V Emma

Meus cabelos se enroscaram em meu rosto quando o soldado tirou o capuz. Como minhas mãos estavam presas, eles ficaram assim, grudados em meu rosto. Então um dos soltados os afastou brutalmente, pegando meu rosto pelo pescoço e me exibindo para todos.

Ou melhor, para ela.

Uma das histórias mais contadas por minha mãe, desde minha infância até hoje, era história da rainha má.

Sabia que ela era arrogante o suficiente para culpá-la da morte do seu verdadeiro amor. Minha mãe havia me contado toda história. Desde ela salvando-a do cavalo até o dia em que ela, minha mãe, fora “forçada” a comer a maçã. Se sacrificar pelo amor verdadeiro. Mas o príncipe encantado a havia achado, e a acordado. Esse era seu feliz para sempre.

Mas a Rainha nunca havia esquecido isso. Havia jurado vingança, no dia do casamento deles. Uma maldição, que tiraria tudo e todos que amamos.  Minha mãe dizia que ela não tinha coração. Havia o perdido quando tentara adormecê-la para sempre. E que era capaz de tudo para destruir a felicidade de todos.

28 anos se passaram; todos vivendo com o medo em seus corações. A espera que algo ruim acontecesse era angustiante. Mas, ao longo desses anos, nada havia acontecido. Apenas a fina camada de medo que pairava sobre todo o reino. Por isso, Snow white e Prince Charming sempre haviam me protegido. Para nunca, nunca, cair nas garras da Rainha Má. Por que se isso acontecesse, seria o fim.

Com tudo isso, o que eu esperava ver era uma bruxa velha e má, que cortaria minha cabeça sem pensar duas vezes. Mas, quando finalmente o capuz foi tirado, tudo, TUDO que eu havia imaginado, criado e acreditado minha vida toda, nada valiam.

Pois ela não era nada do que eu pensava.

No momento em que seus olhos frios tocaram meu corpo, uma descarga elétrica se passou por mim. Era tinha um rosto estonteante, impecável. Feições marcadas, firmes.  Olhos que pareciam ler a minha alma. Vestia um longo vestido negro, que parecia ter sido desenhado em seu corpo.  Os lábios de um vermelho sangue denunciavam um sorriso fraco, quase que insistente.

She was the fairest them of all. A mais bonita de todas.

- Espiã?

Sua voz ressonou não só em meus ouvidos, como em meu corpo todo. Uma voz tão fria quanto seus olhos e que carregava um poder que fazia os cabelos da minha nuca se eriçarem.

Não fui capaz de sustentar seu olhar. Sentia que ele seria capaz de me queimar.

E então ela sorriu, um sorriso tanto magnífico quando maléfico.

- Interessante... – e levou um dos longos dedos ao queixo, intrigada – Deixem-nos.

E então ficamos sozinhas, meu sangue parecendo congelado nas veias.

Ela fez um movimento displicente de mãos e as cordas que me prendiam foram soltas. Meus braços e pernas doíam, mas eu não me sentia capaz de se mover. Apenas me mantive rígida, em silêncio, de joelhos.

- Emma Swan, filha de Snow White e Prince Charming.

Achei que não seria capaz de sustentar meu corpo quando ela disse meu nome. Foi como se invocasse uma magia, não sei. Mas soou forte e poderoso vindo daqueles lábios vermelhos de sangue.

- Você é a última pessoa que eu pensei que encontraria aqui – ela disse ainda me encarando com aqueles olhos negros e frios como a noite.

Ela fez outro movimento de mãos e senti meu corpo ser levando e me vi sendo obrigada a ficar de pé, sobre minhas pernas tremulas. Ficamos cara a cara, ela a uns dois metros longe de mim. Uma distancia sensata.

- Me diga, Emma Swan – ela cuspiu meu nome – você sabe falar? Seus queridos papais te ensinaram isso, ou ele não foram capazes?

A arrogância dela seria capaz de furar minha pele.

- Não fale assim dos meus pais – minha voz saiu estranha, baixa e fraca. Não sabia se era devido o fato de eu não falar a um bom tempo ou se o medo a estava deixando assim. Provavelmente os dois.

Ela sorriu.

- Defendendo os papais, ora que bonitinha. Fiquei tocada.

Mantive-me em silencio. Meu sangue dantes congelado de medo, agora parecia correr quente em minhas veias. Esse era o efeito que Ela me causava. Me deixava uma completa bagunça.

Ela se virou e andou até o centro do aposento em que estávamos. Olhei em volta, nada seria muito útil em uma briga.

- Estou surpresa de você aparecer aqui. Achei que seus pais a mantivesse em uma espécie de cela, ou jaula, tentando protegê-la, não a largasse por ai na floresta para me espionar.  

 - Eu não estava espionando – disse entre dentes.

Ela se virou para mim, uma sobrancelha arqueada. Não sabia se estava surpresa ou apenas sendo irônica.

- E então, por que está aqui?

Por quê? Ora, eu sabia o porquê! Havia seguido o maldito cervo e depois havia sido capturada. Simples!

Mas por que então essas palavras não conseguiam sair de minha boca, agora incrivelmente seca?

- Eu não sei – respondi apenas.

Em uma piscada que dei, ela estava frente a frente a mim. Meu corpo, involuntariamente, estremeceu. Pela primeira vez, fiz contato visual com ela.

Meu grande erro.

Pude ver meu medo refletido em seus olhos. Eles prendiam-me uma forma inimaginável. Houve uma espécie de conexão, como uma troca. Ela me encarava duramente, os lábios entreabertos, dando uma expressão sedutoramente determinada. Já eu, provavelmente, parecia uma idiota. Tentava, sem sucesso, regularizar minha respiração. Era impossível me desviar daquele rosto tão perfeito. Hipnotizava-me. Sentia que estava sendo atraída, como um imã, para ela.

E então ela quebrou o contato visual. Virou a cabeça para o lado, com uma expressão que eu nunca pensei que veria em seu rosto. Ela estava confusa.

- Eu poderia prendê-la aqui para sempre, Emma Swan. Tornar a sua vida a mais infeliz possível. Poderia usá-la para atingir seus queridos paizinhos, e eu poderia matá-la aqui e agora, ah sim eu poderia...

- E então o que vai fazer comigo?

Ela me deu as costas e voltou a andar pelo aposento.

- Vou deixar você ir.

Meu queixo caiu, quase que literalmente.

- C-como?

- De que adianta sujar minhas mãos agora... Uma morte rápida seria muito sem graça. Você ainda vai sofrer muito, Emma Swan. Você não é capaz de imaginar o quanto... E o dia está cada vez mais próximo, sim... E eu vou ter o prazer de ver em cada rosto o medo estampado. Toda a luta pelo amor verdadeiro terá sido em vão.

Pela vigésima vez meu corpo estremeceu. Minha boca ficou seca, minhas mãos suaram.

Que merda estava acontecendo comigo?

- Vá, Emma Swan, mas nunca se esqueça do dia em que a Rainha poupou sua vida. Pois mais tarde, você desejará ter sido morta.

O medo novamente gelou meu corpo. Mas, por um impulso, minha alma falou mais alto.

- E você, vossa Majestade, nunca se esqueça desse dia. O dia em que conheceu Emma Swan.

Virei-me, não tive coragem de ver sua expressão. Tudo que eu queria era sair dali e nunca mais voltar a vê-la.

Mas já era tarde de mais.

Mesmo que eu negasse, lá no fundo da minha mente, algo me dizia que eu voltaria a vê-la.

Mais cedo ou mais tarde.  


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Notas finais do capítulo

Noossa, vei... Na boa!
Reviews hein?
E ai, vocês acham que a Emma vai contar pra Snow e pro Charming dessa "aventura" dela?
Beeijos e até.



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