Enrolados Pelas Mentiras escrita por Amanda Killer Queen


Capítulo 5
Desafiando O Perigo


Notas iniciais do capítulo

Agora o bicho vai pegar,rs espero que gostem e pfv comentem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/243635/chapter/5

Mais uma vez o número três assolava a vida de Lola, e ela estava ficando farta de tudo isso. Seu marido não estava em casa, como se ele pudesse ajudar em alguma coisa, e ela estava completamente sozinha, de novo, não no sentido literário, pois ela tinha Rapunzel em seu ventre, mas ninguém para compartilhar sua angustia, para desabafar, para pedir conselhos, e a única pessoa (se é que era uma pessoa) que ela pediu ajuda trouxe mais problemas do que soluções.

Lola passava horas e horas quebrando a cabeça, imaginando qual seria o nome daquela criatura abominável, Spindleshanks? Threadwhistle? Hobblefoot? Eram nomes bastante incomuns, mas a chance de ser um destes era de uma em um milhão.

Um dia se passou, um dia sem comer nem dormir, apenas andando em círculos e pensando e pronunciando nomes sem nexo, esta era a nova rotina de Lola, as empregadas reais estavam começando a achar que a ansiedade da gravidez estava afetando a sanidade de vossa majestade a futura rainha Lola.

Ela por sua vez, já não se importava com o que os outros iriam pensar tudo o que ela queria era uma luz, uma pequena luz em seu túnel, apenas um nome, tudo que ela queria era um simples nome. Era pedir demais?

Em algumas tentativas sutis, Lola perguntava as ajudantes reais quais nomes seriam aconselháveis para um homem, caso seu bebê fosse um, mesmo ela sabendo que não era.

—Então, digam-me, se por um acaso, eu desse a luz a um menino, quais nomes vocês acham que seriam mais agradáveis para ele?

Os nomes iam desde Frederick a Marmaduque o que não faziam sentido algum no momento, nomes da realeza não deveriam pertencer a um ser tão pútrido.

Lola estava devastada, todas as suas esperanças estavam se esvaindo por suas delicadas mãos, como a areias que escorre pelos dedos, este era seu tempo e suas chances de ser feliz indo embora, e ela não podia fazer absolutamente nada, a não ser deitar e descansar, afinal ela estava ligeiramente grávida, o que não ajudava muito sua disposição.

A jovem futura mamãe, deitou se em sua confortável cama, com seus impecáveis lençóis de algodão egípcio, que vinha diretamente do Egito, especialmente fabricados para a família real. De fato era um lindo jogo de cama, vários travesseiros pomposos em uma linda capa vermelha com detalhes dourados, feitos a ouro é claro e bordados a mão por inúmeros artesões do reino. Lola estava deitada, jogada na cama, passando uma de suas mãos na saliente barriga e a outra acariciando o lugar que pertencia a seu amado príncipe Lars.

Ela estava perdida em suas lamentações e pensamentos, só conseguia imaginar, como iria explicar ao rei, a seu amado e devotado esposo e a todos de sua família e reino, a onde foi parar o bebê? Um natimorto talvez? Será que a parteira a ajudaria a encobrir sua mentira? Mentiras, elas a tinham levado a este lugar e simplesmente não paravam de rondar a sua vida, Lola estava de mãos e pés atados, enrolada em sua própria rede de mentiras.

De repente Lola foi desperta de todos os seus pensamentos, uma leve batida na porta a tirou de seu mundo de sofrimento, quem poderia ser a esta altura do campeonato?

—Alteza, sou eu, Virginia, gostaria de lhe avisar que a senhora tem uma visita, posso mandá-la entrar?

Virginia a empregada real acaba de despertar Lola de uma imensa onda de pensamentos, quem poderia querer visitá-la? Não, ele não ousaria se anunciar para entrar nos aposentos reais, simplesmente surgiria entre a escuridão, ou debaixo de sua cama, o que não seria surpresa nenhuma, então se não era ele, o temível homenzinho, quem seria?

—Quem é Virginia, quem gostaria de me ver? —Lola pergunta atônita.

A porta se abre sem nenhum aviso prévio, e Lola levanta assustada da cama. Uma linda mulher, na casa dos trinta anos, vestida fabulosamente bem, com um lindo vestido longo e preto, justo a seu magnífico corpo, ele tinha alguns detalhes em vinho, um generoso decote e portava uma gola alta. A misteriosa mulher se vestia com muito luxo, deveria ser alguém da nobreza, ela ostentava lindos cabelos negros, com a coloração similar aos de Lola, ele estava preso em um alto rabo de cavalo, o que fazia com que parecesse ser mais longo ainda, e ela usava algum tipo de enfeite que cobria a parte de cima do cabelo, próximo a sua testa. Lola podia ver um sorriso malicioso em seu rosto, com dentes branquíssimos e impecáveis, uma mistura de amável com intimidador e sensual.

—Eu não disse que você podia entrar em meu aposento— Lola protestou à estranha.

—E eu não disse que me importava com sua opinião, ande vá buscar um chá para nós— a bela mulher ordenou a empregada, que por sua vez soltou um olhar de duvida para Lola.

—Vá Virginia, nos deixe a sós, desculpe-me, mas eu te conheço?

—Não queridinha, não me conhece, mas vamos deixar de rodeios, meu nome é Regina, e eu sou a Rainha do reino vizinho, alias o reino em que você vivia, antes de vir para este —seus lindos olhos cor de âmbar percorrem o quarto— luxuoso palácio.

Agora tudo fazia sentido, era Ela, a Rainha que ia tomar as posses de seu pai, se não fosse por ela, mesmo que indiretamente, seu pai não precisaria mentir que sua filha possuía um dom peculiar, e este pesadelo não estaria acontecendo.

—E a que devo sua ilustre visita?

—Bom minha cara, eu tinha alguns negócios a tratar com Leônidas, seu sogro e resolvi fazer uma visitinha a sua estimada nora, que ele tanto fala, com tanto préstimo, e devo confessar que eu estava um tanto quanto, curiosa, pois você é muito famosa, conhecida como Lô a Mulher Que Transforma Palha em Ouro, e admito que eu estava extasiada em ver suas habilidades, sobre humanas, se é que você me entende.

Lola estava em choque, o que esta mulher estava insinuando? Ela queria a ver fazendo palha virar ouro? Ia ficar querendo, pois Lola não iria exibir seu dom, simplesmente porque ela nem mesmo o tinha.

—Olha vossa majestade, não é por nada não, mas, eu estou grávida, caso você não tenha notado, não estou muito disposta a ficar me exibindo.

—Que você está grávida isso é evidente! Não é uma melancia isso em sua barriga e sim uma criança. Mas me diga uma coisa, o que ele lhe pediu em troca por este, favorzinho? —Seu sorriso afiado mais uma vez apareceu, sobre um lindo batom vermelho brilhante.

Se Lola não estivesse sentada, teria caído neste exato momento.

—Eu não estou entendendo, vossa Majestade, o que a senhora esta insinuando? Ele quem? —Lola disse toda inocente.

—Vamos cortar as formalidades Lô, afinal de contas você é praticamente uma rainha, me chame de Regina. Eu acho o melhor, tenho certeza que você sabe ao que eu estou me referindo.

— Não Regina, não tenho a menor idéia.

—Negar até a morte, aposto que jurou isso a você mesma não é? Vamos, acredito que você não tenha muito tempo, deixe-me ver se sei o que ele queria em troca, seu bebê? Acertei não é?

Em um momento de espanto Lola acaba pronunciando algo que não deveria.

—Como você sabe? Quero dizer, o que você está insinuando?

—Me poupe de seu teatrinho, você não precisa confessar nada, minha querida, eu posso farejar o desespero em seus olhos, e me diga o que você fez? Criou uma contra proposta?

Lola percebeu que esta conversa não ia sair do mesmo lugar, se ela não colaborasse.

—Eu disse que se eu lhe dissesse qual era seu nome, se eu o adivinhasse, em três dias, seria meu prazo para descobrir, e lhe contasse, se fosse o nome certo, eu poderia ficar com meu bebê.

—Você não é nenhum gênio, não é mesmo? Que garantia um homem que você mal conhece, com magia, e péssimas intenções iria te dar que ele iria dizer a verdade? Mesmo que, supostamente você descobrisse seu nome, qual seria a garantia que ele lhe falaria a verdade?

Lola não havia pensado nisso.

—Aposto que ele tem palavra.

—Palavra?— Regina soltou uma risada sarcástica— você realmente é bem inocente, não é mesmo minha jovem? Você nunca irá descobrir o nome dele, porque apenas uma pessoa no mundo, além dele é claro, sabe que nome é esse. Bem que eu desconfiei, uma camponesa, uma plebéia como você, jamais iria saber realizar tal feito, como transformar palha em ouro, e você se uniu a pior pessoa possível para conseguir isso, parabéns, você foi enganada, trapaceada e pode dizer adeus ao seu querido bebezinho. Aliais você já deveria saber, que toda mágica vem com um preço, e você pagará da pior maneira possível, perdendo tudo o que você ama, e que desonestamente conseguiu.

—Escuta aqui, você veio aqui pra me insultar? Deixar-me pior do que eu estou? Se esta foi sua intenção, pode voltar para o seu reino, porque você acabou de conseguir isso. Eu estava desesperada, eu iria morrer, meus pais iriam pagar caro por isso, que alternativa eu tinha? É melhor um covarde vivo do que um herói morto! Ele, esta coisa, apareceu do nada, e me ofereceu mundos e fundos, se eu soubesse que iria pagar com minha felicidade, jamais, escute bem, jamais teria aceitado-Uma lagrima rola pelo rosto de Lola.

—Estou realmente comovida, você já pensou em escrever um livro, digo caso, você sobreviva, e não seja morta pelo rei, quando ele souber sua farça? Seria uma boa alternativa, mas veja bem, hoje é seu dia de sorte! Pois esta que vos fala, sabe o nome deste, ser mágico que você teve a terrível idéia de fazer um acordo! Não é ótimo?

—Você está mentindo! Que garantia eu tenho que isto não é uma mentira?

—Garantia nenhuma minha querida, e se eu fosse você também não confiaria em mim, mas me diga que alternativa você tem?

—Espere um momento, você está me dizendo que sabe o nome dele, e que irá me dizer? A que preço você me diria isso? Já que toda magia tem um preço, toda informação também deve ter.

—É verdade o que todos dizem você não é muito rápida pra entender as coisas, não é? Sim, eu vou lhe dizer o nome dele, e sim eu sei isto é obvio não acha? E não vou lhe cobrar nada por isso.

—Mas, porque você não irá cobrar nada, qual seu interesse nisso?

—Meu interesse em seus problemas? Nenhum. Vamos aceitar isso como um ato de caridade, eu me simpatizei com você, de certa forma você me lembra um pouco a mim mesma, quando era mais jovem é claro. Mas se você faz tanta questão, eu posso lhe arrumar um preço rapidinho.

—Não! Quero dizer, sim, eu adoraria saber qual é o nome dele, mais que tudo na vida, e serei eternamente grata a vossa Majestade por este ato de benevolência. Então, vamos me diga, qual é o nome dele?

—Não precisa fazer um altar para mim, queridinha. — Regina se levanta, e caminha em direção a porta — A propósito, ainda estou esperando o meu chá, seus empregados são tão lerdos quanto você? Pois bem, o nome daquele que fez o ouro para sua pessoa, é Rumplestiltskin.— Regina deixa o quarto,e bate a porta.

Lola não estava feliz, ela estava em êxtase.

No terceiro dia, como previsto Lola começa a sentir as contrações, e rapidamente a parteira da realeza é chamada para realizar o nascimento do mais novo membro da família real.

—Larrrrrrrrrs! Eu quero o Lars! A onde esta meu marido? Este bebê não pode nascer sem ele, não pode. —Lola berrava entre gemidos de dor.

—Se acalme alteza, seu marido logo chegará da viagem, mas você não pode impedir que seu bebê nasça! — a parteira lhe dizia.

Lola ouviu entre seus gritos passos rápidos, pareciam de alguém correndo, e de repente a porta do quarto foi escancarada, era ele, seu fiel e amado marido, o Príncipe Lars.

—Lars! Meu amor achei que você não iria chegar a tempo, nosso bebê, está vindo, ela nossa Rapunzel esta vindo meu amor!

—Sim eu sei,quando os guardas me contaram eu vim o mais rápido possível— Lars deu um beijo em sua amada, como ele havia passado três dias fora estava com a barba por fazer, Lola sentia sua barba semi cerrada se roçando em seu delicado rosto!

Após algumas horas de trabalho de parto, Lola e Lars deram as boas vindas a sua querida Rapunzel, Lola, a partir do momento que a teve em seus braços, a pequena e frágil recém nascida, ainda com alguns fragmentos de sangue, sentiu com todo seu coração e alma, como se todos seus problemas tivessem desaparecido, nada mais importa, apenas ela, e sua família!

Rapunzel era pequena, frágil, delicada e rosada, e Lola sentia seu corpo estremecer a cada toque, a cada contato com a pele de seu bebê.

—Ela é tão pequenininha, não é mesmo Lars?

—Deve ser porque ela é uma recém nascida, minha amada.

—Eu sei disso, não sei por que todos menosprezam minha inteligência, isso está começando a me irritar e. ...— Lola foi interrompida com um guarda quase arrancando a porta de seu quarto.

—Vossa majestade, mil perdões pela intromissão, mas todos os cavalos do reino foram soltos, a cidade está um caos e precisamos de sua ajuda, senhor Lars.

—O Que? Estou indo, Lola, Rapunzel, minhas amadas, vou tomar conta deste problema e já volto, por favor, me esperem aqui. —Lars saiu quase voando pela porta, que já estava escancarada.

Lola acariciava sua pequena Rapunzel, e ria baixinho enquanto a beijava em sua testa, uma lagrima escorreu de seu rosto e caiu na bochecha da menina, Lola mais do que rápido, correu para limpar com a manga de sua camisola.

— O velho truque dos cavalos, foi uma saída de mestre, não acha minha querida?

Lola desviou seu olhar do bebê, e olhou para frente, ele estava lá, parado com um sorriso maléfico em seu rosto, como o prometido, Rumplestiltskin veio buscar a recém nascida.

—Então foi você que causou tudo isso?—Lola disse apertando o bebê contra seu peito, fazendo com que a pequena soltasse um pequeno gemido.

—Tenho que admitir que era a única forma de ficar a sós com você minha querida, já se despediu do bebê? Sabe, eu não tenho a noite toda para ficarmos batendo papo, então se você pudesse me passar logo ela pra cá, eu agradeceria infinitamente, por favor, é claro.

—Acho que isso não será necessário, Rumplestiltskin!

Rumplestiltskin arregalou os olhos e abriu a boca o máximo que seu rosto permitia, e logo sua cara de espanto se tornou fúria.

— Isso não é possível! Você jamais poderia saber meu nome, vamos me diga —ele avança sob Lola e aperta seu rosto contra o dele— me fale agora, quem é que foi que disse meu nome para você! — ele berrava tanto que cuspiu em todo o delicado rosto de Lola.

—Eu.... quero dizer.... Eu descobri sózinha

—Descobriu nada, você não passa de uma plebéia burra, jamais iria saber meu nome sozinha, apenas uma pessoa, em todo esse mundo sabe meu nome, ande me fala agora, diga!

—Pare e gritar —Rapunzel começou a chorar— você assustou meu bebê, olha eu não....bem.... Eu descobri sozinha....ela....

—Ela!?! EU SABIA ISSO TINHA QUE SER OBRA DELA — Rumplestiltskin vai até o espelho e começa a gritar e apontar para ele — você está satisfeita? Olha o que você fez! Arruinou meus planos, mas saiba que isso não vai ficar assim, isso não vai ficar barato!

—Com quem você está falando?

—Com sua amiga, A RAINHA! Você jogou sujo Dolores, não era este o nosso acordo! Isso não fazia parte do plano! Você tinha que descobrir SOZINHA! E não com a ajuda daquela... Daquela... Bruxa! Você vai pagar caro, muito caro por isso! Você é uma farça, uma farsante, é isto o que você é, uma MENTIROSA! Trapaceira, você não passa de uma PEBLÉIA INUTIL E BURRA! Que não sabia fazer nada a não ser chorar, e se não fosse pela MINHA ajuda, por MIM, ter transformado toda aquela palha em ouro, você nem estaria viva! Se Você tem uma vida de rainha, foi por MINHA causa, quem te deu a chance de viver, fui EU, quem lhe deu este filho fui EU... Não que eu tenha feito, mas se não fosse por mim você não estaria casada com esse principezinho engomadinho. Eu que transformei aquela palha em ouro, e como parte do nosso acordo, você iria me dar seu primeiro filho! O primogênito! E, eu vou ter essa criança, nem que seja a última coisa que eu faça! — Após gritar, cuspir, e espumar de raiva, Rumplestiltskin sumiu em uma nuvem roxa, como se nunca estivesse tido ali.

Lola estava em choque, ela finalmente soltou um suspiro de alivio quando Rumplestiltskin sumiu na fumaça, e tentava acalmar Rapunzel dos choros quando olhou para a porta do quarto e viu que Príncipe Lars e o Rei Leônidas estavam parados ali na porta, olhando fixamente para ela com certo tipo de ódio e espanto em seus olhares.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É, a coisa ficou séria agora, aguardem o próximo cap e façam sua review *--*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Enrolados Pelas Mentiras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.