Era mais uma noite extremamente fria em Storybrook, o que ultimamente tinha se tornado um tempo muito irritante. Não só para Emma, que tentava sem sucesso tirar os resquícios de neve das botas, como também para o resto dos habitantes da cidade. A neve já havia causado muitos problemas, Emma sabia muito bem disso, pois, como xerife, era sua responsabilidade ajudar a resolvê-los. Tudo isso a deixava muito estressada e cansada e a Prefeita em nada ajudava para mudar isso, muito pelo contrário, era ela a maior responsável por esses níveis elevados de mau humor.  

- Droga! – exclamou Emma fechando a porta da delegacia com certa dificuldade. Seus dedos rígidos devido ao frio tornava a missão de trancar a porta muito mais difícil. Finalmente conseguindo, foi rapidamente em direção a seu carro, sua respiração se condensando a cada suspiro. Já dentro do carro, Emma vagava pelas ruas, desejando mais do que tudo chegar em casa logo, tomar um  bom banho e se embrenhar debaixo das cobertas quentes.

Estacionou seu fusca em frente ao prédio que morava com Mary Margaret, colocou o cachecol no pescoço e foi em direção ao apartamento. Ao entrar, suspirou prazerosamente ao se sentir embalada por uma brisa quente.

Com cuidado para não fazer barulho, uma vez que já era tarde e Mary provavelmente estaria dormindo, Emma foi em direção ao seu quarto, onde se livrou das roupas e foi tomar um banho.

Soltou um gemido baixo a sensação deliciosa da água quente descendo por seu corpo. Como precisava disso! Aos poucos começou a relaxar e deixou que o vapor morno a envolvesse, o que a ajudou a aliviar a tensão e o stress que a tomava.

Mas uma coisa parecia que não queria deixá-la. Na verdade, uma pessoa.

Regina.

Sim, a maior causadora do stress da xerife. Qualquer que fosse o problema de Emma parecia que a prefeita sentia um prazer em dificultá-lo para apenas esfregar na cara dela que fracassara ou que era ineficiente em seu trabalho como xerife. Isso irritava Emma em proporções extremas. O tom de voz arrogante de Regina ao dizer “Miss Swan” ressoava na mente da xerife, fazendo com que se sentisse ainda mais irritada. Regina era realmente uma pedra no sapato. Sua missão nesta vida era dificultar tudo que Emma tentasse fazer. Até mesmo se aproximar de seu filho. Era mais do que claro que Henry gostava de estar com Emma, mas Regina fazia de tudo para afastá-la de seu filho. Era frustrante!

Emma sacudiu a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Desligou o chuveiro, pôs o pijama e finalmente deitou-se sob as quentes cobertas, desejando mais do que tudo finalmente descansar.

No dia seguinte, Emma abriu os olhos assustada. Sentou-se na cama com um solavanco e olhou para o relógio assustada. Este marcava 6 horas em ponto. Emma desligou o despertador e coçou os olhos bocejando. Tivera um sonho estranho. Sonhara que estava em um buraco e que jogavam neve sobre ela, mas então aparecia alguém e a tirava de lá. Suspirou e se levantou. Em 20 minutos estava pronta. Foi para a cozinha onde Mary  Margaret já estava tomando café.

- Bom dia – disse Mary estendendo uma xícara para a xerife.

- Bom dia – disse pegando a xícara e tomando do liquido.

- Chegou tarde ontem. Muitos problemas?

- Muitos. Essa maldita neve complica a vida de todo mundo.

Mary sorriu complacente.

- Creio que não é só a neve que está te incomodando, não é?

Emma olhou para ela, às vezes até acreditava que Mary poderia ser sua mãe. Ela a conhecia tão bem, parecia até que lia sua mente.  

- Não. Regina, ela parece gostar de deixar minha vida mais difícil.

- Não só a sua, Emma.

- Não sei, parece que ela tem um interesse particular em me infernizar.

- Bom, ela tem medo de sua relação com Henry, vai ver é por isso que ela te puni tanto.

- É... – disse Emma pensativa. Seria isso mesmo? Ou Regina tinha uma espécie de prazer em deixar a vida de Emma infeliz? Por que não poderiam viver em plena calma, ela a prefeita e Emma a xerife? Seria pedir de mais?

Emma se despediu de Mary e foi para a delegacia, já se preparando para um longo dia. Talvez pudesse dar uma passada na escola para ver Henry sem que Regina soubesse. Talvez Emma nem visse a prefeita hoje! Isso fez ela se animar um pouco.

Mal sabia ela que estava redondamente enganada.