Instinto Secreto escrita por Lucy


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiii galerinha!
Capítulo demorou um bocadinho, mas já está aqui fresquinho para vocês saborearem! hehe
Boa leitura!



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Nada melhor do que um dia atrás do outro. E nada melhor do que voltar de uma festa completamente encharcada e com o lábio cortado. Sem mencionar que a festa era da Rainha da corte, ou seja, ela estava presente e tinha visto toda a briga. Briga esta que eu estava envolvida. Eu e Mia Rinaldi. Ah aquele vaca! Ela vai me pagar muito caro, mas pelo menos eu não saí tão apanhada quanto ela.

Estava tudo as mil maravilhas. A festa não poderia estar sendo melhor. Eu estava dançando com Eddie, quando do nada, do nada mesmo a pirâmide de ponche virou toda para o meu lado, encharcando-me toda! Estragando meu vestido, minha maquiagem, meu cabelo, estragando tudo! Olhei chocada para Eddie que estava entendendo tanto quanto eu. Mas logo percebi quem tinha feito essa desgraça: Mia estava rindo loucamente de minha situação. E claro que ela estava rindo. Ela era usuária do elemento água.

Fulminei-a com o olhar e saí a passos pesados em direção onde ela estava me encarando com um sorriso nos lábios.

-Rose! Perdeu o controle querida? Bebeu demais não é? Isso é que dá quando não se tem uma mãe presente – Disse ela. Como é que é? Falar de mim é uma coisa, já falar da minha mãe é pedir para apanhar o dobro.

-Sua vadia – Gritei pulando em cima dela. Segurei seu pescoço apertando-o entre minhas unhas, que não eram tão grandes, mas dava para fazer um estrago. Derrubei-a no chão, enquanto batia em sua cara de boneca. Suas mãos se fecharam em torno do meu cabelo, mas logo me desvencilhei. Sua unha grande arranhou meu rosto e pude sentir o filete de sangue escorrer, e o gosto penetrar minha boca. Puxei seus cabelos loiros, enquanto ela gritava e se debatia embaixo de mim. – Isso é para você aprender a calar essa sua boca imunda – Falei esbofeteando a cara dela, que já estava vermelha.

Senti mãos fortes me segurarem e me levantarem de cima de Mia.

-É melhor você ficar quieta – Disse Dimitri ao meu ouvido. Eddie tinha se colocado entre mim e Mia, que também estava sendo segurada por Jesse. Vi que as proporções tinham se tornado maiores quando Alberta veio em nossa direção.

-Hathaway! O que está acontecendo aqui? – Perguntou ela aos berros – Não importa! Belikov, por favor, leve Rose até a minha sala. E você Mia vá encontrar com a coordenadora Priscila. – Disse Alberta indo atrás de Mia, para ver se ela realmente ia se encontrar com a coordenadora. Mas antes ela olhou para mim – Chego lá em um instante Hathaway.

-Vamos – Disse Dimitri, me levando para o outro lado, onde ficava a sala de Alberta. Ele continuava me segurando.

-Pode me soltar, não vou correr – Disse sem paciência. Afinal de contas a maquiagem devia ter escorrido toda, meu cabelo deveria estar parecendo um bicho morto, e aquele vestido agora estava mais pesado, provavelmente que meu corpo.

-Melhor prevenir do que remediar – Disse ele, ainda segurando meus braços firmes em minhas costas.

-Pelo menos me deixe tirar os sapatos. Prometo que não vou correr. Terei outras oportunidades para pegar aquela Moroi nojenta. – Disse. Dimitri pareceu hesitar por um momento, pensando em minhas palavras. Enfim, ele me soltou. Esfreguei meus pulsos, livres de seu aperto, e me abaixei para tirar os sapatos de salto.

-Você sabe que não pode se meter em confusão Hathaway.

-Já disse para me chamar de Rose. – Falei ainda abaixada. Pude sentir seus olhos me olhando de cima. Levantei-me segurando os sapatos nas mãos, e encarei-o – Você viu o que ela fez. Aquilo foi por legítima defesa.

-Sabe, tem um ditado bem popular: Violência só gera violência...

-Exatamente. Só fiz retribuir – Falei voltando a andar, ele logo conseguiu acompanhar meus passos.

-Você é muito teimosa e desobediente sabia? – Disse ele. Parei e virei-me em direção a ele, batendo em seu peito. Era muito, muito desafiador, mas hoje estavam para me estressar. Levantei um dedo na frente da cara dele e falei pausadamente:

-E você vai querer me ensinar a ser uma boa menina?

-Estou às ordens se você quiser. – Ele pegou a mão, na qual o dedo estava apontando para ele. Seu olhar perfurava o meu de tal forma que acho que eu estava ficando mais molhada do que já estava. Ele baixou minha mão, colocando reta ao lado do meu corpo – Agora vamos para a sala da Guardiã Alberta, Hathaway.

-Rose. – Falei revirando os olhos e voltando a andar.

Quando chegamos à sala de Alberta, ela ainda não estava lá. Sentei na cadeira e Dimitri ficou em pé, olhando para ver se ela vinha, e às vezes ficava me encarando, e eu tinha a impressão de que ele me encarava de forma maliciosa... Devia ser porque o vestido estava completamente colado ao meu corpo, já que estava molhado... Estava realçando ainda mais o que eu já tinha. Depois de esperar por um tempo bastante razoável, Alberta chegou batendo os pés fortemente no piso de madeira. Passou por Dimitri sem dizer uma palavra, passou por mim sem se manifestar, e sentou-se em sua cadeira. Vire-me para poder ficar de frente para ela. Ai chegou a hora. Ela parecia exausta. Apoiou seus cotovelos sobre a mesa e apoiou sua cabeça nas mãos.

-Rose... O que houve? Eu não acredito no que vi no salão. – Falou ela calmamente. Nossa, pensei que ela fosse explodir. Mas eu devia esperar isso de Alberta. Afinal de contas, ela praticamente me criou, devia se preocupar comigo...

-Alberta, ela que me atacou. Usou o poder dela contra mim! Você está vendo a minha situação. Guardião Belikov viu o que ela fez! Ela virou a pirâmide de ponche contra mim! Você sabe que não é a primeira vez que ela faz alguma cosia contra mim, e eu sempre ignorei as atitudes idiotas dela. Mas agora não deu! Olha o meu estado! – Eu estava praticamente gritando, e sabia que estava passando minha voz do limite ao falar com Alberta. – Desculpe Alberta. Só estou falando a verdade.

-Guardião Belikov, você realmente viu Mia Rinaldi usar seu poder com a água contra Rose? – Perguntou Alberta, olhando para Dimitri. Não olhei para ele, pois Alberta poderia desconfiar que ele estivesse de conluio comigo para me proteger...

-Não querendo tomar partido, Guardiã Alberta, mas sim. A Senhorita Mia, usou magia contra a senhorita Hathaway.

-Tá vendo? A errada aqui é ela. Ela deveria ser punida.  –Falei como se isso fosse a coisa mais óbvia desse mundo.

-Ok Rose. Vou averiguar isso e resolver com a direção da escola. Você pode ir. – Levantei-me – Para o seu quarto. Não volte para a festa. – Revirei os olhos, claro que eu não iria voltar para a festa.

Saí na noite fria em direção ao dormitório. Ao chegar ao corredor, vejo Eddie encostado na porta do meu quarto.

-Oi Rose, está tudo bem? – Perguntou ele indo ao meu encontro. Concordei com a cabeça. – Muita bronca? Você se ferrou?

-Ah não... Não muito. – Falei abrindo a porta do quarto. Entrei deixando espaço para ele entrar. A regra era simples, meninos não podiam ficar no quarto das garotas, mas essa regra não era muito seguida por aqui, e em época de festa então...

-Pelo menos isso... Mas pelo jeito a Mia levou uma bronca e tanto – Disse ele sentando em minha cama. –Rose... Eu queria falar sobre aquele dia... – Eu sabia muito bem de que dia ele queria falar. Aquele no qual ele me beijou e eu dei um passa fora nele.

-Pode parando. Vamos esquecer aquilo – Eu disse parando na frente dele – Sua amizade é importante demais para mim para que eu deixe essas coisas ficarem corroendo minha cabeça. – Ele revirou os olhos. Acho que isso não era o que ele queria ouvir. Acho que ele esperava algo como: “Ah sim, eu amei aquela noite, na qual você me beijou, e quero fazer isso várias vezes ao dia com você, ou seja, eu quero ficar com você para sempre”. Não. Isso não iria acontecer. Até porque, eu tinha um objetivo bem maior em mente, e esse objetivo incluía um professor novato e gostoso.

-Hum... Tudo bem. É melhor assim mesmo – Disse ele se levantando e ficando em minha frente. Ele colocou suas mãos em minhas faces e baixou minha cabeça para que seus lábios encostassem-se a minha testa. – Boa noite. – Disse ele e saiu. Fiquei olhando para a porta pensando, que eu estava dando um fora num cara superlegal para entrar, quem sabe numa roubada... Adoro aventuras.

---

Fui uma das primeiras a chegar ao centro de treinamento. Depois daquela vez que cheguei atrasada passei a ser mais pontual. Sentei em algumas das cadeiras que tinha e aguardei Dimitri chegar. Hoje o dia seria de treinamento, já que os horários tinham sido trocados e foi a maior mudança. Enquanto aguardava vi que algumas pessoas chegavam, e com isso as pessoas desagradáveis, e uma delas era Silena, uma das seguidoras de Mia. Assim que me viu deu uma risadinha maléfica e veio ao meu encontro.

-Rose! Recuperou do ponche de ontem? Devo falar que aquele seu vestido ficava bem melhor molhado – Disse ela.

-Ah então você quer dizer que ele ficava melhor colado ao meu corpo? E isso quer dizer que você me deseja? Devo informar que não torço por seu time – Falei séria olhando para ela, que fez uma cara chocada e se agachou em minha frente.

-Você é ridícula Rose. E vai pagar por isso – Disse ela me encarando. Permaneci com meu olhar no dela, até que uma sombra pairou sobre nós.

-Acho que já chega de brigas por essa semana – Disse Dimitri nos olhando de cima. Silena se levantou olhando para mim com ódio, e saiu para junto do seu grupinho.

-Acho que vou ter que te dar aquelas aulas, não é Rose? – Perguntou ele sério, porém seus olhos eram brincalhões.

-Estou esperando Guardião Belikov – Falei. Ele estendeu-me a mão e me ajudou a levantar, saindo na frente para chamar o resto da turma. Quando todos estavam reunidos ele começou a falar:

-Hoje vamos correr pelo perímetro da Academia, pela floresta.

-Mas são cinco quilômetros, Guardião Belikov – Falou Beth, uma das garotas da minha sala.

-Exatamente. Vamos correr e verei como está o preparo de vocês para tal feito. E depois explicarei o porquê de corrermos. – Disse ele. Muitas pessoas começaram a bufar. – Acho bom pararem com isso. Irão me agradecer quando se formarem e forem para o mundo. Vamos andando logo.

Então fomos para o mato. E corremos muito. Dimitri tinha um ritmo, nós tínhamos outro. Muito diferentes. Teve gente que desistiu no primeiro quilômetro e voltou para o centro, levando uma advertência.

Chegamos ao ponto dos cinco quilômetros e não tinha nem metade da classe. Como o pessoal já estava parado descansando para a volta, resolvi checar a área já que nunca tinha estado por ali, pelo menos não que me lembrassem. Andei pela mata adentro sempre na trilha para não me perder, e um pouco mais a frente, uns cinquenta metros a frente, tinha uma casinha. Meio caindo aos pedaços. Olhei de fora, vendo se era seguro entrar ali. Mesmo com uma aparência tão precária, entrei. Era bem pequeno, mas tinha uma mesa, uma cama que estava desarrumada. Procurei em minha mente o que seria aquilo e nada veio a minha mente. Olhei ao redor de dei meia volta dando de cara com Dimitri.

-O que você está fazendo aqui?

-Nada. – Ele encostou-se ao vão da porta, os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos me encaravam intensamente.

-E você acha que vou acreditar? Você aqui sozinha, longe do grupo. Longe das minhas vistas.

-Pelo jeito eu não estava longe das suas vistas, já que você me seguiu até aqui pelo visto.

-Não mude de assunto. Conheço vocês, adolescentes. Tinha marcado com alguém aqui não é? – Perguntou ele, uma das sobrancelhas arqueadas.

-O que eu faço não diz respeito a você Belikov – Falei séria, cruzando os braços sobre o peito.

-Na realidade tudo o que você faz diz respeito a mim.

-Não tudo.

-Tudo dentro dos portões. Vamos, vou leva-la de volta. – Disse ele pegando-me pelo braço. Desvencilhei-me do seu aperto, mas ele me puxou, fazendo-me bater em seu peito. – Você vai voltar comigo. Quer queria, quer não.

-Ainda tem os outros alunos. E se eles forem tão curiosos quanto você e vierem aqui? Com certeza vão adorar fofocar do novo professor que agarra as alunas.

-Já mandei eles voltarem. – Disse ele me encarando de cima. Nós estávamos próximos o bastante para que eu sentisse sua respiração contra a minha.

-Esse era o seu plano não é? – Falei tentando me desvencilhar novamente de seu aperto. Dessa vez ele não folgou a pressão de seus dedos em minha pele, e sim segurou meu outro braço, mantendo-os junto ao seu peito.

-Eu já disse que você é muito teimosa e desobediente, não disse?

-Sim. E falou que iria me dar uma lição de como ser um exemplo de pessoa – Falei ainda o encarando. Um olhar malicioso. Mexi o suficiente para soltar suas mãos de meus braços, e deslizei minhas mãos pelo seu peito. A camisa estava molhada por conta do suor e grudada em sua pele. – Vai me ensinar? – Nossos olhos estavam conectados. Suas mãos desceram por meu tronco e pararam em minha cintura, apertando-a com posse. Sua boca foi ao meu ouvido.

-Vou te ensinar a ser uma boa menina, Rosemarie – Sussurrou ele. – Vai fazer tudo o que eu mandar, se não, haverá consequências.- Uma de suas mãos desceu ainda mais e apertou minha bunda, subiu novamente, fazendo o desenho de meu quadril, descendo novamente, seguindo por entre a parte interna de minha coxa. Vire-me de forma que ele ficasse prensado entre mim e o vão da porta. Seus dedos ágeis já estavam no cós de minha calça, prontos para descê-lo. Segurei suas mãos, e aproximei nossas bocas, dando apenas um leve contato e logo em seguida sussurrando:

-Hoje não – Falei e saí de perto dele, correndo logo em seguida para dentro da mata novamente. Arrisquei olhar para trás e o vi correndo atrás de mim, se ele quisesse já teria me alcançado, mas acho que ele também estava entrando no jogo. Aumentei o passo, e ainda o ouvi gritar:

-Você não me escapa Rose!


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