S.t.s.: Sonic Teen Spies escrita por Miss Horan


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Oii! o/



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Ficamos um tempo quietos até que Andrew quebrou o silêncio.

– Alguma dúvida? – Andrew nos olhou curioso.

– Quem vai acreditar que somos na...isso aí, quando só temos anos - Shadow dizia tentando achar defeito no plano – Afinal, não é comum adolescentes morarem juntos.

– Não é comum aqui Shadow, mas em Paris, cada vez mais cresce o número de adolescentes que moram juntos. E também cresce o número de adolescentes grávidas, por isso, tomem cuidado vocês dois, ok? – Andrew disse irônico, arrancando risadas de todos na mesa, menos de mim e Shadow. Isso não pode estar acontecendo comigo, justo ele! Por que ele?
Ouvi Andrew começar a falar das outras duplas. Eu só conseguia prestar atenção no meu pé. Me perdi em minhas lamentações e só voltei quando Andrew bateu as mãos e me fez pular na cadeira.

– Nessas pastas está tudo que vocês precisam saber. – Andrew distribuía as pastas pretas com os símbolos na N.A.T.S. a todos. - Não deixem de lê-las.

Quando peguei a minha fiquei surpresa. Uma passagem de avião caiu no meu colo logo que abri a pasta. Era de um vôo de New York até Paris sem escalas. Mas o que me chamou a atenção era que o vôo estava marcado para as 16:45 e já eram 15:25.

– Andrew, essas passagens são para amanhã certo? – Perguntei assustada. Vi Shadow pegar dentro da pasta dele uma passagem igual a minha.

– Não. Aliás, se eu fosse vocês, eu correrria, o carro que irá levá-los para o aeroporto já esta esperando.

Eu estava em um pesadelo, só podia! Me levantei e me despedi das minhas BFF's.

– Tchau amoures! Amo vocês! – Eu abracei as duas de uma só vez

– Nós também te amamos. – Rouge me disse.

– E vai dar tudo certo ok? Cuidado, hein? – Amy me disse sorrindo.
Podia ver nos olhos delas que estavam com pena de mim.

– Tchau gente! – Eu disse a todos ao sair da sala. Apertei o botão do elevador. Shadow chegou atrás de mim momentos antes da porta se abrir. Ele me trouxe a minha pasta, que eu, na emoção de deixar as minha amigas, havia esquecido.

– Obrigada – Foi só o que eu disse. Eu estava muito brava, mas também muito triste. Sou muito ligada as minhas amigas, e era a primeira vez que saia em missão sem elas. Estava com medo.

Entrei no elevador e Shadow parou do meu lado e apertou o botão do térreo no painel. Eu queria gritar de ódio, espernear, pular no pescoço do Shadow e matá-lo ali mesmo , mas eu não conseguia. Meu corpo não estava me obedecendo, ele ainda devia estar tentando entender a situação.
Eu não podia, e não queria sair nessa missão com Shadow , até porque nós nos mataríamos em menos de uma semana. Eu tinha que tentar falar com meu pai, tentar convencê-lo a me deixar mudar de dupla.

O elevador se abriu no térreo e saí já pegando o meu celular, disquei o número do celular do meu pai e segui para o carro preto que estava estacionado na frente da porta. O telefone chamou varias vezes e ninguém atendeu. Entrei no carro, me sentei o mais longe de Shadow que consegui e tentei ligar novamente. Dessa vez tocou três vezes e meu pai atendeu

– Alô? – Escutei a voz do meu pai do outro lado da linha.

– Pai! O senhor tem que me tirar dessa! – Fui direta no assunto, se tinha algo que meu pai tinha me ensinado era que tínhamos que ser diretos no que queremos.

– Não estou te entendendo, querida. – Ele me disse com a voz mais calma do mundo. Shadow me encarava enquanto eu falava no telefone com meu pai.

– Pai, eu não vou sair em missão com o Shadow! – Eu quase gritei no telefone.

– Ah...é sobre isso, mas por que essa raiva toda querida? Afinal ele é seu amigo, vocês se conhecem desde pequinininhos! Não podem se odiar tanto – Meu pai falava com um tom brincalhão na voz.

– Pai, ele não é meu amigo, e o senhor sabe disso. – Eu disse brava – Papai! Por favor, eu não mereço isso! O que eu fiz pra merecer isso? – Eu choraminguei no telefone.

– Minha querida, não faça tanto drama – Ele deixou a voz mais firme – E eu não vou mudar as equipes, já esta tudo certo e agora não há mais tempo de fazer modificações. Sinto muito, mas você vai ter que se acostumar com a presença do dele.

– Mas pai... – Eu tentei apelar

– Sem mas, Blaze. Essa decisão já foi tomada e não há nada que você possa fazer. Agora eu tenho que desligar, Jules e Aleena estão aqui, temos que resolver alguns assuntos digamos... patrimoniais. Ah! E diga a Shadow que eles estão mandando um beijo para o filho. – Dizendo isso meu pai desligou. Fiquei segurando o telefone na orelha por mais alguns segundos. Estava acabado, quando meu pai falava, não tinha o que fizesse ele voltar atrás. Eu estava perdida.

– O que ele disse? – Shadow me perguntou curioso.

– Ele me disse que não há nada que ele possa fazer. E disse que eu vou ter que agüentar você. – Eu afundei o rosto nas mãos – E seus pais lhe mandaram um beijinho. – Disse com a voz irônica, zoando com a cara dele.

– Mas você não conseguiu fazer ele mudar de idéia? Você tinha que ter conseguido. Era a nossa ultima esperança! – Shadow me disse quase gritando.

– E você queria que eu fizesse o que? Obrigasse-o a mudar as equipes? Você sabe como é o meu pai, quando ele diz, ta dito! – Eu gritei mais alto que ele, o motorista do carro apenas nos olhou e começou a dirigir para o aeroporto.

– Eu sei lá. Mas você deveria ter dito algo que o fizesse mudar de idéia.

– Tipo o que? – Eu o encarei brava – Qual é a sua maravilhosa ideia?

Ele ficou em silêncio me encarando. Era incrível como nós não conseguíamos ficar no mesmo ambiente nem mesmo por 30 segundos sem brigar. Olhei pela janela e vi turistas passeando pela cidade e imaginei quando eu veria Los Angeles novamente. Esperava que fosse logo. Sempre amei Paris, mas com o Shadow, tinha certeza que Paris seria a cidade mais detestável no mundo pra mim.

Logo chegamos no aeroporto, o motorista desceu as nossas malas e logo se foi. Peguei a minha mala e entrei no aeroporto, Shadow vinha logo atrás de mim, e resmungava coisas que eu não conseguia entender. Fizemos todas as coisas antes do vôo e tivemos que esperar um pouco até que o avião decolasse.

No avião, eu me sentei do lado da janela e Shadow ficou ao meu lado. Logo depois que decolamos eu peguei no sono. Acordei com o barulho que as rodinhas do avião fizeram assim que tocamos o solo. Estávamos em Paris. Logo que fomos liberados pra sair, eu me levantei, olhei pro Shadow que ainda babava na poltrona, pisei no pé dele para acordá-lo, passei para o corredor e peguei a minha mala no bagageiro.

Comecei a andar pelo corredor cheio de gente. Achei que estava livre do Shadow, mas logo que sai do avião ele estava atrás de mim.

– Não adianta tentar fugir, temos um longo caminho pela frente juntos. – Ele disse andando ao meu lado.

– É... Eu sei... - Eu disse torcendo o nariz – infelizmente – Eu disse baixinho. Cheguei a sala onde as malas logo começariam a chegar pela esteira. Então elas começaram a vir, uma a uma com uma velocidade de tartaruga bêbada com preguiça, fiquei prestando a atenção procurando a minha. A de Shadow chegou, a dos outros passageiros chegou, e a minha não chegava. Fiquei atenta a todas as malas. Até que para o meu desespero as malas pararam de vir pela esteira.

– Vamos logo! – Shadow me disse sem paciência. Todos os passageiros já haviam ido embora, só estava nós dois ali.

– E como você espera que eu vá Embora Sem a MINHA MALA? – Eu disse aumentando a minha voz a cada palavra até que nas ultimas eu já estava gritando. Os guardas me olharam desconfiados, e Shadow colocou as mãos na testa.

– Você tem certeza que ela passou e você não viu? – Ele disse entre dentes sem me olhar.

– Tenho! É claro que tenho, é meio díficil perder uma mala vermelha, grande e com desenhos roxos e laranjas, né? Se ela tivesse passado eu teria visto! – Eu já estava ficando desesperada.

– Olha, fica calma, nós vamos acha a sua mala ok?! – Shadow me disse numa voz calma, aquilo soou até “carinhosamente”.

– Tá bem. – Eu fiquei um pouco mais calma – Precisamos avisar a companhia aérea.

– Mas eu aposto que você não viu ela passar. - Eu o ignorei e fui em busca da minha mala. Cheguei no balcão de informações da compania e fui falar com uma mocinha com o uniforme da empresa. Ela mexia no computador e de início não me deu atenção.

Eu bati na campainha que estava em cima do balcão, e sem tirar os olhos do computador ela disse:

– Só um momento, por favor – Em um péssimo francês.
Eu perdi o pouco de paciência que ainda me restava, comecei a bater freneticamente na campainha até que aquela idiota resolveu me olhar brava com uma sobrancelha levantada.

– Posso ajudá-la? – Ele me disse em um tom ríspido.

– Eu espero que sim! É o seguinte: A minha mala não chegou! – Eu falei muito brava.

– Ah, só pode ter havido algum engano, a nossa empresa é a número 1 em atendimento ao cliente...

– Não me interessa! Eu quero a minha mala! Entendeu? Ou quer que eu desenhe? - Eu estava muito brava, e aquela atendente falsificada estava me deixando maluca. De repente eu senti algo me empurrando para o lado, era Shadow que tinha tomado o meu lugar no balcão.

– Desculpe por ela. Ela esta muito nervosa, morre de medo de avião e teve que fazer uma viagem longa, esta muito estressada – Shadow falava gesticulando e sorrindo abertamente para a atendente.

– Tudo bem...Sempre acontece – A moça exibia um sorriso de orelha a orelha para Shadow. - Então...será que você poderia dar uma olhada, para ver onde esta a mala dela? Seria um grande favor, eu ia ficar te devendo! – Ele disse dando uma piscada para a atendente que derreteu em cima dos sapatos horríveis.

– Mas é claro! – Ela mexeu no computador – Eu vou precisar dos dados dela, e do comprovante de embarque – Ela me olhou com uma cara azeda, eu retribui. Peguei os comprovantes e entreguei a ela.
Ela digitou umas coisas do meu papel no computador e depois mexeu em um monte de coisas. Ela abriu um sorriso amarelo e olhou para Shadow

– Eu sinto muito, mas a mala dela extraviou.

– O que? – Eu perguntei incrédula. Era tudo o que eu precisava, eles perderem a minha mala.

– Sinto muito, mas esses tipos de imprevistos acontecem... – A atendente galinha falava com um sorrizinho na cara feia.

– Acontecem é? E o que aconteceu com o “a nossa empresa é a numero em atendimento ao cliente” – Eu perguntei imitando a voz afetada dela. Shadow mais uma vez me deu um empurrão e voltou a falar com aquela atendente com cara de abelha esmagada.

– Muito bem, o que temos que fazer? – Ele perguntou sorrindo pra aquela vaca. A atendente deu um monte de papeis pra eu assinar e depois nos liberou. Nos disse que a minha mala seria achada o mais rápido possível. E que assim que ela fosse encontrada eu seria informada.
Deixamos a idiota da atendente no balcão ainda encantada pelo Shadow e fomos andando pelo aeroporto. Eu parei em um café, estava varada de fome, e Shadow sentou-se em uma mesinha. Eu pedi um chocolate-quente e me sentei junto a ele.

– Vamos pra onde agora? – Eu tinha parado só agora para pensar, não tinha a mínima ideia de onde era o tal apartamento.

– Dentro da pasta tem o endereço, as chaves, e um monte de coisas mais. – Shadow falou sem me olhar, ele estava muito concentrado em uma francesinha que estava sentada na mesa ao lado.

– Ok... – Eu peguei a minha pasta dando graças a deus de tê-la deixado em minha bolsa de mão. Abri e reparei que dentro dela havia um monte de coisas que eu não tinha visto da primeira vez.
Um celular
Uma carteira
Uma chave de casa
Uma chave de carro
Um monte de papeis
Peguei um dos que estavam por cima e ali tinha escrito um endereço. Deduzi que fosse o endereço do ap. Havia muitos outros papeis, que pareciam relatórios e recomendações. Peguei o papel do endereço e coloquei no bolso da minha calça.

– Será que podemos ir? Ou você vai chamá-la pra tomar um café? – Perguntei pra Shadow quando percebi que ele ainda olhava a francesa. Ela me olhou e torceu o nariz, depois se virou para o outro lado.

– Ótimo, você a espantou... - Shadow disse se levantando.

– Eu nem a olhei, como eu posso ter espantado ela? – Eu perguntei caminhando pelo aeroporto.

– Só o fato de você estar comigo já é motivo para ela ir embora – Shadow disse um pouco bravo.

– E você quer que eu faça o que? – Eu olhei pra ele ao dizer isso – Que eu saia de perto enquanto você fica com suas paqueras? – Eu olhei pra frente para descer a escada rolante.

– Não seria má idéia! – Ele disse baixo mais eu ouvi.

– Acredite, por mim, eu estaria bem longe de você agora. – Eu disse passando pela porta da saída.

– Táxi! Táxi! – Eu sai gritando para os táxis que passavam e nem me davam bola.

– Assim você não vai conseguir nem uma charrete! – Shadow me olhou indiferente.

– E você sugere o que? Que eu deite no meio do asfalto para os carros pararem? – Eu o olhei brava. Se ele me desse outra resposta do tipo “não é má ideia” eu iria mata-lo ali mesmo. Shadow saiu da calçada e parou na frente de um táxi que estava aparentemente sem passageiros.

– Idiota! – Eu disse entrando no táxi. Shadow fez o mesmo, e se sentou ao meu lado.

– Boa noite jovens! – Disse o motorista em francês todo animado. Era um senhor de mais ou menos 50 anos. Com um enorme bigode preto.

– Boa noite – Shadow disse educadamente. Em Inglês

– Ah! Americanos sim?! Meu nome é Luigi. – O Motorista nos perguntou em um inglês com muito sotaque francês. Shadow confirmou com um gesto.

– Muito bem! Pra onde vamos? – Ele perguntou fazendo gestos com as mãos. Ele era muito animado e brincalhão, no decorrer do caminho nos contou que tinha um primo em Los Angeles, e que ele também era um taxista. E a viagem percorreu normalmente.

Minha nova casa ficava bem localizada. Não muito longe do centro. O motorista parou em frente a um pequeno prédio. Com 3 andares. Olhei para o papel em que estava marcado o endereço e vi que ao lado do nome da rua, havia o número e um andar. O terceiro. Pelo menos seria a cobertura. Desci do carro e Shadow me seguiu, vi ele pegando o cartão de Luigi e pagando o homem, depois disso Luigi partiu com o seu carro. Então ficamos lá... eu e Shadow parados em frente e olhando para o pequeno prédio...


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Notas finais do capítulo

Não deixei muito suspense aqui não...
tenho que sair agora, então... até depois seus lindos!!
Bjinhos da Juuh X*