Odeio Amar Você escrita por Narcissa


Capítulo 2
Deux


Notas iniciais do capítulo

Me desculpe a demora, é que nas férias eu fico preguiçosa. Dia desses ~ontem~ dormi 12 horas seguidas hihihi.
Mas enfim, aí está! Boa leitura o/



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Emma chegou na delegacia, e entrou o mais rápido possível, querendo sair do frio cortante que se instalara na cidade. Tomou o último gole do café que comprara a caminho e se sentou, pretendendo revisar uma papelada.

A xerife estava tão concentrada que nem viu a hora passar. Olhou no relógio e viu que este marcava 12h50. Seria arriscado demais ir até a escola de Henry? Afinal, Regina estava mais ocupada do que Emma em relação ao trabalho, naturalmente ela poderia se atrasar um pouquinho ao ir buscá-lo.

Emma levantou e se espreguiçou. Nossa! Quanto tempo ficara sentada? Cada músculo de seu corpo parecia rígido e o frio em nada ajudava. Então foi em direção a saída de seu escritório, já pensando em quantas histórias teria Henry para contar dessa vez. Estava com um leve sorriso no rosto até que viu que havia alguém parado a porta. Então pôde ver Regina caminhando até ela. Sempre com aquele semblante orgulhoso e superior e aqueles olhos negros frios como o dia lá fora.

- Indo a algum lugar, xerife?

Emma enrijeceu ao ouvir a voz dela. Involuntariamente seu olhar endureceu e ela se pôs em autodefesa, já preparada para o que viria a seguir e, tratando-se da prefeita, não poderia ser nada bom.

- Eu estava... Estava... – e então se deu conta de que não fazia sentido se explicar para a prefeita. Ela era adulta, poderia ir aonde quisesse quando bem entendesse! – Espera, eu não te devo explicações, Regina. Desde quando você pensa que pode me controlar?

O olhar de Regina se tornou mais frio, se é que isso fosse possível.

- Desde que se intrometeu nessa cidade, Miss Swan, e se tornou xerife, é de minha responsabilidade saber se a cidade está segura.

Emma engoliu o que tinha para dizer. Não adiantava tentar discutir com ela.

- Ok, Regina. Agora me diga o que você quer?

Emma pôde perceber a surpresa perpassar pelos olhos da prefeita, muito rapidamente. Mas, como a chama de uma vela sendo apagada, qualquer sentimento que não fosse desprezo sumiu e Regina disse com seu melhor tom autoritário:

- Vim lhe avisar que houve um desabamento de neve perto da hospedaria e você está sendo chamada lá. Eu vou buscar Henry na escola, deixá-lo em casa e encontrá-la no local. Vá rápido, xerife Swan, e prove que este distintivo que você carrega vale alguma coisa.

E simplesmente assim, depois de pisar na xerife com seu salto stilleto,  ela virou-se e saiu.      

Emma rapidamente pegou a chave da viatura e seguiu em direção à hospedaria, não muito longe dali. Desabamento de neve? Esse tempo estava ficando cada vez mais perigoso. Estacionou o carro, e pôde ver um grupo de bombeiros e curiosos ao lado da hospedaria. O desabamento aparentemente não fora tão grave.

- Xerife Swan – cumprimentou o bombeiro.

- Bom Dia. Como estão as coisas?

- Só tivemos dois feridos que já foram encaminhados ao hospital. O local já foi isolado.

- Ótimo. Obrigado.

Emma então caminhou até a hospedaria. A neve não chegara a destruir toda a construção, apenas uma pequena parte. Isso estava ficando cada vez mais perigoso. Não seria surpresa se as autoridades do estado aparecessem. Emma estremeceu só de pensar. Se já não podia com a prefeita, imagine com os caras metidos a importante do estado. Estava circulando pelo local quando ouviu uma voz atrás dela.

- O que a neve tem de bonita tem de perigosa, não é mesmo?

Com o susto, a xerife se virou rapidamente para encarar a dona da voz. Infelizmente, virou-se rápido de mais. Suas botas escorregaram no chão e em uma oscilação de equilíbrio ela caiu sentada em frente a prefeita. Suas mãos, que usou para se apoiar, bateram no chão fazendo com que ela não batesse a cabeça.  

- Ai! – conseguiu dizer.

Regina não conseguiu evitar um leve sorriso. Não porque a xerife pudesse ter se machucado, mas sim porque fora engraçado e o tom avermelhado que a pele dela ganhara devido a vergonha deixava tudo ainda mais hilário.

- Como eu havia dito. – disse Regina por fim, o sorriso sumindo dos lábios.

- Regina, você me assustou – disse Emma ainda sentada no chão congelado, sem forças para levantar.

- Assustei? Ora Miss Swan, a senhorita tem algo a esconder para ficar assim tão assustada?

- Acho que a única pessoa que esconde alguma coisa é a senhora, Madame prefeita.

- Todos temos segredos, não é mesmo? – disse pretensiosa estendo a mão para Emma, que ainda estava no chão.

Emma não pôde deixar de ficar surpresa. Regina Mills fazendo uma boa ação à Emma Swan? Certo, o mundo estava mesmo acabando...  A xerife olhou para a mão delicada da prefeita estendida a sua frente, hesitando por apenas alguns segundos. Então agarrou o antebraço dela e se içou para cima, com a ajuda dela. Emma não pôde deixar de notar de como a pele dela era quente e macia. Isso a fez pensar se todo o resto seria assim também. “Emma Swan!” se repreendeu mentalmente “isso é coisa que se pense?!”

Só então percebeu que mesmo depois de em pé ainda segurava o antebraço da prefeita. Rapidamente o soltou, sentindo o rosto queimar.

- Obrigado, Regina.

- Não se acostume, Miss Swan.

Emma tirou a neve das roupas e olhou para Regina.

- Os bombeiros já estão tirando o excesso de neve e logo a hospedaria poderá voltar a funcionar, sempre com inspeções eventuais feitas por você, Miss Swan. – disse Regina. Era incrível ver como seus olhos pareciam capazes de queimar. Queimar como um calor gelado.

- Certo – disse Emma desviando o olhar. – Eu vou voltar a delegacia e fazer o relatório. Eu o envio à você, Madame Prefeita.

Emma não esperou por uma resposta, precisava sair dali. A tensão que pairava sempre quando estavam no mesmo ambiente era quase palpável, chegava a ser incômodo. Bom, pelo menos para Emma, que logo entrou na viatura diringindo em direção a delegacia.

Chegando em seu escritório, tratou de escrever logo o relatório. Quando terminou, prontamento o enviou à prefeita e então resolveu passar o resto do turno fazendo uma ronda pela cidade antes de ir pra casa.

A cidade parecia calma. As luzes nas ruas e nas instalações davam uma ar aconchegante a cidade, e neve agora caia em pequenos flocos. Era tão linda. Branca, macia, calma. Mas era traiçoeira, perigosa. Emma soltou um riso. Acabara de descrever Regina. Linda, como a neve que vertia do ceu, mas ao mesmo tempo perigosa e traiçoeira. Uma combinação nada menos que interessante. Uma combinação que deixava Emma sem palavras, sem ação.

Espere! Emma freiou o carro bruscamente.

Estava falando na neve, certo?!

A xerife sacudiu a cabeça. Voltou a deslizar com o carro pelas ruas, pegando o retorno para voltar á delegacia.  No caminho, fixava algo na cabeça. A única coisa que sentia pela prefeita era ódio. Apenas ódio. 

Chegando na delegacia, Emma desligou as coisas, trancou a porta e entrou em seu fusca.

Já em casa, Emma encontrou Mary Margaret fazendo seu chocolate com canela.

- Emma. O que houve? Está com uma cara cansada.

- Hoje foi um dia difícil – disse Emma tirando a touca da cabeça e o cachecol do pescoço. Pegou então a caneca que Mary estendeu para ela – Obrigado.

- Mais problemas com a neve?

Emma assentiu.

- As duas neves só me causam problemas – disse sem pensar.

Pôde ver a face de Mary ficar confusa. Emma logo enrubesceu. Havia esquecido que só ela conhecia a metáfora que criara para descrever Regina.

- As duas neves? - perguntou Mary sorrindo.

- Quis dizer a neve – mentiu – Houve um pequeno desabamento na hospedaria, mas tudo está bem agora.

- Alguém se machucou?

- Duas pessoas, mas já estão bem no hospital – então se mexeu na cadeira, fazendo uma careta. Com a queda, ela havia machucado o bumbum que agora estava dolorido.

- Algum problema? – perguntou Mary Margaret percebendo o desconforto de Emma.

- Ah, é que eu escorreguei na neve e acabei caindo. Está tudo bem, só um pouco dolorido.

Mary sorriu.

- Tome mais cuidado senhorita Swan. A neve é traiçoeira.

- É – concordou Emma, agora se valendo de sua metáfora – É linda e perigosa.

Depois de alguns minutos de conversa, ambas foram dormir. Emma tomou um banho e se deitou. Foi fácil pegar no sono, como estava cansada! Dormiu e sonhou. Sim sonhou com a neve. Linda neve...

Na casa branca, Regina se revirava  na cama. Por que não conseguia dormir? Seria o frio? Ou seria o formigamento que se instalara em sua mão desde hoje à tarde?

“Por que esse desconforto, Regina?” Se perguntou mentalmente.

A resposta martelou em seu subconsciente e ela sacudiu a cabeça, suspirando frustrada.

Não conseguia tirar Emma da cidade.

Agora teria que tirá-la de sua cabeça. 


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Notas finais do capítulo

Nooossa esse ficou grande!!
Quero reviews!!
Até o próximo!