Odeio Amar Você escrita por Narcissa


Capítulo 23
Vingt trois


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiramente, eu lhes devo um enooooorme pedido de desculpas. Muita coisa aconteceu, eu terminei a escola, chorei, sorri, fiquei ruiva, fui em shows, a Lana Del Rey tocou em mim, me apeguei a séries novas e me desapeguei um pouco de algumas. Once foi e sempre será minha paixão, mas ao longo de alguns meses, eu me desapeguei um puco da série, fiquei sem tempo, sem motivação e sem inspiração.
Foi dificílimo retomar minha Swan Queen; tive que ler algumas outras, passear bastante no tumblr, rever episódios (pq, como vocês, sinto falta do eye-sex SQ) etc.
Mas eu voltei, na hora errada, meio tarde, mas voltei.
Pensei em abandonar de vez a fic, mas é uma puta mancada com os leitores, não é?
Então eu voltei a escrever INTEIRAMENTE POR VOCÊS.
Peço desculpas, mais uma vez.
Aos que ficaram, boa leitura.



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Regina andava de um lado para o outro em seus aposentos. Apreensiva era pouco para definir seu estado. Sabia o que tinha que fazer, mas não sabia como poderia fazê-lo, e se, de fato, conseguiria fazer. A culpa se juntou a raiva e a dor que já fervilhavam em seu interior; a culpa pelo que havia feito, a culpa por como faria Emma se sentir. Já a havia chamado, logo ela estaria ali, animada, louca de saudade dos braços de sua rainha, cega de paixão. E Regina a apunhalaria.

Desejou morrer.

Desejou voltar no tempo e não ter sido tão fria e tão orgulhosa.

Tão vingativa.

Parou no meio de seus passos compassados. Uma informação a atravessou, adjacente a uma possibilidade. Não seria capaz de dizer tudo que precisava dizer à Emma. A amava demais para tamanha crueldade, seus sentimentos ficariam no caminho.

Seu coração.

O amor ali instalado era, de fato, uma fraqueza nesse momento. Se fosse fazer, não poderia ter fraquezas.

Foi até seu “cofre” e pegou um dos baús de madeira vazios. Teria que fazer isso.

Fechou os olhos, já decidida. Repousou a mão em seu peito, hesitante. Como estava sendo egoísta. Se privando de sentimentos enquanto seria Emma que sofreria a dor. Sem o coração, a frieza já habitual da Rainha seria muito mais presente, o que tornaria sua missão mais “fácil”. Já a pobre Emma receberia toda a carga, o coração puro imerso em paixão.

Sem pensar mais, afundou a mão em seu peito, sentindo uma dor a preencher. Sentiu algo pulsante, quente e o arrancou. Aos poucos a dor foi passando e ela encarou seu próprio coração. Ficou realmente surpresa, já vira muitos corações; dos mais puros aos mais negros. Tinha que admitir que ter o próprio coração em mãos era uma situação um tanto quanto estranha. Ele pulsava brilhante, vermelho. Imaginou que ele estaria preenchido de magia negra, enegrecido por todos os anos de crueldade. Mas ele estava normal, nada diferenciado de tantos outros que havia arrancado e esmagado. Não era puro, isso nunca seria, mas estava... Curado. Emma o havia curado.

Emma.

– Emma! – exclamou fechando o baú rapidamente e virando-se para a garota que acabara de adentrar.

Lá estava ela. Linda, loira, sorrindo empolgada.

E ela não se sentia pronta para contar.

Emma não esperou por um convite, correu para os braços de sua rainha. Como amava a sensação de ser abraçada, de estar segura. O cheiro conhecido, o toque.

Mas havia algo errado. Muito errado.

– Regina? – perguntou Emma se afastando.

A Rainha olhou para ela. Os olhos estavam frios e estranhos, como se ela estivesse distante. Estava errado.

– Nós temos que conversar, Emma – disse Regina voltando a andar pelo aposento. Droga, droga, droga.

– Do que você está falando?

Regina se forçou a rir e a risada causou a Emma calafrios. Isso não era bom.

– Emma, você se nega mesmo a ver, não é? Será que você realmente caiu nessa?

O maior pavor que havia dentro de Emma começou a se manifestar.

– O- o que?

Regina olhou pela janela.

– Eu sinceramente não achei que você fosse tão ingênua. Mas na verdade, acho que você é só burra mesmo. Devia ter ouvido seus pais.

A princesa Charming sentia algo quebrando dentro dela. O que era tudo isso?

– O que seus pais sempre te avisaram, não foi? Fique longe da Rainha Regina. Rainha Má, como eles mesmos gostam de falar – ela riu de escárnio – O que eles diriam se te vissem agora?

– Regina, o que aconteceu com você? Por que está fazendo isso?

A Rainha se recusou a olhar para a garota.

– Emma Swan, deixe se ser idiota. Caia na real, aceite a realidade.

Ela então se virou e olhou para ela. Seria difícil, seria impossível.

– Você só foi mais um dos pets da Rainha.

Ela quase sentiu o coração murchar dentro da caixa. Cada letra que ela pronunciou foram como facadas para ambas.

Emma sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Não devia estar surpresa, não é? A Rainha tinha sua reputação.

Mas não, ela havia conhecido a verdadeira Regina. A que havia dito que a amava, que havia lhe dado presentes e todo amor que há nessa vida. Para onde ela havia ido e por que estava fazendo isso?

– Não – ela murmurou – Não, não, não. VOCÊ ESTÁ MENTINDO!

Como ela podia ser tão cruel?

– Emma, você deve ir. Eu não te quero mais. Cansei de você. Você não me serve mais.

Teve que se esforçar para não deixar transparecer o leve tremor em sua voz.

O corpo de Emma estava pesado e ela não se sentia capaz de se mover, estava estática, se recusando fortemente a acreditar no que ouvia.

– Regina – sua voz saiu fraca – olhe para mim.

Não foi um pedido.

– Olhe para mim, Regina!

A Rainha ergueu a cabeça desafiadoramente e fitou a princesa.

– Agora olhe nos meus olhos, bem intensamente, e diga que tudo foi uma grande mentira. Todas as palavras de amor e carinho, todos os abraços e beijos, os presentes, os “eu te amo”. Diga-me que foi tudo mentira, tudo calculado. Que você não se entregou para mim do jeito que eu me entreguei a você.

A essa altura, Emma já estava chorando livremente. Queria ouvir de verdade para então se dar conta de tudo, voltar para casa e morrer.

Regina parou em frente a ela. Seus olhos seriam capazes de cortar.

– Eu não te amo e nunca amei. Foi tudo mentira. Agora, eu já cansei de brincar, quero que você suma desse castelo e da minha vida.

Emma abaixou a cabeça, soluçando. Agarrou o cordão em seu pescoço e o arrancou brutalmente.

– Então eu acho que você pode ficar com isso, sua vaca.

E o jogou no piso de mármore, onde o cisne e a coroa repousaram estridentemente.

– Eu odeio você.

Emma virou-se e expeliu toda a raiva que sentia por dentro através de um belo chute na porta de madeira. Saiu correndo, sem saber ao certo onde seus pés a deixariam, mas certa de que queria sair daquele lugar para nunca mais voltar.


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Notas finais do capítulo

Bom, o próximo já vai ser postado, mas comentem nesse u.u
Obrigada por não me abandonarem