Odeio Amar Você escrita por Narcissa


Capítulo 26
Vingt Six


Notas iniciais do capítulo

Voltemos a Storybrooke



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Sede.

Tudo que sente é sede.

Quer gritar, mas a voz está presa em sua garganta seca.

Ela olha para o saco de soro acima dela; ele ainda está cheio o que significa que ela está sendo hidratada. Mas por que então sente tanta sede?

Respira fundo e tenta se concentrar em outra coisa.

É manhã e é possível ouvir o som dos pássaros vindo de lá de fora. A luz penetra no quarto e a janela entreaberta permite que o cheiro de grama e de madeira flutue pelo quarto.

Mas o único cheiro que preenche o nariz dela é o perfume que provém do leito ao lado do seu. O perfume da pessoa que está inerte ao seu lado.

Da pessoa que ela havia salvado e que salvaria mais uma vez.

Ela precisava acordá-la, precisa salvá-la, precisava chamá-la.

Droga, Emma! Será que nem isso você consegue fazer direito?!

Já havia fracassado com o filho, não queria fracassar com ele de novo. Precisava salvar a mãe do garoto, precisava salvar Regina.

Por que gostava dela.

Todo aquele ódio que sentia só precisava de uma circunstancia para se transformar em outra coisa. E agora elas tinham uma ligação. Depois do acidente, tudo havia mudado e ainda ia mudar.

Mas nada iria adiantar se ela não salvasse Regina.

Usando toda força de vontade do mundo, Emma forçou o tronco, de modo que se tudo desse certo, se ela conseguisse por as pernas no chão, andaria, se arrastaria até Regina e a acordaria, nem que fosse preciso chacoalha-la.

Mais uma vez, forçou o corpo rígido para o lado. A dor em seu braço quebrado havia diminuído bastante ao longo das semanas, mas toda vez que Emma tentava mexer alguma parte do corpo, este doía como fogo.

Depois de mais alguns impulsos, Emma sentia o suor porejando em seu rosto. Mas isso não iria pará-la, não iria deixar-se vencer pelo cansaço. Fechou os olhos e se concentrou. Pensou no filho. Pensou no inferno que havia passado antes de finalmente acordar. Não podia deixar Regina nem mais um minuto naquele lugar.

Impeliu toda força em seu corpo naquele impulso, que por fim, junto com a gravidade, trouxe uma resultante.

O chão não parecia longe, mas com certeza parecia bem duro. Pareceu tomar a eternidade até Emma atingir o chão. O baque não foi muito alto, ou pelo menos não pareceu. Sentiu uma dor no peito quando os eletrodos foram puxados a força. Felizmente, o acesso intravenoso não se feriu. Ela havia caído de bruços, o que permitiu que seu braço quebrado não batesse com tudo no chão, o que evitou mais uma semana de dores infernais. Seu corpo recebeu a dor do impacto de forma moderada, como se se acostumasse com o contato.

Pelo menos havia saído da cama.

Então um barulho contínuo encheu o ambiente.

BIP,BIP,BIP,BIP,BIP.

O maldito monitor havia disparado.

Um corre-corre tomou conta do corredor e algumas pessoas entraram correndo no quarto. Emma não teve tempo de fazer nada, ficou ali, inerte com o rosto para o chão, sentindo-se impotente e miserável.

– Meu Deus do céu, Emma!

Emma reconheceu a voz do médico, Dr. Whale.

Ele precisava chamar a Regina, precisava ajuda-la.

– Hmma – tentou dizer Emma.

Alguns enfermeiros a pegaram pelos braços e pernas e a içaram de volta ao leito. No momento em que o médico se inclinou para por de volta os eletrodos, ela agarrou com todas as forças o jaleco dele.

Não sabia como, mas aquela descarga de adrenalina que a havia feito cair ainda corria por suas veias e havia permitido tomar controle sobre seu corpo novamente.

Ele olhou para ela, estupefato.

Emma não disse nada, apenas encarou com firmeza os olhos dele. Tentou passar uma mensagem com o olhar, passar todo seu medo e desespero. Seus dedos doíam, mas ela não soltou o jaleco dele. Ele estava lívido de susto.

– Hmma – tentou mais uma vez.

Já com os aparelhos conectados e as grades do leito levantadas, Emma sentia a adrenalina deixando seu corpo cada vez mais rápido. Precisava tentar mais uma vez falar com o médico.

– Rehumma.

Dr. Whale, ainda encarando o olhar de Emma, se solta do aperto da mão dela e balança a cabeça.

– Sinto muito, Emma, eu não entendo.

O cansaço e a fatiga tomam conta dela e ela se deixa apagar.


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Notas finais do capítulo

GENTE, por favor, leiam e deixem review, se não eu fico desanimada, nem da vontade de postar mais...
Enfim, até mais