Sparks Fly escrita por Nathália


Capítulo 2
Capítulo 01 - Esquecida.




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“Promete que nunca vai me abandonar?” Perguntei de uma vez e dessa vez ele fechou os olhos engolindo em seco.

“Prometo.” Apertou mais o abraço e beijou o topo da minha cabeça.

Capítulo 01 – Esquecida.

And I can tell just what you want; you don't want to be alone. And I can't say it's what you know, but you've known it the whole time. (What You Know – Two Door Cinema Club)

Dois anos haviam se passado desde aquela tarde de verão, e por mais idiota que possa parecer eu ainda acreditava nas promessas dele.

Justin tinha tomado um rumo errado para a vida dele, entrou em um mundo sem volta e se envolveu com pessoas erradas e a partir desse momento ele já não era mais o garoto que eu havia conhecido quando pequena. A pessoa doce e cheia de sonhos deu lugar a outra totalmente fria e sem esperanças.

Pattie passou dias chorando e rezando para que seu garotinho voltasse a ser como era antes, mas depois de um tempo todos perderam as esperanças. Meus pais haviam proibido qualquer tipo de contato com Justin, como se fosse realmente precisar. Pattie em uma tentativa totalmente desesperada mandou o filho morar com seu pai no interior dos Estados Unidos.

Eu sabia que quando uma pessoa se envolvia com drogas não tinha volta, ela sempre ia querer mais e mais, mas sabia também que era a única que podia ajudar Justin a sair dessa.

Eu achava que o tempo iria me fazer esquecê-lo, que iriam curar todas as cicatrizes que foram novamente abertas, mas a cada dia que passava eu pensava cada vez mais nele. Sentia-me uma idiota por não ter dito o que eu realmente sentia por ele, me sentia culpada por tudo que aconteceu e estava acontecendo, afinal, com as minhas crises idiotas eu me afastei de Justin e depois disso ele mudou totalmente.

Hoje ia completar exatamente um ano, um ano que não via mais seu sorriso, escutava suas risadas gostosas quando eu dizia alguma coisa boba, o jeito que ele mexia nos cabelos quando ficava desconfortável com alguma situação, as palavras doces que ele me dizia quando estava triste… Um ano que não tinha a pessoa que mais amava ao meu lado.

Não era mais aquela garotinha boba apaixonada de dois anos atrás, eu tinha crescido. Aprendi a lidar com os meus sentimentos e a lutar contra eles.

As promessas que ele havia feito nunca saiam da minha cabeça e pode até parecer loucura, mas às vezes quando estava sozinha conseguia escutar sua voz, como um sussurro, me prometendo de novo que nunca iria me abandonar.

[…]

– Mel? Melanie! – Annie, minha dupla na aula de química cutucou meu braço e olhei para ela piscando algumas vezes seguidas. Odiava quando ficava perdida nos meus próprios pensamentos, ainda mais quando se tratava de Justin.

– Ah, me desculpe. – Disse suspirando e olhando para a folha de papel que ela havia me passado. Nós havíamos combinado de cada uma fazer a metade de cada trabalho que a senhora Brooks passava, sempre dava certo e não precisávamos ficar indo uma na casa da outra.

– Bem, eu já fiz minha parte porque vou faltar na próxima aula, então termine em casa e não se esqueça de trazer e entregar para a professora na sexta, ok? – Ri pelo nariz e concordei. Sempre fui meio esquecida com trabalhos de escola e essas coisas, então Annie sempre ficava responsável por isso, mas quando acontecia algum imprevisto ela ficava no meu pé para não esquecer.

– Tudo bem. – Coloquei a folha no meio do caderno para não amassar e tentei voltar a prestar atenção na aula, mas nada adiantava e hoje seria mais um daqueles longos dias que eu passava deitada na minha cama, olhando para o teto e imaginando como seria se ele ainda estivesse aqui.

Apoiei meu rosto sob os braços e fiquei assim por alguns minutos, não iria dormir, só queria esfriar um pouco minha cabeça.

– Senhorita Smith! – Senhora Brooks disse com sua adorável voz irritante e em seguida ganhei um beliscão de Annie no braço. Arrumei minha postura na cadeira e olhei para ela pedindo desculpas, mas desculpas não adiantavam com ela. – Pode repetir o que acabei de dizer? – Perguntou me olhando com os braços cruzados e revirei os olhos, ela sabia que não estava prestando atenção, pra que fazer esse teatrinho todo?

– Me desculpe senhora Brooks, mas não estava prestando atenção. – Suspirei e ela voltou a dar sua aula resmungando alguma coisa sobre meu comportamento. Eu sou uma boa aluna, sempre tiro ótimas notas, mas às vezes eu preciso me desligar um pouco das coisas e isso acaba irritando a maioria dos meus professores.

“Justin também se irritava com isso.” Pensei e encostei minha cabeça na mesa. Droga de garoto!

O restante das aulas passaram rapidamente e quando percebia já estava voltando para casa sem nem me importar com a garoa fina que caia e molhava a minha roupa. Na verdade eu até gostava, era uma sensação ótima. Olhei rapidamente para o meu relógio e vi que provavelmente chegaria atrasada em casa para o almoço e para os meus pais o horário do almoço era sagrado, afinal, era o único momento do dia que nos víamos.

Minha mãe passava praticamente o dia inteiro no seu ateliê e meu pai age da mesma forma em relação à empresa que ele trabalha. Eu podia até ser uma daquelas garotas birrentas que vivem reclamando da ausência dos pais, mas eu já estava acostumada a ficar sozinha e gostava de não ter eles no pé vinte e quatro horas por dia e sabia que se eles trabalhavam tanto assim era para garantir um futuro melhor para mim.

Acelerei meus passos e cheguei em casa em menos de dez minutos, mas no final toda aquela correria não tinha sido necessária. Dona Judith não tinha terminado o almoço ainda e meus pais estavam na casa de Pattie.

Desde que Justin foi embora eu evitava entrar na casa deles, não me sentia bem. Pattie manterá o quarto dele da mesma forma que ele havia deixado e toda vez que entrava lá era como se uma parte minha também tivesse ido embora junto com ele.

Deixei meu tênis jogado no chão ao lado da minha bolsa e me deitei no sofá ligando a televisão. Como era de se esperar não estava passando nada interessante então deixei em um canal de música qualquer e me aconcheguei no sofá, não faria mal nenhum cochilar um pouco até que eles voltassem, não é?

– Precisamos conversar com você. – Escutei a voz dura de Charlie – meu pai – e logo em seguida e porta sendo fechada com força. A cara dos dois não era nem um pouco boa e com certeza essa não seria uma conversa calma.


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Notas finais do capítulo

Reviews né gente, como vou saber se vocês estão gostando ou não? :c