Odeio Amar Você escrita por Narcissa


Capítulo 5
Cinq


Notas iniciais do capítulo

Olha eu atrasada de novo ^^
Boa leitura o/



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A chuva havia aumentado, agora vertia com mais intensidade. O resto parecia calmo, nenhuma interferência na linda paisagem de Storybrooke. Mas se você olhasse mais atentamente em direção ao barranco, que se findava no começo da floresta, notaria algo maculando a linda paisagem. Não muito atrás da placa com o nome da cidade, lá em baixo, era possível ver com clareza que não, não estava tudo bem.

O carro preto estava destruído. Pedaços de vidro estavam espalhados por todo o chão ao redor dele. Dentro, Emma repousava inconsciente. Um pouco mais a frente, estava a prefeita. Ela havia sido atirada pra fora do carro, pedaços de vidro eram visíveis sobre seu corpo, alguns atravessados em sua roupa, fazendo com que se formasse um circulo vermelho em volta. Ambas haviam batido a cabeça inúmeras vezes.

Emma tentou abrir os olhos lentamente. O pouco que enxergava, em nada ajudava. Sentia que sua cabeça ia explodir. Passou a mão esquerda na testa e viu que sangrava. Tentou mexer o braço direito, mas isso doeu tanto que pontos pretos apareceram em seu campo de visão. Gemeu atordoada. Cacos de vidro estavam jogados sobre suas roupas, mas nenhum havia a cortado muito fundo. Olhou para o braço doído e viu que ele estava preso entre o banco e a porta. Suspirou e olhou para frente, onde pôde ver pelo para brisa quebrado um borrão, um pouco mais a frente. Piscou, tentando focalizar. Percebeu que o borrão era um corpo, cercado por uma neve vermelha. Seu coração parou por um segundo. Era Regina.

Precisava sair do carro. Mas sabia que quando abrisse a porta, seu braço iria doer, e muito. Com a mão esquerda, cortou um pedaço de sua blusa, e pôs na boca para não gritar.  Colocou a mão na tranca da porta e hesitou. Olhou novamente pra prefeita e seu coração apertou no peito. Precisava salvá-la. Fechou os olhos e puxou com força a trava da porta e ela se abriu. Emma gritou, mas o som foi abafado pelo pedaço de pano em sua boca. Seus olhos lacrimejaram. Sentia as dores em pontadas. Mas a adrenalina supriu a dor. Correu, tentando não desmaiar novamente, em direção à prefeita. Agachou-se ao lado dela. Alguns pedaços de vidro haviam se aprofundado em seus braços, e cortado seu rosto em várias partes. Ela não parecia estar respirando. Emma tirou o casaco dela e deitou a cabeça em seu peito, tentando ouvir seu coração. Com muita dificuldade, pôde ouvir uma batida fraca e descompassada. Sua respiração estava “áspera”.

- Regina – disse Emma, a voz fraca.

Emma colocou a mão esquerda em seu rosto, já que a outra estava imobilizada. Ela estava fria e pálida, como a neve ao seu redor.

Emma sentiu a tontura ficar cada vez mais forte e teve que ter muita força de vontade para não desmaiar. Não podia. Regina precisava dela, não podia abandoná-la.

- Regina – chamou, apoiando o rosto dela em sua mão.

Ela parecia ter dificuldade para respirar. Emma entrou em desespero. Deitou-a novamente na neve, e abaixou o rosto. Tocou os seus lábios no dela, instantaneamente sentindo o gosto de sangue. Soprou o ar em seu pulmão, desesperada. Regina abriu os olhos e aspirou o ar, como se estivesse se afogando.

- Emma – disse baixinho.

Emma seria capaz de sorrir se a situação não fosse tão grave.

- Emma, você está sangrando – disse ela, tentando focalizar o rosto da xerife.

Regina sentia-se fora de si. Tudo parecia fora do real, como se fosse um sonho. Mas a dor gritante em seu corpo acabava com essa possibilidade. Seu peito doía mais do que tudo, era praticamente impossível respirar.

- Emma, eu... – tentou dizer. Não conseguia mais respirar. Arquejava sem sucesso.

- Não – Emma disse olhando pra ela – Regina olhe pra mim. Você precisa tentar.

Regina estava se afogando em seu próprio sangue. Tossiu e sentiu o gosto de ferro invadir sua saliva. Sentiu que ia desmaiar, ou pior, morrer.

 Regina, que havia se sentado, pegou a mão de Emma e apertou. Ela enxergava tudo ainda mais fora de foco. Sua cabeça latejava e seu pulmão parecia prestes a entrar em combustão.

- Emma, você... – e tossiu mais uma vez – você precisa cuidar... Cuidar do Henry.

- Não – Emma gritou – Regina, não! Vamos, olhe pra mim. Você precisa lutar.

Emma então se sentou atrás da prefeita, esta ficando no meio das pernas dela. Ela fez Regina se reencostar no peito dela, ainda segurando sua mão.

- Esta sentindo isso? – disse Emma respirando fundo – é o meu pulmão. Está sentindo minha respiração? Você precisa fazer isso. Vamos Regina, comigo.

Emma apertou a prefeita mais ainda contra seu corpo, para que ela pudesse sentir seu arfar.

- Inspire fundo, assim como eu. Está sentindo meu coração bater contra o seu?

Regina tossiu mais uma vez. Sentiu algo pegajoso e viu o sangue brilhando vermelho em sua mão.

Respirava fracamente, uma respiração áspera.

- De novo Regina, vamos. Inspire e expire, junto comigo, sinta minha respiração contra a sua. Vamos fazer isso juntas – as lágrimas borravam sua visão.

Com muita dificuldade Regina inspirou. Cada passagem de ar queimava sua traqueia. Expirou, o gosto de ferro em sua boca novamente.

- Mais uma vez, Regina – disse Emma secando as lágrimas com as costas da mão. Não podia deixar nada acontecer com ela. Iriam sair dali vivas e juntas.

- Eu não consigo Emma – disse com a voz fraca.

- Sim, você consegue. Você tem que lutar. Lute por sua vida.

Regina sacudiu a cabeça, o gosto salgado das lágrimas tingindo sua saliva.

- Não. Eu...

- Lute pelo Henry! – interrompeu Emma.

- O Henry tem você, Emma – disse ela entrecortadamente.

Emma encostou os lábios na parte de trás da orelha dela e sussurrou.

- Lute por nós.

E apertou a mão dela.

- Sinta minha respiração contra a sua, Regina. Agora estou respirando por nós. Estou respirando por você.

Regina estava prestes a desmaiar, mas se agarrou a isso. Fechou os olhos, cada parte do seu corpo latejando de dor.  Sentiu a respiração de Emma, o compassou de seu pulmão, seu peito subindo e descendo. Focalizou-se nisso, e tentou normalizar sua respiração, embora a dor rasgasse seu peito.

Depois de alguns minutos nesse ritmo, Regina havia conseguido normalizar sua respiração. Emma estava cansada, mas não parava por nada. A mão da prefeita que Emma apertava estava suada.

Regina sentiu seu corpo ficar leve e sua cabeça mais pesada. Antes de desmaiar, encostou sua cabeça no ombro de Emma, inalando seu suave perfume.

E então perdeu a consciência.

Emma não conseguia mais manter os olhos abertos, a dor no seu braço havia sido esquecida, mas agora a incomodava. Sentiu um líquido quente voltar a escorrer por sua testa e logo em seguida perdeu a consciência, com o corpo quente da prefeita em seus braços.         


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Notas finais do capítulo

E ai?! Gostaram?
A Emma respirando pelas duas *_*
Mas será que vão encontrá-las a tempo?