Capítulo 20: Missão do Malfoy

   Faltava pouco tempo para o fim das aulas. Naquela noite, ela ia encontrar com Tom. No jantar, Draco estava mais nervoso do que nunca. Pelo que Tom dissera, a missão dele seria realizada logo-logo. Talvez naquela noite, mesmo. Os comensais iriam invadir o castelo pelo armário sumidouro na sala Precisa.

   Depois do delicioso banquete, Hermione se despediu dos amigos e foi para o seu salão comunal. Harry não fora para lá. Tinha uma aula com Dumbledore. Na verdade, ele dissera que descobrira o segredo do Lorde das Trevas. Slughorn havia contado a ele o feitiço sobre o qual Tom perguntara na época da escola. Ele sabia das Horcruxes.

   O garoto iria com o Diretor, em busca de um dos objetos enfeitiçados. A castanha ficou temerosa ao descobrir que Harry poderia matar um pedaço da alma de Tom. Mas este lhe garantira que o grifinório não iria conseguir tal proeza. De maneira nenhuma. Era o que ela esperava.

   Ela acabara se divertindo no jantar. Luna e Blásio já estavam namorando abertamente. Na verdade, ninguém teve muita surpresa, já que eles estavam passando muito tempo juntos, ultimamente. O que foi engraçado mesmo foi quando Gina e Nott decidiram revelar isso. Eles não contaram a ninguém (embora seus amigos da Sonserina já soubessem), simplesmente durante o almoço, a Gina entrou no salão um pouco atrasada - tinha ficado mais tempo na aula. – sentou-se ao lado de Nott e eles se beijaram apaixonadamente.

   Resumindo: Aqueles que comiam e bebiam algo, cuspiram tudo que estava na boca, Harry e Rony os encararam com ódio e os professores quase caíram para trás. Foi algo divertido de se ver. Claro, começaram as apostas, imaginavam em quanto tempo o namoro iria acabar e a ruiva voltaria correndo para o Harry (todos acabaram percebendo, depois de ver os olhares que o moreno lançava para o sonserino).

   Acabou que perderam tempo e dinheiro. O casal parecia cada vez mais apaixonado. Hermione imaginava se as duas amigas aceitariam ir para o lado do Lorde das Trevas. Era a única forma de ficarem juntos.

   A castanha já havia saído do salão comunal, pois os alunos estavam muito distraídos, ou já estavam em suas camas. Se a missão do Draco fosse mesmo realizada naquela noite, precisava ficar longe da ação dos comensais. Eles ainda não sabiam que ela estava do lado deles.

   Ela entrou na câmara e foi para o sofá que já estava acostumada. Onde sempre encontrava Tom. Quando ele a viu, agarrou-a pela cintura e a puxou-a para se deitar junto dele. Beijou-a com mais delicadeza do que o normal. Parecia estar pedindo perdão, embora ela não soubesse o por que daquela reação.

-Hermione, eu preciso contar-lhe o objetivo da missão do garoto Malfoy.

Ela assentiu, indicando que ele podia continuar.

-Os comensais entrarão no castelo para ajudarem o Malfoy. A missão dele é matar alguém. – Ele parecia estar medindo as palavras.

   Ela o beijou novamente. Já imaginava que algo terrível aconteceria.

-Quem? – Perguntou a garota num sussurro.

-Dumbledore. – Disse Tom.

   Ela não ficou com raiva. Apenas surpresa e... Confusa. Sabia que Tom teria de matar Harry e estava se preparando psicologicamente para isso. Mas Dumbledore?

-Você... – Ele hesitou – Não está com raiva?

-Não. – Disse ela – Só surpresa. Pensei que só pretendia matar o Harry.

Ele soltou o ar. Ela estava de fato surpresa. Mas não ficara contra ele, como acreditava.

-É preciso. – Murmurou ele.

Ela suspirou.

-Você terá que ir com eles também?

-Não. Eu pretendia ficar aqui, mas se preferir...

-Não! Eu não quero voltar. Não agora. Prefiro não ver nada. – Ela disse e depois murmurou: - Gostaria de ficar com você.

Ele sorriu e a apertou pela cintura, ficando mais próximos.

-Pode ficar o tempo que quiser.

                                                                §***§

   Os comensais invadiram a escola. Na torre de Astronomia, Draco não teve coragem de matar o Diretor. Severo Snape, surgiu das sombras e terminou o trabalho. Tão rápidos quantos entraram, os servidores do Lorde das Trevas foram embora. Logo todos os alunos estavam sabendo do ocorrido e choravam devido à perda.

                                                           §***§

   A grifinória ficou bastante tempo na câmara. Quando deu o horário, Tom dissera-lhe que já devia ter acontecido. Ela tinha de voltar, pois não podia ir com o garoto. Precisava ir com Harry.

-Cuidado com o Potter. – Sussurrou Tom no seu ouvido, fazendo-a se arrepiar – Não quero que ele acabe te beijando por confundir os pensamentos.

Ela sorriu e se inclinou para dar um longo beijo de despedida.

   Saiu do seu refúgio e foi para a Torre da Astronomia que estava mais movimentada que o normal. Harry estava lá. E chorava, perto da enorme janela, por onde o corpo do antigo Diretor havia caído. Ela suspirou. Foi consolá-lo. Algumas lágrimas escorreram pelo rosto dela. Sempre admirara o antigo professor. O rosto molhado ajudou a fingir a real surpresa sobre o ocorrido.

   O sol estava nascendo. Ela estava na Torre da Astronomia junto com Harry e Rony. O amigo contou sobre a busca das horcruxes, que pretendia fazer. Depois de muita negação do moreno, os outros dois o convenceram que iriam junto com ele. De qualquer maneira.

   O trio de ouro não voltaria à escola no próximo ano. Ou seja, Hermione ficaria sem ver o seu Tom. Talvez apenas em sonhos. Mas não poderia senti-lo junto dela. Não poderia beijá-lo, nem tocá-lo. Era uma tortura. Não se preocupava mais com nada. Só com o tempo que teria de ficar longe do seu Tom.