Revelação.

Capítulo 5: Jogo e mais visões

-Hermione! – Uma voz a chamou. – Mione? Mi!

-Hum? – Perguntou ela abrindo lentamente os olhos.

   Era a Gina. Ela estava com a roupa do quadribol. Droga! Era de se esperar que alguém fosse chamá-la. Nem pensara nisso depois de descobrir sobre as horcruxes. Ela esfregou os olhos e perguntou:

-O que foi Gina?

-O jogo é hoje! É o primeiro do Ron. É também a sua chance de conquistá-lo!

-Quem disse que eu quero conquistá-lo? – Perguntou Hermione. Ela não usou sarcasmo, nem ironia. Era a verdade. Nem prestava mais atenção no ruivo.

-Ah, nem vem com essa! Vamos! Vá se arrumar! – Disse Gina.

   A castanha bufou e foi se arrumar. Depois de trocar de roupa, seguiu Gina até o Grande Salão para o café da manhã. Sentou-se de um lado do Harry e Gina se sentou do outro. Comeu algumas torradas, bebeu um pouco de suco de abóbora e pegou o Profeta Diário para ler.

   Algum tempo depois, o Rony entrou no Grande Salão e veio caminhando lentamente para a mesa da Grifinória. Ele usava uma espécie de protetor, ou algo do tipo, na cabeça. Os alunos da Sonserina zoavam com ele e alguns outros da grifinória diziam encorajamentos.

   Ele se sentou na frente de Hermione e encarou o café da manhã sem se mexer. Ele olhou para os dois amigo e falou:

-Então, como foi?

-O quê? – Perguntou Hermione.

-O jantar com o Slughorn. – disse ele.

-Foi muito chato. Se bem que o Harry gostou da sobremesa. – Disse ela divertida antes de continuar: - O Slughorn vai dar uma festa de natal e nós podemos levar alguém.

-Imagino que você vá levar o McLaggen. Ele também está no clube do Slug não é?

-Não sei quem levar. – Confessou ela. Gina lançou um olhar mortal para ela que passou despercebido dos garotos.

   Hermione voltou seus olhos para o jornal. Uma garota, Lilá Brown, se aproximou deles e falou:

-Boa sorte hoje, Rony. Sei que você será brilhante.

   Gina encarou a garota quando esta se afastou. Ela sabia sobre os sentimentos de Hermione. Ou pelo menos sabia, já que eles haviam voltado a ser apenas amizade.  

-Eu vou desistir! – exclamou Rony – Depois do jogo, o McLaggen pode ficar com o meu lugar!

-Como quiser. – Disse Harry colocando um copo junto do ruivo – Suco?

-Claro. – Disse Ron pegando o copo.

   Luna estava na mesa da grifinória, usando uma estranha roupa de leão. Devia preferir a Grifinória, mesmo sendo da Corvinal.

-Olá, pessoal. – Disse ela – Você está péssimo, Ron. Foi por isso que pingou aquilo no copo dele? É um tônico?

   Todos olharam para Harry que guardou um frasco no bolso. Hermione logo o reconheceu e falou:

-Sorte líquida... Não bebe, Ron!

    Ele hesitou e deu um longo gole no conteúdo do copo.

-Pode ser expulso por isso. – Disse a castanha ao Harry.

-Não sei do que está falando. – Afirmou ele.

-Vamos. Temos um jogo para ganhar. – Disse Ron. Harry apertou a mão dele e os dois saíram do Grande Salão.

                                                            ***

   Ronald jogou muito bem. Defendeu todas as tentativas da Sonserina. Os alunos da torcida da Grifinória gritaram animadamente e por fim, a casa vermelha e dourada venceu. Estavam todos no salão comunal da Grifinória comemorando.

-Weasley! Weasley! Weasley! – Todos gritavam animadamente.

-Não devia ter feito aquilo. – Disse Hermione a Harry que estava ao seu lado.

-Eu sei. Eu podia apenas ter usado o feitiço confundus.

-Aquilo foi diferente. – Disse a castanha assustada – Eram testes. Esse foi um jogo de verdade.

   Harry pegou o frasco do Félix Felicis no bolso e mostrou. Estava cheio. Da mesma forma que ele recebera na primeira aula de poções.

-Não colocou nada? – Perguntou ela. O amigo negou e ela prosseguiu: - Mas o Rony achou que sim.

   O moreno assentiu como se ela tivesse dito que a terra é redonda. Voltaram o olhar para Rony. Todos ainda gritavam “Weasley!” comemorando a vitória quando Ron foi puxado por Lilá Brown. Ela o agarrou e o beijou. Isso não atingiu a Hermione como deveria. Na verdade ela sorriu e aplaudiu sendo acompanhada por Harry.

   Antes que o casal se separasse, Hermione viu Bellatrix, Dolohov e o lobo Greybeck. Eles riam e pareciam olhar diretamente para ela. A garota não aguentou. Virou-se e saiu correndo. Saiu da torre da Grifinória e desceu mais algumas escadas. Percebeu que essa ligação estava incomodando-a. Mais do que antes.

   Ela se sentou em um degrau e pouco tempo depois, Harry apareceu e se sentou ao lado dela.

-Você está bem? – Perguntou ele e ela negou com força. Encostou a cabeça no ombro do amigo e começou a chorar.

   Ela devia contar a ele o que descobriu. Sobre as horcruxes. Mas não o fez. Harry a abraçou e ela retribuiu. Ouviram uma risada alta e olharam para o local de onde surgiram Lilá e Ronald abraçados.

-Opa! – Exclamou ela antes de puxar o Rony – Acho que este lugar já está ocupado!

   Os dois saíram e Harry olhou para a amiga. Ela parecia estar com um olhar tão distante, como se nem tivesse percebido – e de fato não percebeu – que o garoto que ela supostamente devia amar, estava agarrado com outra. Ele estranhou já que de acordo com a Gina, Hermione devia estar muito apaixonada, mas pelo que eles viam ultimamente, era mentira. O que estava acontecendo com Hermione Granger?

   Hermione viu novamente o basilisco, mas já sabia que era apenas mais uma visão se não o Harry já teria visto também. Ela o abraçou mais forte, em busca de apoio, mas ele não a mantinha segura. Não possuía o mesmo cheiro de sândalo e lavanda que ela sentira na Amortentia. Ela não acreditava que possuísse já que o Harry era apenas um amigo, sem falar que era apaixonado pela Gina. Mas ela sentia falta do cheiro.

   Tinha que haver uma explicação para isso também. Não acreditava que fosse achar respostas na biblioteca. Com certeza não iria. Seriam uma resposta que deveria ser encontrada – como os trouxas falam – pesquisas de campo. Suspirou. Não se sentia segura ali, era apenas como fechar os olhos. Uma atitude infantil que não a protegia de nada.

O que está acontecendo com você, Hermione Granger? Ela se perguntou.