Misterious escrita por MandyS


Capítulo 10
Capítulo 10 - Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Yo Minaa.. cap. 10 saindo mais cedo.. por motivo de extremo cansaço da minha parte...
Então aqui vai um capitulo fresquinho pra vocês!
Devo confessar que adorei escrever esse capitulo, e acho que a partir dele vão parar de crucificar meu pobre Ivan!
Aproveitem!



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Estava deitada no sofá da sala pensando, enquanto esperava o Ivan chegar pra fazer o grafite na parede do meu quarto, eu falei pro meu pai da minha idéia e ele não teve nenhuma objeção. Normalmente eu prefiro esperar no meu quarto, mas eu tirei a cama do lugar e cobri os móveis com lençóis velhos pra que a tinta não manchasse nada. A idéia era pintar a parede lilás de branco e fazer o grafite na mesma, já até falei pra ele o que eu quero que ele faça, mas quero acrescentar uma coisa, um desenho igual à marca no meu braço.

Não ia ser difícil de ele fazer, e pra não criar suspeitas eu tirei uma foto do meu braço e desenhei a figura em um papel. Não ficou o melhor desenho do mundo, mas fiz o mais parecido possível.

O problema em tudo isso é que eu ainda não havia conseguido falar com minha irmã sobre isso, ela sabia que ele iria fazer a arte na parede, mas não sabia o dia. Ela não havia voltado do colégio ainda, tinha que ficar pra resolver umas coisas com um evento que iria ocorrer no mês seguinte, eu perguntei o que era, mas ela disse que era segredo, e que eu não ia demorar muito a descobrir, pois seria divulgado na outro semana.

Nesse momento eu estava pensando na ligação que havia feito pra minha mãe no domingo, não falamos muito, pois ela tinha um jantar com o Robert. Só de pensar nesse homem eu já me dava náuseas, eu não sei o que minha mãe havia visto nele, não que ele não fosse bonito, era muito bonito pra falar a verdade, mas era muito metido e arrogante, ele se fazia de bonzinho na frente da minha mãe, mas mudava completamente quando ela não estava presente. Nem sabia realmente com o que ele trabalhava, só que era um negócio de família, eu não lembrava nem qual era o sobrenome dele.

Ela havia ficado muito contente com minha reconciliação com minha irmã, achou que era brincadeira quando eu contei, só acreditou depois que o papai confirmou. Tenho certeza que ele ainda é apaixonado por ela, os olhos dele brilharam quando ouviu a voz dela no telefone, e suspirou quando ela desligou. Sophia também falou com ela, e o que era pra ser uma ligação minha pra ela se tornou um evento envolvendo todos nós, queria que minha família ficasse unida de novo, mas acho meio impossível já que minha mãe está noiva daquele homem insuportável.

Outra coisa que me intrigou foi uma garota que eu vi falando com o Diogo pela manhã, não que eu tivesse sentido ciúmes, nada disso, mas achava que ela estava se jogando pra cima dele. E o pior é que ela era muito bonita, tinha os cabelos castanhos longos e lisos, que iam até a cintura da mesma. Os olhos eram azuis, mas que eram estragados pelo excesso de maquiagem que a mesma usava, não que eu tivesse horror a maquiagem, nada disso, ainda gosto, mas ela usava demais, não vejo o porque de usar tanta sombra nos olhos durante a manhã. A quem eu queria enganar, estava possessa de ciúmes.

Nem sabia o porquê disso, eu e ele não tínhamos nada sério, estávamos nos conhecendo ainda, e eu não podia reclamar de nada.

Olhei pro relógio e vi que já estava na hora de ele chegar, fui na cozinha beber água e logo ouvi a campainha tocar, e era o Ivan. Ele carregava uma bolsa cheia de latas de tinta spray, e uma sacola com duas latas de tinta branca, me perguntei onde estariam o rolo e os pincéis, mas cheguei à conclusão de que deveriam estar dentro da bolsa.

Assim que ele entrou fomos logo por meu quarto, ele disse que eu facilitei a vida dele por ter deixado tirado os móveis do lugar e forrado o chão com jornal e eu brinquei dizendo que eu era uma pessoa prevenida. Ele me pediu pra ficar sozinho enquanto fazia o trabalho, até me ofereci pra ajudar, mas ele disse que preferia fazer tudo sozinho. Aceitei esse fato e desci pra sala, tinha uns trabalhos pra fazer e me sentei na mesa da cozinha, já que não podia usar meu quarto, e o escritório estava uma zona com as coisas do meu pai.

Depois de mais ou menos uma hora a Sophia finalmente chegava em casa, assim que entrou me cumprimentou, e foi em minha direção me contando que estava extremamente cansada, e dizendo que se não gostasse tanto do trabalho como representante, já teria desistido. Antes de ela subir eu me lembrei logo de falar.

– Ei Sophia, espera – chamei – Tenho uma coisa pra te contar.

– Hã? O que foi? – perguntou – Isso não pode esperar eu tomar meu banho primeiro?

– Na verdade não! É que... o Ivan tá lá em cima no meu quarto, pronto falei – joguei tudo de uma vez.

– Que? O Ivan? – ela me olhou assustada – Porque você não me avisou que ele viria hoje?

– Bom é que ele me ligou antes do almoço me dizendo que não tinha nada pra fazer hoje à tarde, e perguntou se poderia vir fazer logo o serviço, eu até tentei te ligar, mas você desligou o celular.

– Droga, e agora? – ela andava de um lado para o outro – Eu não quero dar de cara com ele.

– Que é isso Sophia? Ele é um cara legal, ele só .. – quase falei que ele era afim dela.

– Ele só o que? – perguntou.

– Não nada, e você nem vai ver ele, ele está trabalhando com a porta fechada, e acho que nem vai descer tão cedo, ele praticamente me expulsou de lá.

– Como assim te expulsou?

– Sei lá, ele disse que gosta de trabalhar sozinho, nem deu tempo de eu mostrar... ai droga esqueci de mostrar o desenho pra ele, espera aí eu volto já – fui correndo pro quarto, eu não havia mostrado o desenho pra ele, só esperava que ele ainda não tivesse começado a pintar.

– Peraê que desenho? Mandy espera – ela foi correndo atrás de mim.

Cheguei no meu quarto e abri a porta de uma vez, era meu quarto então não tinha problema nisso.

– Ivan eu quero te mostrar... – não terminei de falar, estava espantada com o que via – Mas o que está acontecendo aqui?

Ele estava sem camisa de frente pra parede, mas não era isso que me espantava, e sim o que tinha ao redor dele. Haviam várias latas de tinta spray voando ao redor dele.

– Mandy o que foi que... – Sophia chegou logo atrás de mim e também viu.

Depois que ele nos viu, se espantou e deixou as latas caírem, eu também deixei o papel com o desenho que estava aberto na minha mão cair no chão.

– Esperem meninas eu posso explicar, eu... - ele viu o desenho e ficou espantado também – Onde você viu isso? – perguntou incrédulo, depois foi andando até o papel e o pegou no chão, nesse momento ele virou de lado e pudemos ver nitidamente a marca que havia no braço dele, estava meio suja de tinta, e cobria exatamente o elemento no meio da espiral.

– Você também tem uma marca!? – foi mais uma afirmação do que uma pergunta, mas eu estava muito espantada, minha irmã então focou muda, ela só olhava estática pra ele, só não sei se ela estava mais espantada com a cena ou com os músculos bem definidos do mesmo.

– Eu perguntei de onde você retirou esse desenho – falou sério, sem nem se importar com o que eu havia dito antes.

– Eu falo se você me disser por que tem uma parecida – falei no mesmo tom – e o porquê de as latas estarem flutuando ao seu redor.

Só nesse momento ele notou que nós havíamos visto a marca em seu braço. E lembrou-se da cena que presenciamos ao abrir a porta. Parou pra pensar no que dizer.

– É um segredo – falou simplesmente.

– O que tem nesse papel também – falei olhando pro papel nas mãos dele – Vai garoto deixa de ser bobo, nós já percebemos que você também tem uma marca e que possui poderes, só não entendemos qual ainda.

– Está certo, eu falo, mas vocês tem que prometer que não vão falar pra ninguém, e nem me achar um louco pelo que eu vou dizer – ele falou meio inseguro.

– Nós prometemos pela nossa vida – falei e minha irmã afirmou com a cabeça, eu percebi que ele não viu que eu nos incluía quando falava sobre as marcas.

– Vamos pro meu quarto, lá é mais privado e tem onde nos sentarmos – ela disse olhando pra bagunça em meu quarto se encontrava.

Afirmamos com a cabeça e a seguimos até seu quarto, mas antes vi o Ivan pegar a camisa que usava antes e a vestir. Sophia e eu sentamos na cama dela, enquanto ele sentou num puff que havia no quarto. Esperamos ele tomar coragem e começar a contar.

– Bem, essa marca apareceu no meu braço tem cerca de dois meses. Eu estava fazendo grafite em um muro no centro da cidade, perto do parque, já era meio tarde quando eu terminei e quando estava voltando pra casa, de bicicleta, topei com uns caras que pareciam estar roubando um carro e tinham matado o motorista. Estava muito escuro então eles não viram meu rosto, mas sabiam que eu havia presenciado tudo e começaram a me perseguir – ele fez uma pausa pra respirar, acho que era a primeira vez que ele contava isso pra alguém – Eu não havia visto o rosto deles, mas sabia que eles não me deixariam falar, sabia que eles me matariam se me pegassem, então eu pedalei pra dentro do parque o mais rápido que eu pude. Peguei um caminho por entre as árvores pra tentar escapar deles, só que como estava muito escuro eu não notei que estava indo em direção ao lago, eu cai dentro do lago e como não sei nadar comecei a me debater na água, ele me viram me afogando e foram embora, me deixaram lá pra morrer.

Eu olhava estática pro Ivan, lágrimas começaram a aparecer em seus olhos, era como se as imagens daquela noite estivessem voltando. Continuei ouvindo o relato dele sem pronunciar uma palavra.

– Quando eu já havia desistido e já estava afundando eu comecei a sentir algo estranho acontecer, eu não estava sufocando por falta de ar, e certo ponto no meu braço direito estava dormente, como se tivesse se misturado à água, eu senti algo empurrar pra cima, mas não havia nada ali, era como se a própria água tivesse me tirando do fundo e me levando pra superfície, eu desmaiei e quando acordei já era de manhã e eu estava à beira do lago, são e salvo, e como meus pais estavam viajando a trabalho naquele dia, e eu sou filho único, ninguém sentiu falta de mim aquela noite, e quando eu cheguei em casa vi que estava com essa marca no braço.

Eu ainda estava pasma com o que ele havia falado, nem me lembrava que Sophia estava ali do meu lado, eu só percebi quando ela se levantou, foi até ele e o abraçou. Ele ficou tão surpreso quanto eu com o ato dela, mas retribuiu o abraço, até sorriu com isso, não uma gargalhada, mas um sorriso terno, como se aquele abraço fosse tudo que ele precisasse naquele momento.

– Gente eu sei que o abraço está bom, mas nós ainda não terminamos – falei e só então eles perceberam que eles estavam se abraçando há mais de dois minutos.

Eles se soltaram e minha irmã voltou a se sentar na cama, era impossível não notar que os dois estavam sem jeito, principalmente por eles estarem vermelhos como tomates maduros, eles nem se olhavam de tão envergonhados.

– Antes de o Ivan voltar a contar o que ele sabe, eu vou na cozinha pegar algo pra gente comer – minha irmã estava realmente sem jeito, foi na cozinha e voltou pouco tempo depois com uma bandeja contendo uns sanduiches de frango e suco de maracujá.

Nós comemos tudo e depois que estávamos mais relaxados o Ivan começou a falar.

– Bom antes de eu continuar contando o que eu sei, eu queria que vocês me dissessem de onde conhecem essa marca que está desenhada no papel.

– Deixa que eu conto, mas primeiro eu queria dizer que você é o ser mais lerdo que existe na face da terra – ele me olhou confuso – estou dizendo isso porque todas as vezes que eu falei nessa marca, eu colocava um também no meio, pra você entender melhor eu vou mostrar.

Eu levantei a manga da T- shirt que eu estava usando e mostrei a chama dentro da espiral contida nele, foi aí que ele percebeu o que eu quis dizer.

– V-vo... você também tem uma marca? – falou incrédulo.

– Não só ela, eu também tenho uma – Sophia que ainda estava de uniforme, tirou o casaco e mostrou a marca em seu braço, por baixo do casaco ela estava usando uma camiseta igual à que o papai me deu com o uniforme, só que a dela era preta.

– Nós duas temos marcas nos braços, e a Sophia fez nevar outro dia no quarto dela, eu ainda não desenvolvi nenhum poder, embora eu tenha uma idéia de qual seja – falei – agora que nós explicamos, por favor, conta pra gente o que você sabe, pois nós estamos perdidas sem saber o que elas significam.



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Notas finais do capítulo

E aí gostaram?
Sério.. amei mesmo escrever esse capitulo!
Muitas já imaginavam que o Ivan também tinha uma marca, agora está comprovado isso!
Achei fofs demais a Sophia abraçando ele! ooo/
O 11 é a continuação.. não me matem please!