Emma seguiu na floresta até a penumbra tomar a claridade do sol. Os sons do dia desapareceram, os pássaros não podiam mais ser ouvidos. Uma sensação de déjá vu a invadiu e ela apertou a faca que trazia escondida na cintura. Desta vez se fosse capturada teria sorte se os soldados a levassem viva ao castelo.

Pelo que lhe pareceu uma eternidade, vagou no âmago da floresta, sem saber ao certo onde estava.

Até que chegou, surpreendendo a si mesma. Só havia seguido seus pés, sem pensar em nenhum caminho, seguindo um instinto.

O imponente castelo erguia-se gloriosamente a sua frente. Era muito parecido com o do seu reino, porem este era mais... Obscuro, misterioso, sombrio. Uma ótima característica. As pedras medievais se encaixavam perfeitamente no contexto de castelos antigos, finalizado com um toque de Idade Média.

Emma respirou fundo, não cria que poderia entrar assim, despercebida. Já fora ousadia de mais chegar até onde estava. Fora até surpreendida ao não ser pega. Definitivamente estranho. Mas não nadou para morrer na praia. Mais uma vez apertou a faca na cintura e andou com passos leves até um arbusto próximo. Notou que haviam muitos guardas, tanto em volta dos muros quanto provavelmente do outro lado deles.

Estava preparando um plano quando ouviu uma voz grossa atrás de si.

- A Rainha deseja vê-la, senhorita Swan.

Emma virou-se em um sobressalto, imediatamente puxando a faca da cintura e apontando-a a sua companhia. Era um soldado, o rosto escondido por um elmo negro como a noite, estático como uma estátua de metal. Não esboçou nenhuma emoção perante a tentativa de ataque da garota, tinha ordens explicitas de não tocar nela. Pelo menos não machuca-la.

Agarrou-a pelo braço, e a levantou de detrás do arbusto, podendo ter sido um pouco bruto demais.

- Sei andar, obrigada – Emma disse brava. Na verdade, estava feliz por não ter sido morta. Seguiu então ao lado do soldado, temerosa. Sentiu os olhares dos outros os seguirem, curiosos. Não sabiam se veriam o rosto da pobre garota novamente.

Chegaram então a uma enorme porta de madeira e ele parou.

- A Rainha deseja vê-la – disse novamente, desta vez apontando a enorme porta. Meias palavras para um bom entendedor bastam. Emma acenou a cabeça e virou-se, ficando de frente a enorme porta. Fechou os olhos e esticou a mão para bater. Mas antes que seus dedos tocassem a textura rústica da porta, ela se abriu criando uma pequena corrente de ar. Emma abriu os olhos e entrou, os passos ecoando no enorme aposento.

Agora estava nos domínios da Rainha, havia invadido sua privacidade. Á contragosto? Quem sabe. Mas ali era área perigosa, cada palavra, cada ato e cada ação deviam ser mensurados com destreza ou sua vida seria cortada como o fio de lã.