Instinto Secreto escrita por Lucy


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Dampirinhas! Aqui está mais um capítulo! Apreciem e comentem!
Beijocas e boa leitura!



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Depois daquela corrida excitante as coisas entre eu e meu professor ficaram... Diferentes. Não no sentido carnal da coisa, porque nada foi adiante depois daquele dia naquela casinha no meio da mata. Mas diferentes no sentido... Ai, eu não sei explicar. Mas sei de uma coisa. Ele provocava e bastante. E eu claro, retribuía. Nas aulas dele, nossos olhares se cruzavam e era maliciosos o bastante para eu sentir minha pele arrepiar e alguma coisa dentro de mim acender. Nas suas aulas prática, ele fazia questão de me ensinar como fazer os movimentos bem pertinho de mim, com a necessidade de me tocar.

Não que eu percebesse, mas parecia que alguma coisa em mim, estava irradiando, porque logo Lissa percebeu essa felicidade repentina em mim, e veio procurar saber o que era claro, com a desculpa de sermos melhores amigas, e que eu não poderia lhe esconder nada. Então fui finalmente falar com ela, já que ela tinha me convocado para uma “reunião urgente”, entre mim e ela apenas. Cheguei em seu quarto e bati na porta. Não demorou muito e seu rosto apareceu.

-Oi Rose, pensei que você fosse demorar mais – Disse ela deixando o espaço para eu passar. Fechou a porta atrás de si e sentou-se na cama ao meu lado – Quer chocolate? – Perguntou ela já se agachando e colocando sua mão embaixo da cama, e de lá tirou uma cesta, cheia de guloseimas.

-Contrabandeando doces Lissa? Pensei que a certinha aqui era você – Disse sorrindo, e pegando uma das barras de chocolate que estavam na cesta.

-Tenho minhas malícias – Sorriu ela pegando algo para comer também – Então, pode me contando quem é o garoto. – Ah se ela soubesse que não é um garoto, e sim um garotão. Ok, totalmente desnecessário.

-Tem certeza que quer saber? – Perguntei desafiando-a.

-Claro!

-Tem que me prometer que não irá contar para ninguém. Ninguém mesmo! Nem mesmo para o Christian. – Falei séria, parando de comer o chocolate. – Promete?

-Claro, prometo. – Falou ela séria. Seus olhos estavam com um brilho, de... Expectativa? Creio que eu iria decepciona-la

-Então... Não é nada sério, mas, apenas um rolo... Sabe, nada de compromisso e essas coisas, e ai Lissa, eu não deveria estar contando isso... – Falei amassando o papel do chocolate em minha mão. Lissa me deu um olhar repreendedor e continuei a falar – É que estou meio envolvida com o Dimitri.

-AH eu sabia! Que você e o Eddi... Calma. O que você disse? – Eu sabia que ela estava com expectativas... – DIMITRI? O GUARDIÃO BELIKOV? – Gritou ela. Pulei em cima dela e tampei sua boca com minha mão.

-Fale baixo sua louca! Ninguém pode saber. – Disse ainda em cima dela. Ela concordou com a cabeça e relaxei. Sentei novamente onde estava.

-Você está louca Rose? Isso não pode acontecer. Ele é seu professor! Sem contar que é bem mais velho que você!

-Não tão velho. E não é nada sério, Lissa. A gente nem ficou de verdade. Então, não se preocupe com isso. Eu sei me cuidar. – Falei revirando os olhos e pegando outro chocolate.

-Mesmo assim. Se alguém descobrir, você e ele vão se meter em grandes problemas. – Disse ela séria.

-A questão é que ninguém vai descobrir. Não se você não contar.

-Você sabe que não contarei. – Disse ela. De repente o ar entre a gente não tinha ficado mais divertido – É só diversão?

-É claro! – Falei revirando os olhos. De repente minha vontade de passar um tempo com Lissa tinha sumido. Olhei para o relógio que estava acima da porta de seu quarto e soltei uma exclamação. – Uau! Já se passou tanto tempo assim?

-Rose. Nem se passou meia hora. – Falou ela olhando seriamente para mim. – Sei que a coisa ficou desagradável, mas não precisamos falar sobre isso. Vamos falar de qualquer outra coisa que você quiser.

-Lissa, eu adoraria, mas realmente estou querendo tirar um cochilo antes de voltar para a aula. Ah e falando em aula a próxima será História, então nos vemos daqui a pouco. – Falei me levantando. Quando cheguei à porta, soltei um beijo para ela e saí. Suspirei. Será que eu iria me arrepender de ter contado isso para Lissa? Eu com toda certeza, confiava muito nela, mas não sei não...

Caminhei lentamente para o dormitório Dampiro, acenando para alguns colegas que passavam e falavam comigo, ou apenas acenavam. De repente eu não via a hora para ter aulas com Dimitri. Argh! Eu precisava tirar isso da minha mente.

Já estava no corredor que dava para o meu quarto. Apressei o passo e abri a porta. Fechei-a atrás de mim. Ao me virar quase tenho um infarto. Janine Hathaway estava sentada em minha cama. Minha mãe, aqui. Isso não significava coisa boa. Será que alguém tinha visto eu e Dimitri naquela casinha no meio do mato? Ai meu Deus. Mas calma. Tinha também toda aquela coisa da briga. Ela poderia estar aqui por isso...

-Mãe? O que está fazendo aqui? – Minha mãe aqui na Academia. Todos meus medos chegaram à tona. Todas as ações que eu tinha praticado desde a minha chegada à Academia tomaram minha mente.

-Você reclama tanto que a gente não se ver, quando venho você fica chateada? – Falou ela se levantando da cama e vindo em minha direção, os braços abertos.

-Não estou chateada, e sim, surpresa. – Abracei-a. Eu sentia saudades dela apesar de tudo.

-Aconteceu alguma coisa?

-Sim aconteceu. E sei que você sabe o que é. – Falou ela se afastando para me encarar. Ela era alguns centímetros mais baixa do que eu, o que fazia com que ela parecesse inofensiva. Só parecia mesmo. Seu cabelo avermelhado estava curto como sempre.

-Pelo menos Alberta te explicou que a culpada não sou eu, certo? – Perguntei.

-Ela me contou todo o enredo de sua briga com a senhorita Rinaldi. Mas, o motivo de minha vinda não é bem esse... – Começou ela. Meu sangue congelou. Estreitei os olhos. Quando ela voltou a falar, parecia que o mundo tinha voltado a girar – Vim acompanhando o Sr. Ivashkov.

-Novo coordenador? Já não basta Priscila, e a diretora Kirova? Sem contar o tanto de guardiões que tem por aí, que fazem parte da guarda... Mais um velho para encher o saco? – Sentei-me em minha cama, enquanto minha mãe permaneceu em pé, com um daqueles olhares de reprovação.

-Um de seus piores defeitos: Não parar para escutar. O Sr. Ivashkov veio à Academia para se matricular como aluno. – Ah! Nesse caminho as coisas já mudavam... Então quer dizer que ele é novinho? E não um Moroi velhote? As coisas estão começando a melhorar.

-E em que ano ele está? – Fiz a maior cara de inocente.

-Rose! Se controle! Não quero saber de você...

-Mãe! Pode parar! Sei cuidar de mim! Relaxe, e diga em que ano o Sr. Ivashkov está. – Sorri, e ela revirou os olhos.

-Está no último ano. Mas Rose, isso é sério, deixe esse garoto para lá. Além de ser um Moroi muito espertinho, ele é sobrinho da Rainha Tatiana. – Hum... Interessante.

-Ok. Pode deixar. Vou ficar quieta no meu canto, sem fazer nada de errado. A não ser que ele esbarre em mim sem querer, claro... – Mamãe revirou os olhos novamente e se encaminhou para a porta. – Aonde vai? Acabou de chegar, não podemos passar mais um tempo como “mãe e filha”?

-Vou falar com Kirova e Alberta. Mas mesmo assim Rose, eu não vim para ficar. Estou voltando ainda hoje se possível – Falou ela se aproximando novamente de mim. Seus lábios encostaram-se a minha testa. – Vamos comigo.

-Ok – Falei me levantando e seguindo-a para fora do quarto. Andamos pelo campus, conversando sobre suas missões e sobre como estavam às coisas pela Academia. Era bom ficar assim com ela. Fazia bastante tempo desde nossa última conversa frente a frente. Parecia que toda minha aversão a ela sumia. Estávamos ainda distantes do prédio da direção, quando alguém exclamou:

-Guardiã Hathaway! Estão chamando-a na direção. – Ao virarmos nos deparamos com um homem se aproximando de nós.

-Oh Sr. Ivashkov, eu já estava me dirigindo para lá. E o senhor já se hospedou? E a sua matrícula? – Perguntou minha mãe. Então aquele era o Sr. Ivashkov... E qual seria o primeiro nome dele? Ele era bastante alto. A pele branca, típica dos Moroi. O cabelo era castanho, mas de uma tonalidade desconhecida. E os olhos, uau! Eram de um verde intenso, semelhante ao de Lissa.

-Já falei para não me chamar de Senhor. E sim, está tudo certo Guardiã Hathaway, obrigada. E obrigada pela sua companhia até aqui na Academia. – Seus olhos se colocaram em mim – E estou começando a gostar desse lugar. Sou Adrian Ivashkov e você? – Perguntou ele olhando diretamente para mim, sua mão estendida. Fiz um lembrete mental do que minha mãe tinha me dito minutos atrás. Não demonstrei sorrisos. Estendi a mão e cumprimentei-o.

-Rose Hathaway, prazer – Falei.

-Sua filha? – Perguntou ele para Janine, e ela concordou com um leve sorriso. – Tem de onde herdar tanta beleza. – Sorriu ele de maneira maliciosa para mim. – Desculpem-me senhoritas, mas preciso ir. Algumas coisas para acertar ainda. Mais uma vez, obrigada Hathaway, e foi um prazer conhecer você Rose. – Disse ele se virando e saindo de nossas vistas.

-Você não me falou que ele era tão bonito. – Falei em tom de brincadeira para minha mãe que me olhava séria. – Qual foi mãe. Só fui educada! Afinal de contas foi ele que esbarrou na gente. Relaxe.  – Disse sorrindo e voltamos a andar. Não prestei atenção  quando estávamos entrando em um dos corredores e alguém exclamou, outra vez:

-Janine! – E aquela voz eu conhecia muito bem. Ao se virar para ver quem era o sorriso de minha mãe aumentou, e eles se encontraram em um abraço caloroso. Não pude deixar de sentir ciúme, inveja. Meu Deus, isso estava se tornando doentio, insano. Eu, com ciúme da minha mãe e do meu professor, com quem eu estava tendo um lance. Isso estava ficando meio sério. Fiquei parada pelos segundos nos quais eles ficaram abraçados. Quando se afastaram, começaram uma conversa na qual não estavam me incluindo.

Resolvi que ali não era o lugar correto para ficar, então, comecei a andar de fininho para longe deles. Porém só foi eu me mexer que minha mãe notou meu movimento.

-Rose! Deixa eu te apresentar ao Dimitri. – Dimitri? Onde estava o “Guardião Belikov”? Onde estava a formalidade?

-Não precisa, já o conheço – Falei encarando primeiramente Dimitri, e depois para minha mãe.  – E se você quisesse que ele soubesse de minha existência, teria falado para ele enquanto o tempo que trabalharam juntos – Falei e voltei a andar.

-Rosemarie! Volte aqui! – Pude escutá-la atrás de mim. Virei-me novamente.

-Você está atrasada mãe. Kirova não gosta de atrasos – Disse encarando os dois por mais um momento, e virando as costas para voltar para o dormitório.

Estava indo longe demais. Longe demais.


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