A Evil Queen nunca se sentiu tão viva. Tão feliz. Sua vingança não fora esquecida, isso nunca seria possível, mas fora substituída... Se considerava estar com a filha da sua inimiga uma “vingança” era um mistério, porém é claro que esse pensamento a fazia regozijar. As vezes se perguntava por quanto tempo manteria tudo isso em segredo. Poucos do seu reino sabiam da amante da rainha, apenas algumas criadas que constantemente limpavam a bagunça que a garota fazia nos aposentos da rainha. Mas estas eram irrelevantes, afinal, não era a primeira vez que a Rainha Regina se deleitava com concubinas, fazia parte do estilo excêntrico que formava a personalidade sedutora dela. Para o resto do reino, Emma era apenas a garota que havia sido levada à rainha uma vez e nunca mais voltado, provavelmente estava morta por ousar entras nos limites de suas propriedades. Nem sequer perpassava por suas mentes o quão profundamente Regina estava imersa nessa relação. Os reflexos se faziam presentes, como o constante bom-humor dela ou como poupava certas ações inescrupulosa vindas de forasteiros, ansiando conhecer a terra negra da Rainha Regina. O coração de gelo havia, enfim, derretido? Estava a rainha amando alguém, novamente? Estas perguntas soavam pelos cantos do reino sem repercutirem, de fato, pelo castelo.

Porém a plenitude não duraria para sempre.

Pois uma vez que uma promessa é feita, não se pode voltar atrás.

Quando algo tão poderoso é dito deverá ser cumprido.

"I shall destroy your happiness, if it is the last thing I do"        

E não havia como voltar atrás.

Não quando se tratava dele.

Rumpelstiltskin.

Estava na hora, ele ia cobrar.

Ela estava pronta, finalmente.

E deveria ser lançada, para Ele e por Ela.

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- Dearie, quanto tempo, não é mesmo?

- Se vê livre da prisão, como vejo. Mais uma façanha, devo admitir.

 - Oh, sim, é claro. Mas, certamente, não é sobre isso que vim falar com você.

Regina enrijeceu. Sim, sabia claramente sobre o que ele iria falar.  A maldição. Seria muito difícil dissuadi-lo a desistir dessa história, afinal, ela já havia achado seu feliz para sempre; de que lhe serviria a maldição?

- Finalmente o momento chegou. Ela está pronta. A minha prisão atrasou um pouco o andamento de tudo, mas um serviço para Rumpelstiltskin nunca é deixado inacabado. Está na hora, dearie.

Droga, droga, droga!

- Parece que temos um problema... Os meus motivos para o lançamento da maldição foram... Modificados. As coisas mudaram, dear.

Rumple suspirou profunda e dissimuladamente. Sabia como isso ia suceder-se, sabia muito antes de chegar ali. É obvio que sabia sobre a Salvadora e a Rainha, desde o começo. Porém, do mesmo jeito que a Rainha tinha seus motivos, ele também tinha os dele. Bae era sua prioridade, iria para uma terra sem magia trás do seu filho, inerente a vontade de Regina. Ela era apenas uma peça. Como havia dito a vidente, ele criaria a maldição, mas não a lançaria; do mesmo jeito que não seria ele a quebra-la. Ai que entrava a “Salvadora”. Era um tanto curioso o jeito que as duas haviam se entrelaçado. Erradíssimo, coitadas, mas o destino era sempre uma surpresa. Haviam tido a noção das dimensões que esse relacionamento poderia causar, não estavam alheias a isso. Os motivos não haviam mudado apenas as consequências.

Se elas tivessem que recebe-las, que seja. O problema não era dele.

- Well, dearie. Que caminho sinuoso você escolheu. Tão oscilante, tão perigoso... Envolveu-se com uma de suas inimigas. Ambas vão pagar caro, você sabe disso. Uma vez feito o trato, não pode ser desfeito. A maldição será cumprida, com ou contra sua vontade. A escolha não é sua do mesmo jeito que os motivos nunca foram só seus.

Regina segurou o fôlego, recebendo as palavras deles como facas. Como fora tola ao pensar que ele não sabia. Ele sempre sabia.

Mas o que iria fazer?

- Você já fez sua escolha, foi amaldiçoada por suas próprias palavras.

Estava terrivelmente ferrada, presa por suas palavras.

- Você não pode fazer isso... Não...

O que poderia dizer agora? O que diria para Emma? Droga! Não era justo com elas. Não era justo com Emma!

- Sim, dearie, eu posso.

Só havia uma maneira.

- Certo, a maldição será lançada. Todos nós vamos a uma terra sem magia. Mas você se esqueceu de um detalhe. Emma já é uma adulta, eu tenho conhecimento da Salvadora. Ela irá quebrar a maldição, eu terei meu feliz para sempre.

- Well, parece que você está se esquecendo de um detalhe. Sim, a salvadora existirá... Mas tudo será como antes. Como quando você ameaçou o amoroso casal Charming, não haverá Emma.

Regina sentiu as pernas fraquejarem... Não haverá Emma...

A maldição supostamente deveria trazer seu final feliz... Como, se ele não existirá? Tudo estava fora de controle, tudo estava despedaçado. Acabado.

- Meu papel foi cumprido... Agora cabe a você cumprir o seu. Se a sua princesa deverá ser alertada, isso cabe a você decidir. Mas você vai quebrar o coração dela, ela deve acreditar que você está decidida com sua escolha e que ela não passou de uma diversão para você.

- Isso não é verdade, Emma é muito mais que uma diversão – Disse Regina tremendo de raiva.

- Faça-a acreditar. Essa é sua opção. Adeus, dearie. Você sabe o que fazer. Tem até amanhã.

E se foi.  

Regina caiu de joelhos no chão. Sua sentença havia sido marcada. A ideia de quebrar o coração de Emma lhe causava enjoo, não poderia fazer isso. Não poderia... Deixou as lágrimas escorrerem por seu rosto. Teria que ser feito, ou as consequências seriam terríveis.

Então, sobre sua decisão, se permitiu o pesar.