Rascunhos! escrita por EsterCavalcanti


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem, pois estou legal postando um atrás do outro ein haha



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O tempo foi se passando e cada vez mais eu e Matt ficávamos próximos. Ellena ainda era minha melhor amiga, mas como estava namorando com Elliot não me dava muita atenção. E por falar em Elliot, estávamos meio que nos acertando. Falávamos um “Oi” sem graça de vez em quando e quando estavam todos juntos até conseguíamos manter um assunto, não que eu tivesse esquecido o que ele fizera, mas eu estava superando. Superação, nunca pensei que fosse uma palavra tão fácil e algo tão difícil de fazer, mas eu até que estava me saindo bem. Eu estava conseguindo me reerguer, com a ajuda e o apoio de todos eu estava melhorando. Uma hora eu tinha que viver né, seguir em frente e aceitar o fato de ELE estar longe de mim.

ELE... Não, ao contrário do que pensa eu não havia o esquecido, pelo contrário, essa espera toda só me fez ser paciente, aprender a esperar e , acima de tudo, aprender que tudo tem o seu tempo; quando fosse pra ele voltar, ele voltaria. É claro, não era as mil maravilhas o tempo todo, eu tinha meus momentos de depressão e pensamentos negativos... Mas eu sempre me reerguia, me levantava e me colocava de pé, pronta para a batalha do dia seguinte. Sim, cada dia era uma batalha, e eu sempre me perguntava quando isso teria um fim, quando finalmente acabaria essa agonia toda, mas eu tinha fé, e essa guerra eu venceria.

Já haviam se passado muito tempo desde que ele partira, nem me lembrava mais quanto tempo, sei que parecia uma eternidade.

Eu acabara de acordar e já tinha gente batendo na minha porta. Quem será que era?

_ Dorminhoca, hora de acordar _ Ellena, com aquele ânimo todo logo de manhã. Como conseguia?

_ Já estou acordada, querida. O que você quer? Sempre fica com o Elliot ao invés de vir aqui.

_ Nossa, não posso ver a minha amiga não? Faz tempo que não ficamos juntas assim.

_ Pois é. Me abandonou pelo meu irmão, mas eu supero isso _ brinquei e fingi uma cena dramática.

_ Para de ser besta, menina. Nunca que eu te abandonaria. Ah, e só uma coisinha, hoje você vai ter que voltar pra escola, lindinha. Cinco dias sem ir pra escola é demais né...

_ Mas Ellena, foi só porque na terça era feriado e ai eu emendei, ué _ brinquei.

_ Mas é cara de pau essa menina. Nós temos que ir para a escola, gata.

_ Ok, eu vou. Mesmo não querendo...

_ Isso, vai tomando banho que eu vou escolhendo a sua roupa, amiga. Vou te deixar linda _ e me lançou um sorriso amarelo.

_ Só não exagera _ falei entrando no banheiro.

_ Confia em mim _ e fechou a porta atrás de mim.

Liguei o chuveiro e deixei a água bem quente para relaxar. Estava um frio cortante e quando aquela água quentinha bateu em minhas costas suspirei de alívio. Lavei o rosto e deixei a água caindo para eliminar os vestígios do sabão e também para acordar e ficar bem disposta. Lavei o cabelo e optei por utilizar meu shampoo de morango, meu favorito. Depois ensaboei cada parte do meu corpo e fiquei algum tempo deixando a água cair levando toda sujeira embora e relaxando meus músculos. Desliguei o chuveiro, peguei minha toalha e fui para o meu quarto. Quando olhei para a minha cama dei uma risada ao ver a roupa que a Ellena tinha escolhido para mim. Nada convencional, somente meu casaco branco (que nem suja com qualquer coisa), minha calça marrom e minha bota montaria preta. Ok, eu usaria só para satisfazer a vontade dela, mas era extravagante demais para uma simples escola.

Quando desci, ela deu um gritinho e um pulinho de excitação e ficou olhando para mim.

_ É assim que eu gosto de ver, minha amiga elegante _ e riu.

_ Só porque você quer eu vou usar, Ell. Mas que fique certo que isso não se tornará um hábito.

_ Veremos _ e se dirigiu para a porta. Quando saímos ela foi no carro com o Elliot e eu fui no carro com o Matt.

Sim, íamos para a escola juntos. Ellena comentou algo com Elliot e olhou para nós dois sorrindo. Não entendi nada, mas pelo visto era sobre mim. Não queria nem saber o que ela havia dito.

Chegamos à escola e ficamos no mesmo lugar de sempre. Sim, o lugar em que ELE sempre ficava.

Quando o sinal bateu, eu e Ellena fomos para nossa sala e Matt foi para a sala dele. Achei estranho, pois por um instante ele hesitou e ficou parado na porta da sala olhando para mim, mas depois balançou a cabeça negativamente e saiu andando.

Ellena ficou olhando para nós dois com um sorriso bobo no rosto.

_ Porque está olhando com essa cara? _ perguntei.

_ Nada demais, ué _ falou dando seus ataques de riso.

_ Pode falando o que se passa nessa sua mente maligna, dona Ellena.

_ Só uns pensamentos que não são da sua conta... _ Sorriu.

_ Fala agora _ me sentei na frente dela.

_ Você quer mesmo saber? _ Olhou-me séria.

_ Claro que quero saber.

_ Eu só acho que você e o Matt se dão bem demais para serem só amigos. Está na cara que um gosta do outro, e vocês só não ficaram ainda por causa dessa sua espera pelo Caleb. Mas em minha opinião você deveria seguir em frente, com alguém que está aqui do seu lado. Alguém que é real.

_ O Caleb é real, amiga. Eu entendo seu lado, mas eu não consigo.

_ Mas admite que sente alguma coisa pelo Matt? _ Ela ficou me encarando e eu odiava quando fazia isso.

_ Eu... _ baixei a cabeça e fiquei fitando o caderno, prestando atenção na letra dela.

_ Não precisa falar mais nada. Já sei sua resposta.

_ Não é nada sério, pois o sentimento que tenho pelo Matt não é o suficiente para eu esquecer o Caleb. O Matt é muito especial, e eu o adoro, e é a única pessoa que eu pensei em ter alguma coisa a mais depois que o Caleb se foi, mas eu ainda não consigo me desprender.

_ Spence, segue em frente. Eu também entendo seu lado, mas o Matt é uma boa pessoa. E eu vejo que ele consegue te fazer bem. Pra ser sincera, eu não te via feliz em muito tempo, e com ele você dá os seus sorrisos mais sinceros. Com ele você é realmente feliz. Ele pode te fazer esquecer o Caleb. Não é de uma hora pra outra, amiga, mas ele consegue, e eu sei disso só de olhar e ver como você fica perto dele. Quando aconteceu tudo aquilo comigo, com o Will, eu também não me esqueci de uma hora pra outra. Levou muito tempo, mas com o Elliot eu voltei a viver. Ele me ajudou, e hoje eu posso dizer que estou bem. O Matt pode te fazer bem assim também.

_ Eu não sei, Ell. Eu vou ver. Preciso de mais tempo, e eu sei que isso eu tenho. Mas vem cá, como está o Elliot? Ele ainda comenta algumas coisas sobre mim? _ Eu não queria mostrar que estava me importando, mas em muito tempo eu senti falta da amizade que tínhamos.

_ Sim, ontem ele chegou todo feliz falando que você deu “bom dia” pra ele. As pequenas coisas fazem diferença para ele, amiga. Ele sente sua falta.

_ Eu também sinto falta dele _ falei timidamente.

_ O que? Como assim? Você está disposta a perdoar ele? _ Ela sorria e ficou de pé num salto, mas logo sentou quando todos olharam pra ela. Ela ria que nem uma boba e me olhava profundamente.

_ Eu posso tentar.

_ Eu estou falando que o Matt está te fazendo bem _ falou rindo.

_ Para de ser besta. O Matt me ajuda sim, e nós já até conversamos sobre isso, mas a decisão de perdoar o Elliot partiu de mim.

_ E o Matt não tem nenhuma pontinha de culpa nisso?

_ Tem, mas só um pouquinho _ falei rindo.

_ Eu sabia _ gritou.

_ Shiu, para de fazer escândalo. _ ri.

_ Mas eu sabia. Eu te falei que ele te faz bem.

_ Sim, ele me faz bem. Vamos deixar as coisas irem devagar, ta. Se rolar, que role naturalmente...

_ Ok, amiga. Vou deixar no seu tempo.

_ Mas me conta, e você e o Elliot, como está o relacionamento? Parece que você está doidinha pra me contar alguma coisa _ brinquei.

_ Ok, eu vou contar. Rolou _ sussurrou e começou a rir.

_ O que? _ Dessa vez quem gritou fui eu. _ E como você me conta isso só agora? Quando foi isso? E se foi há muito tempo eu juro que te mato.

_ Calma, amiga. Foi ontem, na minha casa. Meus pais foram para a casa dos meus avós e eu disse que não ia porque tinha aula hoje e eles deixaram. Aí o Elliot foi pra lá e rolou.

_ Como assim só “rolou”? Pode me contando tudo, até os detalhes mínimos.

_ Ah, quer me matar de vergonha, né. Ok vamos lá. Chegamos na minha casa e já era tarde da noite. Fomos para o meu quarto e começamos a conversar como sempre fazemos. Aí eu decidi ir tomar um banho e coloquei um lingerie vermelha, mas não foi por ele, foi só por colocar mesmo. Quando saí do banheiro ele estava rindo e olhava pra mim com uma cara diferente. Eu perguntei o que era e ele estendeu a mão e dentro estava a camisinha que eu deixo na minha gaveta do lado da cama. Mas você sabe que eu deixo lá há muito tempo. Fiquei vermelha na hora e ele continuou rindo. Aí ele levantou me abraçou e começou a me beijar, mas não era um beijo normal, era um beijo quente, com pegada e fogo. Aí eu já agarrei o pescoço dele e ele começou a passar a mão pelo meu corpo. Foi esquentando, aí deitamos na cama e eu comecei a ficar nervosa. Mas ele ficou me tranqüilizando e foi muito carinhoso. Quando ele foi penetrar, não entrava de jeito nenhum, aí ele forçou um pouquinho mais e eu quase sufoquei, foi uma dor cortante e horrível, mas depois ele foi fazendo os movimentos de vai-e-vem e começou a ficar bom... É a melhor coisa do mundo. Ele depois perguntou se tinha machucado e ficou todo preocupado, foi super fofo. A melhor noite da minha vida.

_ Ahhhhhhhhhhh, que emoção. _ Falei dando pulinhos de excitação. _ Então é bom? _ perguntei toda curiosa.

_ Muiiiiito bom. Você não tem idéia do quanto. Acho que hoje a noite vamos repetir a dose _ falou rindo.

_ Sua safada, já está liberando fácil assim? _ brinquei.

_ Você vai me entender quando perder também... Se duvidar vai ser pior do que eu _ riu.

_ Olha só, pensando assim da sua amiga. Que coisa feia.

_ Haha, você vai me entender melhor do que ninguém.

_ Ok, quando eu perder eu vou te contar e veremos se vou mesmo ser pior que você.

_ Beleza...

Passamos o resto do dia conversando sobre coisas aleatórias. No intervalo ficamos com o Matt e ele não parava de me olhar, como se quisesse me dizer algo, mas resolvi não perguntar nada. Ao invés disso, fiquei o distraindo e depois pude perceber que ele relaxou.

Quando saímos da escola Matt me disse que tinha que fazer algumas coisas e não teria como me levar para casa. Concordei e quando me preparava para ir com Elliot, Ellena me chamou e disse que não iríamos pra casa. Iríamos para o shopping fazer compras e depois para a casa dela.

Passamos o dia inteiro fora, compramos roupas, sapatos, acessórios e até coisas que não eram necessárias, como lingeries provocantes. Ela me deu uma de presente e disse que me lembraria dela quando tivesse a minha primeira vez. Não pude deixar de soltar uma gargalhada exagerada né. Depois que compramos tudo o que queríamos e nos sentimos satisfeitas, fomos para sua a casa e começamos o desfile. Fizemos todas as combinações possíveis e rimos demais juntas ao som de David Guetta e suas parcerias. Dançamos, brincamos e fizemos uma bagunça danada. E acho que era disso que eu precisava, um dia inteiro de distração, um dia das garotas.

Fomos chegar na minha casa só às Onze da noite. Quando abri o portão Matt estava sentado na escada e me olhava da cabeça aos pés, pois eu já estava com uma das roupas novas.

_ Você está linda _ ele disse e se levantou.

_ Obrigada, mas os créditos são da Ellena. Ela que me fez vestir, mesmo eu falando que não tinha necessidade e que logo iria dormir.

_ Mesmo assim, isso não muda o fato de você estar fascinante. Vem cá, tenho uma surpresa para você.

_ Pra mim? Mas porque? Ellena, você sabia... _ fui me virar para ela, só que só encontrei o portão. Ela já havia se esquivado.

_ Vamos? _ Ele estendeu uma venda e soltou uma risadinha.

_ Vou ter que ir vendada, sério mesmo?

_ Sério mesmo. Vem! _ Ele colocou a venda nos meus olhos e foi me guiando pela casa. Mesmo eu conhecendo cada canto muito bem, não mudava o fato de eu ser desastrada e claro que eu tive que esbarrar em algumas coisas e quase cair na escada né. Eu só escutava a risada dele durante todo o percurso. _ Chegamos.

Ele parou e me posicionou ereta de frente para algo. Então ele tirou a venda e estávamos na frente da porta do meu quarto. Abri a porta e não reconheci nada de lá. Meu quarto estava todo mudado e decorado. Tinha um cupcake em cima da minha cama e fui olhar, estava escrito “Happy Birthday”. Oh meu Deus, era meia noite já, ou seja, meu aniversário (18 de agosto). Como pude me esquecer? Eu estava pasma e ele veio ao meu encontro de braços abertos. O abracei e ouvi o som suave de sua voz em meu ouvido dizendo:

_ Feliz Aniversário, minha linda.

_ Obrigada, obrigada e obrigada. Eu amei. Meu quarto está lindo e como você sabia que cupcake é meu doce favorito?

_ Com o tempo fui vendo seus gostos e guardando cada um deles. Mas meu presente não é só isso, tem mais uma coisa. _ Ele colocou a mão no bolso e tirou de lá uma caixinha aveludada retangular, na cor azul escuro. _ Eu espero que você goste.

Peguei a caixinha e a abri. Era uma pulseira de prata toda envolta em diamantes. Brilhava mais do que qualquer coisa no quarto e eu estava olhando para ela. Devia ter sido uma fortuna.

_ Eu... Não posso aceitar isso, Matt. Deve ter sido super caro. Você não deve gastar dinheiro assim comigo.

_ Relaxa, Spence. Todo dinheiro gasto com você vale a pena. Vamos ver como fica no seu braço _ ele pegou a pulseira e colocou em meu pulso, ficando só um pouquinho mais larga, mas era bom que assim não prendia meu sangue.

Ficou linda em meu braço e até combinou com a roupa que eu estava. Claro, Ellena pensando em tudo. Olhei no espelho e ele estava atrás de mim com a mão em minha cintura e sua cabeça estava apoiada em meu ombro. Até que formávamos um casal bonito, e foi inevitável não pensar no que Ellena havia me dito na escola. Ele segurou minha cintura e me virou para ficarmos de frente um pro outro. Sorri para ele.

_ Obrigada, Matt. Eu adorei, e ficou linda.

_ Não tem nada em você que não fique lindo.

_ Obrigada _ falei meio sem graça.

_ Spence, você é uma menina muito especial pra mim. E eu sei que pode não ser a melhor hora para falar tudo isso, mas você mexeu comigo de uma forma diferente, me conquistou aos poucos e sempre deu o seu melhor em tudo que fazia, sem querer nada em troca. Eu estou ciente de que você ama o Caleb, mas eu queria tentar e ver se dá certo nós dois. Eu quero namorar você, Spence _ ele foi falando cada palavra pausadamente e pesava o peso de cada uma antes usá-la. A cada instante ele estava mais próximo, mas sempre com cautela. Eu não sabia o que falar nem o que fazer.

Até que seus lábios tocaram os meus e eu não consegui pensar em mais nada. Seus braços se tornaram mais firmes ao redor de minha cintura e quando dei por mim meus braços já estavam envoltos em seu pescoço. Eu queria aquilo e só então me dei conta de que aquela vontade era incontrolável. Apertei nosso abraço e cada segundo me derretia mais em seus braços, até que me dei conta do que estávamos fazendo e o empurrei com brutalidade.

_ Não! _ Gritei. _ Eu não posso fazer isso _ falei chorando. _ Me perdoa, Matt. Mas eu não posso. Eu nunca vou me dar por completo pra você, nunca vou estar totalmente focada em nós dois. Você é muito especial pra mim, e não tem noção do quanto, mas um relacionamento não é o que eu quero, não é o que eu posso te oferecer agora. Eu amo o Caleb, e como prometi pra ele, eu vou esperá-lo. Me perdoa. Mas o que eu quero de você no momento é amizade e nada mais. Eu não sei como vai ser daqui pra frente, mas nós não podemos namorar.

_ Eu entendo perfeitamente _ ele disse tristonho. _ Eu fui apressado. Mas se eu posso pelo menos ter a sua amizade, me sinto feliz e contente só com isso. Me perdoa pela minha atitude, eu não devia ter te beijado daquele jeito. Somos amigos, então?

_ Sim, amigos. Eu não deixaria algo assim abalar nossa amizade, jamais. _ O abracei forte e ele soltou um suspiro de alivio.

Então éramos amigos, pelo menos! 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que estão achando? Preciso da opinião de vocês :'D



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