Cap 29

Hermione PDV:

Me revirei na maca da biblioteca e olhei em volta. Era madrugada e eu não havia conseguido adormecer. Ao meu lado, o vira-tempo chamava minha atenção.

Olhei em volta novamente e peguei o objeto, troquei de roupa e o pus no pescoço, dando os giros necessários.

Fechei meus olhos e senti meu corpo percorrer toda a distância de volta. Me encostei a uma parede do castelo, sentindo uma pressão no meu ventre.

Minha visão deu indícios de que escureceria, mas me forcei a ficar acordada. Era tarde, mas não madrugada. Eu não sabia que dia era. Talvez dias depois de minha partida.

Corri pelos corredores, cada vez mais fraca. Eu precisava encontrá-lo.

Ouvi passos e parei em uma parede, com as pernas trêmulas. A firmeza e a velocidade de indicavam Tom, além do leve cheiro que se aproximava.

Como eu viveria em um mundo sem ele?

Fui à sua direção às pressas. Meu ventre se contorcia dolorosamente. Lilly havia me explicado os riscos de uma viagem no tempo durante a gravidez. Era paradoxal para o feto.

Seus olhos se encontraram com os meus em surpresa, eu devia estar pálida, mas não me importei.

Corri até Tom, que me pegou nos braços. Não consegui dizer nada. A dor era mais forte do que eu suportava.

- Me perdoa. – murmurei.

Meus olhos escureceram e as pernas fraquejaram, então não havia mais nada ao meu redor.

(...)

Acordei e pisquei os olhos com a claridade intensa. O sol brilhava atrás das janelas como se para me lembrar de que eu estava ali.

- Você acordou. – Ouvi e olhei para o lado.

Tom.

- Tom eu...

Ele pôs um dedo à frente de meus lábios.

- Me perdoe. – Falou. – eu não deveria ter... Eu estava errado, eu não pensei no que dizia, eu... Me perdoe.

- Eu menti.

- Não importa. – Segurou minha mão com firmeza. – Eu não me importo. Não me importo se você é sangue puro, mestiça, nascida-trouxa...

Sorri e ele beijou minha testa.

- Como eu cheguei aqui?

- Você estava sangrando.

Minha mão se dirigiu até meu ventre e encarei Tom.

- sinto muito. – Murmurou. – Não conseguiram.

Soltei o ar pesadamente e senti os olhos marejados. Eu havia descoberto essa criança há tão pouco tempo, e já a amava com todo o meu coração.

Tom beijou minha mão e secou as lágrimas que escorriam de meu rosto.

- As viagens no tempo. – Ele murmurou e confirmei com a cabeça.

- eu não podia te deixar.

- tudo bem. – Beijou minha mão novamente. – eu estou bem aqui.

Precisei passar alguns dias na ala hospitalar e, quando voltei ao dormitório, não tinha mais nada. Eu havia levado tudo embora comigo.

- eu sabia que você voltaria. – Ouvi e me virei. Andrômeda.

Minha amiga se apertou contra mim e lhe encarei.

- Você...

- Feitiço de expansão em todas as roupas. – Sorriu. – Minha vida não é o profeta diário.

Sorri e voltei a lhe abraçar.

- Venha. Quero te mostrar seu vestido.

- Meu o que?

- Achou mesmo que eu ia deixar você sem nada? Vamos nos formar hoje.

- Já?

Andromeda revirou os olhos claros.

- Sonserinas de verde e preto, corvinais de azul e prata, lufos de amarelo e grifinórios de vermelho. - Falou abrindo o malão e sentei na cama.

- Não posso ir simplesmente...

- Não. – Me interrompeu. – só se forma uma vez.

Revirei os olhos e suspirei.

- Sabe que não vamos nos ver quando eu for embora, não sabe?

- ainda tenho esperança dos meus netos serem seus amigos.

Sorri e ela ficou à minha frente.

- Eu amo você, Hermione. É a melhor amiga que qualquer um pode ter.

Sorri e lhe abracei.

- Eu vou te procurar. Eu prometo.

- Sei que vai.

Continua...